Comentários Lição 11 – Sábado: feito para o homem (Carlos Bitencourt)

09 a 16 de Março de 2013

A lição fala sobre o sábadomas, lembre-se, a lição não é sobre o sábado. É sobre o sábado dentro da criação, conforme o perfeito planejamento e execução de Deus, dentro do Éden, para Adão e Eva; e dentro da redenção, conforme a misericordiosa providência de Deus, fora do Éden, para Adão, Eva e seus descendentes, durante todas as gerações, incluindo a nossa.

Terminava a primeira sexta-feira. Tudo era, conforme o critério do próprio Criador, bom, muito bom. A Terra estava habitada. E Deus fez o sétimo dia, o sábado, o dia de descanso, o sagrado dia separado para exclusivo louvor e glória ao Seu precioso nome. Assim, olhemos para esse dia sétimo como uma benção, uma extraordinária benção. Nele Deus descansou. 

Só que isso não significa que Deus estava cansado – mas, sim, que Ele concedeu descanso nesse dia. Nem a humanidade estava cansada – mas encontrou descanso em Deus neste último dia da Criação, semanalmente repetido desde então.

Porém, é verdade, com o Pecado, e fora do Éden, o homem passou sim a se sentir cansado. Cansado de suas lutas e provas. Cansado das aflições. Passou a lutar até mesmo para buscar o seu sustento. O stress passou a fazer parte de suas relações.

A profecia foi lançada. Os acontecimentos iam ocorrendo. Graças ao Plano da Redenção, no entanto, o Sábado continuou a ser a referência. Temos um Criador! Temos alguém que Se importa conosco, mesmo sendo nós, agora, pecadores, indignos de Suas bênçãos.

DomingoA Criação e o Sábado (10 de março de 2013). Os patriarcas permaneceram com a observância do sétimo dia. Porém, é sabido, e registrado na Bíblia, em consequência da apostasia, veio o dilúvio. Tempos depois, pela família de Abraão, originou-se a nação judaica, que foi habitar e aumentar no Egito, fruto daquela história da fome, de José, de Jacó. Ultrapassado uns 400 anos, e sofrendo por uma imposta escravidão, o povo quase que se esqueceu de Deus e de Suas sagradas ordens. Mas Deus não Se esqueceu deles.

É dado, através de Moisés, o livramento ao povo, que, de imediato, passa a ser ensinado sobre o fundamento das coisas. E o maná serve como primeira lição: não lhes era dado no sábado, e só o que sobrava da sexta-feira, para justamente ser consumido no sábado, não estragava. Se houvesse sobra em outros dias, de nada aproveitavam.

Disso tiramos uma lição para nós também: Deus preservou não somente a santidade do sábado, mas também a contagem dos dias da semana (o ciclo diário e semanal). Os dias – depois de uns 2.500 da Semana da Criação – estavam contados corretamente. O sábado era o sábado, e o maná provava isso. (A páscoa prova que no tempo de Jesus também a contagem do sábado mantinha-se corretamente preservada. Tenhamos certeza: hoje, o sábado é o mesmo da criação. O mesmo!).

Poucos meses depois da saída do Egito, e já desfrutando do maná, o povo recebeu as tábuas dos 10 Mandamentos, cuja 4ª regra diz: “Lembra-te do dia de sábado”. Notaram? “Lembra-te”. Isso mesmo! Deus buscava na memória deles um conhecimento dado no passado – passado não só em Jacó, Abraão ou Noé, mas em Adão, quando ainda dentro do Éden. “Lembra-te” !!!

Paulo assegura esse conhecimento, falando dele em Hebreus 4, algum tempo depois do ano 50 dC.

SegundaO Rico Significado do Descanso Sabático (11 de março de 2013). Moisés passou 40 anos com o povo, atravessando o deserto. Nesse final, toca no assunto novamente, e isso está registrado em Deuteronômio 5. Porém, abre o horizonte deles. Fala do sábado não pela criação, mas pela libertação do Egito – o seu livramento, a sua redenção, o cumprimento da promessa feita a Abraão. Em suma, o sábado também serviria de lição no que se refere ao entendimento sobre o descanso em Deus, Aquele que nos tira da aflição, oferecendo-nos um lugar de paz, em Sua excelsa presença.  Que o sábado seja um dia de lembrança disso também! Além de criação, também restauração. Só encontramos descanso no sábado se no sábado encontramos Cristo Jesus. “Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que Sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas” (Mateus 11:28-29).

TerçaJesus e o Sábado (12 de março de 2013). Hoje, estamos rodeados de pessoas que ignoram a santidade e benefício do sábado. E, no meu entender, devemos ensinar através do testemunho e de nossa experiência, sem nenhuma pitada de controvérsia e tentativa de empurrar o assunto goela abaixo, mesmo que provocados a isso. Eles estão no papel de nos forçar, mas nós não temos o direito de forçá-los. Falar da doutrina do sábado é uma coisa, mas usar a doutrina do sábado como chicote é outra coisa.

Bem, no tempo de Cristo, Ele estava rodeado de fanáticos, que, ao mesmo tempo, estavam longe do relacionamento com Deus (Daí a falta de práticas misericordiosas). Viam motivos para encrenca até mesmo nos atos de bondade durante o dia de sábado. Colher uma espiga, mesmo que para saciar a fome, era motivo de lenha na cabeça. Cristo respondeu assim: o sábado foi feito para o homem – o sábado é um benefício para o homem – o sábado é uma benção para o homem. [Para os rejeitadores de plantão, um lembrete: o assunto não era sobre anulação, abolição ou substituição do sábado, mas, como devia ser observado, guardado, santificado].

QuartaO Sábado e os Últimos Dias (13 de março de 2013). Para alguns, as notícias da televisão são apenas notícias. É um acontecimento atrás do outro. Para o atento leitor da Bíblia, no entanto, algo está para acontecer. Há quem veja os animais, em pares, entrando na arca, e ache isso normal. Para aquele que presta atenção nas profecias, no entanto, algo extraordinário já está acontecendo.

Cremos, sem medo de errar, que falta um pouquinho só para a volta de Jesus. Falta o evangelho ser pregado em todo o Mundo, a todas as gentes.  E a pregação que falta tem a ver com o sábado, no seguinte sentido: o sábado é um memorial da criação, ou seja, um relembrar e reconhecer que temos um Criador – o nosso Deus, o Senhor Jesus Cristo. E Apocalipse 14:6 e 7 é justamente isso. Um chamamento para este tema. “E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo. Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é vinda a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas”(Apocalipse 14:6-7).

