Comentários Lição 4 - Salvação: A Única Solução (Prof. César Pagani)



20 a 26 de Outubro de 2012 

Verso para Memorizar

“Pois Deus amou tanto o mundo que deu Seu único Filho,
para que quem nEle crer, não se perca, mas tenha a
vida eterna. Jo 3:16 - NKJV
           
Nota do comentarista: Os irmãos poderão achar alguma diferença nos títulos da lição. É que os traduzimos diretamente do original e esses podem não ser iguais aos impressos na lição em português.

            O lexicólogo Houaiss define como uma das acepções do termo problema, o conceito de um obstáculo que desafia a capacidade de quem o enfrenta.  No estudo da Teologia do Pecado descobrimos que Deus já tinha a solução do problema muito antes de ele haver surgido no secreto imo ou íntimo do primeiro querubim celeste.  A pergunta filosófica Unde malum?  (de onde veio o mal?) fora respondida pelo Senhor antes do pecado existir. Por Sua presciência, Deus antecipou-Se à perdição provendo a solução do Grande Conflito mediante a salvação realizada na Pessoa de Seu Filho Unigênito.
            A salvação – solução do problema do pecado - foi uma providência complexa tomada por Deus muito antes que o mundo existisse. O pecado podia ser resolvido de várias maneiras, mormente a eliminação sumária da amotinada terça parte dos anjos com seu perverso líder. Assim o Senhor evitaria muitos males futuros. Porém, há um considerando aqui: como bem sabemos, as hostes celestiais leais a Deus e mesmo os seres de outros mundos ainda não podiam ver com clareza o problema do pecado. Tomasse o Senhor uma medida radical, como diz EGW, e as criaturas pensantes O serviriam por temor e não por amor, o que de maneira nenhuma agradaria o Criador.
            Ele preferiu o caminho mais doloroso e custoso para a Divindade - a doação de Jesus Cristo. O Senhor quis mostrar ao Universo que o amor divino proveria no Redentor a maior e mais irrefutável demonstração do quanto pode fazer, do quanto pode renunciar, do quanto pode abnegar-se, do quanto pode esvaziar-se, do quanto pode rebaixar-se e ser pregado na cruz como o mais perfeito outdoor desse afeto divino que não conhece limites.  Disse um teólogo que Deus não cabe em Si mesmo. Assim também Seu amor.

DOMINGO

O alcance do problema
           
A solução para o problema do pecado compreende a solvência jurídica do impasse da desarmonia com a Santa Lei. No sangue de Jesus somos perdoados e nossos débitos com Deus quitados. Em outras palavras, somos perdoados e a Lei não nos argui mais como transgressores. Somos rearmonizados com os Santos Mandamentos.  Há também a solvência espiritual, isto é, uma solução contra a lei do pecado que habita nosso ser (Rm 7:23). Ou a semelhança divina perdida por causa do pecado é restaurada em nós (processo santificatório). Outrossim, a solução para o problema do pecado provê a extinção das consequências do pecado: morte, dor, sofrimentos, angústias, deformidades, lágrimas, deterioração da vida, etc.
Diga-se, a bem da verdade, que a solução de Deus apresentou um campo bem mais abrangente de benefícios do que as fronteiras do pecado. “Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça.” (Rm 5:20)
Estudando Jo 2:25 vemos que o pecado criou no homem uma “fachada de justiça”. A hipocrisia é um dos grandes males do mundo. Encontramo-la nos governos, nos políticos, nos que professam religiões, em homens e mulheres de todas as categorias sociais, etnias, culturas, etc. Porém, o onisciente Deus examina as entranhas dos pecadores e conhece-lhes as falsidades (outra “criação” do pecado). Deus disse a Samuel que o Senhor não atenta para a aparência dos homens, mas conhece-lhes o interior. “Eu, o Senhor, esquadrinho o coração, Eu provo os pensamentos; e isto para dar a cada um segundo o seu proceder, segundo o fruto das suas ações.” (Jr 17:10)
Outro aspecto do problema do pecado é que ele criou e tem expandido no homem a agressividade e a violência. Pessoas de índole pacífica e não malévola muitas vezes são levadas a certas circunstâncias em que se tornam violentas e até criminosas sanguinárias. Por incrível que possa parecer, a violência do homem era um dos temores de Davi. “Livra-me dos que praticam a iniquidade e salva-me dos homens sanguinários.” (Sl 59:2) Hoje a maioria das pessoas no mundo, mormente em cidades grandes, por causa das angústias dos últimos tempos, do estresse da vida moderna, do estilo de vida degradante, são hostis.  O jornalista Antônio Paiva Rodrigues escreveu: “A ambição, o egoísmo, a materialidade, a influência do mal, a fome, a miséria, o desemprego podem levar o homem ao ócio e em consequência a infiltração ao mundo das drogas, do crime e da prostituição.”
Romanos 5:12 revela que o pecado passou para todos os homens. Desde Adão e por todas as gerações até nossos dias, a volúpia transgressora tem sido transmitida através do DNA. Somos propensos a pecar.
Outra malignidade que o problema do pecado causou na humanidade foi a exploração dos mais poderosos sobre os menos favorecidos, maiormente praticada nos últimos dias da história terrena (Tg 5:1-7). O domínio escorchante de uma minoria sobre o povo em geral é espantoso. Não há aqui espaço para expormos as atividades dos Illuminati, da CIA, das sociedades criminosas organizadas, das mídias controladoras do comportamento, dos governos, etc. Quem se aventurar a descobri-las mediante pesquisa acurada, ficará estarrecido.
Isaías 5:23 expõe o assunto das perversões do poder judiciário de Israel (e isso não valia só para o povo escolhido), onde imperava o suborno, a injustiça, a manipulação e falcatruas. Pelo que o direito se retirou, e a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas praças, e a retidão não pode entrar.
“Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos.” Há, segundo as revelações bíblicas, existente no mundo um poder manejado diretamente por Satanás e que engana as multidões. Esse poder é de caráter religioso hábil no uso da mentira e magistral na tramoia. Ele pospôs a Bíblia e em seu lugar criou tradições e ardis de todo tipo para enganar. Tem estado no comando religioso do mundo desde o ano 538 de nossa era. EGW diz que esse poder é a obra-prima da astúcia de Satanás e ensina com maestria o pecado como se fosse santidade e justiça.

