17 a 23 de novembro de 2012
Verso para Memorizar
“Escrevo-te
estas coisas, esperando ir ver-te em breve; para que, se eu tardar, fiques
ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo,
coluna e baluarte da verdade.” 1Tm 3:14, 15.
Nota
do comentarista: Os irmãos poderão achar alguma diferença
nos títulos da lição. É que os traduzimos diretamente do original e esses podem
não ser iguais aos impressos na lição em português.
A importância vital da Igreja foi muito
bem proclamada pelo Senhor dos senhores quando disse: “Sobre esta pedra
edificarei a Minha igreja”. Tendo Jesus
como seu alicerce, a igreja cristã foi criada para dar continuidade ao trabalho
da igreja veterotestamentária, que era bendizer todas as nações da Terra com a
bem-aventurança de Abraão. Nosso Senhor disse que a salvação vinha da igreja
judaica. Por ela Cristo legou ao mundo, naquela época em símbolos, o evangelho
da salvação. Quando a tocha da verdade
passou para a “igreja do Nazareno”, ao mando de Cristo ela saiu pelo mundo para
servir à humanidade sofredora e prepará-la para a redenção.
O
Dicionário da Bíblia de Almeida traz duas singelas definições para o termo
“igreja”: 1) grupo de seguidores de Cristo que se reúnem em determinado
lugar para adorar a Deus, receber ensinamentos, evangelizar e ajudar uns aos
outros (Rm 16:16) e 2) A totalidade das pessoas salvas em todos os tempos (Ef
1:22).
Essas
sínteses estão corretas, mas há muito mais compreendido na concepção de igreja.
“A Igreja, revestida da justiça de Cristo, é Sua depositária, na qual as riquezas de Sua misericórdia,
amor e graça, se hão de por fim revelar plenamente. A declaração que
fez em Sua oração intercessora, de que o amor do Pai é tão grande para conosco
como para consigo mesmo, na qualidade de Filho unigênito, e que estaremos com
Ele onde estiver, e que seremos um com Cristo e o Pai, é uma maravilha para o
exército celestial, e constitui sua grande alegria. O dom de Seu
Espírito Santo, rico, pleno e abundante, deve ser para Sua Igreja semelhante a
uma protetora muralha de fogo, contra que não prevalecerão os poderes do
inferno. Na imaculada pureza e perfeição de Seu povo, Cristo vê a recompensa de
todos os Seus sofrimentos, humilhação e amor, e como suplemento de Sua glória -
sendo Ele o grande centro de que irradia toda glória. ‘Bem-aventurados aqueles
que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro.’ Ap 19:9.” TM, 15-19.
DOMINGO
Qual
é a diferença entre “povo de Deus” e “igreja de Deus”? Pois bem, em sentido
amplo, há “povo de Deus”, os “chamados de fora” e a “igreja de Deus”, o povo
remanescente, a nação santa. Quando Jesus fundou Sua igreja sobre Si mesmo e
escolheu os primeiros apóstolos, no meio deles havia um Judas. Paulo registra
em sua primeira carta a Timóteo, uma disciplina aplicada a membros da igreja
que “naufragaram na fé” e apostataram, entre eles, Himeneu e Alexandre, que
foram “entregues a Satanás” (excomunhão) por causa de blasfêmia (1Tm 1:20). Em
Corinto havia no seio da igreja praticantes de incesto e outras imoralidades
(1Co 5:1), agitadores (1Co 1:10-11).
“Daí muitos se unem à igreja sem primeiro se
haverem unido a Cristo. Nisto Satanás triunfa. Tais conversos são seus
instrumentos mais eficientes. Servem de laço para outras almas. São falsas
luzes, atraindo os descuidados à perdição.” Ev, 319, 320.
“Não tem Deus uma igreja viva? Ele tem uma igreja,
mas esta é a igreja militante, e não a igreja triunfante. Entristecemo-nos de que
haja membros defeituosos, de que haja joio no meio do trigo... Embora existam
males na igreja, e tenham de existir até ao fim do mundo, a igreja destes
últimos dias há de ser a luz do mundo poluído e desmoralizado pelo pecado. A
igreja, débil e defeituosa, precisando ser repreendida, advertida e
aconselhada, é o único objeto na Terra ao qual Cristo confere Sua suprema
consideração.” TM, 45 e 49.
