27 de Abril a 4 de Maio de 2013
Verso
para Memorizar:
“Buscai o bem e não o mal,
para que vivais; assim, o Senhor, o Deus dos Exércitos, estará convosco, como
dizeis.” (Am 5:14)
A cura
para a mais horrenda apostasia está na busca de Deus. Apesar de magoado,
ofendido, desafiado, afrontado, Ele sempre anseia que Seus desviados filhos O
busquem, pois só assim lhes pode promover felicidade plena.
Há sempre
infinita boa vontade do Senhor em receber pecadores. “Buscai-Me e vivei” (Am
5:4); “Buscai ao Senhor e vivei” (v. 6). Há esses dois apelos exatamente no
meio do livro de Amós. A ação recomendada é a busca. E se o próprio Deus a
recomenda, é sinal de que Ele está disponível, acessível. Porém, é preciso fazer
isso enquanto se pode achá-Lo, enquanto está perto; em outras palavras, em
tempo de graça.
DOMINGO
Odiar o mal, amar
o bem
Arão, irmão de Moisés, disse
certa vez que Israel era propenso para o mal (Ex 32:22). Através de Jeremias o
Senhor disse do povo: “Pode, acaso, o etíope mudar a sua pele ou o leopardo, as suas manchas? Então,
poderíeis fazer o bem, estando acostumados a fazer o mal.” (Jr 13:23) Paulo,
conhecendo a natureza pecaminosa do ser humano, confessou-se impotente para
praticar a justiça: “Porque eu sei que em mim, isto
é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em
mim; não, porém, o efetuá-lo.” Rm 7:18.
Como
é que o Senhor, coerentíssimo como é, pode pedir que o homem busque o bem e aborreça
o mal, ame o bem, sabendo que esse tem um pendor natural para a transgressão,
para a vileza, para a afronta e o desacato à Sua autoridade?
Não
há qualquer incongruência da parte de Deus. Embora sabendo da impotência do
homem em praticar o bem, Ele lhe propõe uma atitude de escolha e esse princípio
está contido no desafio feito por Samuel a Israel: “Porém, se vos parece mal
servir ao Senhor, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram
vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja
terra habitais.” (Js 24:15) É isso! O poder de escolha.
“Deus nos deu o poder da escolha; a nós cumpre exercitá-lo. Não podemos mudar o
coração, nem reger nossos pensamentos, impulsos e afeições. Não nos podemos
tornar puros, aptos para o serviço de Deus. Mas podemos escolher servi-Lo,
podemos entregar-Lhe nossa vontade; então, Ele operará em nós o querer e o
efetuar, segundo a Sua aprovação. Assim, nossa natureza toda será posta sob o
domínio de Cristo.” CBV, 176.
O
conselho de Deus mediante o profeta é: “Buscai-Me e vivei.” (Am 5:4) E no verso
6 do mesmo capítulo o apelo é repetido: “Buscai-Me e vivei”. Em Sofonias 2:3
encontramos o insistente pedido: “Buscai ao Senhor... buscai a justiça, buscai
a mansidão.” Jesus recomendou essa ação em
outras palavras: “Mas buscai primeiro o Seu reino e a Sua justiça, e
todas as outras coisas vos serão acrescentadas.” (Mt 6:33)
O
Senhor não ordena que nos reformemos antes de irmos débeis à Sua presença e
implorar-Lhe graça e poder para amar o bem, detestar o mal, praticar a justiça
e a misericórdia.
“Se todo filho
de Deus O buscasse fervorosa e perseverantemente, haveria maior crescimento na
graça. Cessariam as dissensões; os crentes teriam o mesmo sentimento e seriam
do mesmo parecer; e a pureza e o amor prevaleceriam na igreja. Somos
transformados pela contemplação. Quanto mais contemplardes o caráter de Cristo, mais vos assemelhareis a Sua imagem. Vinde a Jesus
assim como sois, Ele vos receberá e vos porá nos lábios um novo cântico, isto é,
um louvor a Deus.” E Recebereis Poder, 58.