  
SEGUNDA

           
             Não é sem razão que a provisão divina chamada de plano da salvação é denominada mistério da piedade (1Tm 3:16). Ele procedeu desde os mais remotos dias da eternidade. Nasceu no coração divino e lá ficou em segredo por eras e eras (1Pe 1:20). Não sei se esse plano valia para os outros mundos. É bem provável que sim, pois EGW diz que cada um deles tem uma árvore da ciência do bem e do mal. “O Senhor me proporcionou uma vista de outros mundos. Foram-me dadas asas, e um anjo me acompanhou da cidade a um lugar fulgurante e glorioso. A relva em dum verde vivo, e os pássaros gorjeavam ali cânticos suaves. Os habitantes do lugar eram de todas as estaturas; nobres, majestosos e formosos. Ostentavam a expressa imagem de Jesus, e seu semblante irradiava santa alegria, que era uma expressão da liberdade e felicidade do lugar. Perguntei a um deles por que eram muito mais formosos que os da Terra- A resposta foi: ‘Vivemos em estrita. obediência aos mandamentos de Deus, e não caímos em desobediência, como os habitantes da Terra’. Vi então duas árvores. Uma se assemelhava muito à árvore da vida, existente na cidade. O fruto de ambas tinha belo aspecto, mas o de uma delas não era permitido comer. Tinham a faculdade de comer de ambas, mas era-lhes vedado comer de uma. Então meu anjo assistente me disse: ‘Ninguém aqui provou da árvore proibida; se, porém, comessem, cairiam’.” HR, 366.
            Na providência surpreendente que Deus tomou temos uma ideia da extrema santidade da Lei de Deus. A cobrança de justiça da Lei transgredida foi tal, que exigiu o sacrifício do próprio Deus para desagravá-la. Requereu que Deus revestisse Sua divindade com a semelhança da carne pecaminosa, Se submetesse às fraquezas humanas e estivesse sob fogo cerrado das hostes das trevas, não podem cometer o mínimo deslize. A perfeita imaculabilidade foi exigida do Substituto do homem, para que Ele pudesse oferecer os méritos de Sua perfeita obediência ao pervertido homem. A Lei requeria a morte do transgressor. Como Jesus nunca pecou, os créditos de Sua vida impoluta e morte redentora passariam para todos os homens que aceitassem Seu fardo leve e jugo suave, e o convite salvador.
            Ora, a Lei é expressão perfeita do caráter de Deus. Esse caráter foi desafiado e agravado pela transgressão de Adão. O governo de Deus, que fundamenta essa Sagrada Constituição, foi contestado atrevidamente. Ela exige sempre justiça e é implacável com os transgressores. Porém, o amor de Deus combinou-se com a justiça para resgatar o homem. A única solução encontrada – e entendemos que Deus teria muitas opções a oferecer – foi a encarnação, vida e morte do Filho de Deus, mais Sua intercessão no Santuário Celestial para apagamento dos pecados dos homens.  Ninguém menos que o Deus Encarnado podia satisfazer os reclamos dos mandamentos violados. Não havia meio menos dispendioso que Deus pudesse usar para salvar o transgressor. Se houvesse, Ele o empregaria.  Deus deu a Si mesmo.
            Tenhamos presente que somos o único mundo que tem um representante assentado no trono da glória. Os habitantes dos mundos não caídos podem ser humanos como nós, porém, não têm um Irmão mais velho que nós temos – o Deus-homem. Que provisão!
TERÇA

