Lição 11 - Comentários de Sikberto R. Marks

Lições da Escola Sabatina Mundial – Estudos do Quarto Trimestre de 2011
Tema geral do trimestre: O evangelho em Gálatas
Estudo nº 11 – Liberdade em CRISTO
Semana de 03 a 10 de dezembro
Comentário auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular no curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ (Ijuí - RS)
Este comentário é meramente complementar ao estudo da lição original
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Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil

Verso para memorizar: “Irmãos, vocês foram chamados para a liberdade. Mas não use a liberdade para dar ocasião à vontade da carne; ao contrário, sirvam uns aos outros mediante o amor” (Gál. 5:13, NVI).

Introdução de sábado à tarde


O que é liberdade? Pode-se dizer, que é a isenção de todas as restrições, exceto as que existem pelos direitos dos outros. A pessoa não está sujeita ao controle arbitrário de outra pessoa. Direito de exercer livremente a sua vontade.

Aqui na Terra, para haver liberdade, tem que haver certas restrições. Elas são neces-sárias para que as pessoas não abusem da liberdade. Vamos a um exemplo. Sobre o barulho. Todos tem o direito de não serem importunados com barulho, mas, o mundo é cada vez mais barulhento. Não são respeitadas as leis e os decibéis estabelecidos como nível máximo. Isso desde aeroportos, construções, caminhões de lixo, som de automóveis, igrejas, boates, e assim vai. Portanto, no nosso planeta, a liberdade tem que ser regulamentada, e tem que ter quem fiscalize e com suficiente poder, impeça o descumprimento das leis.

Não é assim no Céu. Não sabemos bem como é lá, mas alguma coisa se pode dedu-zir. Pode ser curioso, mas lá a liberdade é perfeita, isto é, total. Não há prescrições de coisas que não se devem fazer, como foi no Jardim do Éden, sobre o fruto que não deveriam comer. Talvez se possa dizer que o Reino de DEUS, onde haja perfeição, todos podem fazer tudo o que desejam. Creio que isso seja aceitável. E é bem simples a explicação de tal idéia. Nesse reino, a Lei de DEUS, aqui em forma de Dez Mandamentos, se resume numa única palavra: amor. Correto é dizer, amor no coração, ou seja, no caráter.

O exemplo é JESUS. Ele, enquanto homem, amou tanto que jamais teve alguma intenção, nem mínima, de fazer algo que prejudicasse outra pessoa. Só Lhe ocorriam pensamentos construtivos.

Na perfeição, todos os seres criados e DEUS também, tem pensamentos bons para com os outros, embora tenham o direito de ter outro tipo de pensamento, como foi com Lúcifer. A partir da solução da grande questão do pecado, conduzido pela sabedoria infinita de DEUS, essa solução será tão bem conduzidas que jamais outra vez se levantará o mal (Naum 1:9). Portanto, quase se pode dizer que depois do milênio, quando tudo aqui nessa Terra for restabelecido, os seres criados serão ainda mais livres que antes da queda de Lúcifer. Isso porque sabem que nunca mais o Universo passará pela experiência que estamos vivenciando.

Então sim, poderemos fazer tudo o que for de nossa vontade. E tudo o que de-sejarmos fazer, virá de um caráter perfeito que tem a lei do amor como guia. Foi isso que JESUS demonstrou, principalmente no auge da cruz. Ninguém, nem a maldade dos seres humanos, nem os demônios todos unidos contra Ele, conseguiram fazer que dei-xasse de nos amar e de morrer por nós. É pela vida de JESUS que podemos crer em um ambiente de tanta liberdade. Lá certamente não teremos leis que nos restrinjam os pensamentos e atos, como Adão e Eva não tiveram. Lá seremos puros de coração como DEUS é, e os nossos pensamentos jamais vagarão por intentos que causem algum mal. O mal não se levantará outra vez, não que seja uma proibição, mas por dois motivos em especial. A lição do que é o mal terá sido aprendida pelo Universo, e todos saberemos que, se outra vez se levantasse um outro Lúcifer, teria que enfrentar o amor indestrutível de JESUS, que Se daria outra vez para ser morto. Aliás, ninguém acreditaria na pregação de algum ser contra o Reino de DEUS. E ninguém se levantará outra vez com tal propósito, pois todos sabem que DEUS ama de verdade. Assim sendo, nem aparecerá quem se poste outra vez contra DEUS, nem ele teria adeptos. Esse tipo de dúvida nunca mais surgirá nem teria adesão. Durante o conflito, ficou demonstrado que DEUS ama tanto que esse amor é inquesti-onável. E nós também amaremos assim. Aliás, esse será nosso principal assunto para estudar, por toda eternidade.

