Comentários Lição 01 - Reavivamento: nossa grande necessidade (Prof. César Luis Pagani)

de 29 de Junho a 06 de Julho

Verso para Memorizar:

“Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir Minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele e ele Comigo.” (Ap 3:20 – NKJV)

César L. Pagani

“Um reavivamento da verdadeira piedade entre nós, eis a maior e a mais urgente de todas as nossas necessidades. Buscá-lo, deve ser a nossa primeira ocupação. Importa haver diligente esforço para obter a bênção do Senhor, não porque Deus não esteja disposto a outorgá-la, mas porque nos encontramos carecidos de preparo para recebê-la. Nosso Pai celeste está mais disposto a dar Seu Espírito Santo àqueles que Lho peçam, do que pais terrenos o estão a dar boas dádivas a seus filhos. Compete-nos, porém, mediante confissão, humilhação, arrependimento e fervorosa oração, cumprir as condições estipuladas por Deus em Sua promessa para conceder-nos Sua bênção.” E Recebereis Poder, p. 285.           
Reavivamento quer dizer reviver, tornar mais forte o fogo, receber novo estímulo. É uma nova concessão do primeiro amor, do primeiro poder pela sublime atuação do Espírito Santo. Ligada ao reavivamento ocorre a reforma, cujo sentido é dar nova forma, remodelar. São duas providências que Deus está ansiosamente disposto a nos conceder. Ele não abre mão delas.
A última igreja é a esperança derradeira de Deus de glorificar Seu nome na Terra mediante poderosa pregação do evangelho. A salvação daqueles por quem Jesus morreu está dependendo de a igreja tomar posse de nova vida espiritual.
Laodiceia está morna, mas não morta. Ela é presunçosa, apática, espiritualmente indiferente. Perdeu sua paixão. Mas Deus não perdeu as esperanças com ela. Laodiceia é a única igreja dentre as sete que recebeu uma apaixonada declaração de amor: “Eu repreendo e castigo a quantos amo.” A quem Ele disse isso antes?
Graças a Deus que a Laodiceia militante será a Laodiceia triunfante.

DOMINGO
 Esperança PARA laodiceanos mornos
            Cristo Se apresenta à última igreja (o Comentário de Geneva diz que a mensagem é para os pastores de Sua igreja) na Terra como o Amém, a Testemunha Fiel e Verdadeira, o Princípio da Criação de Deus.  A palavra Amém, por exemplo, é um acróstico ou sigla cujo significado é Adonai Melech Neeman ou Senhor Rei Fiel.  Em Is 65:16 Deus Se mostra como o Deus da Verdade. No texto hebraico original a palavra verdade provém do vocábulo AMEN. Ele é o Deus do Amém.  O segundo título de Cristo o distingue como a Verdadeira Testemunha de Deus, o único que pode revelar o Pai e trazer Suas mensagens ao homem. Ele é a própria verdade encarnada. Como princípio da criação de Deus ou o primogênito da Criação, Jesus Se revela como o Criador de todas as coisas, pois tudo quanto existe foi feito por Ele e para Ele.  Não se entenda que esse verso está dizendo que Jesus foi o primeiro ser criado, como entendem algumas interpretações arrevesadas ou confusas. Ele mesmo muitas vezes declarou ser igual ao Pai e tão eterno quanto Ele. Cristo é, sim, a Fonte de tudo quanto existe. Tudo deriva dEle (Jo 1:3; Ef 1:15-17) Ele é o Deus Unigênito que está no seio do Pai (Jo 1:18).
            Ele veio do Céu para revelar o Pai, dar testemunho do que é a verdade, combater os enganos de Satanás, trazer salvação por Sua vida, morte e ressurreição, restaurar a Criação de Deus consumida e arruinada pelo pecado e o domínio do mal. Jesus reconquistou os domínios que antes criara, arrebatando-os da mão do usurpador e dando-os aos Seus herdeiros, dentre os quais estão os membros da igreja de Laodiceia. Jesus veio para fazer deles novas criaturas, capacitá-los para viverem em o Novo Reino que Ele vai criar no futuro.  Seu sangue precioso os purifica de todo pecado, Sua ressurreição lhes garante o direito de ressurgir dentre os mortos no dia final; dá-lhes o direito de ver o rosto do Pai e viver em Seu entorno para sempre.
            Nossa esperança, como laodiceanos mornos que somos, está no perdão de Cristo o qual Ele comprou à custa de Sua vida imaculada. Jesus nos diz que não precisamos nos conformar com nossa posição presunçosa, justa aos nossos próprios olhos, mas reveladora de uma miserável condição de cegueira espiritual, de orgulho farisaico, de completa nudez de justiça.
            Ele Se deixou crucificar porque nos ama com amor infinito. Comprou-nos do mercado de escravos do megatraficante Satanás. Somos dEle, do Amém, da Testemunha Fiel e Verdadeira, do Primogênito de toda a criação.
            Agora Ele envia a derradeira mensagem para aqueles que O representam na Terra. Diz que estamos nos últimos dias e que nossa redenção está próxima. Mas espera de nós uma tomada de consciência e uma atitude de confiante abandono em Suas mãos, para que Ele faça por nós o que não temos nenhuma capacidade de fazer: salvar-nos.   
     
