É preciso esforço!

(autor desconhecido)

"Ele dá força ao cansado, e aumenta as forças ao que não tem nenhum vigor. Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os mancebos cairão, mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças; subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; andarão, e não se fatigarão" (Isaías 40:29-31)

Certo dia, um homem caminhava por uma estrada deserta e começou a sentir fome. Não estava prevenido, pois não sabia que a distância que ia percorrer era longa.

Começou a prestar atenção na vegetação ao longo do caminho, na tentativa de encontrar alguma coisa para acalmar o estômago.

De repente notou que havia frutos maduros e suculentos em uma árvore. Aproximou-se mas logo desanimou, pois a árvore era muito alta e os frutos inacessíveis.

Continuou andando e foi vencido pela fome e o cansaço. Sentou-se na beira do caminho e ficou ali lamentando a sorte.

Não demorou muito e ele avistou outro viajante que vinha pelo mesmo caminho.

Quando o viajante se aproximou o homem notou que ele estava comendo os frutos saborosos que não pudera alcançar e lhe perguntou:
- Amigo, belo fruto você encontrou.

- É, respondeu o viajante. Eu o encontrei no caminho, a natureza é pródiga em frutos suculentos.

- Mas você tem a pele machucada, observou o homem.

- Ah, mas isso não é nada! São apenas alguns arranhões que ficaram pelo esforço que fiz ao subir na árvore para colher os frutos.

E o homem, agora com mais fome ainda, ficou sentado resmungando, de estômago vazio, enquanto o outro viajante seguiu em frente.

Algumas vezes, fatos como esse também ocorrem conosco.

Ficamos sentados lamentando o sofrimento mas não abrimos mão da acomodação para sair  em busca da solução.

Esquecemos que é preciso fazer esforços, lutar, persistir.

É muito comum ouvir pessoas gritando por um "lugar ao sol", mas as que verdadeiramente querem um lugar ao sol, trazem algumas queimaduras, fruto da luta pelo ideal que almejam.

Outras, mais acomodadas, dizem que Deus alimenta até mesmo os pássaros. Por que não haveria de providenciar o de que necessitam?

Essas estão certas, em parte, pois se é verdade que Deus dá alimento aos pássaros, também é certo que ele não o joga dentro do ninho.

O trabalho de busca pelo alimento é por conta de cada pássaro, e muitas vezes isso não é fácil.

Há situações em que eles se arriscam e até saem com alguns arranhões.

Por essa razão, lembre-se sempre de que Deus a todos ampara, mas a caminhada, os passos, a busca, é por conta de cada um.

Por vezes a escalada é árdua, exaustiva, solitária. Mas é preciso fazer esforços para alcançar o fruto desejado, principalmente em se tratando dos frutos que saciam a sede da alma.

Jesus ensinou: batei, e a porta se abrirá. Mas os passos até chegar à porta e o esforço por bater, são necessários.

Buscai e achareis. Outra recomendação na qual está contida a ação necessária. Buscar é movimento, é esforço, é ação. Seria diferente se Jesus tivesse dito: espere passivamente que a porta se abrirá, ou, fique aí parado que o que deseja chegará até você.

No entanto, é preciso saber o que se busca e por qual porta desejamos entrar.

Ainda aí nossa escolha é totalmente livre. Nossa vontade é que nos conduzirá aonde queremos chegar.

Sendo assim, façamos a nossa escolha e optemos por chegar lá, e chegar bem.

REFLEXÃO: "Não temas, porque Eu sou contigo; não te assombres, porque Eu sou teu Deus: Eu te esforço, e te ajudo, e te sustento com a destra da Minha justiça" (Isaías 41:10)

O Talmude

O Talmude é uma compilação de estudos, reunidos desde o tempo de Esdras até o sexto século de nossa era, contendo leis, poesias, orações, ritos, sermões, folclore, regras sobre o procedimento, mas especialmente comentários escriturísticos. Outra definição bastante sintética é esta: Talmude é um repositório de leis judaicas.

O termo Talmude vem do hebraico Lamad = aprender, vindo a significar depois ensino, instrução, estudo.

Todo o Talmude não é mais do que um esclarecido comentário à Bíblia, continuando a ser grande força e fonte do judaísmo.

Talmude é a sua exposição autorizada, dir-se-ia um complemento necessário à própria Bíblia.

O seu estudo tem-se constituído em uma das grandes missões dos judeus. Todos procuram nele a luz interna que ilumina e santifica os princípios bíblicos. Tem tido, através de todas as épocas os seus comentadores, muitos deles notáveis e célebres.

A preocupação com a lei, sua exposição e comentário é unta das notas tônicas em todas as páginas do Talmude.

Há dois talmudes: um elaborado em Babilônia e outro na Palestina. O da Palestina é conhecido pelo nome de Jerusalém e foi terminado no ano 400 A.D., enquanto o talmude de Babilônia, sendo mais completo, se concluiu cerca do ano 500 da nossa era.

A edição principal do Talmude Babilônico foi publicada em Veneza, entre os anos 1522 e 1523, em 12 volumes, sendo todas as edições posteriores reproduções exatas desta edição. O de Jerusalém foi publicado pela primeira vez também em Veneza, em 1523.

Os talmudes estão escritos em aramaico. O de Babilônia em dialeto oriental e o de Jerusalém no ocidental.

O Talmude consta de duas partes distintas: a primeira comum ao Babilônio e ao Palestiniano é a Mishná; a segunda é distinta, porque a parte realizada na Palestina tem o nome de Talmude, enquanto a elaborada em Babilônia é conhecida como Gemara (do aramaico – complemento).

A revista da Sociedade Bíblica “A Bíblia no Brasil”, novembro e dezembro de 1980, págs. 22 e 23, trouxe um artigo de Ismael da Silva Júnior, que propicia melhor compreensão sobre este assunto. Leia-o com atenção:

O Talmude

“No início da Era Cristã, apareceu o Talmude, palavra hebraica que significa doutrinar, ensinar, interpretar, o qual nada mais é do que uma coleção de livros sagrados, preparados por alguns rabinos judeus, contendo um conjunto de leis, civis e religiosas, do povo descendente de Abraão.

Segundo alguns autores, o Talmude foi coligido em duas épocas diferentes. O primeiro volume por Judas e mais alguns rabinos hebreus. Esse Judas, cognominado o Santo, era descendente de Gamaliel, mestre de Saulo de Tarso, que viveu no II século da era Cristã.

Concordando com o pensamento dos fariseus, os seus autores admitiram a existência de uma tradição oral, transmitida por Moisés a Josué, a quem sucedeu na direção do povo de Deus, quando demandava a terra de Canaã, conforme está registrado em Deut. 31:1 a 8; e, por ele, aos anciãos do povo. Estes, por sua vez, fizeram com que chegasse aos profetas e à Grande Sinagoga e, por fim, a Igreja dos Hebreus. É isso, em termos gerais, o que afirma o Mispa. Ele foi preparado em virtude da grande dificuldade que havia na interpretação das leis do Pentateuco, ou dos cinco primeiros livros das Escrituras Sagradas, escritos por Moisés, sob a inspiração direta do Espírito Santo de Deus, conforme está escrito em Êx. 17:14 e 24:4.

Mais tarde os comentários críticos e gramaticais, juntamente com os da Tradição foram reunidos em um só volume, recebendo o nome de Massorá, que significa Tradição.

“O Talmude está dividido em duas partes: Misná e Gemara.

1. O Misná, que significa segunda Lei, é o compêndio onde estão registradas as leis tradicionais, preparadas pelo rabino Judas, o Santo, como já citamos acima. Está escrito em hebraico castiço, embora, nele, apareçam algumas palavras aramaicas, gregas e latinas. Está dividido em seis capítulos:

I. Iezaím, dedicado à agricultura. Ensina o que deve ser feito para o bom cultivo da terra, apresentando, ainda, as principais regras para o pagamento dos dízimos e das ofertas alçadas;

II. Moede, que determina como devem ser observadas as comemorações das festas nacionais;

III. Machim, que é um código que dá instruções às mulheres acerca do casamento e divórcio;

IV. Nezequim, que estuda os males causados nos homens, nos animais, etc., contendo, ainda regras para as contribuições mercantis e demais contratos que devem ser feitos pelo povo hebreu;

V. Cadachim, que é consagrado às coisas santificadas, às ofertas e ao serviço do templo;

VI. Tcharote, que estuda as coisas limpas e imundas, regras para interpretar o Misná. Apareceram, então, os comentários que, reunidos em volume, deram origem ao segundo volume do Talmude, chamado Gemara.

2. O Gemara é também conhecido por suplemento ou ampliação do Talmude. Existem dois Gemaras: um, de Jerusalém, compilado na Palestina, em 450 A.D., e, outro na Babilônia, talvez 50 anos depois. O primeiro consta apenas de um volume e o segundo de doze volumes. Estes últimos são os mais aceitos pelos hebreus.

No Talmude, existem muitas coisas ridículas e absurdas. Maimonada, célebre rabino do século XIII, residente na Espanha, procurando harmonizá-las, fez dele um resumo, a que chamou Machaxacor, que quer dizer Mão Forte, e que é considerado um código das leis completas, apreciáveis não tanto pelo seu fundo, mas pelo seu estilo, por seu método e pela ordem das matérias nele apresentadas.”

Há nestes livros leis que regulam cada ato da vida, algumas minuciosas e cansativas.

Seria interessante a transcrição de uma parte das Leis talmúdicas, relativas ao dia de sábado.

Estas leis são provenientes do livro The Bridge Between the Testaments, páginas 106-108.

“Vamos considerar as leis do Talmude quanto ao sábado. Todos os detalhes referentes a esse assunto abrangem no Pentateuco o espaço limitado de cerca de quatro páginas, de formato de oitavo. No Talmude requer isso 156 páginas duplas ou, em outras palavras, um espaço 300 vezes maior. Esta lei sabática consiste de 24 capítulos de regulamentos minuciosos e de ordenanças. Seu principal propósito é, comentar e definir aquilo que está escrito no quarto mandamento do decálogo, proibindo o trabalho no sábado. Mencionam-se trinta e três espécies de trabalhos proibidos. Em seguida, o Misná procura definir com exatidão escrupulosa em que consiste o ‘trabalho’ e o que pode ou não ser permitido.

Por exemplo ‘carregar’ algo é proibido. Após muita discussão foi determinado o máximo de peso que pode ser ‘carregado’ como talvez o de um figo seco. Mas, se fosse carregada a metade de um figo em duas ocasiões diferentes, reunir-se-iam estes dois atos para serem um só e seria isto pecado?

Numa outra parte se lê: Aquele que tiver dor de dentes não pode fazer bochecho com vinagre e lançá-lo fora, pois isso seria como se tivesse usado remédio. No entanto poderá bochechar com vinagre e logo tragá-lo, o que seria como se tivesse tomado alimento.

Regras minuciosas são dadas quanto ao vestuário a ser usado no sábado de manhã, para que não fosse usada alguma peça de vestimenta que induzisse a algum trabalho. A mulher não pode sair com seus adornos, prendedores, colares ou anéis, pois em sua vaidade poderia tirá-los e mostrar a alguma amiga e novamente colocá-los, o que seria ‘trabalho’ e por conseguinte, pecado.

Também estava proibido às mulheres olharem ao espelho no dia de sábado, pois poderiam descobrir algum fio de cabelo branco e querer arrancá-lo, o que seria um grave pecado.

Aos sábados somente haviam de ser comidos alimentos que foram preparados num dia da semana. Mencionam-se cerca de cinqüenta casos semelhantes, nos quais os alimentos estavam proibidos. . . .