A provisão divina – parte 2
           
            Herman Bavinck, teólogo holandês, falou da impossibilidade de explicar a origem do pecado, confessando com sinceridade que ela ultrapassa em muito os limites de nossa compreensão. Mas como entender a provisão divina que sobre-excedeu a potência do pecado?
            Sabedor de nossas profundas limitações para entender o plano da salvação, Deus ideou leis, concertos, rituais, imagens, símbolos, explicações, parábolas e todo recurso pedagógico possível a fim de nos ensinar.
            Deus sabia que teria de fazer o homem compreender a malignidade do pecado, para que esse pudesse captar, pelo menos o suficiente, a infinitude da provisão divina. Já imediatamente no pós-pecado, a primeira medida didática divina foi prover vestes oriundas de sacrifícios.  Não temos ideia de quantos animais foram sacrificados para cobrir os corpanzis de um homem de quatro metros de altura e uma mulher de três metros e oitenta com vestes de pele. Sem querermos parecer tétricos, é bem possível que elas exalassem odor recente de sangue derramado das vítimas doadoras ao serem postas sobre o casal culpado. A medida de Deus para abrigá-los das intempéries foi bem enfática e carregada de simbolismo de justificação.
            Parece razoável concluir que Adão e Eva tenham visto o Senhor imolar o sacrifício e esfolar as vítimas para prover-lhes vestes. Essa medida daria mais intensidade ao ensinamento.  Ao dizer ao casal que a semente da mulher esmagaria a cabeça da serpente, mas antes seria ferida por Satanás, mostrou-lhes que Ele próprio, o Criador Supremo, iria sacrificar-Se para prover vestes de justiça cobridoras do pecado.
            Por um homem havia entrado o pecado no mundo, então por outro Homem (Deus-homem) seria ele extinto. “O meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre Si.” (Is 53:11)

            Porém, esse Homem seria Deus em carne. Humilhar-Se-ia ao extremo tornando-Se obediente até a morte e morte de cruz. Chamá-lo-iam Messias, o Ungido de Deus para tirar o pecado do mundo. O divino e o humano nEle estariam misteriosamente fundidos. Ele condenaria o pecado em Sua carne. Isaías 53 fala de Sua paixão pela humanidade e dos terríveis sofrimentos que suportou por amor dos perdidos. A despeito de toda abnegação, amor, puros ensinos, curas, milagres e provas sobejas de Sua messianidade, foi rejeitado e considerado como nada.
            Paulo ansiava profundamente que a humilhação de Cristo fosse vista e compreendida. Estava convencido de que se os homens pudessem ser conduzidos a considerar o sacrifício estupendo feito pela Majestade do Céu, o egoísmo seria banido dos corações. O apóstolo se detém demoradamente sobre ponto após ponto, para que possamos compreender de alguma sorte a maravilhosa condescendência do Salvador a favor dos pecadores. Ele dirige primeiro a atenção para a posição que Jesus Cristo ocupava nos Céus, no seio do Pai; revela-O em seguida renunciando à Sua glória, sujeitando-Se voluntariamente às condições humildes da vida humana, assumindo as responsabilidades de servo, e tornando-Se obediente até à morte mais ignominiosa e revoltante e a mais penosa - a morte de cruz. Podemos nós contemplar esta maravilhosa manifestação do amor de Deus sem gratidão e amor e o profundo sentimento do fato de que nos não pertencemos a nós próprios?” CBV, 501.