SEGUNDA
            A lição de hoje abre-se com uma pergunta: “Por que Jesus faz à igreja de Laodiceia vigorosa repreensão?” A resposta direta se encontra no verso 19: “Eu repreendo e castigo a todos quantos amo...”  
            Jesus olha para a última igreja, Sua representante na Terra, e vê obras não dignas de quem Lhe professa o nome. Que más obras são essas? Mornidão é a primeira. Semanticamente , o termo grego para morno é chliaros com o sentido de indiferença, lassidão. Segundo o Léxico de Strongs, chliaros é uma “metáfora dacondição da alma que flutua indignamente entre a indiferença e o ardor em relação ao amor “. Jesus prossegue falando que gostaria de uma definição dos laodiceanos; que optem por ser frios ou quentes.  A condição morna provoca ânsias morais em Deus, que está pronto, em não havendo definição, a expelir o morno de Sua boca. Isto é, não confessá-lo mais diante do Pai e dos anjos. Isso é gravíssimo!
            Enquanto os laodiceanos permanecem em sua situação de zumbis espirituais, almas estão perecendo for falta de um testemunho ardente e fiel.
            A percepção espiritual dos laodiceanos está totalmente embotada. Eles não percebem que não são ricos e não estão enriquecidos como pensam. Jesus, em Seu preciso diagnóstico, declara-os portadores de cinco enfermidades: desgraça, miserabilidade, cegueira, pobreza e nudez.
            Para essa quíntupla síndrome  o Senhor aconselha a medicação excelente e perfeita em seus resultados: ouro provado no fogo, que é aquela fé fundamentada nas Escrituras e posta em prática diariamente; aquele confiança que se entrega totalmente a Deus para que
Ele governe sua vida. Não basta uma alta profissão de fé. Essa, se não acompanhada da devida carga de obras de justiça, não passa de farisaísmo diplomado.
            Os laodiceanos, em sua cegueira, não conseguem ver que permitiram a introdução do mundanismo na igreja, que se vestem, falam, agem e se comportam como mundanos. E se lisonjeiam de que são o povo distinto, separado, peculiar. Vangloriam-se de que são melhores que os outros homens e dizem: “Graças Te dou, Senhor, porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano.”  (Lc 18:11) As Escrituras dizem que esse tipo de profissão não pode receber a justiça do Céu.
            Embora não vejam, suas vestes estão imundas como as do sumo sacerdote Josué na quarta visão de Zacarias (Zc 3:1-10). Eles precisam urgentemente das vestes da justiça de Cristo, do ouro de uma fé pura e do batismo do Espírito Santo. Esses “medicamentos celestes” estão disponíveis 24 horas por dia na farmácia de Cristo.
            A repreensão divina, conquanto severa, não tem como objetivo destruir a dignidade do laodiceano, mas é ela uma prova inequívoca de um amor que não pode ser descrito pela pena humana. Deus diz que ama o laodiceano, a despeito de sua condição. O Senhor pede zelo e arrependimento. Zelo ou dedicação aos ideais do evangelho; empenho no trato com a imensa luz que recebeu de Cristo. Arrependimento ou pesar pelos pecados cometidos, pela apostasia, por prejudicar o plano de Deus diante dos homens. Deus pede que o laodiceano se abra e peça de volta o primeiro amor que perdeu, que sinta a urgência dos últimos dias e proclame a tríplice mensagem; que abandone as práticas seculares e se purifique porque essa igreja carrega os vasos santos do Senhor.
            Graças a Deus, afinal, que essa igreja, fraca e defeituosa como possa parecer, é o objeto da suprema consideração do Pai. Ela será reavivada, concluirá a obra e será transladada. Glória a Deus!