Era proibido ‘atirar’ algum objeto ao ar. Se o mesmo objeto havia sido atirado com a mão esquerda e fora apanhado com a direita, isso seria pecado? É uma interessante pergunta. Mas não havia discussão alguma quando o objeto fosse apanhado com a boca, pois nesse caso não haveria delito, sendo que se comeria o dito objeto que então desapareceria.

Quando pensamos que, segundo a norma da lei talmúdica, da qual apenas mencionamos pequena parte, tratando também dos contratos, jejuns, festas, injúrias, casamentos, dízimos e da higiene, tudo discriminado com semelhante minuciosidade, podemos bem compreender porque Cristo declarou que eles tinham removido, por suas tradições, todo o significado da lei.”

Outras Determinações Sobre o Descanso Sabático

Pode-se dobrar as roupas até quatro ou cinco vezes, e estender os lençóis nas camas durante a noite de sábado, para usá-los nesse dia, mas não no sábado para (usar) depois dele ser concluído.

Pode-se guardar alimentos para três refeições. Se ocorrer um incêndio na noite de sábado, pode-se salvar alimento para três refeições; se for de manhã, pode-se salvar alimento para duas refeições; à (hora de) minhah, alimento para uma refeição. Disse R. José: Em todo tempo podemos salvar alimento para três refeições.

Algumas disposições revelam claramente que havia divergência de opiniões. São especialmente dignas de nota algumas divergências entre as escolas iniciadas por Hillel e Shammai, doutores da lei que alcançaram fama no fim do primeiro século antes de Cristo:

a) Regra de Beth Shammai (conservador): Não se deve vender (algo) a um gentio, ou ajudá-lo a carregar (um asno) . . . a menos que possa chegar a um lugar próximo; mas Beth Hillel o permite.

b) Shammai insistia que ao conseguir pássaros para o sacrifício num dia de festa, a escada não podia ser mudada dum pombal para outro, mas somente de uma abertura a outra do mesmo pombal. Hillel (mais liberal), porém, permitia ambas essas coisas.

c) Shammai permitia comer um ovo posto no sábado, mas Hillel o proibia, afirmando que a proibição de preparar alimento no sábado se aplicava não somente aos homens mas também às galinhas.

Era considerado ilegal expectorar sobre o solo porque assim talvez se estivesse regando uma planta.

Um princípio geral estabelecido pelo Rabi Aquiba:

“Toda espécie de trabalho que pode ser realizada na véspera do sábado, não invalida (quer dizer, não deve ser feito em) o sábado; mas o que não se pode fazer na véspera do sábado, isso invalida o sábado.”

Estas determinações foram transcritas do Ministério Adventista – maio-junho de 1965.

Atos 1:12, faz referência ao caminho que poderia ser percorrido num sábado. A tradução de Almeida, Edição Revista e Atualizada no Brasil traz uma nota ao pé da página declarando que a jornada de um sábado era cerca de um quilômetro. Comentaristas mais precisos afirmam que corresponderia a mais ou menos 1.200 metros.

O Talmude como um livro escrito foi terminado no início da Idade Média, mas a sua influência tem sido poderosa na preservação da vida, costumes, leis, enfim em todos os aspectos do judaísmo através dos séculos em todos os lugares aonde este povo tem chegado.

Em tempos de pressões e perigos o Talmude oferece ao povo judeu uma tranqüilidade espiritual, tornando-se um oásis no qual ele se refugia em busca de paz e descanso.

O Talmude tem exercido grande influência sobre o povo judeu, desde que os educadores desta nação colocam como matéria primordial em suas escolas o estudo deste livro. A mente das crianças é alimentada por suas histórias e o povo em geral é ensinado a ter lealdade para com todas as sublimes tradições da Pátria.

Interpretações erradas de Parábolas e de muitos conceitos do Talmude fizeram com que na Idade Média se levantasse grande oposição a este livro de tradições judaicas.

Em conseqüência desta oposição ao livro, o Papa Gregório IX mandou queimar publicamente no dia 12 de junho de 1242 em Paris 24 carroças carregadas de manuscritos do Talmude. Esta informação me parece exagerada quando se tem informação do elevado preço para a aquisição de um manuscrito naqueles idos.

Na Itália muitos foram incinerados no ano de 1322. Em 1562 foi instituída a censura ao Talmude, existindo ainda hoje muitos exemplares com a marca dessa censura.

Pedro Apolinário, História do Texto Bíblico, Capítulo 19.


Quantos arrebatamentos ocorrerão?


Arrebatamento Secreto?


A Cruz deve ser retirada!

“A justiça será o cinto dos seus lombos, e a fidelidade o cinto dos seus rins” (Isaías 11:5)

Diante de uma Ação do Ministério Público Federal, que pede a retirada de símbolos religiosos (sobretudo a Cruz) nos locais públicos federais de São Paulo, um Frade chamado Demetrius dos Santos Silva, deu uma belíssima resposta que fala em nome de todos os Cristãos:

"Sou Padre católico e concordo plenamente com o Ministério Público de São Paulo, por querer retirar os símbolos religiosos das repartições públicas..

Nosso Estado é laico e não deve favorecer esta ou aquela religião.

A Cruz deve ser retirada!

Nunca gostei de ver a Cruz em tribunais, onde os pobres têm menos direitos que os ricos e onde sentenças são vendidas e compradas.

Não quero ver a Cruz nas Câmaras Legislativas, onde a corrupção é a moeda mais forte.

Não quero ver a Cruz em delegacias, cadeias e quartéis, onde os pequenos são constrangidos e torturados.

Não quero ver a Cruz em prontos-socorros e hospitais, onde pessoas (pobres) morrem sem atendimento.

É preciso retirar a Cruz das repartições públicas, porque Cristo não abençoa a sórdida política brasileira, causa da desgraça dos pequenos e pobres".


REFLEXÃO: “Estes são os que viveram no reino de Deus: aquele que anda em justiça, e fala com retidão; aquele que rejeita o ganho da opressão; que sacode as mãos para não receber peitas; o que tapa os ouvidos para não ouvir falar do derramamento de sangue, e fecha os olhos para não ver o mal” (Isaías 33:15)

Lição 9 - Comentários de Sikberto R. Marks

Lições da Escola Sabatina Mundial – Estudos do Quarto Trimestre de 2011
Tema geral do trimestre: O Evangelho em Gálatas
Estudo nº 09 – Apelo pastoral de Paulo
Semana de 19 a 26 de novembro
Comentário auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular no curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ (Ijuí - RS)
Este comentário é meramente complementar ao estudo da lição original
www.cristovoltara.com.br - marks@unijui.edu.br - Fone/fax: (55) 3332.4868
Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil

Verso para memorizar: “Eu lhes suplico, irmãos, que se tornem como eu, pois eu me tornei como vocês. Em nada vocês me ofenderam” (Gal. 4:12, NVI).

Introdução de sábado à tarde

Paulo enviou uma mensagem bem dura aos Gálatas. Fez isso para impedir que caíssem em erros que viriam a levá-los à perdição eterna. Mas na mensagem, vez após outra, ele demonstrava que os amava. Foi por isso que escreveu de modo tão enfático, não queria que se perdessem. O modo de escrever dele doeu inclusive em seu coração, mas ou era isso ou eles continuariam num caminho descendente. Quando algo coloca em perigo a nossa vida espiritual, vale tudo para impedir uma derrocada. É a vida eterna que está em jogo.

Paulo talvez não imaginasse, mas hoje estamos estudando o que ele escreveu. Pessoalmente gosto de Paulo, assim como de mais dois personagens bíblicos: Elias e João Batista. Também aprecio os demais, mas estes me servem como referencial para escrever esses comentários, que são para os últimos dias. Estamos em tempos decisivos; não se deve enganar as pessoas. Porém, pode-se ver muitos tratando as pessoas de modo irresponsável, como que dizendo: continuem assim, quando há erros em andamento. Outros inclusive dão exemplo negativo, e logo têm seguidores. Refiro-me ao interior da igreja. Há liberalismo e conformação com o mundanismo. Sabíamos que seria assim, mas isso não quer dizer que devamos simplesmente cruzar os braços. Quem for líder, ou formador de opinião dentro da igreja, como Paulo, tem a responsabilidade de dar o toque de corneta correto. Milhares de vidas, especialmente jovens, estão em grave perigo. E muitos são os que estimulam a ficarem em situação de perigo. Prefiro ser impopular que enganar lisonjeando. Apesar de às vezes ter escrito com relativa dureza, de cada 100 e-mails que recebo, apenas um diz não concordar. São centenas de pessoas que dizem ter sua vida modificada por esses comentários realistas. E não poucos vieram para a igreja por esse meio. É gratificante não ter a consciência pesada por enganar multidões. Paulo é nisso um bom exemplo.

“A lisonja é uma arte pela qual Satanás fica de emboscada a fim de enganar e envaidecer o ser humano com elevados pensamentos quanto a si mesmo. ... A lisonja tem sido o alimento de que muitos de nossos jovens se têm nutrido; e os que têm louvado e lisonjeado têm suposto que estavam fazendo bem; mas têm feito mal. Elogio, lisonja e condescendência têm feito mais no sentido de induzir almas preciosas a falsos caminhos, do que qualquer outro artifício inventado por Satanás. A lisonja faz parte dos métodos do mundo, mas não dos de Cristo. Pela lisonja, pobres criaturas humanas, cheias de fragilidades e enfermidades, chegam a pensar que são eficientes e dignas, e ficam inchadas, em sua mente carnal. Intoxicam-se com a ideia de serem dotadas de talentos acima do que possuem, e sua vida religiosa se desequilibra. A menos que, pela providência de Deus, elas sejam desviadas desses enganos, e se convertam, e aprendam o a-b-c da religião na escola de Cristo, perderão a salvação” (Filhos e Filhas de DEUS, MM, 1956, 73).

1. Primeiro dia: O coração de Paulo

“O apóstolo exortava os gálatas a deixar os falsos guias por quem haviam sido desviados, e a voltar à fé que havia sido acompanhada por inquestionáveis evidências de aprovação divina. Os homens que os haviam procurado desviar de sua fé no evangelho eram hipócritas, de coração não santificado e vida corrupta. Sua religião era feita de um acervo de cerimônias, por cujas práticas esperavam ganhar o favor de Deus. Não tinham interesse num evangelho que requeria obediência à palavra: "Aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus." João 3:3. Sentiam que uma religião baseada em tal doutrina re-queria demasiado sacrifício, e assim se apegavam a seus erros, enganando-se a si e aos ou-tros” (Atos dos Apóstolos, 387).

“A maneira como Paulo viveu entre os gálatas foi tal que ele pôde afirmar mais tarde: "Rogo-vos que sejais como eu." Gál. 4:12. Seus lábios tinham sido tocados com a brasa viva do altar, e ele foi habilitado a sobrepor-se às fraquezas do corpo e a apresentar a Jesus como a única esperança do pecador. Os que o ouviam sabiam que ele havia estado com Jesus. Assistido com o poder do alto, estava capacitado a comparar as coisas espirituais com as espirituais e a demolir as fortalezas de Satanás” (Atos dos Apóstolos, 209).

“Esta é hoje nossa grande necessidade em cada igreja de nosso país. Pois, "se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas". II Cor. 5:17. O que era objetável no caráter é expurgado da alma pelo amor de Jesus. É expelido todo egoísmo; toda inveja, toda maledicência é desarraigada, e é efetuada uma transformação radical no coração. "O fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei." Gál. 5:22 e 23. "É em paz que se semeia o fruto da justiça, para os que promovem a paz." Tia. 3:18” (E Recebereis Poder, MM, 1999, p. 289).

