Jesus ensina um empresário

(adaptado dos textos do Pr. Rubens M. Scheffel)

"Maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente!" (Jeremias 48:10)

Um empresário estava almoçando com seu amigo Dênis e lhe contou que estava tendo problemas com dois de seus funcionários. Sua nova secretária não conseguia digitar uma carta sem cometer dois erros ortográficos por página. E um representante de vendas não estava alcançando as quotas estabelecidas pela empresa.

O empresário havia aconselhado os dois funcionários, mostrando-lhes como realizar um trabalho melhor, e lhes havia explicado os benefícios que a firma e os funcionários teriam através de um trabalho bem feito. Mas, apesar disso, o desempenho dos dois funcionários continuava abaixo do esperado.

– Às vezes fico tão frustrado com o trabalho relapso, – continuou ele, – que ajo como um tirano e grito com eles. E eu sei que um cristão não deve se comportar dessa maneira. Fico me perguntando como Jesus agiria nessa situação. Você acha que Jesus seria um patrão difícil?

– Os seus problemas são pequenos, se comparados com os que Jesus enfrentou – respondeu Dênis. – Sua secretária não consegue digitar corretamente. Mas o que é isso, comparado com um indivíduo chamado Judas, que parece muito eficiente, mas está planejando traí-lo por dinheiro? Seu representante não consegue alcançar a quota. Mas o que é isso, comparado com alguém como Pedro, que é seu companheiro de viagem e pode desembainhar a espada a qualquer momento e tentar matar quem discordar de você? Jesus gastou mais de três anos ensinando, aconselhando e capacitando Seus discípulos e, no fim, eles O abandonaram.

Jesus curou a sogra de Pedro. No entanto, Pedro negou três vezes que O conhecia. Ele operou o milagre da multiplicação dos pães e peixes para cinco mil pessoas, e fez os discípulos distribuir o alimento. Mas esses discípulos não conseguiram ficar acordados e orar com Jesus no jardim do Getsêmani. Jesus predisse que ressuscitaria dos mortos. Mas Tomé disse que não acreditaria enquanto não tocasse em Suas feridas.

– Você não pode desistir – continuou Dênis. – Incentivar e treinar pessoas são dois processos que nunca terminam. E há dois métodos que Jesus usou, e que você poderá usar também. Talvez seja esse o segredo que acabou dando resultado na vida e obra dos discípulos, posteriormente.

(1) Em vez de apontar os erros, Ele preferiu descobrir seus acertos e elogiar-lhes o esforço. Por exemplo: quando Pedro se tornou o primeiro discípulo a reconhecer Jesus como o esperado Messias, Jesus honrou a fé de Pedro dizendo-lhe que sua confissão fora motivada por revelação de Deus Pai, confissão na qual Pedro reconhece que Jesus é o Messias, sobre o qual a igreja seria estabelecida. Esta foi uma excelente motivação para ele.

Cada vez que você chama a secretária e lhe diz: “Você digitou errado de novo”, lhe transmite a ideia de que você espera que ela erre.

Você não a motivou a agir de modo diferente.

– E o que você acha que Jesus faria? – perguntou o amigo.

– Eu acho que toda vez que a secretária digitasse um texto sem erros, Jesus a chamaria e lhe diria que um trabalho excelente como esse teria ótima repercussão na imagem da empresa e que ela parecia estar melhorando dia a dia em seu trabalho. Isto faria com que ela se sentisse valorizada e motivada a digitar com perfeição as cartas.

(2) Sempre que os discípulos nutriam dúvidas sobre o trabalho, Jesus reafirmava-lhes os alvos e objetivos, lembrando-os da importância da missão. Veja: “Seguiram os onze discípulos para a Galileia, para o monte que Jesus lhes designara. E, quando O viram, O adoraram; mas alguns duvidaram. Jesus, aproximando-Se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade Me foi dada no Céu e na Terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28:16-19).

Após a ressurreição, Cristo apareceu primeiro ao apóstolo Pedro, e depois aos outros discípulos (Lc 24:34, 1Co 15:5). O encontro com Pedro era prioritário para Jesus. E isso fez Pedro entender que seus fracassos anteriores estavam perdoados e esquecidos. Cheio do Espírito Santo, ele pregou um sermão, no Pentecostes, que levou à conversão 3.000 pessoas. Que mudança extraordinária!

O perdão de Cristo e a reafirmação de que Ele continuava acreditando na capacidade do Seu discípulo promoveu essa tremenda transformação.

REFLEXÃO: "Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas" (Atos 2:41)


Alegorias e parábolas

(Pr Rubens M. Scheffel)

"Então, se aproximaram os discípulos e Lhe perguntaram: Por que lhes falas por parábolas?" (Mateus 13:10)

Na Bíblia há vários sistemas literários, como alegorias, parábolas, metáforas, hipérboles, provérbios, poesias e outros mais. Vamos ver os dois primeiros hoje.

Alegoria é um modo de expressão que apresenta um objeto para dar ideia de outro. Um exemplo disto se encontra no Salmo 80, onde Israel é comparado a uma videira do Egito. Essa muda tenra foi transplantada e deitou raízes na Terra Prometida. Isto ilustra como Deus trouxe o Seu povo do cativeiro egípcio e os levou para a Palestina, onde eles prosperaram e se multiplicaram. Em João 15 Cristo usa uma alegoria semelhante – a da videira e os ramos.

A parábola típica utiliza-se de um evento comum da vida natural para acentuar ou esclarecer uma importante verdade espiritual. As parábolas eram um dos sistemas de ensino preferidos por Cristo.

Em Mateus 13:10, 11, Jesus explicou aos discípulos por que falava por parábolas. O primeiro objetivo é revelar a verdade aos crentes. E o segundo é exatamente o oposto: ocultar a verdade daqueles que endurecem o coração contra ela. Vamos ver como as parábolas ajudam a compreender algumas verdades que Cristo queria que ficassem guardadas para sempre na memória.

Se Jesus tivesse dito: “Vocês devem ser persistentes em sua vida de oração”, Seus ouvintes esqueceriam disso cinco minutos depois. Em vez disso, contou-lhes uma parábola, de uma viúva, que continuou rogando a um juiz iníquo que a ajudasse, até que o juiz, por fim, resolveu atender aos pedidos dela e fazê-la parar com as queixas (Lc 18).

Cristo, então, fez a aplicação da parábola: se um juiz injusto, que pouco se importa com uma viúva, pode ser levado a agir mediante súplicas persistentes, quanto mais um amorável Pai celestial responderá aos que são constantes em orar a Ele.

De igual modo, Cristo poderia ter dito: “Sejam humildes quando orarem”. Em vez disso, contou-lhes a parábola do fariseu e do publicano, que subiram ao templo para orar (Lc 18:9-14). O orgulho ridículo do fariseu e a humildade do publicano ensinam a lição de Cristo de modo simples, mas inesquecível.

Através de Suas parábolas, Cristo tornou o reino de Deus compreensível aos humildes de coração. E delas emerge a grande verdade: se você se sente à vontade com o reino de Deus aqui e agora, também o sentirá durante a eternidade. E a recíproca é verdadeira.

REFLEXÃO: “E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está em seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida” (I João 5:11-12)


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