1. Primeiro dia: CRISTO nos libertou

CRISTO nos libertou da própria Lei de DEUS. Não nos libertou de obedecê-la, idéia ridícula, mas da condenação por tê-la desobedecido. Qual é a tal maldição da lei? É a morte eterna. Aqui se chama maldição porque a punição é tão severa que seus efeitos são eternos. Pensando bem, o pecador tem como pagar o preço de seus pecados. Já abordamos esse ponto de vista. Ele pode pagar por seus pecados morrendo para sempre. Pois foi disso que a morte de JESUS nos livrou, Ele morreu essa morte por nós. Agora, se morrermos, será como um sono, pois ressuscitaremos. Se formos perdoados, ressuscitaremos para a vida eterna, mas se não houve arrependimento, portanto, o perdão não foi aceito, esse ressuscita para a morte eterna. Daí sim, esse pecador vai pagar com sua vida pelo mal que fez, pois a morte de JESUS não foi aceita por ele. É da morte eterna que CRISTO nos libertou.

Mas não só dessa morte que nos libertou. Ele quer nos restabelecer a um lugar per-feito. No reino perfeito de DEUS não existe lei como aqui. A lei dos Dez Mandamentos, assim como temos aqui, não é eficaz. Trata-se de um código externo que devemos esforçar-nos por obedecer. Em outras palavras, são seres imperfeitos, pecadores, tentando obedecer a uma lei perfeita. Em lugar algum do Universo tal coisa funciona.

Veja melhor, a lei é boa, mas o pecador não é bom. Por mais que ele queira obedecer, não consegue o tempo todo. Ele falha, foi o que Paulo ensinou em Romanos cap. 8:14 a 25. O sistema legal aqui não funciona bem porque, por sermos pecadores, temos outra lei em nosso interior, a que lava a fazer o mal, elas ocupa o lugar onde deveria estar e lei de DEUS, isto é, no coração, ou melhor, no caráter de nossa mente. E é isso que o ESPÍRITO SANTO faz com as pessoas que se entregam a JESUS, coloca, todos os dias mais intensamente, a lei nos corações, substituindo a lei do mal. É assim que as pessoas são transformadas.

No dia da vinda de CRISTO, quando a transformação se completar, então não mais obedeceremos a uma lei. Nessa condição, ela não será mais lei, mas princípio de vida, algo que faz parte de nosso ser. Assim, seremos não mais obedientes, mas fiéis por natureza. Não mais obedeceremos mandamentos escritos em tábuas de pedra, mas seguiremos, ao natural, os princípios daqueles mandamentos em nosso íntimo, por isso, então, não seremos mais pecadores.

Viver em tais condições deve ser uma maravilha. DEUS vive assim.

2. Segunda: A natureza da liberdade cristã

Hoje podemos introduzir um conceito interessante: “obras da liberdade”. Não nos salvamos pelas obras, isso já debatemos quase à exaustão. Mas uma vez livres, devemos praticar as obras da liberdade. O que vem a ser isto?

Obras da liberdade é o oposto das obras da escravidão. Quando estamos na condição de escravidão espiritual, fazemos coisas que agradam a satanás, não a DEUS. Coisas como roubar, abusar da saúde e do corpo, ser infiel, etc. Por essas obras nos tornamos prisioneiros ou escravos de satanás. Não somos livres, embora, no mundo, muitos pensem que isso seja liberdade. Por que não somos livres? Porque essas obras causam prejuízos a nós mesmos, aos nossos semelhantes e também à natureza, e para piorar a situação, por elas somos condenados a morte eterna. Antes dessa sentença final, sofremos e fazemos outros sofrerem. Isso é escravidão. E tem mais, o ser humano passa a gostar de uma vida assim, de escravo do pecado. Torna-se dependente dessa escravidão, como a dependência das drogas. Poderíamos dizer, a situação é mais que escravidão. Os escravos estão nessa condição pelo poder de outros, mas eles mesmos querem sair da situação, querem ser libertos. Por vezes tornam-se violentos, lutando pela liberdade. Mas em relação ao pecado, além do pecado exercer poder sobre as pessoas, elas ainda apreciam esse estilo de vida, e se acham livres.

