Comentários Lição 9 - Eventos Finais (Prof. César)



25 de agosto a 1º de setembro de 2012
  
Verso para memorizar: “Nós, porém, que somos do dia, sejamos sóbrios, revestindo-nos da couraça da fé e do amor e tomando como capacete a esperança da salvação” (I Tes. 5:8).

Temos presenciado e vivenciado um esforço hercúleo da IASD a fim de preparar o mundo para a ocorrência dos eventos finais da história terrestre. Mas, pergunto-me meio encabulado se nós, como povo remanescente, estamos tendo a gana ou desejo agudo de passar pelo despertamento, reavivamento e reforma, de maneira a estarmos preparados para o fim?

De uma coisa sinto-me seguro. A sacudidura que começou nos tempos da irmã White (EF, 220; PE, 50) está em pleno processo, aumentando paulatinamente de intensidade. Não sei, meus irmãos, mas preocupo-me com a conformidade com o mundo que penetrou nossas fileiras e pode ser constatada sem muito esforço. Modas, costumes, ornamentos, música duvidosa, linguagem e muita preocupação com a aparência pessoal têm rebaixado as normas. Se não concordam com o que dizemos, tudo bem. É apenas um enfoque pessoal. Mas de uma coisa ainda estou certo: esta é a igreja amada de Jesus e ela será vitoriosa, tão certo como existem céus e Terra. Temos lido o Espírito de Profecia e visto em geral o reclamo inspirado para uma vida mais consagrada e representativa de Cristo saído da pena de EGW. Assustamo-nos porque vemos que o nível ali requerido não está cotejando (ainda), nem de longe, com o que professamos. Por que a irmã White tem tantas mensagens de advertência, reprovação, exortação e esclarecimento contextuadas para os dias finais? Por que haveria tanto esforço da parte da mensageira para tentar elevar a Igreja de Cristo a um patamar espiritual apostólico, se já atingimos um estado espiritual aceitável? Não! Temos que ser rudemente francos conosco mesmos e dizer que ainda não atingimos o estado ideal para enfrentar os eventos finais.

Outro aspecto: Quantas reformas já executamos, ou temo-las em curso, como congregação local, que nos ponham em vantajosa posição perante o Céu e o mundo? Vestuário, saúde, hábitos, evangelismo, música, cultos, liturgia, estudo da Bíblia, oração mais fervente, renúncia do eu e outras tantas?  É evidente que só faremos tudo isso mediante a unção do Espírito, e não por nossas iniciativas. Gostaria de dizer-lhes que meu cérebro está, neste preciso momento, apontando cinco dedos para mim. Eu também sou culpado de desleixo espiritual (ver matéria do Pr. Erton Kohler no final destes comentários).

Contudo, de uma coisa tenho plena certeza: Minha igreja não envergonhará Jesus nestes dias finais. Sei que meu povo está ardendo de desejo de ver Jesus voltando nas nuvens dos céus. Sei que ele responderá ao clamor da tríplice mensagem angélica, aos rogos do Espírito Santo, que dará urgência na conclusão da obra e se ombreará aos nossos ministros sinceros para completar a missão que nos foi confiada. A profecia diz que isso será assim.

DOMINGO
Os dois lados do juízo

Quando ao chamado lado negativo, temos a submissão da mulher ao homem e as dores de parto. Note que essa submissão rompeu o equilíbrio de domínio que o casal deveria exercer sobre a criação. Houve, como castigo, uma absorção de parte da independência feminina. Não que Adão devesse tiranizá-la e reduzi-la a nada, mas as coisas não seriam como em estado de santidade. “’O teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará’. Gn 3:16. Na criação Deus a fizera igual a Adão. Se houvessem eles permanecido obedientes a Deus - em harmonia com Sua grande lei de amor - sempre estariam em harmonia um com o outro; mas o pecado trouxera a discórdia, e agora poderia manter-se a sua união e conservar-se a harmonia unicamente pela submissão por parte de um ou de outro. Eva fora a primeira a transgredir; e caíra em tentação afastando-se de seu companheiro, contrariamente à instrução divina. Foi à sua solicitação que Adão pecou, e agora foi posta sob a sujeição de seu marido. Se os princípios ordenados na lei de Deus tivessem sido acariciados pela raça decaída, esta sentença, se bem que proveniente dos resultados do pecado, ter-se-ia mostrado ser uma bênção para o gênero humano; mas o abuso da supremacia assim dada ao homem tem tornado a sorte da mulher mui frequentemente bastante amargurada, fazendo de sua vida um fardo.” PP, 58. 59. 