             
            Existe salvação porque existe pecado, que é a transgressão da Lei de Deus, cuja violação ocasiona morte eterna. A experiência da salvação começou no coração divino quando, no imemorial passado, o Deus dos deuses planejou e tomou uma providência que, se necessária, entraria em vigência se ocorresse qualquer transgressão da Lei em todo o domínio de Jeová.  Entendemos que o plano de salvação seria aplicável a qualquer mundo que necessitasse de sua operação, e não somente à Terra que num futuro bem longínquo seria criada.
            Como este planeta foi o único que se declarou rebelado contra o Rei, imediatamente após a maldita ocorrência do pecado o Cordeiro de Deus foi potencialmente morto para prover salvação.
            A morte de Cristo, pagando o salário do pecado por todos os homens e mulheres aqui nascidos, supriu a exigência jurídica da Lei: morte para compensar a tremenda injustiça de cada transgressão. Em Rm 5:6-10, Paulo está-nos ensinando nossa exata condição perante a Lei violada: fracos (v.6), ímpios (idem), pecadores (v.8), inimigos (v.10). Esse cenário é de completo desespero. Dessa condição diz a Escritura: “Desde a planta do pé até à cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, contusões e chagas inflamadas, umas e outras não espremidas, nem atadas, nem amolecidas com óleo.” (Is 1:6). Jesus nos comparou a enfermos terminais (Mt 9:12)
            A encarnação do Filho de Deus foi a maior humilhação do Universo em todos os tempos. O Rei dos reis assumiu a carne humana arruinada por 4.000 anos de pecado. Nessa carne Jesus resistiu estoicamente a toda investida de Satanás para fazê-Lo pecar. Nosso pecado tornou Cristo um homem de dores, sabedor por experiência do que é padecer.
            O homem chegou a tal ponto em sua rebelião que se pôs sob o domínio tirânico do destruidor. Para romper esses grilhões invulneráveis, Jesus entregou-Se e, por Seus méritos, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens. O maior desses dons é o Espírito Santo. Sem Ele não há experiência de salvação, porque o Divino Ser convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo e da imperiosa necessidade de um salvador.  Só Ele pode produzir arrependimento e senso de carência de libertação no íntimo do homem. Os conversos no sermão pentecostal de Pedro sentiram que precisavam do exato Salvador que Jesus era. Tocados pelo Espírito sentiram profunda tristeza por terem participado da imolação de Cristo. Um autor evangélico escreveu: “É a angústia que leva o homem a procurar a Deus; e o passo inicial para o arrependimento; é a crise que precede a verdadeira conversão. Se o homem não
se sentir angustiado em consequência de seus pecados, como haverá de querer aproximar-se do Senhor?”
Muitos daquela multidão certamente haviam clamado “crucifica-O” no palácio de Pilatos. Agora ficaram cientes de que haviam assassinado o Doador da vida e compreenderam-Lhe o inefável amor que O levara a dar a vida em seu lugar.
A experiência de salvação começa com a aceitação da mensagem do evangelho. Prossegue diariamente na obtenção do perdão dos pecados e santificação do ser. Todos os dias o sangue de Jesus Cristo, o Filho de Deus, cobre nossas transgressões confessadas. Sua justiça é aplicada em nós tanto para o expurgo das transgressões como para a transformação (santificação) da natureza pecaminosa que temos.
Somos justificados gratuitamente, como disse Paulo, sem qualquer crédito de nossa parte e independentemente das boas obras que, em nosso próprio esforço, possamos praticar.  A graça justificadora de Cristo é alcançada pela fé no Salvador. A fé vem pelo ouvir da Palavra de Deus e é dom exclusivo do Pai das luzes. Não podemos desenvolver fé salvadora por nós mesmos. Efésios 2:8 revela: “Pois pela graça de Deus vocês são salvos por meio da fé. Isso não vem de vocês, mas é um presente dado por Deus.” (NTLH)

QUIN TA

A experiência da salvação – parte 2
             
Como termos certeza de que os poderes da salvação estão operando em nossa vida? O processo salvífico implica na atuação do poder da graça divina sobre a vida do crente, escoimando-a dos efeitos espirituais do pecado e transformando-a segundo a semelhança da vida do Salvador. Há mudança de pensamentos, de comportamento, morais e ideológicas. Há esvaziamento do ego deficiente e substituição por um ego eficiente, isto é, uma personalidade aperfeiçoada segundo os valores celestiais.
A grande prova da veracidade da experiência da salvação na existência do crente é a manifestação do amor ágape voltada para Deus, primeiramente, e para o próximo. Outra constatação é a certeza de que Aquele que começou a boa obra no indivíduo tem plena competência para concluí-la até o final (Fp 1:6). Também a convicção de que seus pecados são perdoados por Jesus, e que nenhum deles pesará nas balanças do santuário quando sua vida for ali aferida. “Cristo prometeu perdão abundante a todos os que se arrependem e creem em Sua misericórdia. O amor de Deus estende-se, abundante, à alma arrependida e crente. O estigma do pecado na alma só se pode apagar com o sangue do Sacrifício expiatório.” ME1, 371.
            Outra mudança constatável é o profundo interesse daquele que está sendo salvo pelo bem estar presente e eterno de seus semelhantes.
            O desapego às coisas seculares também comprova que o crente está mais ocupado com as coisas que são de cima, do que com aquelas que são de baixo. Seus pensamentos se voltam para “tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama” (Fp 4:6)
            Maravilhoso é o pensamento de que nossa vida inútil e degenerada é substituída pela vida perfeita, imaculada e pura do Filho de Deus. Somos aceitos por Deus em Cristo Jesus como se nunca houvéssemos pecado. Em Jesus somos feitos tão inocentes como um anjo celeste.  “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.” (Rm 8:1)