“Com semelhante guia - um anjo expulso do Céu - esses pretensos sábios da Terra podem inventar teorias fascinantes para obcecar a mente dos homens. Paulo disse aos gálatas: "Quem vos fascinou para não obedecerdes à verdade?" Gál. 3:1. Satanás tem uma mente superior e agentes escolhidos pelos quais opera para exaltar a homens e honrá-los acima de Deus. Mas Deus está revestido de poder; pode tomar os que estão mortos em delitos e pecados e, por meio da operação do Espírito que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, transformar o caráter humano, restituindo à alma a perdida imagem de Deus. Os que creem em Jesus Cristo são transformados de rebeldes contra a lei de Deus em servos obedientes e súditos de Seu reino. São de novo nascidos, regenerados, santificados por meio da verdade” (Fundamentos da Educação Cristã, 332).

2. Segunda: O desafio da transformação

Os gálatas, em seu erro de tornar a obediência à lei no motivo para a salvação, em lugar da fé de JESUS CRISTO, que morreu para nos salvar, estavam, na verdade, dando abertura para uma nova doutrina, e uma nova seita ou no mínimo uma dissidência. Eles estavam num caminho perigoso de afastamento da salvação. O perigo em que eles estavam era preocupante porque, errados, pensavam estar certos, e por isso se esforçavam, sem perceber, por se aprofundarem no erro. Essa é uma condição assustadora, porque a pessoa pode nem mesmo aceitar alguma orientação para entender a situação e então sentir a necessidade de ajuda.

Em nossos dias tais condições ocorrem com frequência. Assim se formam dissidências da Igreja Adventista do Sétimo Dia, e grupos se aprofundam no erro, persistem nele, e já não conseguem facilmente ser orientados para mudar de direção. Essas situações certamente ocorrerão com mais frequência quanto mais próximos do fim estivermos. É a guerra de satanás contra o povo de DEUS. E podem todos crer: estamos na iminência de entrar no calor dessa guerra, para as últimas batalhas, e para a batalha final. Faz parte dessas batalhas o anúncio do evangelho de CRISTO ao mundo inteiro, pois a guerra é espiritual. Do outro lado, todo e qualquer tipo de ação para evitar essa proclamação, e também para impedir que as pessoas entendam a mensagem será utilizada. Inclusive leis opressivas para perseguir quem leva a mensagem da salvação ao mundo. Nisso as exortações de Paulo aos gálatas são válidas para nós. Elas são um tipo de conselho do que devemos fazer.

O que Paulo estava propondo aos gálatas? Que eles “se tornassem como ele se tornou.” Mas o que era Paulo? Ele uma vez já foi Saulo, em extremo zeloso, mas no erro. Ao convite de JESUS, ele mudou de atitude, e passou a ser outra pessoa, agora zelosa pelo que CRISTO orientou. Ele, aos gálatas, não estava pedindo como pediu aos de Tessalônica e aos de Corintos, que agissem como ele agia, seja para ganhar a vida, seja na obediência. Aqui a situação era diferente. Esses gálatas estavam se afastando de DEUS por uma via mui perigosa. Eles estavam criando uma nova religião. E se isso prosperasse, logo mais no mundo existiria um instrumento nas mãos de satanás para não só combater a verdadeira igreja de CRISTO como também, usando o mesmo nome de JESUS CRISTO, levar as pessoas à perdição. Na verdade foi o que aconteceu mais tarde, com o surgimento da Igreja Católica. Então, para evitar que a degeneração do evangelho de CRISTO surgisse naqueles dias, tão cedo, Paulo, um grande defensor, se levantou entre os gálatas (por uma carta, pois estava longe) e disse, parafraseando: sede tais como eu sou, mudem de atitude e sigam a CRISTO como eu resolvi seguir.

Esse apelo é muito útil para os nossos dias.

3. Terça: Eu me tornei como vocês

Paulo estava apelando aos gálatas para que eles se tornassem como ele, pois ele também era como eles. Ou seja, “sede qual eu sou, pois também sou como vocês” (Gál. 4:12). O que ele quis dizer com isso? A resposta está em I Cor. 9:23. Paulo ali disse que se fez tudo para com todos, ou seja, procurou aproximar-se o quanto era permitido (I Cor. 9:21) para alcançar para CRISTO tanto judeus como gentios. Paulo contextualizava suas atividades missionárias. Isso significa que ele vivia de tal maneira e falava e demonstrava que atraía pessoas de culturas diferentes a CRISTO, não a ele nem a qualquer outro foco.

Então, assim como Paulo se tornou atraente a eles, e por isso eles apreciaram o seu evangelho, assim também deveriam eles proceder. Isso quer dizer: esforcem-se para serem apreciados pelas pessoas em nome de CRISTO, por vosso meio, atraindo-as ao Salvador.

“O pastor não deve julgar que toda a verdade tem que ser apresentada aos incrédulos em toda e qualquer ocasião. Ele deve estudar com cuidado quando convém falar, o que dizer, e o que deixar de mencionar. Isso não é usar de engano; é trabalhar como Paulo fazia. "Porque, sendo livre para com todos," escreveu ele aos coríntios, "fiz-me servo de todos, para ganhar ainda mais. E fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivera debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei. Para os que estão sem lei, como se estivera sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei. Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para, por todos os meios, chegar a salvar alguns." I Cor. 9:19-22.

“Paulo não se aproximava dos judeus de maneira a despertar-lhes os preconceitos. Não lhes dizia, a princípio, que deviam crer em Jesus de Nazaré; mas insistia nas profecias que falavam de Cristo, Sua missão e obra. Levava seus ouvintes passo a passo, mostrando-lhes a importância de honrar a lei de Deus. Dava a devida honra à lei cerimonial, mostrando que fora Cristo que instituíra a ordem judaica e o serviço sacrifical. Levava-os, então, até ao primeiro advento do Redentor, e mostrava que, na vida e morte de Cristo, se havia cumprido tudo como estava especificado nesse serviço sacrifical.

“Dos gentios, Paulo se aproximava exaltando a Cristo, e apresentando as exigências da lei. Mostrava como a luz refletida pela cruz do Calvário dava significação e glória a toda a ordem judaica.

“Assim variava o apóstolo sua maneira de trabalhar, adaptando sua mensagem às circunstâncias em que se achava. Depois de paciente trabalho, tinha grande medida de êxito; entretanto, muitos havia que não se convenciam. Alguns há, hoje, que não se convencerão seja qual for o método de apresentar a verdade; e o obreiro de Deus deve estudar cuidadosamente métodos melhores, a fim de não despertar preconceitos nem combatividade. Eis onde alguns têm fracassado. Seguindo suas inclinações naturais, têm fechado portas pelas quais, com outra maneira de agir, poderiam ter encontrado acesso a corações e, por intermédio desses, a outros ainda.

“Os obreiros de Deus devem ser homens de múltiplas facetas; isto é, devem possuir largueza de caráter. Não devem ser homens apegados a uma só ideia, estereotipados em sua maneira de agir, incapazes de ver que sua defesa da verdade deve variar segundo a espécie de pessoas entre as quais trabalham, e as circunstâncias que se lhes deparam” (Obreiros Evangélicos, 117 a 119).

4. Quarta: Naquele tempo e agora

Pelo que a lição apresenta, há indicativos de que Paulo foi à galácia para se tratar, ou pelo menos de alguma forma se restabelecer de alguma doença. E, não perdendo tempo, aproveitou a oportunidade para também pregar ali o evangelho de CRISTO.

Se foi assim, então é de se crer que algum apego diferenciado se formou entre Paulo e aqueles irmãos, porque o teriam acolhido durante uma necessidade especial, em que ele estava fragilizado. Em troca, ele lhes anunciou a salvação. Não se pode saber se quando Paulo chegou a essa região, o teriam acolhido não sendo ainda cristãos, mas isso é possível. Fato é que Paulo e eles tinham uma afinidade especial. Logo é de se imaginar que Paulo também tivesse uma consideração especial para com eles, um carinho mais acentuado por conta dessa situação que não aconteceu em outros lugares. Isso poderia ter levado a uma preocupação mais acentuada, pois tanto ele fora favorecido em situação de necessidade quanto eles receberam a mensagem quando o poderiam ter rejeitado, por causa do preconceito cultural que existia na época, e era muito forte, sobre pessoas doentes. Especialmente em relação a pregadores, esses deviam ter moral, serem saudáveis, para que fossem aceitos, e que sua mensagem tivesse credibilidade.

Então Paulo pregou em condições difíceis a ele e eles aceitaram essa pregação, mesmo ele dando impressão de estar sob o desfavor dos deuses, como eles ainda criam. Hoje em dia o preconceito existe e é forte. Há, por exemplo, preconceito em relação a quem é diferente; preconceito racial, que leva ao racismo; preconceito aos menos favorecidos, que são pobres; preconceito aos que não são diplomados, e assim por diante. Vamos a um exemplo, uma pessoa iletrada, porém consagrada e que tenha o poder de DEUS, e que seja humilde, isto é, que tenha em parte o perfil de JESUS CRISTO. Esse não consegue pregar numa igreja grande e rica. Ao menos é bem difícil. Ou outra pessoa que pregue sobre a reforma da saúde, não é bem recebida por muitos de nosso meio. Imagina então uma pessoa que tenha adoecido por razões alheias ao seu controle, e realizar uma pregação sobre vida saudável. Ainda há preconceito, e muito, em meio ao povo de DEUS, assim como no mundo, e em todos os lugares. Ele é uma das armas de satanás para impedir, ou no mínimo frear a pregação da mensagem ao mundo. E para criar condições ao fanatismo.

5. Quinta: Falando a verdade

Temos no estudo de hoje a necessidade de falar sobre uma prática que popularmente se chama “lei do canalha”. É as ela que Paulo se refere em seu livro, embora não mencione esse nome. A lei do canalha, em geral, funciona assim: “eu faço de conta que estou ensinando e você faz de conta que está aprendendo, e assim prosseguimos.” Ou, havendo um problema sério: “eu faço de conta que não vi nada e você faz de conta que está à vontade com a situação.” Ou, nos ambientes de ensino: “eu faço de conta que ensino e o aluno faz de conta que está aprendendo.” Ela se aplica a todas as situações. Caracteriza-se por “fazer de conta”, ou seja, todos estão se enganando, e ninguém se importa com isso. No caso de Paulo, ele não se valeu dessa lei. Evidentemente ele não era um canalha.

Paulo precisava salvar os gálatas da tendência de retorno ao passado. Eles não estavam retornando ao paganismo anterior, mas indo a práticas que os levariam para a escravidão da lei. E não foi para escravizar que a lei de DEUS foi concedida, mas para libertar. “Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar” (Tiago 1:25 ). No entanto, se tornarmos a lei de DEUS como um conjunto de regras burocráticas que precisam ser cumpridas sem que o nosso caráter seja transformado, isto é, uma lei externa, que não esteja no coração, tornamo-nos escravos de formalidades, não libertos para a vida feliz. E era essa a tendência dos gálatas: virem a se tornar escravos de algo que era exatamente para os libertar.