Foi dito também ao homem, como parte da sentença, que ele definitivamente voltaria ao pó da terra. Isto é, seu corpo, depois de alguns anos e em virtude da morte que o pecado produzira, se desfaria e voltaria à inexistência. “Houvesse ao homem sido permitido franco acesso à árvore da vida, após a sua queda, e teria ele vivido para sempre, sendo assim imortalizado o pecado. Querubins e uma espada chamejante, porém, guardavam ‘o caminho da árvore da vida’ (Gn 3:24), e a nenhum membro da família de Adão foi permitido passar aquela barreira e participar do fruto doador da vida. Não há, portanto, pecador algum imortal.” GC, 533, 534.

Por causa do pecado caiu maldição sobre a bela Terra que Deus criara. Ela produziria agora cardos e abrolhos e não renderia, sem duro e suarento trabalho por parte dos humanos, suas benesses. “Sob a maldição do pecado, a Natureza toda devia testemunhar ao homem o caráter e resultado da rebelião contra Deus. Quando Deus fez o homem, Ele o fez governador sobre a Terra e todas as criaturas viventes. Enquanto Adão permanecesse fiel ao Céu, toda a Natureza estaria sob a sua sujeição. Quando, porém, se rebelou contra a lei divina, as criaturas inferiores ficaram em rebelião contra o seu domínio. Assim o Senhor, em Sua grande misericórdia, mostraria aos homens a santidade de Sua lei, e os levaria por sua própria experiência a ver o perigo de pô-la de lado, mesmo no mínimo grau.” PP, 59, 60.  

A perda da felicidade edênica foi outro castigo sobre o pecado. Jamais voltaria o casal a desfrutar na Terra as delícias paradisíacas. Somente depois de mil anos da volta de Cristo à Terra eles poderiam rever seu lar restaurado. O clima mudou, a natureza mudou, eles mudaram. Desse tempo em diante o mundo tornou-se domínio do príncipe das trevas, que precipitou a humanidade em crescente degeneração física, moral, psíquica e espiritual.

Não fosse a sentença aplicada sobre o originador do pecado (Gn 3:15) e nós estaríamos fadados a um destino de progressiva infelicidade. Deus tomou providência e criou uma indisposição figadal entre as partes pecadoras: “Deus declara: ‘Porei inimizade.’ Esta inimizade não é entretida naturalmente. Quando o homem transgrediu a lei divina, sua natureza se tornou má, e ele ficou em harmonia com Satanás, e não em desacordo com ele. Não existe, por natureza, nenhuma inimizade entre o homem pecador e o originador do pecado. Ambos se tornaram malignos pela apostasia. O apóstata nunca está em sossego, exceto quando obtém simpatia e apoio, induzindo outros a lhe seguir o exemplo. Por este motivo os anjos decaídos e os homens ímpios se unem em desesperada união. Se Deus não Se houvesse interposto de maneira especial, Satanás e o homem teriam entrado em aliança contra o Céu; e, ao invés de alimentar inimizade contra Satanás, toda a família humana se teria unido em oposição a Deus.”  GC, 505.

Outro aspecto positivo verificado no primeiro juízo de Deus sobre a Terra está no paternal cuidado do Senhor com os filhos decaídos. Ele lhes fez com as próprias mãos vestes que abrigassem seus corpos agora mortais. Para isso teve de matar animais tenros e derramar o primeiro sangue de vítima inocente na Terra. As vestes deveriam lembrar o casal que por causa do pecado deles, alguém teve de pagar com a vida.

Temos ainda o benefício do trabalho árduo. Adão se cansaria ao final de um dia de trabalho, o que não acontecia antes do pecado. Porém, a despeito do suor e da canseira no trato com a terra, além de obter dela o sustento da vida, desfrutaria um sono reparador à noite, onde suas energias seriam readquiridas.