Comentários Lição 3 - Humanidade: Obra das Mãos divinas (Prof. César Pagani)



13 a 19 de Outubro de 2012

Verso para Memorizar

“Sabei que o SENHOR é Deus; foi Ele quem nos fez, e dEle somos; somos o Seu povo e rebanho do Seu pastoreio.” (Sl 100:3)  

Nota do comentarista: Os irmãos poderão achar alguma diferença nos títulos diários da lição. É que os traduzimos diretamente do original e esses podem não ser iguais aos dos impressos na lição em português.

            Quem sou? De onde vim? Para onde vou?
            O evolucionismo responde: Um primata evoluído. Milhões de anos antes de você ser alguém, surgiu uma ameba procedente da superescaldante sopa cósmica de energia e matéria, que era o Universo antes do Big Bang. Seu destino futuro é morrer e desaparecer como se jamais houvesse existido. Não há vida futura senão para os seus descendentes. Mais uns anos e “você já era”.
            A Palavra de Deus – a verdade revelada – responde: Você é filho de Deus em Jesus Cristo, por Ele criado para ser amado pelo Pai Eterno. Você é um maravilhoso ser planejado e construído pelas mais hábeis mãos do Universo. Seu destino é receber a vida eterna através de nosso Senhor e conhecer a felicidade que nunca se esgotará.
            Uma pergunta néscia ou pueril: Quem você acha que tem razão quanto às origens?
                       
DOMINGO
  
A criação e as origens da humanidade
               
                Uma das perguntas existenciais do homem é: De onde vim? Pois bem, a única revelação que tem a resposta certa é a Escritura. Ela diz que a humanidade foi criada à imagem de Deus, isto é, o Criador emprestou Seus próprios contornos externos ao ambicioso projeto de criar habitantes para o recém-criado planeta. Diz a Bíblia que Adão era filho de Deus (Lc 3:38). Ora, o filho é semelhante ao pai ou à mãe, ou a ambos. EGW ressalta que Adão tinha formas nobres. Não interviesse o pecado e hoje teríamos quatro metros de altura, cútis rosada, beleza dos pés à cabeça e mente brilhante para examinar as obras divinas e nos maravilharmos com o caráter inefável do Criador. Vestes de luz cobririam nossas formas.
            Mas o projeto divino foi muito mais amplo. Não somente a imagem, mas o homem possuiria o caráter de Deus (semelhança). Todos os atributos comunicáveis de Deus estavam presentes em Adão e Eva. E esses atributos eram passíveis de desenvolvimento contínuo, de modo que aumentariam à medida da decorrência da eternidade. Wesley escreveu que a criação partiu do menos perfeito – com referência ao projeto dos seres vivos ditos animais – para o mais perfeito, o homem. A perfeição inicial do homem deveria, em outras palavras, prosseguir até que o ideal divino para o homem fosse alcançado.
            “Nos concílios do Céu, Deus disse: ‘Façamos o homem à Nossa imagem, conforme a Nossa semelhança... Criou Deus, pois, o homem à Sua imagem, à imagem de Deus o criou.’ Gn 1:26 e 27. O Senhor criou as faculdades morais do homem e suas faculdades físicas. Tudo era uma reprodução sem pecado de Sua própria Pessoa. Deus dotou o homem de santos atributos e colocou-o num jardim feito especialmente para ele. Só o pecado podia arruinar os seres criados pela mão do Onipotente.” The Youth’s Instructor, 20 de julho de 1899. 
“Quando Adão saiu das mãos do Criador, trazia ele em sua natureza física, intelectual e espiritual, a semelhança de seu Criador. ‘E criou Deus o homem à Sua imagem’ (Gn 1:27), e era Seu intento que quanto mais o homem vivesse tanto mais plenamente revelasse esta imagem, refletindo mais completamente a glória do Criador. Todas as suas faculdades eram passíveis de desenvolvimento; sua capacidade e vigor deveriam aumentar continuamente. Vasto era o alvo oferecido a seu exercício, e glorioso o campo aberto à sua pesquisa. Os mistérios do universo visível - as ‘maravilhas dAquele que é perfeito nos conhecimentos’ (Jó 37:16) convidavam o homem ao estudo. Aquela comunhão com Seu criador, face a face e toda íntima, era o seu alto privilégio. Houvesse ele permanecido fiel a Deus, e tudo isto teria sido seu para sempre. Através dos séculos infindáveis, teria ele continuado a obter novos tesouros de conhecimentos, a descobrir novas fontes de felicidade e a alcançar concepções cada vez mais claras da sabedoria, do poder e do amor de Deus. Mais e mais amplamente teria ele cumprido o objetivo de sua criação, mais e mais teria ele refletido a glória do Criador. Ed, 15. 
            Na criação o homem recebeu o título de “rei da Terra”. Em Gn 1:26 ele recebeu a ordem de dominar sobre toda a criação divina. Isso quer dizer que todos os  seres vivos obedeceriam às suas ordens. Eva era a rainha, a soberana. A ele foi dado domínio sobre tudo que seus olhos poderiam contemplar...” PP, 44.
            “Multiplicai-vos e enchei a terra” (v. 28). Deus estabelecera um número limite para os habitantes. Quando a descendência de Adão atingisse a cifra estabelecida, cessaria a procriação e a população mundial se manteria estável. E para utilizar o chavão dos contos de fadas: “E todos viveriam felizes para sempre.”
            Muita gente acha que o relato genesíaco sobre a criação do homem é produto da mente criativa do escritor bíblico, no caso, Moisés. Entendem a narrativa como “história da carochinha”. Porém, as Santas Escrituras mencionam Adão pelo nome umas 18 vezes (Versão Almeida Revista e Atualizada), reconhecendo-o como personagem  histórico e real.  A maior autoridade que pisou este mundo reconheceu Adão e Eva como seres históricos. E Sua palavra é inquestionável.              
   