SEGUNDA
Rituais fazem parte do culto a Deus. A liturgia
empregada no serviço ao Senhor é importantíssima, pois tudo o que se refira à
adoração precisa ser feito com decência e com ordem. O maravilhoso e
emblemático ritual do santuário hebreu foi criado pelo próprio Deus e tornado
obrigatório até que viesse a cruz. Verdades importantes estão contidas nos ritos
da Igreja. Veja, por exemplo, o rito da comunhão ou Santa Ceia. O Guia Para
Ministros diz que “realizar a cerimônia de comunhão é um dos mais sagrados
deveres do pastor e do ancião. Todas as coisas relacionadas com este rito devem
sugerir um preparo tão perfeito quanto possível.’ Evangelismo, p. 277. O rito do batismo não é menos importante,
assim como o lava-pés.
Agora imagine participar desses importantes
rituais por costume, sem a força da fé. E, pior, apenas para “cumprir tabela”. De que serviriam eles perante Deus? De
abominação, de desconforto, de molestação.
O Senhor deixou muito claro que louvores,
cânticos, músicas excelentes, podem ser-lhe pesado incômodo se forem executados
por corações inconversos, que se atêm às formas sem levar em conta a essência. Mais
grave ainda é quando há uma vida dupla envolvida, isto é, por um lado se
pratica a maldade, a injustiça, o desamor e, por outro, cumpre-se
religiosamente as ordenanças da igreja.
Nos tempos de Amós Deus chamou de “barulho” – a
Vulgata Latina emprega o termo “tumultum” - os louvores que os israelitas Lhe entoavam.
Isso porque eles praticavam injustiça e se deliciavam na impiedade fora dos
“terrenos da igreja”, e depois vinham ao templo para fazer oferendas, orações e
entoar louvores. Deus queria, sim,
justiça e retidão. Deus pedia
conhecimento prático dEle e o exercício de misericórdia para com os menos
favorecidos da nação.
O Pulpit Commentaries assim observa o
texto de Amós: “Seus salmos e hinos de louvor eram mero ruído aos ouvidos de
Deus e O cansavam (Is 1:14; 24:8; Ez 26:13).” Em Seu
tempo, Jesus citou esse texto de Amós para censurar os fariseus que acusavam
Cristo de comer com publicanos e pecadores. E o Dr. Adam Clark afirma: “Eles tinham tanto
música vocal como instrumental naqueles festivais sacrificais e Deus odiava os
ruídos de uma e fechava Seus ouvidos à outra. Na primeira não havia nada mais
que ruído, porque seus corações não eram retos para com Deus, e na última não
havia nada mais que (זמרת = zimrath) cortes e dissonâncias, porque não havia
nenhum sentido religioso na coisa e quase nada dele naqueles que a executavam.”
O que Deus quer realmente de Seu povo? Espírito
contrito, coração quebrantado, humildade, arrependimento, busca de Seu favor.
Podemos nós, como igreja, realizar grandes concentrações, promover
espetaculares eventos espirituais, ouvir grandes corais, conjuntos musicais, cantores, instrumentistas
virtuosos e realizar poderosas campanhas evangelísticas... Tudo isso é
desejável, mas se ignorarmos as mensagens de reprovação que Deus nos manda e
fizermos tudo simplesmente em cumprimento formal, estaremos incomodando o
Senhor ao invés de louvá-Lo e glorificá-Lo.
“Há motivo para alarmar-nos na condição do
mundo religioso hoje. Tem-se tido em pouca conta a misericórdia de Deus. A
multidão anula a lei de Jeová, ‘ensinando doutrinas que são preceitos de homens’.