                SEGUNDA  
Repentina e inesperada (1Ts 5:1-3)
               
“Daquele dia e hora ninguém sabe”, declarou o Salvador. O dia e hora da volta de Jesus é tempo reservado pela autoridade do Pai e não revelado a nenhuma criatura (At 1:7). Porém, os crentes estão sobejamente informados do que deve antevir à manifestação final do Senhor, para julgar os habitantes da Terra.

O que Jesus quer que façamos é vigiar o tempo todo, orando para receber graça a fim de passar por todas as provações e tentações que confrontam o povo de Deus, e obter o preparo para a transladação.

Uma das características da vinda do Senhor é sua repentinidade. Ela será surpreendente para os ímpios, que estarão vivendo suas rotinas, comendo, bebendo, casando-se e dando-se em casamento. Eles não quiseram se converter e passar pelos preparativos para o maior evento de todos os tempos. O Dia do Senhor lhes sobrevirá como o assalto do ladrão à noite. Outro ponto a considerar nas imagens usadas pelo apóstolo é a figura das dores de parto. Elas começam com maior espaçamento e vão se tornando mais frequentes à medida que se aproxima a hora de parturir. Assim como os ansiosos pais sabem que está próximo o nascimento de seu bebê, quando as contrações ganham um ritmo mais acentuado. Numa mulher que dá a luz pela primeira vez, o trabalho de parto dura de 12 a 154 horas. Para as mamães já experientes, o tempo médio é de seis a oito horas.

Em Sua infinita misericórdia, nosso Pai deu-nos sinais inconfundíveis do retorno de Cristo. Guerras, fomes, pestilências, violência, catástrofes, terremotos, maremotos, sinais nos céus, na Lua, no Sol e nas estrelas. Alguém mais cético dirá que isso sempre existiu. Concordamos. Porém, a intensidade, assiduidade e quantidade deles é fato indisputável. A cada dia que passa eles se tornam mais frequentes e aterrorizantes. Como as dores de parto, o tempo se encurta e avisa do desfecho.

A despeito dos marcantes avisos dados aos homens, esses continuam em seus afazeres e na busca insana da satisfação de seus desejos carnais. A Terra tornou-se o Império dos Sentidos, onde prevalecem o “perjurar, mentir, matar, furtar e adulterar, e há arrombamentos e homicídios sobre homicídios” (Os 4:2). Coisas absurdas e chocantes têm acontecido. No fundo do coração dos homens há uma expectação horrível do que pode acontecer com este velho mundo. Eles falam de futuro, de novas realizações, de vida mais gratificante, porém, não acreditam realmente nisso, pois têm conhecimento de que as coisas vão nada bem na Terra. Um futuro de fome, sede, devastações, violências, desrespeito aos direitos e insegurança para as gerações futuras é o que acena. Os recursos da Terra estão à beira do esgotamento.

Nosso amado Salvador advertiu contra o deixar-se absorver pelas coisas deste mundo. Olhando para o futuro Jesus viu que Satanás buscaria envolver os homens nos prazeres da vida, nas delícias da carne e preocupações todo-absorventes com questões materialistas. Está evidente que as coisas espirituais não fariam parte do cotidiano do homem dos dias finais. Noutra parte Cristo adverte contra a prática de religiões hipócritas e pseudocristãs. Falsa espiritualidade também seria fatídico sinal dos últimos dias.

Satanás tem usado como eficaz arma contra a Igreja a reduzida consciência dos tempos solenes. Ele amortece as percepções dos homens usando todos os meios possíveis. Hoje a tecnologia absorve a mente dos homens. Temos celulares, I-pads, I-pods, tablets e outros portáteis que podemos levar conosco para todos os lugares e que nos conectam com o mundo. Temos computadores poderosos que podem nos levar a qualquer parte do mundo. A comunicação global tem permitido a rápida troca de informações e a contaminação de costumes, pecados novos e velhos, devassidão e transgressões perpassam de um lado para o outro.