Vamos a um exemplo real. Durante a semana, determinadas pessoas trabalham pelo seu sustento. Nos finais de semana, passam noites nas baladas. Bebem álcool, fumam, se drogam, e com o tempo seu organismo fica doente. Precisam de tratamento, e por vezes aparecem doenças incuráveis, e morrem passando terrível sofrimento. E ainda dizem, pelo menos aproveitei a vida! Estavam sob condição de poderes ditatoriais, exploradores, mas gostavam e viviam pensando ser prazeroso. E na realidade, lhes era prazeroso, porque nunca vieram a conhecer a verdadeira liberdade e a verdadeira felicidade. Eram escravos, e mor-reram nessa condição. É uma escravidão de duplo poder, o externo que impõe um estilo de vida totalmente contrário à natureza humana, e o gosto da pessoa, que aprecia esse estilo de vida.

Esse é só um exemplo de escravidão. Há milhões de possibilidades, por certo, uma sob medida para cada pessoa. Chama-se sedução, a pessoa está sofrendo, mas acha que essa vida é muito boa.

Por sua vez, quando CRISTO liberta da escravidão, a pessoa muda de estilo de vida. Ela agora torna-se obediente aos cuidados pelo seu corpo, pela sua aparência conforme a boa ética cristã, pelo respeito ao próximo e seus direitos, pelo respeito à natureza, e isso tudo porque ela se tornou uma filha ou um filho de DEUS. Ela voltou para DEUS, foi perdoada, já não há condenação que exija sua morte eterna.

Agora ela irá praticar as obras da liberdade. Ela será honesta, boa cidadã, prestativa para com as necessidades dos outros, obediente a DEUS, cuidará de sua saúde, e assim por diante. São obras da liberdade porque elas não prejudicam a ninguém, pelo contrário, resultam e efeitos bons. Essa é uma pessoa livre, tanto da condenação da lei quanto do sofrimen-to por causa do pecado. A plena liberdade sentiremos no dia da volta de JESUS. Antes disso, desfrutaremos apenas um pouco dela.

3. Terça: As perigosas conseqüências do legalismo (Gál. 5:2-12)

Há duas maneiras para buscar a salvação. Uma pela fé, outra pelas obras. Em outras palavras, uma aceitando o que JESUS fez por nós, outra, nós mesmos providenciando a nossa salvação. As duas funcionam perfeitamente bem, mas cada uma com o personagem certo.

A salvação pelas obras só funciona para CRISTO. Ele nos salvou pelas Suas o-bras, pois sendo obediente até a morte, assumiu os nossos pecados sem que nunca pecasse, Ele obviamente só praticou boas obras. Por isso, sobre Ele, relativo a conduta d’Ele, ninguém pode levantar condenação. Logo, JESUS salva a humanidade pelas obras que Ele praticou.

Quanto a nós, que já nascemos com natureza pecadora, pelas obras jamais nos salvaremos. Nós carecemos das obras que JESUS praticou, sempre fiel à Lei (todas as leis).

O que é legalismo? É ser a favor do cumprimento das leis. Nisso não há nada de errado, pelo contrário, é bom que todos cumpram as leis, sejam as de DEUS, sejam as do Estado. O problema ocorre quando, pela obediência à lei queremos alcançar o perdão e a salvação. Aí o legalismo não funciona, porque já pecamos, até já nascemos pecadores. Esses pecados que já cometemos exigem de nós pagamento de uma pena. Por mais que nos esforcemos para de um determinado dia em diante sempre obedecer, o passado de pecados com isso não desaparece, e continua exigindo que sejamos mortos. Portanto, para nós, tentar salvar-se pelas obras é um fatal engano.

Ilustremos isso melhor. Suponha que um homem tenha ingerido álcool e depois foi dirigir um automóvel em alta velocidade, e faça uma ultrapassagem em lugar proibido, cause um desastre (hoje chamam de acidente!!!), e mate duas pessoas, os pais de duas crianças de colo. Veja, esse sujeito violou diversos mandamentos da lei de trânsito. Então digamos que ele prometa nunca mais desobedecer a lei de trânsito, o que de fato faz. Assim ele pode ser perdoado das infrações e de suas conseqüências? Ou tem que ser condenado de qualquer forma?

É o mesmo com a lei de DEUS. Uma vez infringida, pode depois disso nunca mais desobedecer (o que é impossível), mas aquela infração precisa ser quitada. A lei de DEUS, que é perfeita, que não concede impunidade, ela vai requerer a punição de qualquer maneira. Ninguém vai conseguir escapar, como é freqüente com as leis dos homens, que funcionam precariamente.

No caso da lei de trânsito, o que seria legalismo? Seria tentar escapar da cadeia ou da multa, depois da infração, nunca mais cometendo outra infração. Isso é aceitável? É as-sim que se torna uma sociedade justa? É assim que se acertam as contas na justiça, com as leis que foram desobedecidas? Não tem como, se fizer isso, a lei se tornará fraca e sem condições de se impor. Assim se cai na condição da impunidade, que conhecemos bem, e suas conseqüências desastrosas, que sentimos na pele, todos os dias. Portanto, esse tipo de legalismo não serve para o reino de DEUS, que é um reino de justiça.