TERÇA

          A percepção de Laodiceia – “Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma...” (Ap 3:17).
            A realidade de Laodiceia – “Não sabes que és infeliz, miserável, pobre, cego e nu.”
            O que levou Laodiceia a esse estado de alienação da realidade? Talvez ela tenha substituído a essência pela forma, isto é, ao invés de progredir no conhecimento da fé, deixou-se levar pelas tradições, pelo formalismo, pela adoção de certos costumes mundanos e pela vaidade de se julgar melhor do que as outras igrejas cristãs. É difícil de entender tal estado porque a preciosidade da doutrina de posse de Laodiceia supera a todas as igrejas cristãs desde o Éden. Ela é depositária do maior acervo de verdade e luz já concedido aos povos de Deus do passado.  A verdade acumulada ao longo dos séculos está nos cofres da última igreja.
            Acreditamos que um dos motivos do lastimável estado laodiceano tenha sido certo avizinhamento do modus vivendi do mundo. EGW adverte inúmeras vezes contra o mundanismo na igreja. As modas têm desempenhado um papel preponderante no declínio espiritual.  O Espírito de Profecia diz: “A moda está deteriorando o intelecto e carcomendo a espiritualidade de nosso povo. A obediência à moda está penetrando nossas igrejas adventistas do sétimo dia e fazendo mais do que qualquer outro poder para separar nosso povo de Deus.”  Testimonies to the Church, vol. 4, p. 647.
            Mas não somente isso. Uma espantosa indiferença quanto aos ensinos vitais das Escrituras se manifesta em nosso meio. Muitos, muitos mesmo, têm um conhecimento apenas rudimentar dos ensinos bíblicos. A lição da Escola Sabatina, que traz um estudo sistemático da Bíblia, não é estudada por grande parte do povo.  Temos observado em nossa experiência e de bom número de mestres, como professores da ES, que muitos mal tocaram na lição durante a semana. 
            Há outros elementos que contribuem para essa “despercepção” os quais, por falta de espaço, não serão aqui abordados.
            Estamos no período de tardança mencionado na parábola das virgens. A igreja é composta de virgens sábias e virgens néscias.  Todas dormitam, isto é, não percebem o que se passa ao seu redor. Porém, mesmo cochilando, cinco delas têm em reserva o poder que as preparará para a recepção do esposo. Tiveram sono como as outras, mas não deixaram de se preparar. Quando soar o alarma elas se erguerão e alimentarão sua luz com o óleo do Espírito Santo e entrarão com o noivo para as bodas.
            Vestes da justiça de Cristo, ouro provado no fogo que é a verdadeira fé apostólica manifesta em obras de justiça e amor e o colírio do Espírito Santo ainda estão à disposição na Loja de Cristo. Para fazer a compra desses valiosos  itens não é preciso ter dinheiro ou bens. Basta humilharmo-nos perante Deus, confessarmos nossa cegueira e reclamarmos Suas promessas.

QUARTA
O Remédio divino
            O diagnóstico foi claro, inequívoco, franco e alertador. A medicação para a síndrome de Laodiceia é composta de três “fármacos” totalmente desenvolvidos nos laboratórios farmacêuticos celestiais: 1) ouro provado no fogo. 2) vestes brancas. 3) colírio.
            Ouro provado no fogo é a fé desenvolvida, temperada nas provações e sacrifícios, amparada por um “assim diz o Senhor” (ver 1Pe 1:7). EGW também interpreta o ouro refinado como o amor divino no coração (FO, 23). A fé sempre atua pelo amor procedente  de Deus ( Gl 5:6). “O ouro aqui recomendado como tendo sido provado pelo fogo, é a fé e o amor. Ele enriquece o coração, pois foi purgado até se tornar puro, e quanto mais for testado tanto mais brilhante será o seu lustro.” Testimonies, vol. 4, 88. 
            As vestes brancas são as mesmas postas sobre o sumo sacerdote Josué na visão de Zacarias, capítulo três. São elas confeccionadas nos teares celestiais, urdidas com os fios da perfeita justiça de Jesus Cristo. “Rejeitai vossas próprias vestes e ponde a veste nupcial que Cristo preparou. Então podeis sentar-vos nos lugares celestiais  com Cristo Jesus. Deus dá as boas-vindas a todos os que vão ter com Ele assim como estão, não se apoiando em sua própria justiça, não procurando justificar o próprio eu, não reivindicando méritos pelo que chamam de boas ações, nem se orgulhando de seu pretenso conhecimento. Enquanto tendes andado e trabalhado em mansidão e humildade de coração, tem sido efetuada uma obra em vosso favor - uma obra que só Deus pode fazer. "Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a Sua boa vontade." Fp 2:13. Essa boa vontade é ver-vos permanecendo em Cristo, descansando em Seu amor.” E Recebereis Poder, 266.  
            O colírio desinflamatório, refrescante, antiglaucoma, é o bendito Espírito do Senhor e Sua operação na mente humana. É a luz que Ele dá através de Sua Palavra Sagrada. É a sabedoria que procede do alto, que permite discernir entre luz e trevas, verdade e erro, bem e mal. “As igrejas necessitam ungir os olhos com o colírio celeste, a fim de que possam ver as muitas oportunidades de servir a Deus que se acham ao seu alcance.” SC, 39.
            Tem sido motivo de preocupação dos ministros e líderes que o povo manifeste tão pouco interesse em conhecer a verdade como ela é em Jesus. A Bíblia é um livro estranho para muitos que se assentam nos bancos da igreja. O único contato que têm com a Palavra é durante a exposição da lição da escola sabatina e na pregação do culto. O Espírito de Profecia é desconhecido completamente. Eles o conhecem apenas de ouvir falar. Alguns até acham que a Sra. White “já era”. Como podem esses curar sua cegueira se preferem ficar cegos? 
    