Embora inseridos no contexto da civilização, somos instados a manter severa vigilância para guardar todas as saídas da alma. Pelejar por estar em pé na presença de Cristo quando Ele vier precisa ser nossa prioridade A.

Como disse Paulo, Deus nos destinou para a salvação e tem feito todo o possível para nos manter no caminho da glória. Oremos para não estorvarmos a obra do Espírito com nosso descaso e negligência.    

TERÇA      
A vantagem do crente (1Ts 5:4, 5)

Diríamos, as vantagens do crente.

A primeira delas é que o crente possui a maravilha da comunicação universal que é a Palavra de Deus. Ele fica bem informado quanto ao que aconteceu no passado, o que se passa no presente e o que advirá no futuro. Deus não permitiu que ele ficasse em trevas quanto a coisa alguma.    
     
     A segunda diz respeito ao Salvador que o crente tem. Jesus é a Luz do Mundo. Em Cristo, o crente torna-se filho da luz e não das trevas. Ele aprende a andar na luz assim como Cristo na luz está. O Sol da Justiça ilumina seu caminho.
     
    A terceira é referente à expectativa dos dias finais. O crente não está sujeito a surpresas, porque o Espírito do Senhor revelou o que irá acontecer ao mundo. Como disse o Pr. Paulien, ele só não sabe o tempo certo.

     A quarta diz respeito ao Dia de Deus. Que dia é esse? De glória, sim, mas de terrível ira e justiça sobre os que desprezaram todos os apelos da graça. Nesse dia Jesus separará as ovelhas dos bodes, o joio do trigo, os filhos do maligno dos filhos de Deus. Mas o crente não sofrerá juízo. O juízo para os crentes transcorre neste preciso momento. Jesus, envergando Suas magníficas vestes sumo sacerdotais, está intercedendo por todos os que, em arrependimento e confissão, O buscam para perdão dos pecados. Diríamos que o Juízo é antecipado para ser executado em condições bastante favoráveis, isto é, em tempo de graça. Então, no dia final, Jesus lhes pronunciará a agradável sentença: “Vinde, benditos de Meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.” Os pecados não confrontarão o humilde pecador que fez de Jesus a Rocha de sua vida. Visto que o Cordeiro foi morto em seu lugar, o pecador penitente não sofre o dano da morte eterna.

      O mundo, em contraste, está dando de mão dessas vantagens que ainda lhe são dispostas. “O mundo não está mais preparado para dar crédito à mensagem para este tempo do que estiveram os judeus para receber o aviso do Salvador, relativo a Jerusalém. Venha quando vier, o dia do Senhor virá de improviso aos ímpios. Correndo a vida sua rotina invariável; encontrando-se os homens absortos nos prazeres, negócios, comércio e ambição de ganho; estando os dirigentes do mundo religioso a engrandecer o progresso e ilustração do mundo, e achando-se o povo embalado em uma falsa segurança, então, como o ladrão à meia-noite rouba na casa que não é guardada, sobrevirá repentina destruição aos descuidados e ímpios, e ‘de nenhum modo escaparão’ (1Ts 5:3-5).” GC, 38.

Plano de trabalho para o presente, a fim de não perdermos as vantagens

1) Investimento de tempo e vida para exposição à luz que emana da Palavra de Deus. “Essa educação deve basear-se na Palavra de Deus. Somente aí nos são apresentados seus princípios, em toda a sua plenitude. A Bíblia deve ser tomada como fundamento do estudo e do ensino. O conhecimento essencial é o conhecimento de Deus e dAquele que Ele enviou.” CBV, 401.

2) Entrega diária. “Consagrai-vos a Deus pela manhã; fazei disto vossa primeira tarefa. Seja vossa oração: ‘Toma-me, Senhor, para ser Teu inteiramente. Aos Teus pés deponho todos os meus projetos. Usa-me hoje em Teu serviço. Permanece comigo, e permite que toda a minha obra se faça em Ti.’ Esta é uma questão diária. Cada manhã consagrai-vos a Deus para esse dia. Submetei-Lhe todos os vossos planos, para que se executem ou deixem de se executar, conforme o indique a Sua providência. Assim dia a dia podereis entregar às mãos de Deus a vossa vida, e assim ela se moldará mais e mais segundo a vida de Cristo.” CC, 70.