Ecclesia
Em ecclesia está compreendido o conceito de congregação, reunião,
assembleia, grupo de pessoas. Pois bem, e para que as pessoas se congregam? No
caso específico, para adorar a Deus em Seu templo, estudar a Palavra, louvar o
Nome Santo, expor-se às influências celestiais devidas à presença do Espírito
Santo e dos anjos, dar testemunhos, organizar-se para o trabalho, estimularem-se
uns aos outros à prática das boas obras e do amor cristão, ferventar a fé,
assistirem-se uns aos outros e muitas coisas mais.
Vimos na lição três
aplicações feitas por Paulo referentes ao setup
ou configuração da igreja: Ela pode existir nas casas de membros, em
edifícios especialmente construídos e na forma universal, congregando todos os
fiéis filhos de Deus, pertençam a que denominação for. Lembremo-nos que Jesus
tem outras ovelhas as quais Ele tenciona unir ao corpo da igreja verdadeira.
Como povo organizado, a
igreja se apresenta estruturalmente bem formada para o desenvolvimento de toda
a obra de Deus. Não fosse a ordem e a igreja já teria se desfeito em milhares
de fragmentos. Organização é fator de unificação.
SEGUNDA
A igreja de Deus é constituída de um povo
chamado santo, isto é, sagrado (que recebeu consagração), separado. Esse povo é
composto de indivíduos a quem Deus escolheu – embora nem todos, como ocorreu
com o Iscariotes. Os que foram chamados pelo Espírito receberam o batismo e
foram ungidos para uma vida distinta da de todos os povos da Terra.
Ao
considerarmos Dt 14:2, um dos versos apontados para estudo na lição, vemos que
o contexto do capítulo trata do regime alimentar do povo santo. O antigo povo
de Deus deveria ser distinto nos costumes, no vestuário, na religião, na ética,
na constituição (era composto de reis, nobres, sacerdotes, escribas, sábios,
cientistas, artistas, escravos, livres, profetas, videntes, ricos, pobres,
jovens, velhos, crianças...). Também faziam parte do povo os estrangeiros que
reconhecessem o Deus de Israel
como seu Deus.
Eles não
foram constituídos para serem simplesmente os “queridinhos” do Deus vivo. Eram
um povo com uma missão: preparar o caminho para a vinda do Messias Salvador e
torná-Lo conhecido em todas as nações da Terra.
Todos os recursos para o desenvolvimento e
progresso desse povo foram dispostos pelo Doador gracioso. Até os exércitos do
Céu lutavam em seu favor. Anjos lhes eram enviados. Deus Se manifestou
visivelmente através da coluna de nuvem, da coluna de fogo e do shekinah sobre a arca do concerto. Fez
sinais, milagres e prodígios no meio desse povo para demonstrar Seu amor e
cuidado por eles.
Como
apoteótica providência, o próprio Deus Se fez carne e habitou entre eles. Andou
em seu meio, ensinou em suas ruas, sinagogas, templo, praças, montanhas e
lagos. Ele viera para o que era Seu e os Seus não O receberam.
Findos os
últimos 490 anos de graça para a nação de Israel e não alcançados os objetivos
que Deus lhes propusera para serem alcançados nesse período, o reino de Deus
lhes foi tirado e entregue a um povo que produzisse os esperados frutos de
justiça. Nascia a igreja, o povo não chamado de dentro como Israel, mas chamados
de fora, dos gentios que, juntamente com os judeus messiânicos, constituiriam a
igreja militante até o final dos tempos.
A igreja é
o corpo místico de Cristo. Como é santa a Cabeça, santo também tem de ser o
corpo. O novo povo foi aquinhoado com um
derramamento copioso do Espírito Santo, que habitaria com eles e neles. Essa
imagem transmite as ideias de coordenação, unidade, harmonia, coesão,
organização. Esse corpo se move segundo as ordens do centro de comando – Cristo
Jesus. Sua Santa Palavra impele esse povo à missão de Abraão – abençoar as
famílias da Terra. Assim sendo, deveria a igreja ser um organismo mundial e não
regional meramente. Composto de representantes de todas as nações da Terra,
seriam unidos no único propósito de glorificar o nome dAquele que fez os céus,
a Terra, o mar, as fontes das águas, e intercede como Sumo Sacerdote absolvendo
da pena eterna aqueles que são lavados por Seu sangue.