Um amor inflexível
            A cena é tocante. O Deus do Céu em carne vem afetuosamente até a porta do coração do pecador e bate. É realmente fascinante que Ele venha à nossa busca, quando nós deveríamos ir à Sua. Cristo sabe que precisamos da Sua presença e, atendendo ao balido da ovelha necessitada, posta-Se à porta. Embora seja Proprietário de tudo, inclusive de nosso coração, Jesus polidamente chama nossa atenção para Sua presença batendo insistentemente  à porta. Seu bendito Espírito diariamente busca acesso ao íntimo da alma humana para converter-nos, abençoar-nos, insuflar-nos com Sua salvação.
            Qual é o irreprimível desejo do coração de nosso Salvador? Entrar. Para quê? Para comungar conosco dando-nos o incalculável benefício de Sua presença constante. Porém, Ele espera pacientemente até que atendamos e O convidemos a entrar. Não força a entrada, não faz ameaças respondendo à nossa falta de educação em deixá-Lo à porta tantas vezes.
            Quando começamos a cantar em quarteto na Igreja Central, tínhamos um hino maravilhoso por título “Quem Está à Porta Esperando?”, cuja letra assim dizia:
            Quem está à porta esperando,
            Com paciência abrir.
            Pede apenas entrada,
            A voz que estou a ouvir.
            Em doces tons eu ouço:
            “Oh, deixa-Me entrar.
            Se hoje abrires a porta,
            Contigo vou morar.
            Quando Ele Se assenta conosco e Lhe damos a devida atenção, nosso Senhor faz-nos uma proposta irrecusável: “Ao que vencer, dar-lhe-ei assentar-se Comigo no Meu trono, assim como Eu venci e Me assentei com Meu Pai no Seu trono.” (v. 21) Cristo faz o ato de vencer uma realização cem por cento acessível. Podemos todas as coisas nAquele que nos fortalece e vencer é uma delas.
            Assentar-se com Cristo em Seu trono não quer dizer que todos os remidos vão ocupar o trono divino, mas que eles reinarão com Cristo por mil anos e depois, na Terra, por toda a eternidade.  
            A melhor atitude é deixar a porta sempre aberta para nosso Irmão mais velho, nosso Amigo divino, buscando sempre e sem interrupções tempo para comungar com Ele. Isso você sabe como fazer, mas sempre é bom relembrar: Estudo das Escrituras, oração, louvor, ação missionária, leitura do Espírito de Profecia, vigilância, confissão...
            Agora, alerta! Assim como em Cantares 5:2 em diante, é perigoso demorar-se para atender. O Amado, depois de muita e constante insistência, pode entristecer-Se e ir embora. Jesus está mantendo a porta do Céu escancarada para nós todos os dias. A essa porta nós chamamos “da graça”. Um dia, contudo, o tempo de graça há de se encerrar e aí, “quem é injusto, faça injustiça ainda; quem é sujo, suje-se ainda; quem é justo, faça justiça ainda; quem é santo, santifique-se ainda”. (Ap 22:11)
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