Deus está chamando pessoas para adorá-Lo, em reconhecimento de que Ele é Deus.

QuintaUm Salmo para o Sábado (14 de março de 2013). O israelita cantava o salmo. Pena não termos a partitura musical. Mas a letra é essa: “Bom é louvar ao SENHOR, e cantar louvores ao Teu nome, ó Altíssimo; para de manhã anunciar a Tua benignidade, e todas as noites a Tua fidelidade; sobre um instrumento de dez cordas, e sobre o saltério; sobre a harpa com som solene. Pois Tu, SENHOR, me alegraste pelos Teus feitos; exultarei nas obras das Tuas mãos. Quão grandes são, SENHOR, as Tuas obras! Mui profundos são os Teus pensamentos. O homem brutal não conhece, nem o louco entende isto. Quando o ímpio crescer como a erva, e quando florescerem todos os que praticam a iniquidade, é que serão destruídos perpetuamente. Mas Tu, SENHOR, és o Altíssimo para sempre. Pois eis que os Teus inimigos, SENHOR, eis que os Teus inimigos perecerão; serão dispersos todos os que praticam a iniquidade. Porém Tu exaltarás o meu poder, como o do boi selvagem. Serei ungido com óleo fresco. Os meus olhos verão o meu desejo sobre os meus inimigos, e os meus ouvidos ouvirão o meu desejo acerca dos malfeitores que se levantam contra mim. 

O justo florescerá como a palmeira; crescerá como o cedro no Líbano. Os que estão plantados na casa do SENHOR florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e vigorosos, para anunciar que o SENHOR é reto. Ele é a minha rocha e nEle não há injustiça” (Salmos 92).

SextaConclusão (15 de março de 2013). Renove o seu sábado. Reafirme o seu compromisso com Deus. Com o maior prazer do mundo, prepare-se para o próximo pôr do sol. Organize-se de forma a respeitar já o início desse dia sagrado. A roupa, o banho, o alimento: que tudo seja pensado de modo a receber o Senhor em Seu belo dia, o dia de repouso. Que a cabeça esteja focada num só propósito: vou me preparar para, no horário correto, descansar em Deus, desfrutar Seus cânticos e ler Sua Santa Palavra – e, de preferência, rodeado de amigos e familiares.

Da parte de Deus, a certeza: Ele abençoará esse santo propósito, e vai ajudar-nos na execução desse especial planejamento.

* A propósito: será que Deus previamente contou para Adão e Eva, naquela sexta-feira em que foram criados, que o dia seguinte seria o sétimo dia, o sábado, e que ele seria santificado como um dia absolutamente especial para adoração ao Seu nome? Eu creio que há possibilidade disso ter acontecido. Sabe por que? Porque Deus os estaria ensinando a fazer os devidos preparos e criando neles o desejo que esse dia logo chegasse. É provável que eles, já para o primeiro sábado, exultassem diante de tamanha benção ainda a ser concedida pelo Criador.

Sejamos felizes, queridos irmãos. Com a graça de Deus.

Comentários Lição 11 – Sábado: feito para o homem (Prof. Sikberto Marks)

09 a 16 de Março de 2013

Verso para memorizar:O Filho do Homem até do sábado é Senhor” (Mat. 12:8, RC).

Introdução de sábado à tarde
Fica bem claro aqui que o sábado pertence a JESUS, portanto, ninguém mais, senão Ele, tem autoridade sobre a bênção e a santificação que foi estabelecida sobre esse dia, no ato final da criação, conforme Gên. 2:1 a 3. Nem o Imperador Constantino, nem o papa, nem a Igreja Católica, e ninguém mesmo pode fazer alguma alteração no mandamento do sábado. Esse foi um dia estabelecido por JESUS, na criação, para toda a humanidade. E foi JESUS quem disse que o sábado existiria enquanto a criação existisse (Mat. 5:18).
O sábado foi feito para o benefício do ser humano. É para o nosso bem. Por isso devemos dedicar o sábado às atividades espirituais, pois assim estaremos cultivando bom relacionamento com o Criador, que também é amor. Esse relacionamento deve ser mais intenso e sem potenciais perturbadores, como preocupações com o trabalho secular, por exemplo. Resumindo, o sábado é para cultivarmos intensamente o amor com DEUS e com nossos semelhantes, de modo exclusivo.
Ellen G. White tem recomendações interessantes sob como viver o dia de sábado. “Devem-se atender às necessidades da vida, cuidar dos doentes, suprir as faltas dos necessitados. Não será tido por inocente o que negligenciar aliviar o sofrimento no sábado. O santo dia de repouso de Deus foi feito para o homem, e os atos de misericórdia se acham em perfeita harmonia com seu desígnio. Deus não deseja que Suas criaturas sofram uma hora de dor que possa ser aliviada no sábado, ou noutro dia qualquer.
“As solicitações para com Deus são ainda maiores no sábado do que nos outros dias. Seu povo deixa então a ocupação ordinária, e passa mais tempo em meditação e culto. Pedem-Lhe mais favores no sábado, que noutros dias. Exigem-Lhe a atenção de modo especial. Anelam Suas mais preciosas bênçãos. Deus não espera que o sábado passe para lhes conceder esses pedidos. A obra no Céu não cessa nunca, e o homem não deve descansar de fazer o bem. O sábado não se destina a ser um período de inútil inatividade. A lei proíbe trabalho secular no dia de repouso do Senhor; o labor que constitui o ganha-pão deve cessar; nenhum trabalho que vise prazer ou proveito mundanos, é lícito nesse dia; mas como Deus cessou Seu labor de criar e repousou ao sábado, e o abençoou, assim deve o homem deixar as ocupações da vida diária, e devotar essas sagradas horas a um saudável repouso, ao culto e a boas obras. O ato de Cristo em curar o enfermo estava de perfeito acordo com a lei. Era uma obra que honrava o sábado” (O Desejado de Todas as Nações, 207).
 