TERÇA
A missão da igreja
Um pensamento precioso abre
a lição de hoje, mostrando que a missão da igreja é fazer o que Cristo faria se
estivesse corporalmente na Terra em nossos dias. Mas, para fazer o que Cristo
fazia em seus dias, precisamos imitá-lo também em Sua dedicação ao trabalho.
“A igreja é o instrumento apontado por Deus para a salvação dos homens.
Foi organizada para servir, e sua missão é levar o evangelho ao mundo. Desde o
princípio tem sido plano de Deus que através de Sua igreja seja refletida para
o mundo Sua plenitude e suficiência. Aos membros da igreja, a quem Ele chamou das trevas para Sua
maravilhosa luz, compete manifestar Sua glória. A igreja é a depositária
das riquezas da graça de Cristo; e pela igreja será a seu tempo manifesta,
mesmo aos ‘principados e potestades nos Céus’ (Ef 3:10), a final e ampla
demonstração do amor de Deus.” AA, 9.
Em
Mt 28:19, 20 vemos que a prioridade missionária é fazer discípulos. Não! Jesus
não está dizendo simplesmente para encher a igreja de membros que lotem as
reuniões, cantem, ouçam as pregações, deem dízimos e ofertas... Ele quer em Sua
igreja um contingente de discípulos, isto é, de verdadeiros seguidores, de
imitadores. Para isso, é preciso ensinar a verdade tal como ela é em Jesus, isto
é, sem omitir-lhe um jota ou um til, pregando-a a tempo e fora de tempo, quer o
povo ouça quer deixe de ouvir.
Evangelismo é o serviço de Cristo – “À igreja primitiva tinha sido confiada uma obra de constante ampliação - estabelecer
centros de luz e bênção, onde quer que existissem almas sinceras e dispostas a
se dedicarem ao serviço de Cristo. A proclamação do evangelho devia
abranger o mundo, e os
mensageiros da cruz não poderiam esperar cumprir sua importante missão a menos
que permanecessem unidos pelos laços da afinidade cristã, revelando
assim ao mundo que eles eram um com Cristo em Deus. Não tinha seu divino Guia
orado ao Pai: ‘Guarda em Teu nome aqueles que Me deste, para que sejam um,
assim como Nós’? Jo 17:11. E não declarara Ele com respeito a Seus discípulos: ‘O
mundo os aborreceu, porque não são do mundo’? Jo 17:14. Não pleiteara com o Pai
que eles pudessem ser ‘perfeitos em unidade’ ‘para que o mundo creia que Tu Me
enviaste’? Jo 17:23 e 21. Sua vida e poder espirituais dependiam de íntima
relação com Aquele que os havia comissionado para pregar o evangelho.” AA, 90.
Agora,
mais que nunca, o mundo carece da mensagem salvadora de Cristo. A tarefa é
humanamente impossível de ser cumprida. Dezessete milhões de crentes
adventistas e, infelizmente, nem todos eles são missionários, para levar a
verdade a sete bilhões de pessoas (este número foi atingido em 31 de outubro de
2011). E cada dia nasce mais gente. Porém, com o Espírito Santo a iluminá-la,
fortalecê-la, purificá-la, uni-la, a missão será cumprida. Oremos pelo
derramamento da Chuva Serôdia com mais fervor que nunca.
A irmã White disse certa
vez que a preocupação de sua mensagem durante muitos anos era a unidade da
igreja (IR, 52). A unidade no seio do povo de Deus tem várias facetas, assim
como um diamante lapidado. 1) unidade de
fé; 2) unidade de doutrina; 3)unidade de ação; 4)unidade de espírito; 5)
unidade de testemunho; 6) unidade na
diversidade étnica, social, econômica, cultural; 7) unidade no uso dons
diversos dons ; 6) unidade do pleno conhecimento do Filho de Deus.
Não é tão simples para
nós, no contexto de diversidade geral que encontramos na constituição do povo
de Deus, entrosarmo-nos no grande escopo de tornar a igreja de Deus um santo
tecido. Temos diferentes níveis
educacionais, econômicos, sociais, profissionais, etc. Somos oriundos de várias
etnias (negros, brancos, asiáticos, índios), de várias nacionalidades
(americanos, sul-americanos, alemães, italianos, portugueses, espanhóis,
poloneses, russos, franceses, congoleses, moçambicanos, nigerianos,
australianos...). Fomos criados sob padrões educacionais diferentes – cada
família tem seus valores para a educação dos filhos -, de uma forma ou de
outra, somos produto do meio social. Mesmo dentro da igreja temos alguma
diversidade de pensamento, mesmo quanto às crenças. Não fosse assim e Paulo não
teria recomendado diligente esforço para preservar a unidade do Espírito no
vínculo da paz (Ef 4:3).