Alguns judeus cristãos, mas ainda ligados às formalidades de uma obediência cega e não inteligente, ligados a procedimentos que se não bem entendidos se tornam meras ordens sem sentido, estavam querendo levar os gálatas ao ponto onde eles se encontravam quando obedeciam as suas regras e dogmas pagãos. Eles faziam aquelas coisas, tipo rituais pagãos, por meio de uma obediência cega, que não sabiam bem porque deviam ser seguidas. Em geral, era para satisfazer os seus deuses, mas quais as razões? Se aqueles judeus entendessem bem qual era o sentido dos Dez Mandamentos, e das leis cerimoniais, pensariam e agiriam bem diferente do que era a sua prática de apego a regras, não a transformação.

E aqueles judeus (veja bem, não eram todos os judeus cristãos que agiam assim, pois o próprio Paulo era judeu cristão), o faziam com sutilezas, lisonjas e fala sedutora. Nisso aplicavam a tal lei do canalha, ou seja, se faziam de amigos, mas, percebendo ou não, eram traidores. E o seu objetivo era separar os gálatas de Paulo, pois ele era a principal fonte de sabedoria para os libertar daqueles formalismos que essa classe de judeus valorizava acima de tudo.

6. Aplicação do estudo – Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:

O texto selecionado de Ellen G. White para o estudo de hoje não poderia ser melhor. É esclarecedor e nos deixa felizes. Os gálatas corriam perigo dramático, como estudamos. Mas eles aceitaram as exortações de Paulo, sentiram os sentimentos dele, de como os amava. Temos coisas a aprender desse episódio.

a) Por pior que seja uma situação, sempre é possível, com o poder de DEUS, e muitas vezes por meio de outras pessoas utilizadas por DEUS, sair dela e voltar para o caminho bom.

b) É preciso saber falar ou escrever com o coração quando somos requeridos a exortar, repreender, admoestar ou contestar alguém.

c) Não se pode cair na lei do canalha, em nome da amizade aparente, ficar quietos se alguém está correndo perigo. É preciso agir com sabedoria e de forma planejada, e ajudar a pessoa.

d) Ao se dar um conselho, muitas vezes cabe a nós mesmos tomar conselho com outra pessoa para agir de maneira mais sábia e ponderada, e acertar como Paulo, que conseguiu resolver a situação revertendo para o lugar certo e cortando a tendência.

e) Quem recebe um conselho precisa ser humilde para refletir sobre o que lhe falaram ou escreveram, assim como é mais importante ainda que seja humilde quem exorta. Tem-se visto em publicações, hoje, exortações arrogantes e prepotentes contra pessoas ou movimentos perigosos na igreja. O resultado sempre foi a radicalização em ambos os lados, e o problema só tem aumentado.

f) Em tudo, como fez Paulo, tem que se envolver uma dose maior de amor que as doses dos outros ingredientes.

g) No final da experiência, mesmo tendo havido uma tendência perigosa e fulminante, todos saíram fortalecidos, tanto os gálatas, como Paulo, e outras comunidades que puderam se beneficiar dos fatos bem solucionados, e até nós, nesses últimos dias, que temos um referencial de como se solucionam casos e tendências de alto risco.

h) No que aconteceu, vimos a mão de DEUS agindo por meio de Paulo. Importante é ressaltar que ele agiu de modo humilde, por isso não houve resistência suficiente para rechaçar seus argumentos que foram visivelmente bem duros e incisivos.

Nós vivemos em dias de dissidências, de iniciativas oficiais questionáveis, de mundanismo inundando a igreja, de práticas detestáveis que deixaria horrorizada Ellen G. White. E em muitos desses casos a tendência avança e nada oficialmente é feito. Parece que a lei do canalha está em vigor. Se é feita alguma coisa, ela é tão suave e lerda, que até Paulo ficaria impressionado e preocupado, e entraria logo em ação. E vê-se, em especial, muitos jovens se perdendo dentro da igreja, a olhos vistos, com pais apavorados sem saber o que fazer, pois, enfim, aos olhos de muitos líderes é melhor eles praticarem mundanismo dentro do que fora da igreja. E assim como atinge os jovens, não deixa de fora os adultos. Via de regra, me refiro a jovens porque sou professor dessa faixa etária, dos 20 anos em diante, quando concluem o curso de Administração. Tenho me preocupado intensamente com essa faixa etária. Vejo e sinto a apreensão deles na busca por vencer na vida. Como são receptivos a conselhos! Como desejam acertar! E como erram facilmente! Agora me refiro aos do mundo, então, imagine-se os da igreja. Como são presa fácil dos poderes que os querem controlar para interesses econômicos sedutores nada positivos. Quando nos intervalos das aulas, lá vem eles, para trocar ideias, e querem conhecimento seguro para seus empreendimentos. São poucas as vezes que posso ir ao banheiro ou sair da sala de aula. Eles vêm e querem falar e ouvir. Eles querem vencer, querem muitas vezes iniciar uma empresa, e fazem isso, têm ideias, são criativos, têm energia. Mas também lhes falta a experiência, e essa eles buscam onde puderem. Eles não querem errar, detestam errar, mas querem acertar desde a primeira tentativa em sua vida. Detestam errar, mas são tão vulneráveis! Como são carentes de mentes compreensíveis para lhes dar conselhos e repassar experiência! Como eles necessitam de Paulos, como este que estudamos, para lhes orientar, principalmente antes de cometerem erros às vezes destruidores da sua felicidade!

Um exemplo emocionante é o de uma moça, que tem uns 25 anos. Mora numa cidade pequena. Já controla em suas mãos quatro empresas de ramos diferentes. A última é o jornal da cidade. Ela é inteligente, e tem iniciativa. É uma líder. Frequentemente ela interfere nas aulas para inserir nos debates algo que possa ter proveito para os desafios que enfrenta, ou que surgiram naquele dia. Outros se agregam ao que ela expõe. E assim, a aula se enriquece, ela aprende muito, e outros também. Assim que vem o intervalo da aula noturna, lá vem ela, para continuar a troca de ideias, sempre com perguntas e relatos de elevado nível. Como é agradável lidar com jovens!

De minha parte, como me vejo pequeno diante da situação alarmante que se forma com a Nova Ordem Mundial e a Globalização, essa a principal ingrediente da Nova Ordem! E como faltam pessoas sinceras e sábias para interagir com esses jovens, da igreja ou de fora, onde possam se amparar para obter experiência! Enfim, como é difícil ser jovem hoje em dia. Lisonjeadores tem à vontade. Mas conselheiros sinceros e seguros, ao estilo de Paulo, bem poucos.

escrito entre 19 e 25/10/2011

revisado em 26/10/2011

corrigido por Jair Bezerra

O apelo pastoral de Paulo - Comentários da Lição 9

Lição 09 - 19 a 25 de novembro de 2011
(Comentários do irmão César Pagani)

VERSO EM DESTAQUE: “Amigos, imploro-lhes que sejam como eu sou; pois eu também me tornei como vocês.” (Gl 4:12)
As pessoas são incalculavelmente valiosas para Jesus. Embora Ele não ordene mimar ninguém e nem compactuar com fraquezas e pecados do povo, requer que Seus servos preguem a sã doutrina.

Temos um quadro exemplar da dupla face (não duas caras, entendamos bem) do zeloso líder: “Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina. Quanto aos homens idosos, [dize] que sejam temperantes, respeitáveis, sensatos, sadios na fé, no amor e na constância. Quanto às mulheres idosas, semelhantemente, [dize] que sejam sérias em seu proceder, não caluniadoras, não escravizadas a muito vinho; sejam mestras do bem, a fim de instruírem as jovens recém-casadas a amarem ao marido e a seus filhos, a serem sensatas, honestas, boas donas de casa, bondosas, sujeitas ao marido, para que a palavra de Deus não seja difamada. Quanto aos moços, de igual modo, exorta-os [incentiva-os] para que, em todas as coisas, sejam criteriosos. Torna-te, pessoalmente, padrão de boas obras. No ensino, mostra integridade, reverência, linguagem sadia e irrepreensível, para que o adversário seja envergonhado, não tendo indignidade nenhuma que dizer a nosso respeito.” (Tt 2:1-8)

E mais: “Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina.” (II Tm 4:2)

DOMINGO - O coração de Paulo

A linha de abordagem de Paulo no capítulo quatr0 abrange agora a expressão íntima do que ele sentia pelos gálatas, apesar da força da repreensão que lhes dirigira. Como imitador de Cristo que era, Paulo “levava desaforo para casa”. Sua magnanimidade atingira o ponto de chegar a possuir a virtude cristã do não-ressentimento.

Ele diz aos irmãos que, embora fosse uma alta autoridade na igreja, era como qualquer crente e não um orgulhoso pastor que mantém distância de suas ovelhas problemáticas.

A enfermidade – Não é indicado que tipo de enfermidade ele se refere ao citá-la em Gl 4:14. É de nosso conhecimento que Paulo tinha um problema oftalmológico crônico oriundo de seu encontro com o Cristo fulgurante na estrada de Damasco. Porém, é possível que outro tipo de doença o tenha acometido por causa do excessivo desgaste físico e mental. “As provações, as ansiedades que Paulo havia suportado despojaram-no de suas forças físicas. Assaltavam-no as enfermidades da idade avançada. Pressentia que estava a fazer sua última obra; e, abreviando-se o tempo de seu trabalho, seus esforços se tornaram mais intensos. Parecia não haver limite para o seu zelo. Resoluto no propósito, pronto nas ações, forte na fé, viajava de uma igreja a outra em muitas terras, e procurava por todos os meios ao seu alcance fortalecer as mãos dos crentes, para que pudessem efetuar um trabalho fiel na conquista de almas para Jesus, a fim de que, nos tempos probantes em que então se achavam mesmo a entrar, permanecessem firmes no evangelho, dando fiel testemunho de Cristo.” AA, 488.

A despeito de ter pregado o evangelho aos gálatas em condições enfermiças, ele não foi desprezado ou minimizado em seu ministério. Pelo contrário, os crentes gálatas ouviram Paulo pregar como se um anjo de Deus lhes estivesse falando (Gl 4:14) ou mesmo o próprio Jesus.

O apóstolo mostrou-se sensibilizado ao dizer que tinha certeza de que suas ovelhas daquela cidade o amavam. “Vocês teriam arrancado os próprios olhos para me dar.” (v 15) Essa declaração pode, talvez, indicar que a cegueira parcial de Paulo era a enfermidade referida.

Que mudança espantosa foi aquela que os heréticos judaizantes causaram e que esmagavam a alma do apóstolo?

Ao ler com pouca atenção certos textos de Paulo, muita gente imagina-o como um líder espiritual severo, crítico e frio. Nada mais longe da verdade! Ele não recuava um milímetro em questão de princípios, mas desdobrava-se em zelo e preocupação pelo destino eterno dos que haviam aceitado a Cristo mediante seus esforços.

Para tentar enfatizar ainda mais seu amor pelos gálatas, o grande evangelista usa a figura de uma parturiente em pleno trabalho de dar a luz. As lancinantes dores de parto representavam a ansiedade e o extremo esforço que Paulo fazia para ver Cristo formado neles (v. 19). Ele não se conformava com a ação dos judaizantes que estavam procurando “abortar” Cristo. Esses falsos ensinadores com seu evangelho espúrio queriam destruir o trabalho de Paulo e fascinar os crentes para que os seguissem e a suas heresias.