  1. 1.      Primeiro dia:  A criação e o sábado
“Deus fez o mundo em seis dias literais, e no sétimo dia literal descansou de toda a Sua obra que fizera, e restaurou-Se. Assim deu ao homem seis dias em que trabalhar. Mas santificou o dia de Seu descanso, e deu-o ao homem para ser observado, livre de todo o trabalho secular. Ao separar assim o sábado, deu Deus ao mundo um memorial. Não separou Ele um de qualquer dia em sete, mas um dia especial, o sétimo dia. E ao observar o sábado, mostramos que reconhecemos a Deus como Deus vivo, o Criador do Céu e da Terra.
“Nada há no sábado que o restrinja a qualquer grupo de pessoas. Foi dado para a humanidade. É para ser empregado não em indolência, mas na contemplação das obras de Deus. Isto os homens devem fazer para que possam saber “que Eu sou o Senhor que os santifica” Ezeq. 20:12” (Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, 137).
Alguns pontos importantes em relação ao sábado:
ð  Ele foi instituído por DEUS, não por um ser humano ou por alguma criatura; portanto, quem tem autoridade sobre esse dia é DEUS, e só Ele.
ð  Isso aconteceu na semana da criação, e faz parte dela; portanto, não se pode mudar o sentido desta semana, isto é, inverter a ordem dos dias da semana da criação, pois no primeiro dia DEUS disse “haja luz” e não santificou o primeiro dia, como hoje muitos fazem.
ð  O sábado foi estabelecido na criação, para os pais de toda a humanidade, não havendo ainda judeu ou raça ou qualquer tipo de povo; logo, tanto a semana quanto o sétimo dia santo foi estabelecido para toda a humanidade, não apenas para alguns, como dizem, que o sábado é só para os judeus.
ð  É bom atentar na Bíblia se existe alguma declaração nela que o sábado é só para os judeus: não existe.
ð  O Criador, JESUS CRISTO, foi quem estabeleceu o sábado, na criação; portanto, é o Senhor do sábado, como Ele mesmo disse.
ð  Foi na criação, assim como foi durante os anos em que JESUS viveu entre nós, que Ele guardou o dia de sábado, como Ele mesmo determinou, e jamais Se referiu quanto a alguma mudança nesse mandamento.
ð  O descanso sabático não é apenas uma ordem do Criador, Ele mesmo deu o exemplo, como certamente faz até hoje, e continuará fazendo sempre, porque DEUS “não muda”.
ð  É muito importante saber que a mudança na santificação do sábado para o domingo foi obra de um ser humano, o Imperador pagão Constantino, aceita pela Igreja Católica, que ao contrário do que ela afirma, não tem autoridade para fazer ou avalizar tal mudança, pois JESUS disse e deixou bem claro: Ele é o Senhor do sábado.
O sábado tem duas importantes mensagens: a primeira nos remete a lembrar que tudo foi criado por DEUS, e essa mensagem diz que nós, seres humanos, criaturas, não podemos alterar os mandamentos de DEUS. A segunda mensagem diz que esse é um dia em que devemos manter especial comunhão de amor com nosso Criador e entre nós mesmos. É o dia especial para nos dedicarmos ao amor, para que tenhamos uma vida digna e promissora, e que tudo o mais nesse planeta receba, por nosso intermédio, a bênção que existe, em abundância sobre o sábado, desde a primeira semana da criação.

  1. 2.      Segunda: O rico significado do descanso sabático
Parece que desconhecemos a DEUS, e não O compreendemos facilmente. Sob esse título esperava mais. Afinal, para que DEUS nos deu o sábado? Porque Ele disse: “não farás nenhum trabalho”? Qual a razão do descanso?
Sem dúvida que o sábado assume outras conotações óbvias dependendo das circunstâncias. Portanto, é evidente que o sábado é o “memorial da criação”, “sinal entre DEUS e a criatura”, “memorial da libertação do Egito”, “promessa de salvação para o descanso na Nova Terra.” Mas o sábado é mais que isso.
Do apóstolo João podemos aprender mais sobre o significado profundo dos mandamentos de DEUS. Poucos atentam para este significado. Por exemplo, em I João 2:3 a 8, aprendemos sobre o amor. Há ali uma relação entre o amor e os mandamentos, e o sábado está nos mandamentos. Trata da intimidade entre DEUS e as criaturas à Sua semelhança. Assim também é em I João 3:24; 4:7 a 20; 5:3; 2 João 5 e 6. Também podemos ler no livro de João 14:13 a 15 e 21 a 24 e 15:7 a 10. Não poderíamos deixar de ler Rom. 13:3 a 10. E teríamos muitos outros versos a mais.
O que aprendemos desses textos? Sobre o amor de DEUS, e que este amor está na lei, e é refletido na lei. Quem obedece a lei expressa o amor de DEUS. Aprendemos que o amor necessita de momentos de intimidade, momentos de dedicação exclusiva entre os que se amam. Estes são momentos em que os verdadeiros amantes deixam de lado tudo o que fazem e se dedicam um ao outro. O amor para existir necessita da intimidade, e o sábado é o dia da intimidade entre DEUS e as criaturas; por isso o próprio DEUS descansou, isto é, dedicou-Se a fazer apenas o que era necessário para manter a intimidade com Suas criaturas. Esse é o verdadeiro e profundo significado do sábado. Ele é o dia da família, em que nos ligamos mais profundamente com DEUS para nos ligarmos mais profundamente entre nós, principalmente entre os membros da família. Após ter DEUS criado Adão e Eva, o dia seguinte era sábado, portanto, o dia da comemoração da criação de todas as coisas, principalmente do matrimônio, ou seja, da esfera íntima para o cultivo da felicidade. E a vida sem felicidade não faz sentido algum.
É curioso e esquisito que os defensores do domingo já tenham descoberto a necessidade da família ter seu dia especial. Eles defendem que seja o domingo, pois chamam esse dia assim: “dia do Senhor e dia da família”. E nós, o que nos falta para entendermos que devemos demonstrar para o mundo que o dia da família é o sábado? Nossa lição não trata desse aspecto, ficou uma lacuna nos estudos. Ainda não estamos entendendo bem todas as razões porque DEUS, o Criador, nos deu o sábado.
Ellen G. White escreve sobre esse ponto e nos ensina: “O sábado e a família foram, semelhantemente, instituídos no Éden, e no propósito de Deus acham-se indissoluvelmente ligados um ao outro. Neste dia, mais do que em qualquer outro, é-nos possível viver a vida do Éden. Era o plano de Deus que os membros da família se associassem no trabalho e estudo, no culto e recreação, sendo o pai o sacerdote da casa, e pai e mãe os professores e companheiros dos filhos. Mas os resultados do pecado, tendo mudado as condições da vida, impedem em grande parte esta associação. Muitas vezes o pai dificilmente vê a face de seus filhos durante toda a semana. Acha-se quase totalmente desprovido de ocasião para companhia ou instrução. O amor de Deus, porém, estabeleceu um limite às exigências do trabalho. Sobre o sábado Ele põe Sua misericordiosa mão. No Seu dia Ele reserva à família a oportunidade da comunhão com Ele, com a natureza, e uns para com outros.
“Visto que o sábado é a memória do poder criador, é o dia em que de preferência a todos os outros devemos familiarizar-nos com Deus mediante Suas obras. Na mente infantil, o próprio pensamento do sábado deve estar ligado à beleza das coisas naturais. Feliz é a família que pode ir ao lugar de culto, aos sábados, como iam Jesus e Seus discípulos à sinagoga, através de campos, ao longo das praias do lago, ou por entre bosques. Felizes são o pai e a mãe que podem ensinar a seus filhos a Palavra escrita de Deus com ilustrações tiradas das páginas abertas do livro da natureza; que podem com eles reunir-se sob as verdes árvores, no ar fresco e puro, para estudar a Palavra e cantar os louvores do Pai celestial.
“Por meio de tais associações, os pais poderão ligar os filhos a seu coração, e assim a Deus, mediante laços que jamais se hão de romper” (Educação, 250 e 251). 
 