SEGUNDA

               
             Deus criou o homem à Sua própria imagem. Não há aqui mistério. Não há lugar para a suposição de que o homem evoluiu, por meio de morosos graus de desenvolvimento, das formas inferiores da vida animal ou vegetal. Tal ensino rebaixa a grande obra do Criador ao nível das concepções estreitas e terrenas do homem. Os homens são tão persistentes em excluir a Deus da soberania do Universo, que degradam ao homem, e o despojam da dignidade de sua origem. Aquele que estabeleceu os mundos estelares nos altos céus, e com delicada perícia coloriu as flores do campo, Aquele que encheu a Terra e os céus com as maravilhas de Seu poder, vindo a coroar Sua obra gloriosa a fim de pôr em seu meio alguém para ser o governador da linda Terra, não deixou de criar um ser digno das mãos que lhe deram vida. A genealogia de nossa raça, conforme é dada pela inspiração, remonta sua origem não a uma linhagem de germes, moluscos e quadrúpedes a se desenvolverem, mas ao grande Criador. Posto que formado do pó, Adão era filho ‘de Deus’. Lc 3:38.” PP, 44.
            O hebraico tselem (imagem) refere-se claramente ao aspecto formal, isto é, da aparência exterior. Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo têm forma, e como Eles são, nós somos. Para que não nos confundíssemos quanto à forma divina, as Escrituras trazem referências a olhos, boca, ouvidos, mãos, pés, braços, cabeça, cabelos, dedos, como partes do parecer do Senhor.
            O ser que estava para ser criado deveria ter as características de seu Pai. Os laços de parentesco deveriam também estar expressos na própria forma do homem. Deus queria que o homem fosse parecido com Ele. Como o Senhor é o Ser absolutamente perfeito, planejou que a obra viva de Suas mãos fosse, como diz EGW, o “perfeito habitante de um mundo perfeito” (PE, 145) e a “reprodução sem pecado de Sua própria Pessoa” (ME3, 133). Podemos dizer com santo orgulho: “Ó Senhor, Tu és nosso Pai, nós somos o barro, e Tu, o nosso oleiro; e todos nós, obra das Tuas mãos.” (Is 64:8)
“O homem deveria ter a imagem de Deus, tanto na aparência exterior como no caráter” PP, 45).
O ser humano foi criado para “governar” e “dominar”. As insígnias de sua autoridade sobre o planeta estavam também expressas na forma exterior como o “rei do mundo” se apresentaria perante a criação. De porte nobre, ele era um “minideus” porque fora criado segundo a expressão física e moral do Imperador do Universo. Atente a este interessante verso em apoio dessa ideia: “Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus [elohyim] e de glória e de honra o coroaste.” (Sl 8:5)
             