O amor pastoral do apóstolo não podia tolerar em hipótese alguma que isso acontecesse. Ele faria todas as tentativas possíveis para impedir a ruína de suas queridas ovelhas. Seu desejo incontido era estar presente à Galácia e dirigir-lhes palavras firmes e reprovadoras do pecado, porém ternas, afetuosas e empapadas do amor de Cristo (v. 20)

O coração de um pastor repleto do Espírito - “O coração deles [Paulo e Barnabé] estava cheio de fervente amor pelas almas a perecer. Como fiéis pastores na busca da ovelha perdida, não abrigavam o pensamento de facilidades ou conveniências próprias. Esquecidos de si mesmos, não fraquejavam quando cansados, famintos ou com frio. Eles tinham em vista um único objetivo - a salvação dos que vagueavam distantes do redil.” AA, 169.

O segredo do amoroso coração de Paulo era porque ele possuía, como bem o declarou em I Co 2:16, “a mente de Cristo” (e Seu coração também).

Compreendendo o cuidado de nossos pastores distritais

Não poucos membros da igreja “não querem nem saber” o que um pastor passa para apascentar as igrejas que lhes são confiadas (incluam-se os pastores dirigentes administrativos). Pensam que a vida do ministro é fácil, seu trabalho ricamente remunerado, que só passam o tempo preparando sermões e estudos bíblicos e rodam a semana inteira fazendo “passeios” por seu distrito em visitas meramente sociais.

Não digo que não haja pastores descomprometidos. Isso equivaleria a dizer que não há pecadores no ministério. “Há pecadores no pastorado. Não estão eles porfiando por entrar pela porta estreita. Deus não trabalha com eles, pois não pode suportar a presença do pecado.” TM, 145.

O Pr. Ermano Bassi dizia que “existem os profissionais do púlpito e os vocacionais do púlpito”. Porém, devemos honrar os ministros que se esfalfam e lutam com todas as suas forças e conhecimento para apresentar a Jesus uma igreja sem mácula, nem ruga, nem coisa alguma que contamine. Não nos esqueçamos que muitos, muitos mesmo, têm o “coração de Paulo”.

SEGUNDA  - O desafio da transformação

Imitadores do imitador do original – Essa é uma “pirataria” abençoada e o Proprietário dos direitos autorais faz questão de que milhares de milhares de cópias sejam feitas e espalhadas pelo mundo. Ao Paulo usar o substantivo grego mimetes, traduzido por imitadores, remete-nos a outro conceito que é o do mimetismo. O mimetismo é um recurso do reino animal através do qual muitas espécies se ajustam ao ambiente natural ou o imitam de tal forma, que os predadores não podem localizá-los. Quando o animal se sente ameaçado por ataques, ele utiliza a cor e a forma ambiental e disfarça-se. Veja o exemplo do inseto-folha ao lado.

Imitar a Cristo é revestir-se dEle e utilizar a cor e o ambiente do Céu para se proteger do astuto predador de almas. O arquiinimigo nada pode contra os que imitam a Jesus. Philips traduziu I Co 11:1 de forma muito enfática: “Copiem-me, meus irmãos, como eu copio o próprio Cristo.”

O alvo da transformação é reproduzir o caráter de Cristo. Como bem expressa o título de hoje, essa tarefa é um desafio; sim, e de longo termo. Podemos afirmar que essa é uma expressão alternativa de santificação. Santificação é imitar o Modelo que nos foi mostrado no Monte das Oliveiras (Getsêmani) e no Monte Calvário.

É curioso que Paulo, em Fp 3:17, recomendou que os crentes filipenses observassem a vida de outros crentes que seguiam esse grande pastor imitador de Cristo. Assim, segue-se que a abrangência da obra transformadora tem de ser congregacional. Não basta que um crente imite a Cristo e outro não. Esse é um princípio pelo qual todos nós precisamos ser dirigidos.

Para imitar, precisamos observar atentamente o modelo. Lembramo-nos do tempo em que estávamos na Escola de Belas-Artes. Nosso mestre de artes, o Prof. George Nasturel, grande artista romeno de fama internacional, dizia-nos para observar bem o modelo a desenhar. Ele nos ensinava como captar com mais exatidão os traços da figura exposta, comparando uns elementos com outros. Comparemo-nos com o caráter de Cristo e na poderosa influência do Espírito Santo, oremos para ser transformados segundo Ele.

Onde está o Modelo? - Cristo Jesus revelou-Se na Palavra de Deus desde a Queda. Ali vemos o Deus perdoador, pronto a resgatar, pronto a infundir fé e esperança, a tratar com bondade infinita os que erram; o Deus paciente, longânimo, tardio em iras e grande em beneficência e verdade. Vemos também o Deus justo e perfeito em Seus caminhos. O Espírito do Senhor torna eficaz a obra de imitação. “Sede perfeitos, como é perfeito vosso Pai que está no Céu.” Ou seja, imitem a Deus.

Processo de longo prazo - Paulo confessa em Fp 3:13, 14 que ainda não alcançara o máximo de perfeição ou a estatura completa de Cristo – em outros termos, a “imitação perfeita” de Cristo: “Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.”

A santa ambição do Modelo Perfeito - “Devem [os crentes] ter a ambição de ser excelentes em tudo que é útil, elevado e nobre. Contemplem eles a Cristo como o modelo segundo o qual devem ser moldados. A santa ambição que Ele revelou em Sua vida devem eles nutrir - a ambição de tornar o mundo melhor por eles nele terem vivido. Tal é a obra a que são chamados.” CBV, 398.

“Dominados pelo Espírito, eles viam a Cristo em seus irmãos. Só um interesse prevalecia. Um elemento de imitação absorveu todos os outros - ser semelhante a Cristo, fazer as obras de Cristo. O sincero fervor sentido era expresso por meio de afetuosa prestimosidade, palavras bondosas e ações altruístas. Todos se esforçavam para ver quem podia fazer o máximo pelo desenvolvimento do reino de Cristo.” E Recebereis Poder, 288.

TERÇA - Eu me tornei como vocês

Livre de todos? Escravo de todos? O que Paulo quer dizer ao usar ideias opostas? Primeiramente, o autor da epístola está afirmando sua condição de cidadão romano livre. Ele não era um escravo ligado a nenhum senhor. Seus direitos civis eram todos respeitados. Podia ir e vir, comprar e vender, expressar suas ideias, escrever suas opiniões, discutir, realizar todos os atos previstos nas leis sem sofrer qualquer agravo.

A “escravidão” de que Paulo fala é metafórica e retórica, para dar maior ênfase ao seu compromisso assumido com Cristo de ser o pregador dos gentios.

Judeu para com os judeus; sem lei para com os sem lei, fraco para com os fracos; tudo para com todos. Paulo contextualizava suas ações e pregações dependendo do grupo a que se dirigia. “Assim como também eu procuro, em tudo, ser agradável a todos, não buscando o meu próprio interesse, mas o de muitos, para que sejam salvos.” (I Co 10:33).

Talvez uma experiência ocorrida há muitos anos na Central Paulistana possa dar uma ideia da adaptabilidade do evangelista ao contexto cultural, social e étnico do campo evangelístico. Fazíamos parte do grupo de adventistas de origem judaica (Centro de Estudos Judaicos) voltados para o trabalho especial de pregar aos judeus. Como sabíamos que certas atitudes e termos cristãos poderiam bloquear o acesso aos de Israel, pusemos em ação um plano de comunicação contextualizado. Através dele substituíamos o “adventistês” por outros termos mais acessíveis. Ao falarmos do pastor da igreja, dizíamos o “moré” (ou professor); para o batismo, usávamos a palavra “mikvé” (banho ritual); Jesus era “Yeoshua ben Youseph” (Jesus, filho de José) ou “mashiach” (Messias); igreja era “beit knesset” ou lugar de reunião, “tanach” era a Bíblia, etc. Trabalhávamos a partir de pontos de fé comuns, evitando colisões e crenças polêmicas.

Hoje temos na Associação Paulistana duas unidades contextualizadas para evangelismo dos judeus e dos islâmicos: Comunidade Judaica e Comunidade Árabe.

Isso não quer dizer comprometimento de princípios ou camuflagem doutrinária. Continuamos mantendo nossa identidade, respeitando a cultura das pessoas com quem nos relacionamos. O Pr. João Cláudio Chaguri, em sua tese de mestrado, expôs com maestria como realizar um evangelismo contextualizado com os árabes. Mediante um plano sábio e cuidadoso, muitos fiéis do Islã se interessaram em aprender sobre “Isa”, Jesus. Na década de 70, o Pr. Benoni de Oliveira, de origem judaica, trabalhava dentro de um esquema apropriado para levar Cristo a seus compatriotas no Brasil.

Quando Hesselgrave afirma que contextualizar é tentar comunicar fielmente a mensagem da Palavra de Deus, de maneira significativa e aplicável nos distintos contextos, sejam culturais ou existenciais, ele expõe um desafio à Igreja de Cristo: comunicar o Evangelho de forma teologicamente fiel e ao mesmo tempo humanamente inteligível e relevante. E este talvez seja o maior desafio do estudo e compreensão quando tratamos da teologia da contextualização. Historicamente, a ausência de uma teologia bíblica de contextualização tem gerado duas consequências desastrosas no movimento missionário mundial: o sincretismo religioso e o nominalismo evangélico.

“O pastor não deve julgar que toda a verdade tem que ser apresentada aos incrédulos em toda e qualquer ocasião. Ele deve estudar com cuidado quando convém falar, o que dizer, e o que deixar de mencionar. Isso não é usar de engano; é trabalhar como Paulo fazia. ‘Porque, sendo livre para com todos,’ escreveu ele aos coríntios, ‘fiz-me servo de todos, para ganhar ainda mais. E fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivera debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei. Para os que estão sem lei, como se estivera sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei. Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para, por todos os meios, chegar a salvar alguns.’ I Co 9:19-22.

“Paulo não se aproximava dos judeus de maneira a despertar-lhes os preconceitos. Não lhes dizia, a princípio, que deviam crer em Jesus de Nazaré; mas insistia nas profecias que falavam de Cristo, Sua missão e obra. Levava seus ouvintes passo a passo, mostrando-lhes a importância de honrar a lei de Deus. Dava a devida honra à lei cerimonial, mostrando que fora Cristo que instituíra a ordem judaica e o serviço sacrifical. Levava-os, então, até ao primeiro advento do Redentor, e mostrava que, na vida e morte de Cristo, se havia cumprido tudo como estava especificado nesse serviço sacrifical.

“Dos gentios, Paulo se aproximava exaltando a Cristo e apresentando as exigências da lei. Mostrava como a luz refletida pela cruz do Calvário dava significação e glória a toda a ordem judaica.

“Assim variava o apóstolo sua maneira de trabalhar, adaptando sua mensagem às circunstâncias em que se achava.” OE, 117, 118.

QUARTA  - Naquele tempo e agora

A primeira incursão missionária de Paulo na Galácia (província romana situada mais ou menos onde está a Turquia hoje) custou muitos sacrifícios ao apóstolo. Em sua carta aos gálatas ele menciona uma enfermidade física (ponto que já abordamos no domingo).

Paulo considerava que sua condição na época era tal que ele poderia causar impacto negativo nos habitantes locais. Não sabemos se a enfermidade havia afetado sua aparência física, que é muito importante para um pregador. O fato é que os gálatas o receberam muito bem e o trataram com muita reverência (supomos que o apóstolo estaria com cerca de 60 anos de idade).

Os elementos postos na frase do verso 14 do capítulo 4 (“como anjo de Deus, como o próprio Cristo Jesus”) demonstram o profundo interesse nos sermões paulinos e em sua autoridade.

É-nos por vezes que impossível aceitar o fato de que os servos de Deus mais consagrados precisam sofrer tanto para realizar o trabalho divino. Jesus foi o maior de todos os sofredores. Seus primeiros apóstolos padeceram aflições, humilhações e até martírios. Por que Deus “não facilita” o ministério de Seus servos e permite que Satanás lhes faça implacável oposição?