  1. 3.      Terça: JESUS e o sábado
O que quer JESUS dizer quando falou: “O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” (Marcos 2:27)?
Os rabinos haviam tornado o sábado um fardo, tantas as regras que criaram para a sua observância. Eles estavam diante do Autor da lei, querendo ensiná-Lo sobre como Ele, o Criador, devia guardar o sábado. Mas faziam mais ainda: repreendiam o Autor da lei quando fazia algo que, segundo os rabinos, não era lícito. Esse debate deu margem a que, hoje, muitos se baseiem para dizer que JESUS anunciava a mudança do sábado para o domingo, e que o sábado era dos judeus, mas o domingo é dos cristãos. Nem de longe JESUS tocou em algo que pudesse dar tal interpretação, bem pelo contrário. Ele valorizou o sábado como logo veremos. Diz o comentário bíblico adventista sobre esse ponto: “Os inumeráveis requisitos dos rabinos para a minuciosa observância do sábado se apoiavam no conceito de que, à vista de Deus, o sábado era mais importante mesmo que o homem. De acordo com o indubitável raciocínio desses cegos expositores da lei divina, o homem foi feito para o sábado: para guardá-lo mecanicamente. Os rabinos reduziram o sábado a um absurdo mediante sua rígida e insensata distinção entre o que se devia fazer e o que não se devia fazer nesse dia…”. Portanto, conforme eles exigiam, o sábado era tão difícil de ser observado que nem eles mesmos seguiam bem suas próprias regras. Ou seja, na verdade eles estavam preparando o caminho para a santificação de outro dia, mais folgado, o domingo, que já era naqueles tempos santificado pelos pagãos.
Quando JESUS disse que o sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o inverso, Ele disse que o ser humano, homens, mulheres, crianças, enfim, a humanidade toda, necessitavam de um tempo especial para dedicação a DEUS e às coisas santas, para ter crescimento moral e espiritual, para desenvolver o caráter segundo princípios superiores. Era para deixar de lado as preocupações ou afazeres rotineiros e dedicar-se ao estudo do caráter conforme a vontade de DEUS. O sábado era, e ainda é, para ser um dia para aumentar a felicidade do ser humano, para ser uma bênção, não uma carga.
Logo, no sábado pode-se e deve-se fazer o bem a quem necessite. Por exemplo, se no sábado ocorrer uma inundação em alguma cidade, devemos socorrer as pessoas do modo que for possível. Se alguém necessitar de socorro médico, devemos fazer isso. E assim por diante. Mas os rabinos tornaram o sábado tão cheio de regras que nem mesmo se poderia colher alguma fruta da árvore para comer.
JESUS, o Autor do sábado, fazia curas nesse dia. Os rabinos ficavam furiosos. Mas JESUS era quem o fazia, e Ele foi quem estabeleceu o sábado, não os rabinos. “Na cura da mão mirrada, Jesus condenou o costume dos judeus, e colocou o quarto mandamento no lugar que Deus lhe destinara. “É … lícito fazer bem nos sábados”, declarou Ele. Pondo à margem as absurdas restrições dos judeus, Cristo honrou o sábado, ao passo que os que dEle se queixavam estavam desonrando o santo dia de Deus” (O Desejado de Todas as Nações, 287).
“Jesus viera para engrandecer a lei, e a tornar gloriosa. Isa. 42:21. Não haveria de lhe diminuir a dignidade, mas exaltá-la. Diz a Escritura: “Não desfalecerá, nem Se apressará, até que estabeleça na Terra o juízo.” Isa. 42:4. Ele viera para libertar o sábado daquelas enfadonhas exigências que o haviam tornado uma maldição em vez de bênção.
“Por isso escolhera o sábado para nele realizar a cura de Betesda. Poderia haver curado o enfermo igualmente em qualquer outro dia da semana; ou simplesmente tê-lo curado, sem lhe dizer que levasse a cama. Isto, porém, não Lhe teria proporcionado a oportunidade que desejava” (O Desejado de Todas as Nações, 206).
Neste sentido, o Autor do sábado ensinou que podemos trabalhar neste dia, quando for para ajudar a diminuir o sofrimento de alguém. Isso não é transgressão do quarto mandamento. Ele disse que o próprio Pai, DEUS, trabalha neste dia para a sustentação de todo o Universo. Isso Ele sempre fez, desde a criação. No sábado não houve mais criação, mas houve sustentação. “Jesus lhes afirmou que a obra de aliviar os aflitos estava em harmonia com a lei do sábado. Estava em harmonia com os anjos de Deus que estão sempre descendo e subindo entre o Céu e a Terra para servir à humanidade sofredora. Jesus declarou: “Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também.” João 5:17. Todos os dias são de Deus, para neles se executar Seus planos para com a raça humana. Fosse a interpretação dos judeus razoável, então o Senhor estaria em falta, visto ser Seu trabalho que vivifica e mantém toda criatura vivente desde que lançou os fundamentos da Terra; então Aquele que declarou boa a Sua obra, e instituiu o sábado para comemorar-lhe o acabamento, deveria acabar com Seu labor e deter a incessante rotina do Universo.
“Deveria Deus impedir o Sol de cumprir sua missão no sábado, obstar seus fecundos raios de aquecer a Terra e nutrir a vegetação? Deveriam os sistemas planetários quedar imóveis durante aquele santo dia? Ordenaria às fontes que se abstivessem de regar os campos e as florestas, mandaria às ondas do mar que detivessem seu incessante fluir e refluir? Deveriam o trigo e o milho deixar de crescer, e o maturante cacho adiar seu belo colorido? Não hão de as árvores florescer, nem desabrochar as flores no sábado?
“Fora assim, e deixariam os homens de ter os frutos da terra, e as bênçãos que tornam desejável a vida. A natureza deve continuar seu invariável curso. Deus não poderia por um momento deter Sua mão, do contrário o homem desfaleceria e viria a morrer. E o homem também tem nesse dia uma obra a realizar. Devem-se atender às necessidades da vida, cuidar dos doentes, suprir as faltas dos necessitados. Não será tido por inocente o que negligenciar aliviar o sofrimento no sábado. O santo dia de repouso de Deus foi feito para o homem, e os atos de misericórdia se acham em perfeita harmonia com seu desígnio. Deus não deseja que Suas criaturas sofram uma hora de dor que possa ser aliviada no sábado, ou noutro dia qualquer” (O Desejado de Todas as Nações, 206 e 207).