TERÇA

A imagem de Deus – parte 2
       
Há um ditado italiano que diz: “Chi si assomiglia, si piglia”, que traduzido significa: “Quem se assemelha, se une.” Agostinho de Hipona assim se expressou: “Fomos criados para Ti, ó Deus, e nosso coração não tem paz até que a encontre em Ti." Esses dois provérbios transmitem a verdade de que fomos feitos: 1) Para o relacionamento com o Criador. 2) Para o relacionamento com as outras criaturas de Deus, mormente o ser humano.
Li num trabalho teológico que houve um tempo em que Deus estava sozinho, isto é, antes da criação de anjos, mundos, cosmos e de tudo quando procedeu de Sua mão. Mas Ele não queria ficar assim. E isso valia para as três Pessoas divinas que compõem a Divindade. Deus é amor e o amor é altruísta por essência. Acredito que o Senhor tem necessidade intensa de dar amor a tudo quanto criou. E Sua própria natureza.
“Desde os séculos eternos era o desígnio de Deus que todos os seres criados, desde os luminosos e santos serafins até ao homem, fossem um templo para morada do Criador.” DTN,  161.
O objetivo de amor do Senhor era e é morar em todos os seres pensantes que criou. Imaginamos, porventura, um relacionamento mais íntimo que esse? Não apenas morar conosco, mas em nós. É simplesmente assombroso!
Feito à imagem e semelhança do Criador, Adão recebeu de Deus a autoridade para governar. Segundo o caráter que recebera do Senhor, ele  presidiria sobre a humanidade em geral e também sobre a natureza, obedecendo às leis que o Altíssimo implantara em seu coração.
A primeira tarefa do rei Adão no mundo recém-criado foi nomear toda a fauna então existente. Embora não saibamos qual o idioma que Adão falava – quem sabe a língua dos anjos – o importante é que sua capacidade criativa logo descobriu nomes para todos os seres vivos (Gn 2:19). Até a esposa recebeu nome de sua autoria. O primeiro nome foi Ishshah que significa varoa/virago. O segundo nome, que a marcou até hoje, foi Eva (Chavvah – vivente ou origem da vida) (Gn 3:20).
Assim como a Divindade é íntima de Si mesma, concedeu ao homem que formasse a “bindade”, isto é, uma unidade de duas pessoas em relacionamento estreito.
Eva também possuía a imagem e semelhança de Deus, diferindo de Adão apenas anatomicamente. Ela, ao lado do esposo, governaria a humanidade e a natureza como rainha-mãe.
O vínculo entre os dois componentes do casal era indissolúvel e Jesus deixou isso muito bem claro para a geração de seu tempo e as posteriores. De modo nenhum essa intimidade deve ser desfeita. Porém, o homem – duro de coração – preferiu outros caminhos.
Quanto mais vivessem, mais estreitariam os laços entre si e com Deus, estabelecendo um santo triângulo amoroso. A despeito de o pecado haver frustrado temporariamente esse projeto divino, quando Jesus voltar e a santidade perfeita for restabelecida, tudo se cumprirá conforme o desejo do Altíssimo.