Os Gálatas estavam caindo nessa situação. Se aderissem a circuncisão, depois dela não ser mais necessária, estariam assumindo que eram capazes de se salvarem pelas obras. Portanto, estariam se colocando no lugar de CRISTO, que nos salva pelas obras d’Ele. Eles jamais conseguiriam, e por essa via, se perderiam para sempre.

4. Quarta: Liberdade, não libertinagem (Gál. 5:13)

A liberdade que existe no Céu é a mesma que existia no tempo de Lúcifer. Ele usou mal a liberdade. Deus asas à imaginação, e se percebeu como seria bom ser igual a DEUS. Esses pensamentos desenvolveram nele o orgulho e a soberba, passou a olhar para si, e exaltar o “eu”. Foi um desastre as conseqüências de tais pensamentos.

A liberdade, digamos, tem um ponto fraco: ser mal utilizada. Até Lúcifer caiu na tentação de fazer uso indevido dela. DEUS poderia ter trazido à existência criaturas sem liberdade de consciência, como são os animais. Os cachorros, por exemplo, são animais fiéis a seus donos. Sentem-se felizes por poderem estar por perto. Protegem os donos e querem receber carinho. Tem sentimentos e correspondem ao que de bom o dono faz a eles. DEUS criou os cachorros assim, e eles sempre são desse modo.

DEUS queria criar seres semelhantes a Ele, que tivessem racionalidade que diferencia o homem dos animais. A racionalidade nos qualifica ao pensamento superior, com ca-pacidade de aprender, de planejar, de desenvolver projetos, de realizar, e muito mais. Seres racionais são livres do instinto, um programa mental que determina o comportamento. E seres livres tem um atributo especial: podem escolher, tomar decisões. E uma das escolhas que podem fazer, a mais importante de todas, é amar os outros. Os cachorros também a-mam, mas por instinto, não por escolha. E, a capacidade de amar por livre decisão é a condição de felicidade. Ou seja, amamos porque queremos, não porque somos programados. E a outra pessoa, que assim é amada, sente-se muito feliz com isso, porque ela sabe que esse amor vem de uma decisão livre.

É diferente o amor do cachorro do amor de um ser humano. O animal ama porque está condicionado a isso, é fiel pelo mesmo motivo. Ele responde a estímulos pelo mesmo princípio. Mas é bem diferente ver um ser humano, por decisão própria, por exemplo, ser pregado na cruz e maltratado, e ainda assim, dizer: “Pai, perdoe-os.” O amor livre produz felicidade no outro, e essa felicidade gera, por reflexo, felicidade em quem ama, porque o outro também ama. E o amor legítimo, de DEUS, é diferente do amor dos seres humanos. Esses geralmente amam quem os ama, mas odeiam quem os odeia. DEUS não, Ele sempre ama, e essa é a diferença. DEUS sempre procura, por Sua iniciativa, gerar felicidade nos outros, em Suas criaturas.

Os gálatas corriam o risco de usar mal as palavras de Paulo, que tanto falava em li-berdade uma vez perdoados. Podiam entender, como hoje muitos entendem, que estando em liberdade, seus atos não mais os condenariam. Afinal estavam livres.

Mas não é bem assim. Aqui Paulo fala da liberdade em DEUS. Essa liberdade é di-ferente, é superior. Ela vem de ter a lei de DEUS nos corações, formando o caráter, de modo que as decisões livres que a pessoa toma, são sempre para o bem, para a felicidade do próximo, como DEUS age.

A liberdade conforme o mundo está voltada para o “eu”. É portanto, egoísta. E vai avançando a tal ponto que não interessa se prejudica ou não o semelhante. Damos um e-xemplo. Em nossa cidade, Ijuí (RS), umas pessoas decidiram reunir-se durante toda a noite, nos finais de semana, para ouvir os potentes sons instalados em seus automóveis. Podia-se ouvir forte a uns 500 metros de distância. E não lhes interessava os efeitos negativos que causavam aos pacientes de um hospital que ficava a uns 50 metros dali. Eles queriam “curtir”, mesmo que os doentes saíssem curtidos, e embora a lei do silêncio. Isso durou até que militares prenderam todos, e aplicaram multas pesadas. A isso não se pode chamar liberda-de, mas libertinagem, que é devassidão, falta de respeito com o outro, fazer o que quer sem se importar com as conseqüências.