  1. 4.      Quarta: O sábado e os últimos dias
Nos últimos dias haveria, e hoje eles estão aí, pessoas folgadas, escarnecedoras, dizendo que há milênios nada mudou, que, portanto, a história da volta de JESUS é uma farsa. Isso nunca acontecerá. Tudo está andando normalmente, a ciência trazendo novidades a cada dia, a tecnologia com soluções impressionantes. Enfim, a vida, por meio da ciência e de sua tecnologia promete futuro melhor sobre a Terra. As safras vêm aumentando, o problema da falta de chuva vem sendo estudado e já há possibilidades concretas de melhorias. A produtividade vem aumentando, as melhorias genéticas estão aí. A indústria vem se robotizando, melhorando a qualidade enquanto reduz os custos.
De fato, a humanidade nunca viu tanto desenvolvimento como nessas últimas décadas. Mas, ao mesmo tempo, nunca estivemos tão perto do precipício global. As catástrofes e os conflitos aumentam bem como o comportamento do ser humano se torna cada vez mais ameaçador. É o desenvolvimento ao lado da franca degeneração, e esta vem ganhando a corrida.
O desenvolvimento induz a que muitos pensem: justo agora falam sobre a volta de JESUS. Isso não faz sentido, temos como resolver nossos problemas. As coisas deverão melhorar, é só vencermos a atual crise econômica que se faz presente nos países desenvolvidos do mundo. É só unirmos todas as igrejas para, sem conflitos e brigas entre igrejas, reeducarmos as pessoas para a nova cidadania global sustentável. Ideias existem, soluções vêm sendo ventiladas. Se tudo der certo, alcançaremos um período de grande prosperidade e paz.
É, parece mesmo que não falta muito para se chegar a “paz e segurança”! O mundo está visivelmente indo nessa direção, para logo depois vir a repentina e inesperada destruição. Ao lado do que parece ser progresso, mais forte é a degeneração da sociedade humana. Acima do desenvolvimento, bem mais forte, é a corrupção, que leva ao caos.
O evangelho eterno, que faz parte da mensagem do último Elias, é a proclamação para temer a DEUS e dar-Lhe glória, para adorá-Lo como Criador. E esta é a mensagem central do sábado, que diz que devemos nos lembrar dele para o santificar porque DEUS criou tudo em seis dias, e santificou o sábado para servir de exemplo. A mensagem final ao mundo é de adoração ao Criador, contra a outra mensagem de santificação do domingo com a adoração do não-criador. O sábado sucede os seis dias de criação, o domingo é o primeiro dia da criação, antes do qual nada foi criado. Por isso é o dia do não-criador, e o sábado o dia do Criador. Está aí a grande mensagem final ao mundo, a última proclamação e também a grande controvérsia.
Se a humanidade compreendesse a verdade do sábado e obedecesse, a volta de JESUS ocorreria num clima de grande expectativa global, em paz, todos tendo o mesmo desejo de serem salvos para a eternidade. Mas o conflito vem aumentando e contra aqueles que proclamam a segunda vinda serão desferidas as mais cruéis e audaciosas investidas de perseguição e morte. Mas desta vez, o tempo de sofrimento será curto, e sabemos que é a última batalha, então veremos JESUS como Ele é. E muitos dos que leem este comentário é certo que verão, com seus olhos, o Salvador vindo no espaço cósmico, como Rei dos reis e Senhor dos senhores.

  1. 5.       Quinta: Um salmo para o sábado
Vamos ler o salmo 92, dedicado ao sábado: “(1) [Salmo e cântico para o sábado] Bom é louvar ao SENHOR, e cantar louvores ao Teu nome, ó Altíssimo; (2) para de manhã anunciar a Tua benignidade, e todas as noites a Tua fidelidade; (3) sobre um instrumento de dez cordas, e sobre o saltério; sobre a harpa com som solene. (4) Pois Tu, SENHOR, me alegraste pelos Teus feitos; exultarei nas obras das Tuas mãos. (5) Quão grandes são, SENHOR, as Tuas obras! Mui profundos são os Teus pensamentos. (6) O homem brutal não conhece, nem o louco entende isto. (7) Quando o ímpio crescer como a erva, e quando florescerem todos os que praticam a iniquidade, é que serão destruídos perpetuamente. (8) Mas Tu, SENHOR, és o Altíssimo para sempre. (9) Pois eis que os Teus inimigos, SENHOR, eis que os Teus inimigos perecerão; serão dispersos todos os que praticam a iniquidade. (10) Porém Tu exaltarás o meu poder, como o do boi selvagem. Serei ungido com óleo fresco. (11) Os meus olhos verão o meu desejo sobre os meus inimigos, e os meus ouvidos ouvirão o meu desejo acerca dos malfeitores que se levantam contra mim. (12) O justo florescerá como a palmeira; crescerá como o cedro no Líbano. (13) Os que estão plantados na casa do SENHOR florescerão nos átrios do nosso Deus. (14) Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e vigorosos, (15) para anunciar que o SENHOR é reto. Ele é a minha rocha e nEle não há injustiça.”
Esse salmo é de vitória para os que confiam no Senhor. Curiosamente não aparece nele a palavra sábado. No entanto, o autor o dedicou ao sábado, enfocando as bênçãos para aqueles que são fiéis ao Senhor. Eles serão vitoriosos, e no final de tudo a vitória será grande. Os inimigos, que sempre foram maioria, serão derrotados. Antes, todos eles serão ainda convidados ao arrependimento. O Senhor é a rocha dos fiéis, e mesmo que pareça demorar, a vitória não mais necessita ser conquistada, ela será concedida a nós, os que estão ligados ao Senhor. “Visto que o sábado é a memória do poder criador, é o dia em que de preferência a todos os outros devemos familiarizar-nos com Deus mediante Suas obras. Na mente infantil, o próprio pensamento do sábado deve estar ligado à beleza das coisas naturais. Feliz é a família que pode ir ao lugar de culto, aos sábados, como iam Jesus e Seus discípulos à sinagoga, através de campos, ao longo das praias do lago, ou por entre bosques. Felizes são o pai e a mãe que podem ensinar a seus filhos a Palavra escrita de Deus com ilustrações tiradas das páginas abertas do livro da natureza; que podem com eles reunir-se sob as verdes árvores, no ar fresco e puro, para estudar a Palavra e cantar os louvores do Pai celestial” (Educação, 251).