Exercitar o espírito de
Cristo, de renúncia própria em favor do semelhante (leia-se irmãos),
considerando os outros superiores a nós mesmos (Fp 2:3), respeitando a opinião
alheia inda que essa vá de encontro ao que acariciadamente pensamos, é vital
para a unificação.
Um exercício de unificação mui saudável –
“Mantenham indissolúvel seu laço
de união, apegando-se uns aos outros com amor e unidade, animando-se mutuamente
para avançar, adquirindo cada qual ânimo e força do auxílio dos outros.” TS 3,
84.
Não nos esqueçamos de
orar por essa unidade, visto que os esforços demoníacos estão voltados para
abortar essa realização.
A maravilha dessa unificação
começa com a Divindade, que é estritamente una, e deriva para nós. O Espírito
Santo é o Agente unificador. Se nos submetermos ao Seu governo e guia, seremos
unidos a despeito de nossas diferenças. Jesus orou para que isso acontecesse e
a oração de Jesus é todo-poderosa: “A fim de que todos sejam um; e
como és Tu, ó Pai, em Mim e Eu em Ti, também sejam eles em Nós; para que o mundo creia que Tu Me enviaste.” (Jo 17:21)
QUINTA
O governo da igreja
O governo da Igreja é representante do governo de Deus na
Terra. Portanto, exige-se dele justiça, eficiência, probidade, austeridade, firmeza
de princípios, sabedoria, cooperação com os poderes celestes, aplicação de
disciplina, zelo, visão, fidelidade, etc.
“Aumentando o nosso número,
tornou-se evidente que sem alguma forma de organização, haveria grande
confusão, e a obra não seria levada avante com êxito. A organização era
indispensável para prover a manutenção dos pastores, para levar a obra a novos
campos, para proteger dos membros indignos tanto as igrejas como os pastores,
para a conservação das propriedades da igreja, para a publicação da verdade
pela imprensa, e para muitos outros fins.” IR, 22.
Suas
operações envolvem: organização, controle, planejamento, instrução de pastores
– inclusive seu sustento -, de anciãos, líderes e oficiais, normatização,
repreensão aos que se desviam dos princípios adotados, ensino, sistematização, equipagem,
obra de publicações, hospitais, clínicas, ambulatórios, educandários,
indústrias de alimentos saudáveis, administração financeira e econômica, evangelismo, rádio e TV,
obra de temperança, preservação da integralidade doutrinária... São múltiplas e
complexas atuações que exigem uma megaestrutura de alcance mundial.
A forma de governo eclesiástico da
IASD é representativa. O Manual da Igreja assim a define: “A
forma de governo eclesiástico que reconhece que a autoridade na igreja repousa
nos seus membros, com a responsabilidade executiva delegada a entidades e
oficiais representativos para dirigir a igreja. Esta forma de governo
eclesiástico reconhece também a igualdade da ordenação de todo o ministério. A
forma representativa de governo eclesiástico é a que prevalece na Igreja
Adventista do Sétimo Dia.” (p. 26) “Cada membro da igreja tem participação na
escolha dos oficiais da igreja. Esta escolhe os oficiais das Conferências
estaduais. [Conhecidas hoje por Associações.] Os delegados escolhidos pelas
Associações estaduais escolhem os oficiais das Uniões; e os delegados
escolhidos por estas, escolhem os oficiais da Associação Geral. Por meio desse
sistema, cada Associação, instituição, igreja e pessoa, quer diretamente quer
por meio de representantes, participa da eleição dos homens que assumem as
responsabilidades principais na Associação Geral.” TS3, pp. 240 e 241. Mas tudo
isso tem de estar subordinado ao comando geral de Cristo. Ele é o Cabeça. Sua Palavra é o guia infalível para gerir a
Igreja.
“Caso não houvesse disciplina e governo
eclesiásticos, a igreja se esfacelaria; não poderia manter-se unida como um corpo.”
TS1, 390.