Mt 15:9. A incredulidade prevalece em muitas das igrejas de nosso país; não a
incredulidade em seu sentido mais amplo, como franca negação da Bíblia, mas uma
incredulidade vestida no traje do cristianismo, ao mesmo tempo em que se acha a
solapar a fé na Bíblia como revelação de Deus. A devoção fervorosa e a piedade
vital deram lugar ao formalismo oco. Como consequência prevalecem a
apostasia e o sensualismo. Cristo declarou: ‘Como também da mesma maneira
aconteceu nos dias de Ló... assim será no dia em que o Filho do homem Se há de
manifestar’. Lc 17:28-30. O registro diário dos acontecimentos que se passam,
testifica do cumprimento de Suas palavras. O mundo rapidamente está a
amadurecer para a destruição. Logo deverão derramar-se os juízos de Deus, e
pecado e pecadores ser consumidos.” PP, 156.
TERÇA
Chamado
para ser profeta
Amós,cujo
nome significa “carregador de fardos” era um anônimo pastor de ovelhas e
plantador de figueiras silvestres ou sicômoros em Tecoa, uma cidade-fortaleza edificada
pelo rei Roboão (2Cr 11:6). Grande parte de seu tempo, segundo Davis, ele
passava no deserto ao sul que ia desde o Oriente até o Mar Morto. Esse
sertanejo era um pobre cidadão sem qualquer pretensão senão a de ir levando sua
vidinha pacata até o fim.
Deus
foi “perturbar” sua paz interiorana chamando-o para ser profeta contra o reino
do Norte. Ora, por que o não escolheu alguém da região, como fizera
anteriormente com Elias e Eliseu? Por que, justamente, tinha de ser ele? Amós, contudo,
não se queixou do chamado. Isso indica ter sido ele um adorador do Deus, um
submisso homem de fé e um dos poucos que se mantinham incontaminados da
idolatria reinante em Judá.
Seu
ministério teve início uns dois anos antes do de Oseias e sua primeira missão
foi viajar até Betel, onde se encontrava um dos templos do bezerro de ouro (boi
Ápis) e que era frequentado pelo rei Jeroboão II, e transmitir as ameaças
divinas.
Que
Amós era um missionário corajoso pode ser visto da mensagem que transmitiu:
“Jeroboão morrerá à espada, e Israel certamente será levado para fora da sua
terra para o exílio.”
Oposição
“dentro da igreja”
Um
sacerdote por nome Amazias, que provavelmente fora nomeado para o cargo sem
mesmo pertencer à ordem araonita, levantou-se para se opor a Amós e lhe deu
ordem para voltar à sua terra e lá profetizar. Embora o texto bíblico não acuse
nenhuma ameaça por parte do sacerdote contra o profeta, é bem provável que esse
tenha sido ameaçado de morte. Porém, uma condenação divina contra Amazias
estava reservada para o apóstata (ver Am 7:17).
Há
que se destacar que Amós era um profeta intercessor. No mesmo capítulo que
estamos estudando, nos versos dois e cinco, ele pede a Deus que se compadeça de
Israel e atenue os juízos que pronunciara. Não obstante, partilhava as palavras
de Deus sem deixar cair por terra um jota e nem um til.
Os
reformadores que se postam contra o status
quo da apostasia renitente nunca são
bem recebidos pelos que se nutrem dela. “Falar a verdade não garante a
aceitação, porque a verdade às vezes pode ser desconfortável e, se ela perturba
os que estão no poder, pode despertar séria oposição.”
QUARTA
O pior tipo de fome
Jesus
ensinou: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca
de Deus.” (Mt 4:4) As Escrituras afirmam que a Palavra de Deus é o alimento da
alma. Encontramos em Jeremias 15:16: “Achadas as Tuas palavras, logo as comi;
as Tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração, pois pelo teu nome sou
chamado, ó Senhor, Deus dos Exércitos.”
Anorexia espiritual
Quando o indivíduo é inapetente em termos
espirituais, isto é, não quer se alimentar da Palavra, acaba sofrendo de
anorexia espiritual. Em outros termos, não sente vontade de “devorar” as
palavras da vida e mergulha em trevas e inação. O reino do Norte, por sua
obstinação, expôs-se à fatal desnutrição e colheu-lhe os resultados.