  1. 6.      Aplicação do estudo Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
Podemos, para hoje, deixar uma reflexão sobre como guardar o santo dia de sábado. Nisso o povo de DEUS deve ser exemplo para o mundo. Devemos ser um povo feliz por termos o sábado, demonstrando o desejo de distribuir essa felicidade aos outros, para que também sintam essa bênção.
“”Lembra-te” é o que aparece bem no começo do quarto mandamento. Pais, deveis lembrar-vos do dia do sábado, para que vós mesmos o santifiqueis. E se fizerdes isto, estareis dando a própria instrução a vossos filhos; eles reverenciarão o santo dia do Senhor. … Durante toda a semana, tende o santo sábado em vista, porque esse dia deve ser dedicado ao serviço de Deus. É um dia em que as mãos devem repousar dos trabalhos seculares, quando as necessidades espirituais devem receber atenção especial.
“O sábado – oh! – tornai-o o dia mais doce e mais abençoado de toda a semana. … Os pais podem e devem dar atenção aos filhos, lendo-lhes as partes mais atraentes da história bíblica, ensinando-os a reverenciar o dia de sábado, guardando-o segundo o mandamento.
“Podem fazer do sábado um deleite, se seguirem a conduta certa. As crianças podem interessar-se em boa leitura ou em conversação sobre a sua salvação.
“Numa parte do dia, todos devem ter oportunidade de ficar ao ar livre. … Que sua mente juvenil se ligue a Deus no belo cenário da natureza, seja sua atenção chamada às provas de Seu amor ao homem nas obras criadas. … Ao verem as belas coisas que Ele criou para a felicidade do homem, serão levadas a considerá-Lo um terno e amorável Pai. … Ao revestir-se o caráter de Deus do aspecto de amor, benevolência, beleza e atração, elas são induzidas a amá-Lo.
“O sábado é um elo de ouro que une a Deus o Seu povo.
“Santificar o sábado ao Senhor importa em salvação eterna.” (Minha Consagração Hoje, MM, 1953 e 1989, 287).

Assista o comentário clicando aqui.

Comentários Lição 11 - Sábado: um dom edênico (Prof. César Pagani)


09 a 15 de Março de 2013

Verso em destaque: “Porque o Filho do Homem é senhor do sábado.” Mt 12:8.

Nota do comentarista: Os irmãos poderão achar alguma diferença nos títulos principal e diários da lição. É que os traduzimos diretamente do original e esses podem não ser iguais aos dos impressos na lição em português.
           
            Desde o início o sábado não foi feito simplesmente para ser um dia de descanso físico. Ora, o homem edênico não padecia fadigas. Por certo nem precisaria dormir, visto que o sono é um processo restaurador de energias e o Adão perfeito não produzia resíduos metabólicos que precisassem ser eliminados, e nem necessitava diminuir seus ritmos cardíaco e respiratório para relaxar músculos, liberar melatonina, GH (hormônio de crescimento), leptina, revigorar os sistemas orgânicos, etc. Ele não estaria, portanto, cansado no final do sexto dia, necessitando ansiosamente umas horas de relax físico e psíquico.
            Todos os dias edênicos, entendemos, começavam com cultos matutinos. Vozes humanas e de animais louvavam ao benigno Criador por trazer-lhes a vida, cuidar deles e produzir-lhes felicidade contínua. Mas o sábado era um dia de culto todo especial. Deus vinha encontrar-Se com Sua criação nos trajes de gala de Sua esplendorosa glória. O louvor deve ter sido muito mais intenso nesse dia, muito mais jubiloso; as emoções fluiriam com mais pujança.   
            O sábado era o aniversário semanal da magnífica obra de Deus. Como esse dia foi feito por causa do homem, isto é, para trazer-lhe a maior soma de benefícios, era também a coroa da semana.  Nenhuma atividade comum era realizada no santo período. Os trabalhos, os estudos, os cuidados com o Jardim, tudo era posto de lado para desfrute total do dia especial de Deus.
            Deus não apenas descansou, santificou e abençoou o dia de sábado; Ele o transformou em mandamento moral para todas as gerações. Como estatuto perpétuo, enquanto durar a eternidade perdurará o sábado como memorial da criação. 

DOMINGO

A criação e o sábado do sétimo dia
            O santo mandamento ordena que se ponha de lado para uso especial o tempo do sétimo dia. O sábado, desde o início, era para ser um manifesto distintivo da grandeza criadora de Elohyim, um sinal de sua soberania e governo, um tempo de graça especial onde o desejo divino de tornar os seres humanos felizes seria mais completamente satisfeito.
            Cada sábado é uma réplica ostensiva às teorias ateias sobre a origem do Universo e da Terra. Cada sábado diz: “Escutem, homens de dura cerviz ou obstinados, Deus fez tudo quanto existe e criou a Terra e tudo quanto nela há em seis dias literais e no sétimo instituiu o sábado como tempo distinto para colóquio com a humanidade.”
            Em Gn 2:2 está escrito que Deus terminou no sétimo dia a obra criadora. E o que Ele fez no sétimo dia? Tudo quanto era necessário à vida na Terra foi concluído em seis dias. Mas a afirmação do texto sagrado é que o Criador não considerou Sua obra pronta enquanto não criasse o dia exclusivo. O próprio Deus não fez nenhuma obra no sétimo dia.  Ora, se tudo quanto fora criado era vital para seres humanos e animais, Ele considerou impostergável a medida que tomou no sábado: criar o tempo de comunhão, o dia de alegria, de revigoramento, de prazer.
            A razão para a criação do sábado é dada no próprio texto do mandamento: “[...] porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há, mas ao sétimo dia descansou [ou cessou de criar].” Então, segue-se que se você quiser honrar ao seu Criador como originador de todas as coisas, deve consagrar-se no tempo santo e não cuidar de nada que seja contrário ao espírito do sábado. “Nesse dia [sábado] Deus Se propõe abençoar de maneira especial todos os que se consagram a Seu serviço.” CI, 332.
            Há bênçãos especiais no sétimo dia. A Escritura as chama de “cavalgada sobre as alturas da Terra” e “herança de nosso pai Jacó” (Is 58:14).  Isto é, os fieis guardadores do sábado, que o observam segundo o Espírito de Jesus, um dia serão elevados sobre as alturas da Terra para encontrar-se com seu Senhor nos ares e estarão para sempre com Ele. A herança de Jacó, que é a herança de Abraão, é a cidade que tem fundamentos, a qual o Senhor fundou e não o homem. Vale a pena ser fiel.
 Ellen White diz que “santificar o sábado ao Senhor importa em salvação eterna” Testemunhos Para  Igreja, vol. 6, p. 356.
    