Deus disse a Ananias antes de enviá-lo a consolar Saulo: “Vai, porque este é para Mim um instrumento escolhido para levar o Meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel; pois Eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo Meu nome.” (At 9:15, 16)

E Paulo, após muitas doridas experiências, declarou com alegria: “Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte.” (II Co 12:10) “Declarou o apóstolo: ‘Quando estou fraco, então, sou forte.’ II Co 12:10. Reconhecendo sua fraqueza, apegou-se, pela fé, a Jesus Cristo e Sua graça...” CES, 91.

Ele bem compreendia que Deus estava dirigindo totalmente sua vida e que os “açoites” que recebia resultavam em proveito espiritual e, maiormente, do evangelho.

“O fato de sermos chamados a suportar a prova mostra que o Senhor Jesus vê em nós alguma coisa de precioso que deseja desenvolver. Se nada visse em nós que pudesse glorificar Seu nome, não desperdiçaria tempo a depurar-nos. Não lança pedras sem valor na Sua fornalha. É o minério precioso que Ele depura. O ferreiro põe o ferro e aço no fogo, a fim de provar que qualidade de metais são. O Senhor permite que Seus eleitos sejam postos na fornalha da aflição para lhes provar a têmpera e ver se podem ser formados para a Sua obra.” CBV, 471.

Bem, mas o que queremos discutir agora é a mudança de procedimento dos gálatas, após a desastrosa visita dos judaizantes de Jerusalém. Havia mal velada indisposição dos antes admirados seguidores contra aquele que uma vez amaram e seguiram. Os ciumentos judeus professadamente cristãos não se conformavam com a eminência de Paulo entre os gentios, e almejavam destruir não apenas sua imagem e reputação, mas o puro evangelho que pregava. Conseguiram seu intento até certo ponto. Porém, o coração pastoral de Paulo não os odiava por isso. Tinha, sim, profunda compaixão por aquelas almas que lhe custaram tanto sofrimento e labor, agora desviadas por agentes do diabo infiltrados no ministério.

Se há algo que retalha um coração pastoral esse é o desvio de suas ovelhas. Pastorear congregações custa muito estresse, ansiedade, cuidados e trabalhos extras. O pior é quando o pastor encontra oposição sistemática entre os próprios companheiros de liderança e membros da comissão da igreja.

No texto a seguir podemos ter um exemplo do que estamos nos referindo na experiência do grande pregador Guilherme Müller: “Muitos pastores [das várias denominações] não aceitaram, eles próprios, a salvadora mensagem, e por vezes criavam obstáculo aos que a aceitavam. O sangue de almas repousa sobre eles. Pregadores e povo uniram-se na oposição à mensagem do Céu. Perseguiram Guilherme Miller e os que a ele se uniram no trabalho. Falsidades foram postas a circular para prejudicar-lhe a influência. Em diferentes ocasiões, depois de haver declarado com franqueza o conselho de Deus, aplicando cortantes verdades ao coração de seus ouvintes, grande ira ergueu-se contra ele e, ao deixar o local das reuniões, pessoas o seguiram para matá-lo. Não obstante, anjos de Deus foram enviados para lhe preservar a vida, retirando-o em segurança de entre a furiosa turba.” Spiritual Gifts, vol. 1, pág. 136.

Cabe muito bem em nossos dias a exortação encontrada em Hb 13:17: “Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros.”

QUIN TA  - Falando a verdade

“Tenho-me, pois, tornado vosso inimigo, porque vos disse a verdade?” (Gl 4:16 – Tradução Brasileira)

“Jura dizer a verdade, somente a verdade e nada mais que a verdade?” Este é o juramento lapidar apresentado a testemunhas, depoentes e réus perante as cortes de justiça dos EUA, com a mão direita posta sobre a Bíblia e a esquerda erguida para os céus.

É exatamente isso que exige o nono mandamento da Lei do Senhor: “Não dirás falso testemunho” ou “Não dirás mentiras ou a mínima coisa que fuja da verdade absoluta estabelecida pela justiça divina.”

O pregador cristão tem de sempre dizer a verdade, pois ele é representante de Cristo, a própria Verdade. Aristóteles disse certa vez de sua amizade por Platão: “Platão é meu amigo, mas a verdade é mais minha amiga.”

Se a verdade deve ser dita aos inimigos, que se dirá dos amigos? Paulo, o denodado pastor de almas, disse aos gálatas a pura verdade para despertá-los do torpor espiritual em que as mentiras dos judaizantes os lançaram. “Insensatos gálatas!...” não é nada agradável de se ouvir sendo um gálata. Mas, não era a verdade? Não haviam eles cometido loucura ao desviar-se rapidamente da verdade do Cristo crucificado e ressurreto para os formais judaicos?

“Que luz há na Palavra! Em Isaías lemos: ‘Clama em alta voz, não te detenhas, levanta a voz como a trombeta e anuncia ao Meu povo a sua transgressão.’ Is 58:1. Essa é a obra que devemos fazer. Notai a expressão: ‘Meu povo.’ Por que haveria o profeta de dizer ‘Meu povo’? Eles não estavam andando segundo a luz da verdade, mas Deus desejava salvá-los dos seus pecados. A verdade devia ser-lhes novamente levada em sua simplicidade.” BS, 77.

Quando o povo de Deus se desvia dos mandamentos e segue as normas e costumes do mundo, os atalaias do púlpito precisam “anunciar ao Meu povo a sua transgressão”. É uma impostergável injunção ou ordem divina: “Mas tu lhes dirás as minhas palavras, quer ouçam quer deixem de ouvir.” (Ez 2:7)

Por amor aos gálatas Paulo viu-se impelido a sacudi-los de sua apostasia. Pv 27:5 diz: “Melhor é a repreensão franca do que o amor encoberto.”

Não é dever agradável ao profeta, ao pregador, ao pastor, ter de repreender alguém do povo de Deus ou mesmo congregações inteiras.

Paulo, por acaso, foi inimigo de Pedro quando o repreendeu na cara por dissimular seu comportamento perante os judeus de Jerusalém, escandalizando os gentios de Antioquia? Pedro foi grato a Paulo por dizer-lhe francamente a verdade. Em sua segunda carta, capítulo três, verso 15, ele o chama “amado irmão Paulo”.

Mas a verdade deve ser dita no espírito de Cristo. “De todos os povos da Terra, deviam ser os reformadores os mais abnegados, os mais bondosos, os mais corteses. Dever-se-ia ver em seus atos a verdadeira bondade dos atos desinteressados. O obreiro que manifesta falta de cortesia, que mostra impaciência ante a ignorância dos outros ou por se acharem extraviados, que fala bruscamente ou procede sem reflexão, pode cerrar a porta de corações por tal maneira que nunca mais lhes seja dado conquistá-los. Como o orvalho e a chuva branda caem nas ressequidas plantas, assim deixai cair suavemente as palavras quando procurais desviar os homens de seus erros. O plano de Deus é conquistar primeiro o coração. Devemos falar a verdade com amor, confiando nEle quanto ao poder para a reforma da vida. O Espírito Santo aplicará ao coração a palavra proferida com amor.” CBV, 157.

Mais adiante, no curso de sua exposição registrada no capítulo 4, Paulo acusa os judaizantes de hipocrisia estudada, visando a desviar os gálatas de seu verdadeiro pastor. Era-lhe penoso não poder combater os deturpadores da verdade com seus cortantes argumentos bíblicos. Não para derrotá-los e envergonhá-los, mas para convertê-los e levá-los a pensar melhor na oportunidade que estavam perdendo de não pregar Cristo e Esse crucificado.

Ele ansiava estar pessoalmente na Galácia para falar em suaves tons de amor mesmo as verdades mais probantes. Sabia que as cartas, mesmo inspiradas e por mais bem escritas que sejam, não podem apresentar inflexões, tonalidades de reais sentimentos e mais doçura do que frases de amor ditas face a face, inda que fossem repreensivas.

Conselho final – “Falai como Ele falaria, agi como Ele haveria de agir. Revelai constantemente a doçura de Seu caráter. Manifestai aquela opulência de amor que se acha na base de todos os Seus ensinos e de todo o Seu trato com os homens. Os mais humildes obreiros, em cooperação com Cristo, podem tocar cordas cujas vibrações ressoarão até aos extremos da Terra, e ecoarão harmoniosamente através dos séculos eternos.” CBV, 159.

De Escravos a Herdeiros - Comentários da Lição 8

Lição 08 - 12 a 18 de novembro de 2011
(Comentários do irmão César Pagani)


VERSO EM DESTAQUE: “Assim que já não és mais servo, mas filho; e, se um filho, em seguida, uma herdeiro de Deus por Cristo.” Gl 4:7 – Webster.

É maravilhosa a maneira enfática como as Escrituras tratam, mediante imagens, figuras e metáforas, de ensinar sobre a perniciosidade do pecado. Paulo usa a lamentável situação da escravatura para mostrar que o pecado é um detestável e cruel “senhor de engenho”, poderoso para reter homens e mulheres em sua fazenda de horrores.

Não há senão dois senhores neste mundo: Deus ou Satanás. Ou servimos a um, ou servimos a outro. Não dá para “fazer política” entre os dois reinados. Não pode haver acordos, tréguas, armistícios, fusões ou coligações.

Eis a situação natural do homem: “Sou carnal, vendido à escravidão do pecado.” (Rm 7:14) Carne ou velha natureza e pecado são xifópagos, isto é, tem seus corpos ligados.

O que fez Jesus? “Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também Ele, igualmente, participou, para que por sua morte destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida.” (Hb 2:14, 15)

Visto ser a morte o aguilhão do pecado, Cristo destruiu ambos e rompeu os grilhões da iniquidade. Deu-nos a opção da pureza, santidade, justiça e vida eterna.

Na partilha dos “bens” do maligno, seus filhos herdarão a morte eterna cremados no lago de fogo e enxofre. Mas os justos herdarão a Terra, porque são co-herdeiros com Cristo e herdeiros de Deus. E o que os filhos de Deus herdam? O bem mais precioso não é a vida eterna, mas a vida de Cristo em nós. Quando pudermos dizer: “Vivo, não mais eu...” já estaremos antecipadamente na posse da maior de todas as heranças.

Há uma história que conta de um rei que estava realizando caçadas num bosque. Subitamente encontrou um menino cego e órfão que vivia perdido entre as árvores, e mais parecendo um animal selvagem do que gente.

O soberano ficou compadecido do menino e o adotou como filho, levando-o a viver no palácio. Transmitiu-lhe todo o conhecimento possível e transformou-o em príncipe herdeiro de seu reino. Quando o jovem completou 21 anos de idade contratou os serviços de um oftalmologista famoso e a visão do rapaz foi restituída.

O jovem ficou encantado com as cores e a magnificência do palácio. Antes ele pouco percebia, mas agora podia ter percepções visuais esplendorosas da corte. Até a morte de seu pai passou ele por rigoroso preparo para ser o monarca sucessor. Que transformação!

Jesus Cristo é o Rei de todos os reis que nos encontrou vivendo como bestas-feras na escuridão deste mundo abjeto. Éramos desgraçados, miseráveis, pobres, cegos e nus. Lavou-nos com Seu sangue purificador e curador, cobriu-nos com Seu manto real de justiça e nos proclamou herdeiros do Universo.