Quando Amazias, o sacerdote
corrupto, disse a Amós: “Daqui por diante não profetizarás mais...” Am 7:13), estava rejeitando altivamente a
Palavra de Deus, porquanto Amós lhe afirmara que o Senhor o chamara e ordenara:
“Vai, profetiza ao Meu povo Israel.” (v. 15) A atitude de Amazias não era
isolada, mas representava a posição de todo o Israel, que por anos e mesmo
quase dois séculos, repudiara as mensagens divinas.
Diz o texto de Amós que o próprio
Deus enviaria fome de Sua Palavra. Isto é, não haveria mais mensagens
celestiais, visões, sonhos, revelações, profetas, prodígios. Já no ano 400 a.C.
começou o chamado “período interbíblico”. Esse lapso de quatro séculos teve
início com a morte de Malaquias e só terminou com o surgimento de João Batista.
“Os 400 anos do período interbíblico caracterizam-se pela cessação da
revelação bíblica, pelo silencio profundo em que Deus permaneceu em
relação ao seu povo, pois durante esse período, nenhum profeta se levantou em
nome de Deus.” Teologia Bíblica das
Missões, p. 2.
“O profeta aponta claramente para um
tempo quando, por causa da contínua desobediência, seria muito tarde para os
israelitas se voltarem para a Palavra de Deus, na tentativa de evitar os juízos
divinos. A profunda tristeza algumas vezes estimula os homens a darem ouvidos
às Sagradas Escrituras. Infelizmente essa tristeza frequentemente chega muito
tarde para produzir algum resultado benéfico.
“Isso ocorre, não porque o amor de
Deus é retirado do pecador, mas porque esse se tornou tão endurecido por suas
iniquidades, que deseja somente escapar da consequência de suas transgressões e
não renunciar aos seus maus caminhos. Ele entristeceu o Espírito Santo além de
toda esperança de verdadeiro arrependimento e reforma de caráter (ver Gn 6:3,
5, 6; 1Sm 28:6).
“No dia do Senhor, pouco antes do
retorno de Jesus, essa experiência do antigo Israel se repetirá quando os
impenitentes de todo o mundo estiverem sofrendo sob as sete pragas, e
procurarão livramento das calamidades por quaisquer meios possíveis, até mesmo
voltando-se para a Palavra de Deus, à qual haviam anteriormente negligenciado
estudar e obedecer (ver GC, 629).” SDABC, vol. 4, p. 980.
A
restauração de Judá
O capítulo nove de Amós é aterrador em seus
primeiros dez versículos. O Deus vivo profere ameaças dizendo que nenhum dos
pecadores de Seu povo irá escapar dos juízos impendentes, por mais que se
esforcem e tentem. Porém, inserido no verso 8 há uma esperança de misericórdia
e graça: “Não destruirei de todo a casa de Jacó.” Quem seria a exceção da
penalidade?
O remanescente da casa de Jacó, os
que sobrariam da sacudidura anunciada no verso 9. Eles dominariam sobre seus
inimigos.
O “tabernáculo de Davi”, ou a casa
de Davi, seria restaurado ao seu estado real através do Messias, seu
descendente, cumprindo assim a profecia de Jacó registrada em Gn 49:10. O cetro
do reino do povo de Deus ficaria com Judá até que viesse Siló (o Messias).
De acordo com as inspiradas palavras
do apóstolo Tiago em At 15:16, o primeiro cumprimento da profecia referente ao
tabernáculo de Davi ocorreu nos tempos apostólicos. Porém, entendemos que há um
segundo cumprimento que ocorrerá após a ocorrência de uma sacudidura entre o povo
de Deus. Se o tabernáculo de Davi é a restauração da linhagem real, ele só pode
ocorrer na pessoa de Cristo Jesus, filho de Davi. Cristo só reinará sobre este
mundo quando Deus puser todos os Seus inimigos debaixo de Seus pés.
Em Seu retorno Cristo levará Seus súditos para o Céu e lá
reinará com eles. Contudo, os inimigos de Cristo só serão destruídos após os
mil anos de prisão do arqui-inimigo. Então o trono de Davi sob Cristo se
firmará eternamente e todas as promessas feitas através de Amós se cumprirão
plenamente.