SEGUNDA-FEIRA

O profundo significadodo descanso sabático
      
No corpo dos Dez Mandamentos, mais especificamente no texto do sábado, Deus dá a razão por que deseja que Seu povo observe o descanso do sétimo dia: A criação do mundo em seis dias e o descanso divino no sétimo, com as bênçãos do Senhor no sétimo.  O que diferencia Elohyim  dos outros deuses é que Ele é o Deus vivo, autoexistente  e Criador de todas as coisas, enquanto os deuses dos homens são feitos por eles mesmos e revestidos de suas próprias características pecaminosas. 
Em Dt 5:12-15, os mandamentos são repetidos 40 anos depois de dados no Sinai. Há uma diferença no texto referente ao sábado, dando agora como razão para a guarda o fato de Deus ter livrado Israel do Egito. Isso não quer de forma alguma significar a revogação do texto original do mandamento escrito em tábuas de pedra (ele não foi reescrito noutras tábuas que retificassem o texto sinaítico). Moisés repetiu oralmente os Dez Mandamentos e acrescentou o livramento da terra do Egito como outro motivo para a observância do dia sagrado. Note-se que também houve pequena modificação na repetição oral do quinto mandamento, com acréscimo de algumas palavras.
Sábado: distintivo do povo de Deus – O sábado é o brasão de armas do povo de Deus. Ezequiel 20:12 diz que o sétimo dia é o sinal de que o povo que o observa pertence a Deus e é sinal de santificação ou separação entre ele e os outros povos.
O que é preciso salientar que não basta uma observância meramente tradicional ou formal do sábado. Ele deve ser vivido cada semana em toda a sua plenitude. Há que haver uma reforma da guarda do sábado entre o povo de Deus. “Nem todos quantos pertencem ao nosso povo são tão escrupulosos, no tocante à observância do sábado, quanto deveriam sê-lo. Ajude-os Deus a reformarem-se. Convém ao chefe de cada família assentar os pés firmemente na plataforma da obediência.”  Testemunhos Seletos, vol. 3, págs. 129-131. 
Amplos objetivos: saúde espiritual e física: “Quando foram colocados os fundamentos da Terra, foi colocado também o fundamento do sábado. Quando as estrelas da alva cantaram juntas e todos os filhos de Deus se rejubilaram, Deus viu que o sábado era essencial para Adão e Eva, mesmo no Paraíso. Ao dar-lhes o sábado, Deus levou em consideração a sua saúde espiritual e física. “ Cristo Triunfante, 14.
“Ao observamos o sábado, demonstramos reconhecer a Deus como o Deus vivo, Criador do céu e da Terra.”  Carta 31, 1898.


            Jesus não foi somente ensinador do sábado, mas observador do sétimo dia. Ele ensinou que o sábado foi feito por causa do homem.  Segue-se que enquanto existir o homem, existirá o sábado. Quando, no milênio, a Terra ficar sem nenhum habitante, não haverá sábados aqui a guardar. Mas ele será observado no Céu porquanto os remidos lá estarão.
            Outro ponto ensinado por Cristo, que é muito mais uma reivindicação de Sua Divindade, diz que Ele é o Senhor do sábado. Então, aí nosso Senhor deixou claro que o dia do Senh0r é o sábado.
            Tão zeloso era Cristo do sábado, que procurou desvencilhá-lo das tradições, doutrinas humanas  e acréscimos.  Encontramos no Talmude havia 39 restrições para o sábado. Três delas proibiam nadar, dançar e saltar. Também era vedado prestar assistência médica e humanitária, a menos que a situação do assistido implicasse em risco de morte.  Se você sofresse uma fratura no dia sagrado, os líderes religiosos não permitiam que tivesse qualquer socorro. A vítima era obrigada a esperar até o pôr do sol. As mesmas disposições valiam para a aplicação de cataplasmas ou ataduras. Veja essa atitude exemplificada em Mt 12:9-13. De preferência a violar suas tradições, deixariam um homem sofrer, ao passo que socorreriam um animal por causa do prejuízo para o possuidor, caso fosse o mesmo negligenciado. Assim, maior era o cuidado que manifestavam por um animal, que por um homem, criado à imagem divina. Isso ilustra a operação de todas as religiões falsas.” DTN, 286.
Quando um judeu alimentasse suas galinhas, precisava estar atento para que as bicharocas comessem tudo, pois se ficasse um grão de sobra, isso seria considerado como um tipo de semeadura. Arre!
            O absurdo do tradicionalismo combatido por Jesus chegou a seu cúmulo nesta declaração encontrada na literatura sagrada judaica: “Os pecados de todo aquele que observar estritamente toda lei do sábado, embora seja ele adorador de idosos, ser-lhe-ão perdoados.”
            A obtusidade  do tradicionalismo é visto na acerba crítica que os fariseus fizeram aos discípulos de Jesus, quando esses entraram numa seara para se alimentar de espigas de trigo.  “Por que fazem no sábado o que não é lícito?” Mas esses hipócritas, para burlar a lei que estabelecia que ninguém poderia caminhar por mais de 1.260 metros no sábado, eles iam até Jericó na sexta-feira, por exemplo, cidade que  distava uns 15 km de Jerusalém, e lá deixavam um tipo de marmita com o almoço de sábado. No dia de guarda, eles justificavam a ida a Jericó na hora do almoço para poderem comer sua refeição, extrapolando assim a “distância lícita”.
             Jesus deixou claro que o sábado não é um dia de fardos religiosos e opressões, mas de alegria, renovo espiritual, progresso de alma e dedicação a Deus e ao próximo necessitado.
       É lícito, ou seja, está de acordo com a lei. Cristo jamais reprovou os judeus por guardarem a lei de Deus ou por honrarem o sábado. Ao contrário, Ele sempre exaltou a lei em toda sua plenitude. 
          “Declarou Isaías a respeito de Jesus: ‘Foi do agrado do Senhor, por amor da sua própria justiça, engrandecer a lei e fazê-la gloriosa.’ Is 42:21. Engrandecer significa exaltar, elevar a uma posição de destaque. 
“Cristo engrandeceu a lei demonstrando o maravilhoso significado de cada um de seus preceitos. Mostrou que a obediência não consiste apenas de atos externos que podem ser vistos pelos homens, mas envolve também os pensamentos que podem ser sondados por Deus.” VJ, 70.
 