DOMINGO - Nossa condição em Cristo (Gl. 3:26-29)

“Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus; porque todos quantos fostes batizados em Cristo de Cristo vos revestistes. Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa.” (Gl 3:26-29)

Primeiro privilégio – Somos filhos de Deus. Não simplesmente criaturas de Deus, mas membros de Sua família dotados de poder para a justiça (ver Jo 1:12). Nessa maravilhosa condição, são guiados pelo Santo Espírito do Senhor (Rm 8:14). Como filhos, na ressurreição, teremos corpo semelhante ao de Cristo Jesus (I Jo 3:2)

Segundo privilégio – “Revestidos de Cristo”. A expressão paulina é o mesmo que dizer “revestidos da justiça de Cristo”, isto é, justificados perante Deus, Sua Santa Lei e todo o Universo. Revestidos também de poder do Espírito Santo e prontos a testemunhar: “Se nos achamos revestidos da justiça de Cristo, e cheios da alegria proveniente da habitação de Seu Espírito em nós, não nos será possível calar-nos. Se provamos e vimos que o Senhor é bom, teremos alguma coisa a dizer.” CC, 78. “Podemos ser fortes no Senhor e na força do Seu poder. Recebendo a Cristo, somos revestidos do Seu poder. Ao habitar Cristo em nós, Sua força vem a ser nossa. Sua verdade será vista em nós abundantemente. Nenhuma injustiça é vista na vida. Poderemos falar palavras oportunas aos que não conhecem a verdade. A presença de Cristo no coração é um poder vitalizante que fortalece o ser todo.” CSS, 253. Esse estado antecede outro revestimento – o eterno: a posse da habitação celestial ou corpo glorioso, imortal, incorruptível (II Co 5: 2, 4).

Terceiro privilégio – Unidade em Cristo. Somos membros integrantes do corpo místico de Cristo, Sua igreja. Essa é mais do que uma declaração retórica. O corpo trabalha holisticamente, isto é, em diversidade unificada promovendo a vida. Todos os que estão em Cristo formam um organismo complexo. São unidos e interligados em doutrina, procedimento, missão, louvor, adoração e testemunho. Essa união atrai o maior poder do Universo e conclama o exército angelical para trabalhar junto: “Somente enquanto estivessem unidos com Cristo podiam os discípulos esperar possuir o poder acompanhante do Espírito Santo e a cooperação dos anjos do Céu.” AA, 90.

“A união dos crentes com Cristo terá como resultado natural a união de uns com os outros, união cujo vínculo é o mais duradouro sobre a Terra. Somos um em Cristo, como Cristo é Um com o Pai. Os cristãos são ramos, apenas ramos, na Videira viva. Um ramo não deve tirar o seu sustento de outro ramo.” CSE, 77.

Quarto privilégio – Descendência de Abraão. Seja você de origem judaica ou não, recebe por meio de Cristo a mesma promessa feita ao grande patriarca. Sua progênie ou descendência herdará a terra. São herdeiros não apenas desta Terra quando for renovada por Deus em um novo gênesis. Mas também do Universo , pois tem como Pai o mesmo progenitor celeste de Abraão. Note que a herança é dupla. “Cabe a nós o decidir se ele [o maligno] terá domínio sobre nosso coração e mente, ou se havemos de alcançar um lugar na nova Terra, um título à herança de Abraão.” MJ, 105.

O batismo em Cristo, é bom esclarecer, não se constitui tão-somente de uma cerimônia pública realizada no batistério da igreja. Assim como o batizando é imerso totalmente nas águas, o batizando em Cristo submerge totalmente no Senhor. Quando isso ocorre ele faz coro com Paulo ao dizer que não vive mais, porém, Cristo, que o imergiu em Si mesmo, vive nele.

Romanos 6:3 adverte: “Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte?”

“Batizados em Sua morte” –“Todos quantos fomos batizados em Cristo Jesus, fomos batizados na Sua morte...” O que significa ser batizados em Sua morte? Verso 10: ‘Pois, quanto a ter morrido, de uma vez para sempre morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus.’ Morreu para o pecado, não pelo Seu, pois não tinha nenhum, mas ‘carregando Ele mesmo em Seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados.’ (I Pe 2:24). ‘Mas Ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades...’ (Is 53:5). Em Sua morte, o pecado morreu; por conseguinte, se somos batizados em Sua morte, também morremos para o pecado.” Waggoner.

Albert Barnes, um dos comentaristas preferidos de Ellen G. White, escreveu: “O ato do batismo denota dedicação ao serviço de Cristo, em cujo nome fomos batizados. Um de nossos deveres é dedicar-nos ou consagrar-nos ao serviço de Cristo. Assim (I Co 10:2) é dito dos israelitas terem sido ‘batizados em Moisés na nuvem e no mar’, isto é, eles se tornaram consagrados, dedicados ou ligados a ele como seu líder e legislador. Ao argumentar conosco o apóstolo está evidentemente julgando que fomos solenemente consagrados pelo batismo ao serviço de Cristo; e que pecar é, portanto, uma violação da verdadeira natureza de nossa profissão cristã.”

SEGUNDA - Presos a princípios rudimentares

Paulo faz um paralelo entre o direito civil da época e a salvação em Cristo. Primeiramente ele define os limites jurídicos do herdeiro: sua posse de bens é apenas potencial. Sua menoridade o impede de dispor de qualquer bem que pertença ao pai. No Código Civil Brasileiro, cap. I, artigo 5, diz que “a menoridade cessa aos dezoito anos completos”. Nos tempos de Paulo, a emancipação do herdeiro era determinada pelo pai (Gl 4:2), que era o primeiro gestor da herança ou proprietário total.

Em caso de falecimento do pai ou por manifestação volitiva (de sua vontade), eram nomeados tutores (epitropos - que detinham a guarda pessoal da criança) e curadores (oikonomos) ou gerentes dos bens pessoais, inclusive dinheiro.

O caso do filho pródigo, que quis e recebeu a herança ainda em vida, é uma exceção. Unicamente o consentimento de seu pai é que lhe permitiu entrar “na bolada”.

Ora, o papel dos tutores e curadores era temporário (“até o tempo predeterminado pelo pai”). Eles apenas, como mordomos, administravam os bens e cuidavam da educação e desenvolvimento da criança. Não podiam dispor das propriedades.

 “Assim também”

Da mesma forma ocorreu com a raça decaída. Na plenitude dos tempos, isto é, no momento mais apropriado para o plano da salvação, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher, ou humanizado. "’Vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho.’ A Providência havia dirigido os movimentos das nações, e a onda do impulso e influência humanos, até que o mundo se achasse maduro para a vinda do Libertador. As nações estavam unidas sob o mesmo governo. Falava-se vastamente uma língua, a qual era por toda parte reconhecida como a língua da literatura. De todas as terras os judeus da dispersão reuniam-se em Jerusalém para as festas anuais. Ao voltarem para os lugares de sua peregrinação, podiam espalhar por todo o mundo as novas da vinda do Messias.” DTN, 32.

“Nascido sob a lei...” a Lei de Moisés. Foi circuncidado ao oitavo dia; fez seu bar-mitzvah (filho dos mandamentos - aos 12 anos) cumpriu todas as obrigações da lei mosaica celebrando páscoas, pentecostes, festa dos tabernáculos, festa das primícias, até cravá-las na cruz.

A menoridade espiritual de que Paulo fala no verso 3, quando havia sujeição aos “rudimentos do mundo”, ou seja, aos princípios elementares da vida.

Mas em Cristo recebemos a adoção de filhos. E, como filhos, herdeiros do Pai. A primeira grande herança que recebemos foi a dotação do Espírito Santo para que esteja conosco e em nós. EGW diz que no dom do Espírito vêm todas as outras bênçãos. “Cristo é capaz de levantar os maiores pecadores, colocando-os no estado em que serão reconhecidos como filhos de Deus, herdeiros com Cristo da herança imortal.” CBV, 169.

A vida de fé é evolutiva. As alturas a atingir são cada vez maiores. Os rudimentos da fé, os elementos basilares da vida espiritual, servem-nos de plataforma para alcançar a estatura plena de homens e mulheres em Cristo Jesus. Anões espirituais são aqueles que estão na igreja, mas não progridem na piedade prática ou reprodução dos caracteres de Cristo na alma.

Os crentes coríntios são um exemplo do que estamos nos referindo: “Muitos dos crentes coríntios haviam sido tardos em aprender as lições que ele procurava lhes ensinar. Seu progresso no conhecimento espiritual não havia sido proporcional a seus privilégios e oportunidades. Quando deviam estar muito adiantados na experiência cristã, e capazes de compreender e praticar as profundas verdades da Palavra, ainda estavam onde estiveram os discípulos quando Cristo lhes dissera: ‘Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora.’ Jo 16:12.” AA, 271.

“Devemos fazer tudo que pudermos de nossa parte para combater o bom combate da fé. Devemos lutar, labutar e esforçar-nos por entrar pela porta estreita. Sempre devemos pôr o Senhor diante de nós. Com mãos limpas, com coração puro, temos de procurar honrar a Deus em todos os nossos caminhos. Foi-nos provido auxílio nAquele que é poderoso para salvar. O espírito de verdade e luz nos vivificará e renovará por suas misteriosas atuações; pois todo o nosso progresso espiritual vem de Deus, e não de nós mesmos. O verdadeiro obreiro terá poder divino para ajudá-lo, mas o ocioso não será sustentado pelo Espírito de Deus.” FO, 48.

TERÇA - “Deus enviou Seu Filho” (Gl 4:4)

Deus enviou Seu Filho, Deus deu Seu Filho Unigênito. Como já foi mencionado anteriormente, no tempo mais oportuno para a fundação do cristianismo, de acordo com a profecia das 70 semanas de anos, Jesus veio viver com os homens.

Não O enviou o Pai para julgar o mundo, se bem que esse já merecesse juízo final por causa de seus acumulados pecados. O propósito do Pai era salvar a todos. “Porquanto Deus enviou o Seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele.” (Jo 3:17) O Deus Onipotente entrou na história humana em carne e osso. Jesus veio revelar o amor e a glória de Deus, Seu caráter, os bons propósitos divinos acerca de nossa raça, desmascarar o maligno e seus embustes; veio engrandecer a Lei e torná-la gloriosa; veio organizar a Igreja dos últimos dias para que desse continuidade ao Evangelho Eterno. Veio trazer dons à Igreja, principalmente o Espírito Santo, que passaria a trabalhar com muito maior poder, por causa da brevidade do tempo.

Nosso Senhor veio para ser o Cordeiro Sacrificial, derramar Seu sangue precioso e com Ele entrar à presença do Pai a fim de ser nosso Sumo Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque. “Agora, com efeito, obteve Jesus ministério tanto mais excelente, quanto é ele também Mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas.” (Hb 8:6)

Ele não estaria habilitado a ser o Grande Sumo Sacerdote, caso não se tornasse o Cordeiro. “O sacrifício foi efetuado e completado na cruz, assim como as vítimas eram imoladas no pátio exterior. Mas era por meio do sangue dessas vítimas que o sumo sacerdote possuía autoridade para entrar no Lugar Santíssimo e, depois de entrar ali, ele precisava aspergir o sangue ainda quente, apresentando assim o sacrifício a Deus. Semelhantemente, Cristo precisava entrar num santuário a fim de apresentar o sacrifício efetuado no Calvário.” (The Epistle to the Hebrews, p. 135, by Dr. Thomas Charles Edwards). O sangue de Cristo derramado na cruz ratificou o concerto eterno feito por Deus desde antes da fundação do mundo em favor do homem.