3) Vigilância. “Enquanto estivermos no mundo, encontraremos influências adversas. Haverá provocações para ser provada a nossa têmpera; e é enfrentando-as com espírito reto que as virtudes cristãs são desenvolvidas. Se Cristo habitar em nós, seremos pacientes, bondosos e indulgentes, alegres no meio das contrariedades e irritações. Dia após dia, e ano após ano, vencer-nos-emos a nós próprios e cresceremos num nobre heroísmo. Tal é a tarefa que sobre nós impende; mas não pode ser cumprida sem o auxílio de Jesus, firme decisão, um alvo bem determinado, contínua vigilância e oração incessante. Cada um tem suas lutas pessoais a travar. Nem o próprio Deus pode tornar nosso caráter nobre e nossa vida útil, se não colaborarmos com Ele. Quem renuncia à luta perde a força e a alegria da vitória.” CBV, 487.

                                                  QUARTA 

Vigilância constante (1Ts 5:6-8)

No verso seis, Paulo usa a imagem do estado hipnótico do sono para expressar a suspensão dos sentidos espirituais. Jesus ensinou na parábola do trigo e do joio (Mt 13:24-30). O lavrador era um homem responsável e profissional em seu trabalho. A semente era boa. O problema foi que o inimigo do lavrador, aproveitando-se do torpor do sono nos servos que vigiavam o terreno, lançou o joio no meio do trigo. Estivessem os homens acordados e o pilantra não faria o que fez. Os discípulos, quando com Jesus no Getsêmani, perderam momentos cruciais que deveriam tê-los preparado para a grande decepção que iriam sofrer, porque dormiram a sono solto. Jesus os repreendeu brandamente, avisando-os que deveriam estar vigiando para não cair em tentação.

Paulo comparou o mundo moral romano às trevas da noite, onde a visão das coisas, do que acontecia era impossível. O apóstolo procurou alertar os crentes admoestando-os a que vigiassem, fossem sóbrios, isto é, não permitissem que seus sentidos fossem obscurecidos por coisa alguma, inclusive por atitudes intemperantes.  Por duas vezes nesses três versos ele fala de sobriedade.

Mas não somente isso. Ele adverte que é preciso expandir a fé e o amor. Em estado de vigilância espiritual, embora você possa estar constatando fatos espirituais que possam lesá-lo, se não tiver fé implícita na Palavra de Deus, não poderá interpretar esses fatos e tirar deles proveito.

“Especialmente importante para a igreja em nosso tempo são os ensinamentos do apóstolo sobre este ponto. Para os que vivem tão próximos da grande consumação, as palavras de Paulo devem ter eloquente força: ‘Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e da caridade, e tendo por capacete a esperança da salvação. Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós, para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos juntamente com Ele.’ 1Ts 5:8-10. 

“Cristão alerta é o cristão que trabalha, buscando zelosamente fazer tudo que está em suas forças para o avançamento do evangelho. À proporção que aumenta o seu amor pelo Redentor, também aumenta por seus semelhantes. Como seu Mestre, experimenta ele severas provas, mas não permite que a aflição lhe irrite o temperamento ou destrua a paz de espírito. Sabe que as provações, se bem aceitas, o refinarão e purificarão, pondo-o em íntima comunhão com Cristo. Os que são participantes das aflições de Cristo também participarão de Sua consolação e por fim de Sua glória.” AA, 260, 261.

“Sem oração constante e diligente vigilância, estamos em perigo de tornar-nos descuidosos e desviar-nos do caminho verdadeiro. O adversário procura continuamente obstruir o caminho para o trono da graça, para que não obtenhamos, pela súplica fervorosa e fé, graça e poder para resistir à tentação.” CC, 95.  

A imagem da armadura romana é empregada por Paulo para ilustrar as atitudes espirituais dos crentes em face aos perigos. Você pode fazer um breve exame das peças da armadura, consoante aqueles que Paulo tinha em mente ao usar as metáforas. Veja que a armadura romana era desenhada para dar proteção total ao soldado quando em combate. As partes vitais estavam protegidas. O escudo tinha mais da metade da altura média do combatente. Não surpreende que Paulo buscasse uma imagem vívida para impressionar os crentes com os valores protetivos da fé, do amor ágape e da sempre viva esperança de salvação.

“Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo. Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça. Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz, embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno. Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus.” (Ef 6:11-17)

“A impiedade está alcançando um nível nunca dantes atingido; contudo, muitos pastores estão clamando: ‘Paz e segurança.’ 1Tm 5:3. Mas os fiéis mensageiros de Deus devem prosseguir firmemente com sua obra. Revestidos com a armadura do Céu, devem avançar destemida e vitoriosamente, jamais cessando de lutar até que cada alma a seu alcance tenha recebido a mensagem da verdade para este tempo.” AA, 220.  

QUINTA                                                                                                     

Encorajar uns aos outros (1Ts 5:9-11)

“Deus não nos escolheu para sofrermos o castigo da Sua ira, mas para nos dar a salvação por meio do nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós para podermos viver com Ele, tanto se estivermos vivos como se estivermos mortos quando Ele vier. Portanto, animem e ajudem uns aos outros, como vocês têm feito até agora.” (Nova Tradução na Linguagem de Hoje)

Está bem claro e cristalino que o projeto máximo de Deus é de nos conceder salvação em Jesus Cristo. Para realizá-lo, visto tê-lo planejado muito antes da fundação do mundo, o Senhor não poupou nem mesmo Seu próprio Filho, antes O entregou por nós. Não economizou nenhum recurso da graça infinita a fim de levar a cabo o que havia intentado em Seu paternal coração.

Esse é um projeto de vida eterna. O Senhor não queria desfrutar Sua eternidade sem a presença de Seus filhos antes caídos em pecado. Como nenhuma pessoa no mundo é igual à outra, nem mesmo gêmeos univitelinos, o Pai não quer perder nenhum espécime da coleção de “Formados à Sua Semelhança”. Se você ou eu faltar no dia final, imagine o pesar do coração divino ao não poder contar conosco.

Para Deus não importa se morrermos hoje ou amanhã. Jesus disse que para o Pai, todos os Seus filhos remidos estão vivos, embora possam repousar por um tempo no mundo do silêncio.

A ordem apostolar é que nos animemos com as novas da ressurreição dos mortos e do dia final do galardão. Por vezes penso que estamos muito apegados às coisas materiais, que não separamos tempo para conversarmos entre nós acerca das coisas da eternidade. Veja, por exemplo, aos sábados. Depois da Escola Sabatina e do Culto Divino vamos para casa e procuramos cumprir nossa agenda espiritual. Uns saem a dar estudos, outros para atividades de seus departamentos na igreja, outros para visitação, estudos bíblicos, etc. Observe que, em meio a toda essa atividade, falamos em coisas espirituais, mas raramente nos detemos para imaginar as coisas eternas e falar sobre elas. Que tal, com base nas revelações bíblicas, tentar imaginar o que acontecerá depois de estarmos na caravana de Cristo rumo à Nova Jerusalém? Como será a entrada triunfal pelos imensos portais perolados? Como será emocionante o momento em que o Rei Jesus apanhar a coroa da vida eterna e colocá-la sobre nossa fronte? Como será, pela primeira vez, provar o fruto da árvore da vida? E acima de tudo o mais, como será ver o rosto santo do Pai?

A Estratégia Errada – Mensagem do Presidente Adventista na América do Sul, Pr. Erton Kohler

"Era sábado. Eu havia acabado de pregar em uma grande igreja e fui almoçar na casa de um dos irmãos. Enquanto conversávamos, ele foi direto: ‘Estou preocupado com os rumos que as coisas estão tomando na igreja.’

Logo comecei a imaginar aquilo de que ele iria reclamar. Para minha surpresa, ele falou: ‘O mundo está se modernizando, todos estão mais tolerantes, mas a igreja parece que ainda não entendeu isso.” Eu estava ainda mais admirado enquanto ele continuava: “O sábado, por exemplo, é um assunto em relação ao qual a igreja precisa se contextualizar. Essa história de levar os membros a guardá-lo a qualquer preço está fora de lugar. Se a igreja continuar assim, vai se isolar e diminuir cada vez mais.”