QUARTA-FEIRA

O sábado e os últimos dias
“Vivemos no tempo do fim. Os sinais dos tempos, que se cumprem rapidamente, declaram que a vinda de Cristo está próxima, às portas. Os dias em que vivemos são solenes e importantes. O Espírito de Deus está gradual, mas seguramente, sendo retirado da Terra. Pragas e juízos já estão caindo sobre os que desprezam a graça de Deus.
“As calamidades em terra e mar, as condições sociais agitadas, os rumores de guerra, são assombrosos. Prenunciam a proximidade de acontecimentos da maior importância.
As forças do mal estão se arregimentando e se consolidando. Elas estão se robustecendo para a última grande crise. Grandes mudanças estão prestes a ocorrer no mundo, e os acontecimentos finais serão rápidos.
“As condições do mundo mostram que estão iminentes tempos angustiosos. Os jornais estão repletos de indícios de um terrível conflito em futuro próximo. Roubos ousados são ocorrência frequente. As greves são comuns. Cometem-se por toda parte furtos e assassinatos. Homens possuídos de demônios tiram a vida de homens, mulheres e crianças. Os homens têm-se enchido de vícios, e estão generalizados todos os tipos de males. O inimigo tem conseguido
perverter a justiça e encher do desejo de ganho egoísta o coração das pessoas. ‘A justiça se pôs longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, e a equidade não pode entrar’. Is  59:14. Nas cidades grandes há multidões vivendo em pobreza e miséria, quase privadas de alimento, abrigo e vestuário; ao passo que nas mesmas cidades há os que têm mais do que o coração poderia desejar, que vivem no luxo, gastando o dinheiro com casas ricamente mobiliadas,
com adornos pessoais, ou pior ainda, com a satisfação das paixões carnais, com bebidas alcoólicas, fumo e outros artigos que destroem as faculdades do cérebro, desequilibram a mente e degradam a vida.
“Sobem para Deus os clamores da humanidade que perece de fome, ao mesmo tempo em que, por toda sorte de opressões e extorsões, os homens acumulam fortunas colossais.” Conselhos Para a Igreja, 36.
Nesse caos infernal em que vivemos, o sábado é o refrigerante oásis de nossa alma.  O dia do Senhor é a catarse que fazemos semanalmente; é a desintoxicação da contaminação do mundo. Precisamos apegar-nos hoje com mais zelo ao desfrute do sábado, isto é, observá-lo conforme o mandamento.  Ele nos será um precioso lenitivo para contrabalançar os males que o mundo nos impõe durante seis dias. 
“Grandes bênçãos estão incluídas na observância do sábado, e a vontade divina é que ele seja um dia de alegria para nós. Houve júbilo na instituição do sábado. Contemplando com satisfação as coisas que criara, Deus declarou ‘muito bom’ tudo quanto fizera. Gn 1:31. O Céu e a Terra vibravam então de alegria. ‘As estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam’. Jó 38:7. Embora o pecado tenha entrado no mundo e manchado a perfeita obra divina, o Senhor ainda nos dá o sábado como testemunho de que um Ser onipotente, infinito em misericórdia e bondade, criou todas as coisas. É intuito do Pai celestial preservar entre os homens, mediante a observância do sábado, o conhecimento de Si mesmo. Seu desejo é que o sábado nos aponte a Ele como o único Deus vivo e verdadeiro, e pelo conhecimento dEle possamos ter vida e paz.” Obra citada, 266.


Um salmo para o sábado
            O título do Sl 92 é, em hebraico, “Um cântico para o dia de sábado”. Bom é render graças a Deus a cada dia, mas principalmente quando em colóquio com o Senhor em Seu templo no dia sagrado.            
Dois versos pinçados do Sl 92 deixam evidente que o salmista exultava nas obras de Deus. O texto revela que ele  avaliava em meditação os grandes feitos do Senhor Criador. Sentia alegria ao contemplar os testemunhos da Natureza em favor dAquele que tudo fizera. “Pois me alegraste, Senhor, com os Teus feitos; exultarei nas obras das Tuas mãos.  Quão grandes, Senhor , são as Tuas obras! Os Teus pensamentos, que profundos!” (vv. 4 e 5)
Não há dia mais propício para contemplação e meditação nas grandezas criadoras de Jeová senão o sábado.  Nesse dia temos 24 horas para pensar livremente no infinito talento criador de Elohyim.
Registra a história que o sábio italiano Galileu Galilei estava preso pela Inquisição por ter cometido o “crime” de afirmar  que a Terra girava em torno do Sol, pensamento esse que não era admitido pela igreja.  Um amigo do cientista foi visitá-lo um dia na prisão e lhe fez uma pergunta: “Crede voi nella divinitá?” (Você crê na divindade?).  Ao que Galileu respondeu apontando para uma palhinha que estava no chão da cela: “Esta hastezinha basta para me provar à saciedade a existência de Deus!”
O grande cientista  naturalista sueco Lineu disse, certa vez: “Segui as pegadas do Eterno, contemplando Suas obras.”
Observemos, meus irmãos, que o verso 13 fala que o justo é “plantado na casa do Senhor” e ali floresce. Perguntamos: Qual é o dia especial em que ficamos “plantados” na casa de Deus senão o sábado?” Nos outros dias de culto, passamos tão somente cerca de uma hora no templo, ao passo que no sábado, mais de um terço das horas claras é despendido na igreja, em adoração.
  Ali as obras do Senhor nos são mostradas através de hinos, orações, pregações, cânticos especiais. Ali vemos a maravilhosa Palavra de Deus, por cujo poder tem atravessado séculos e séculos, mesmo entre perseguições e ataques ferozes de Satã e seus confederados.  Ali vemos jovens entusiasmados no serviço do Senhor, velhos que, do alto de seus 80 e até 90 anos se reúnem para a adoração.  Parece que no sábado Deus Se manifesta de modo muito especial através de tudo quanto nos cerca no templo.  Ali Ele nos diz que é nosso Senhor, Criador, Pastor, Redentor e Amante, e nós Lhe dizemos que Ele é nosso Deus a quem amamos e servimos.

Related Posts with Thumbnails