Os filhos de DEUS querem a liberdade de cima, a que tem por princípio o amor ao próximo do mesmo modo como DEUS ama as Suas criaturas.

5. Quinta: Cumprindo toda a lei (Gál. 5:13-15)

Paulo, em seu estilo literário difícil, está repleto de afirmações aparentemente con-traditórias. Se estudado com cuidado, não há contradição, mas, para quem deseja ‘torcer’ a interpretação para o seu modo de entender as coisas, Paulo tem os melhores textos. É certo que o debate final, da grande controvérsia, se dará em parte sobre os textos de Paulo. Por isso essas lições são relevantes, nos preparando para esse tempo.

Hoje, comparemos dois trechos de Paulo. “...todo homem que se deixa circuncidar, que está obrigado a guardar toda a lei” (Gál. 5:3) e, “porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber, amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Gál. 5:14).

O contexto dessas palavras deve ser considerado. Os gálatas estavam migrando para o legalismo, que vimos ontem. É bem simples o que Paulo lhes alertou: se eles se circuncidassem, deveriam também praticar todos os rituais da lei cerimonial, como se fazia antes da morte de JESUS na cruz. O que os judeus fazia com esses cerimoniais, que nunca devi-am ter feito, era entenderem que praticando-os, assim se salvariam. E era essa a men-sagem que estavam levando aos gálatas. Mas aquele cerimonialismo foi importante para en-sinar que eles dependiam da morte de JESUS. Portanto, ao contrário do que pensavam e faziam, era JESUS que seria o cordeiro a morrer. Pelo fato deles se terem apegado tanto ao cerimonial, muitos deles nem conseguiram ver direito a JESUS, e não O aceitaram como Salvador. Outros judeus que O aceitaram, no entanto, não se desligaram daqueles rituais, já superados. Aqui praticavam legalismo, tentar ser salvos obedecendo alguma lei.

E o que Paulo queria dizer com a segunda frase? Essa é bem simples. Toda lei, a dos Dez Mandamentos mais a lei cerimonial, se resume em amar. Quem ama, pratica a lei. Sempre foi assim, desde o Éden aqui na Terra, e desde que DEUS existe, que remonta à eternidade. A lei cerimonial, por exemplo, só veio a ser concedida para mostrar como JESUS nos ama, a ponto de fazer o que fez.

6. Aplicação do estudo – Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:

Só no Amor há liberdade. Falamos do amor genuíno, o que vem de DEUS, pois o amor segundo o mundo é pornografia (como pôde o ser humano degradar tanto o que é o princípio da vida eterna e da felicidade?). Diz a lição que a “fé genuína atua por amor.” Vamos entender um pouco melhor essa importante lição. Isso é muito simples. No Reino de DEUS tudo atua por amor, inclusive a fé. O Céu funciona por amor. As leis da natureza tem o amor por princípio. O relacionamento de DEUS com o Universo é baseado no amor. JESUS veio à Terra morrer por nós por amor.

Agora outra pergunta. Como a fé atua por amor? Isso também é fácil de entender. Quando se tem fé, há uma ligação com DEUS, que é amor. Forma-se uma ligação de amor, para a reconstrução da vida da pessoa. É DEUS quem age, Ele muda a vida, e a pes-soa vai participando nessa mudança. E na transformação temos algo a fazer.

Ilustremos o que temos a fazer. Imaginemos um estudante. O professor é que tem a ciência, é ele que vai conduzir o estudante para que aprenda e se desenvolva na capacidade de lidar com o conhecimento. É ele que vai planejar, administrar e ministrar as aulas, não o aluno. Mas o aluno tem que fazer alguma coisa para que aprenda. Ele tem que sentir a necessidade de ter conhecimento, de desenvolver a sua inteligência e a sua capacidade de a-prender e de gerar novo conhecimento. Precisa tornar-se um descobridor dos princípios do conhecimento e se tornar capaz de elaborar perguntas para aprender, de ser curioso. Para isso tudo, se o aluno permanecer indiferente ao que o professor lhe propuser, não vai alcan-çar sucesso. Portanto, apesar do professor ser quem vai gerenciar as ações de estudo, o es-forço por se desenvolver tem que ser do aluno.

Assim é com a fé e com o amor. DEUS concede a fé e o amor também vem d’Ele. Mas nós temos que colocar em prática, não só crendo em DEUS como andando com Ele e tendo uma experiência diária de fé. Temos que, portanto, obedecer as Suas leis e temos que buscar ser como DEUS é, em relação ao nosso próximo. Enquanto esse for o nosso inten-to, Ele operará tanto o querer quanto o realizar, e assim, cresceremos rumo a perfeição.

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