O resgate dos que estavam debaixo da Lei (sua condenação inapelável) foi efetuado com muitas dores, renúncia, sacrifício, humilhação, rejeição e ferrenhas batalhas contra o poderoso inimigo. Como resultado, por Sua justiça obtida pela guarda impecável da Lei, Jesus pode atribuir-nos Seus méritos completos. Quem é de Cristo e movido pelo Espírito, não tem nenhuma lei contra si (ver Gl 5:23)

“Ele Se fez pecado por nós” – O que quer essa frase bíblica dizer? “Em Cristo não havia pecado. Mas Deus colocou sobre Cristo a culpa dos nossos pecados para que nós, em união com ele, vivamos de acordo com a vontade de Deus.” (II Co 5:21 – NTLH)

“Desde o pecado de Adão, estivera a raça humana cortada da direta comunhão com Deus; a comunicação entre o Céu e a Terra fizera-se por meio de Cristo; mas agora, que Jesus viera ‘em semelhança da carne do pecado’ (Rm 8:3), o próprio Pai falou. Antes, comunicara-Se com a humanidade por intermédio de Cristo; fazia-o agora em Cristo. Satanás esperara que, devido ao aborrecimento de Deus pelo pecado, se daria eterna separação entre o Céu e a Terra. Era, no entanto, agora manifesto que a ligação entre Deus e o homem fora restaurada.” DTN, 116.

“Cristo é um Salvador ressurreto; pois, conquanto estivesse morto, ressuscitou, vivendo sempre para fazer intercessão por nós. Devemos crer com o coração para justiça, e com a boca fazer confissão para salvação. Os que são justificados pela fé, confessarão a Cristo. ‘Quem ouve a Minha palavra, e crê nAquele que Me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.’ Jo 5:24. A grande obra operada em prol do pecador, impuro e maculado pelo mal, é a obra da justificação. Por Ele, que fala a verdade, é o pecador declarado justo. O Senhor imputa ao crente a justiça de Cristo e perante o Universo o pronuncia justo. Transfere os seus pecados para Jesus, o representante, substituto e penhor do pecador. Sobre Cristo coloca Ele a iniquidade de toda alma que crê. ‘Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nEle fôssemos feitos justiça de Deus.’ II Co 5:21.” ME1, 392.

"’Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus.’ Fp 2:5. Pela conversão e transformação devem os homens receber os sentimentos de Cristo. Cada qual deve permanecer diante de Deus com sua fé individual, sua individual experiência, sabendo por si mesmo que Cristo, a esperança da glória, está formado no íntimo.” MCP2, 428.

QUARTA - Os privilégios da adoção (Gl 4:5-7)

Os filhos adotados são os filhos do coração. O útero conceptivo transfere-se para o útero da alma dos pais.

No primeiro século de nossa era, o pai que não tinha filhos adotava uma criança para perpetuar o seu nome e ser futuro possuidor de suas propriedades e bens.

Podemos dizer que fomos gerados e criados no coração de Deus muito antes de existirmos. Mas, ao virmos para luz neste mundo, já éramos “vendidos sob pecado” e não mais filhos de Deus, a despeito de ainda sermos Suas criaturas humanas. O pecado nos vendeu ao maligno, assim como José foi vendido por seus irmãos aos mercadores ismaelitas. Fomos comercializados pela mordida e degustação do fruto proibido. A c0rrente de males daí oriunda foi crescendo a tal ponto que o Senhor viu-Se obrigado a destruir a geração antediluviana sob as poderosas águas de Sua ira.

Mas o plano da salvação incluía o poder de recompra. Sim! O preço era incalculável, mas o Senhor se dispôs a pagá-lo. Primeiro foi necessária a encarnação (primeira fase da reaquisição); depois, a vida perfeita, inculpável, impecável, justíssima de nosso Substituto; em terceiro lugar, Sua morte redentora; em quarto lugar, Sua vida intercessora junto ao Pai.

A adoção de filhos somente foi possível depois desses quatro atos de reintegração de posse.

O atestado de adoção é dado com firma reconhecida do Espírito Santo. Deus enviou aos nossos corações o Espírito de Seu Filho, comprovando que concordou com a adoção.

Adoção é sinônimo de aceitação. A rigor, fomos adotados ou aceitos antes de cairmos. Isso é paradoxal! Mas, leiamos Ef 1:4, 5: “Assim como nos escolheu nEle antes da fundação do mundo [antes do pecado, portanto], para sermos santos e irrepreensíveis perante Ele; e em amor nos predestinou para Ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de Sua vontade.”

A intencionalidade amorosa de Deus vai muito além de nossa humana compreensão. Antes de cair estávamos predestinados ou destinados por Deus para a glória eterna. Que providência!!!

A adoção tornou-nos livres, conforme a lição nos expõe, de quatro escravagismos: 1) livres do poder do diabo e de seus enganos; 2) livres da morte eterna; 3) livres do poder do pecado que domina nossa natureza decaída e; 4) livres da condenação da Lei. Não estamos incursos nas penas previstas nos dez artigos da Lei divina.

“Herdeiro” (Gl 4:7) – Paulo usa o substantivo kleronomos, que significa que graças ao Messias, recebemos a herança que a Ele pertence por direito de filiação.

Como herdeiros da mais completa fortuna do Universo, temos direito a seguranças particulares. Sim, e poderosíssimos seguranças: “Anjos de Deus, excelentes em poder, são enviados para ministrar aos herdeiros da salvação. Estes anjos, ao perceberem que estamos fazendo o último esforço possível para sermos vencedores, realizarão a sua parte e sua luz brilhará em torno de nós, dissipando a influência dos anjos maus que nos rodeiam. Criarão uma fortificação semelhante a muros de fogo à nossa volta.” Review and Herald, 19 de abril de 1870.

Os mais vis pecadores podem alcançar a condição de herdeiros: “Cristo é capaz de levantar os maiores pecadores, colocando-os no estado em que serão reconhecidos como filhos de Deus, herdeiros com Cristo da herança imortal.” CBV, 169.

A segunda fase da adoção de filhos é a redenção de nosso corpo (ver Rm 8:23)

Não somente nós seremos transformados, mas também o planeta em que vivemos, porque nossa adoção eterna resultará em novos céus e nova Terra. Tudo estará livre da maldição do pecado. O Espírito Santo é o penhor ou hipoteca desse direito hereditário.

“O Espírito nos sela como herdeiros “para o dia da redenção” (Ef 4:30). Ele é para nós a Testemunha de que somos filhos de Deus, embora o mundo não aceite Sua testificação. O mundo não conhece os filhos de Deus. Porém, quando se revelar a glória que Ele nos tem dado, e nossos corpos forem redimidos da destruição e brilharem à semelhança do corpo glorioso de Cristo, não haverá qualquer dúvida na mente de ninguém. Até o próprio Satanás ver-se-á obrigado a reconhecer que somos filhos de Deus e, por conseguinte, herdeiros legítimos da Terra glorificada.” Comments to the Epistle to the Romans, pp. 123, 124.

QUIN TA - Por que retornarmos à escravidão? (Gl 4:8-20)

Lei do Ventre Livre, Lei dos Sexagenários, Lei Áurea – o que esses títulos legais lembram a você?

Uma pitada de História do Brasil: A partir da metade do século XIX a escravidão no Brasil passou a ser contestada pela Inglaterra. Interessada em ampliar seu mercado consumidor no Brasil e no mundo, o Parlamento Inglês aprovou a Lei Bill Aberdeen (1845), que proibia o tráfico de escravos, dando o poder aos ingleses de abordarem e aprisionarem navios de países que faziam esta prática.

Em 1850, o Brasil cedeu às pressões inglesas e aprovou a Lei Eusébio de Queiróz que acabou com o tráfico negreiro. Em 28 de setembro de 1871 era aprovada a Lei do Ventre Livre que dava liberdade aos filhos de escravos nascidos a partir daquela data. E no ano de 1885 era promulgada a Lei dos Sexagenários que garantia liberdade aos escravos com mais de 60 anos de idade.

Somente no final do século XIX é que a escravidão foi mundialmente proibida. Aqui no Brasil, sua abolição se deu em 13 de maio de 1888 com a promulgação da Lei Áurea, feita pela Princesa Isabel.

Pois bem. Será que os escravos libertos, depois de se sentirem pela primeira vez donos de sua vontade e com capacidade de decisão, gostariam de voltar a viver como animais nas senzalas, trabalhando 12 horas sem parar, e como compôs o Pr. Willians Costa Jr., “comendo miséria para não morrer”? Quem deles diria: “Eu gostava mais de minha vida escrava do que desta de homem livre”?

Paulo argumenta que se depois de os gálatas haverem recebido a sã doutrina do evangelho bendito de Cristo, eles adotassem as práticas da escravatura, voltariam a estar debaixo do controle do ultratirânico senhor chamado pecado, por sua própria opção. Os rudimentos do mundo são escravizantes porque procedem de Satanás e levam com certeza à ruína eterna.

O desconhecimento de Deus é a mais marcante característica da escravidão do maligno. Os homens rendem-se a falsos deuses de sua própria imaginação. Vivem sem uma lei protetora, justa, defensora dos plenos direitos humanos. A vontade do déspota e a flutuação ciclotímica (instabilidade) de seu humor são o regulamento que prevalece.

É bom observar que o apóstolo busca admoestar os gálatas que passaram do evangelho para o judaísmo ritual, retrocedendo e praticando idolatria. Como? Sim! Se eles adotassem as práticas judaicas abolidas por Cristo na cruz, estariam adorando falsos deuses tão certamente como os gentios do mundo greco-romano se curvavam ante Zeus ou Júpiter, Diana, Hera, Poseidon, Afrodite e outros.

“Sem o processo transformador que só pode advir através do divino poder, as propensões originais para o pecado permanecem no coração com toda a sua força, para forjar novas cadeias, para impor uma escravidão que nunca pode ser desfeita pela capacidade humana.” Review and Herald, 19 de agosto de 1890.

Escravatura hoje?

Amor ao mundo é escravidão, embora se disfarce como liberdade plena. É como o presidiário que sai para tomar sol no pátio da penitenciária. Ele pode ter alguma sensação de liberdade, porém, ela se desvanece ao voltar para a mal iluminada cela.

A escravatura do apetite - “A glutonaria é o pecado prevalecente neste século. O lascivo apetite torna homens e mulheres escravos, obscurecendo-lhes o intelecto e diminuindo-lhes a sensibilidade moral a tal ponto que as sagradas e elevadas verdades da Palavra de Deus não são apreciadas. As inclinações inferiores têm dominado homens e mulheres.” CSRA, 32. A quem a Sra. White está se referindo neste texto? Aos de fora ou aos de dentro?

A escravatura do formalismo – Muitos se acham tão apegados às rotinas religiosas que se tornaram escravos do formalismo. A piedade prática lhes é coisa totalmente desconhecida.

A escravatura do sensualismo – Mesmo nos intramuros de Israel muitos homens e mulheres são servos do sensualismo, dando livre curso às suas paixões.

A escravatura da indolência espiritual - “Longamente tem Deus esperado que o espírito de serviço se apodere de toda a igreja, de maneira que cada um trabalhe para Ele segundo sua habilidade. Quando os membros da igreja de Deus fizerem a obra que lhes é indicada nos necessitados campos nacionais e estrangeiros, em cumprimento da comissão evangélica, todo o mundo será logo advertido, e o Senhor Jesus retornará à Terra com poder e grande glória. "E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim." Mat. 24:14.

Tente identificar outras facetas da escravatura que envolve aqueles que não estão se preparando para os acontecimentos finais.

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