A imagem poluída
                 
            A causa prima da poluição - Deus criou o homem perfeitamente santo e feliz; e a formosa Terra, ao sair das mãos do Criador, não apresentava nenhum vestígio de decadência ou sombra de maldição. Foi a transgressão da lei de Deus - a lei do amor - que trouxe sofrimento e morte. Contudo, mesmo em meio dos sofrimentos que resultam do pecado, revela-se ainda o amor de Deus. Está escrito que Deus amaldiçoou a Terra por causa do homem. Gn. 3:17.” CC, 9.
            Poluição progressiva - “Adão foi transportado através de sucessivas gerações e viu o incremento do crime, da culpa e degradação, porque o homem render-se-ia às suas fortes inclinações naturais para transgredir a santa lei de Deus. Foi-lhe mostrada a maldição de Deus caindo cada vez mais pesadamente sobre a raça humana, sobre os animais e sobre a Terra, por causa da contínua transgressão do homem. Viu que a iniquidade e a violência aumentariam constantemente; contudo em meio a toda maré da miséria e infortúnio humanos, existiram sempre uns poucos que preservariam o conhecimento de Deus e permaneceriam imaculados em meio à degeneração moral prevalecente. Adão foi levado a compreender o que o pecado é: transgressão da lei. Foi-lhe mostrado que a degenerescência moral, mental e física seria para a raça o resultado da transgressão, até que o mundo se enchesse com de toda espécie de miséria humana.” HR, 49.
            Poluição física, mental e moral - “O pecado fez por séculos suas terríveis marcas sobre a humanidade; e a degeneração física, mental e moral prevaleceu em toda a família humana.” No Deserto da Tentação, 38.
              Satanás comanda o processo de degeneração - “Ele  causou a ruína de nossos primeiros pais e trouxe o pecado e a morte ao mundo, arruinou multidões em todas as eras, países e classes. Pelo seu poder tem controlado cidades e nações até que seus pecados provocassem a ira de Deus para destruí-los pelo fogo, água, terremotos, fome, espada, e pestilência. Por sua sutileza e infatigáveis esforços tem ele controlado o apetite, despertado e reforçado as paixões a um ponto tão temerário que tem desfigurado e quase obliterado a imagem de Deus no homem. Sua dignidade física e moral foi destruída a tal ponto que apresentava uma pálida semelhança de caráter e nobre perfeição da dignidade de Adão no Éden. Idem, 42.
            Continua a poluição de corpos e mentes - “Nossos antepassados legaram-nos costumes e apetites que estão enchendo o mundo de doenças. Os pecados dos pais, através de desejos pervertidos, são, com poder assustador, visitados sobre os filhos até a terceira e quarta geração. A maneira incorreta de alimentar-se, de muitas gerações, a glutonaria e os hábitos de condescendência própria das pessoas, estão enchendo as casas de misericórdia, as prisões e os hospícios. A intemperança, a ingestão de chá, café, vinho, cerveja, rum e conhaque, e o uso do fumo, ópio e outros narcóticos têm resultado em grande degeneração física e mental, e esta degenerescência está em constante crescimento.” CSS, 49. 

QUIN TA

Restauração

            Use um pouco de lógica: Como é possível haver restauração ao estado impecável original, se estamos corrompidos por 6.000 anos de pecado? O que sabemos é que o homem continua se degenerando de modo assombro, a despeito de todos os avanços das ciências. A perversão atingiu limites absurdos.
Veja como EGW descreve o cenário mundial: “Terrível quadro da condição do mundo :foi apresentado diante de mim. A imoralidade abunda por toda parte. A licenciosidade é o pecado especial deste século. Jamais o vício levantou sua deformada cabeça com tamanha ousadia. O povo parece insensibilizado, e os amantes da virtude e da verdadeira piedade quase. se sentem desencorajar por sua ousadia, força e predomínio. A superabundante iniquidade não está confinada meramente ao incrédulo e escarnecedor. Oxalá fosse este o caso, mas não é. Muitos homens e mulheres que professam a religião de Cristo são culpados. Mesmo alguns que professam estar esperando o Seu aparecimento não estão melhor preparados para este evento que o próprio Satanás. Não se estão purificando de toda poluição. Por tanto tempo têm eles estado a servir a seus desejos sensuais que lhes parece natural ter pensamentos impuros e imaginação cor- rompida. É lhes tão impossível levar os pensamentos a demorar-se em coisas santas e puras como seria mudar o curso do Niágara e fazer que suas águas subam em direção oposta às quedas... Todo cristão devia aprender a conter suas paixões e a deixar-se controlar pelo princípio...” Maranata, 24. Perguntamos: Com base nesse relato profético, você alimentaria alguma esperança de restauração?
A verdade é que Jesus acredita nela. Nosso Salvador sabe muito bem o que pode realizar o poder de Sua graça restauradora. Em Sua Palavra temos fartos exemplos de transformação de homens e mulheres decaídos em santos. Alguns deles: O trapaceiro Jacó, o altivo Nabucodonosor, o perversíssimo rei  Manassés (2Cr 33:12-19), o idólatra Salomão (na segunda parte de seu reinado), a prostituta Madalena, o infiel Sansão, a meretriz Raabe, que se tornou antepassada de Cristo, os encrenqueiros Tiago e João e muitos outros.
Aquele que fechou a boca aos leões na cova, e andou com Seus fiéis por entre as chamas da fornalha, está igualmente disposto a trabalhar em nosso favor, a subjugar todo mal em nossa natureza. Hoje, está Ele ao altar da misericórdia, apresentando perante Deus as súplicas dos que Lhe desejam o auxílio. Não repele nenhuma criatura chorosa e arrependida. Perdoa abundantemente a todos quantos vão ter com Ele em busca de perdão e restauração. Ele não conta a ninguém tudo quanto poderia revelar, mas manda a toda alma tremente que tenha ânimo. Quem quiser pode apoderar-se da força de Deus, e fazer paz com Ele, e Ele fará paz.” CBV, 90.
Related Posts with Thumbnails