Gastei tempo pensando nas palavras dele. A princípio, elas me pareceram fora de propósito e apenas produto da cabeça dele. Mas acabei entendendo que existem outras pessoas que pensam dessa forma, talvez até inconscientemente.

Alguns refletem esse pensamento querendo “modernizar” nossa mensagem ou estilo de vida, para tornar atrativa a igreja. Querem parecer menos diferentes e mais iguais.

Para Ellen White, essa estratégia está errada. Ela é clara quando diz que “a conformidade aos costumes mundanos converte a igreja ao mundo; jamais converte o mundo a Cristo” (O Grande Conflito, p. 509).

Outros tentam esconder sua identidade, pensando em não criar preconceito e, com isso, abrir portas no futuro. Sei que devemos ser prudentes, mas essa também é uma estratégia errada. Precisamos apresentar a mensagem bíblica com amor, de forma positiva, mas também com profundidade, clareza e refletida em nossa forma de viver.

Existem também aqueles que procuram viver como os que ainda não se entregaram a Jesus, querendo ser aceitos por eles. Acham que esse é um ponto de aproximação, que elimina barreiras. Outra estratégia errada! Pode até eliminar barreiras humanas, mas cria barreiras espirituais. É o principio da água e do óleo. Um pode influenciar o outro, mas não se misturam.

Quanto mais perto estivermos da volta de Cristo, mais diferentes vamos ficar, até que esse convívio se torne impossível e Ele venha nos buscar.

Com dor no coração, tenho visto algumas pessoas que deixam de lado nossa identidade de formas tão simples e práticas, do tipo:

1. Aparência pessoal fora dos princípios bíblicos. Modéstia e decência não combinam com roupas que apelam para o sensualismo, uso de unhas coloridas ou joias, por mais discretas que possam parecer (I Pedro 3:3, 4). Ellen White afirma: “A abnegação no vestir faz parte de nosso dever cristão. [...] abster-se de ostentação de joias e ornamentos de toda espécie, está em harmonia com nossa fé” (Evangelismo, p. 269). “Joias e vestuário dispendioso não nos darão influência” (Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 249).

2. Frequência a lugares impróprios para um cristão. Bares, boates, cinemas ou shows são ambientes que não combinam com o estilo de vida adventista nem com os valores cristãos. Eles enfraquecem nosso testemunho.

3. Gosto musical comprometido. Não podemos esquecer que, nos últimos dias, “Satanás fará da música um laço” (Ellen White, Eventos Finais, p. 159). Não é tentando tornar nossa música mais gospel ou mais popular que vamos fazê-la poderosa. Ela poderá ficar mais interessante, mas acabará sendo menos eficaz.

4. Enfraquecimento dos princípios de saúde. Continuamos sendo o povo que cuida do corpo como o templo do Espírito Santo (I Coríntios 6:19); que busca uma alimentação saudável e natural; que não usa bebidas alcoólicas ou café por recomendação inspirada: “O único caminho seguro é não tocar, não provar, não manusear o chá, o café, vinhos, o fumo [...] e as bebidas alcoólicas” (Ellen White, Conselhos Sobre Saúde, p. 125). O mundo está apresentando essa mensagem sem timidez. Não podemos enfraquecê-la.

Le Roy Froom dizia que “enquanto a igreja evangeliza o mundo, o mundo seculariza a igreja”. Essa é a estratégia errada. As pessoas não estão procurando um evangelho de segunda linha, que seja uma coisa, mas tenta parecer outra. Nossa sociedade não quer mais desse evangelho. Por isso, como igreja, somos desafiados a reformar e não nos conformar com os hábitos da sociedade em que vivemos (Romanos 12:2). Afinal, “ninguém, depois de acender uma candeia, a cobre com um vaso ou a põe debaixo de uma cama; pelo contrário, coloca-a sobre um velador, a fim de que os que entram vejam a luz” (Lucas 8:16).

Vamos usar a estratégia certa!"

Como Purificar a Igreja para
os Acontecimentos Finais

“O tempo presente é de dominante interesse para todo o vivente.

Governadores e estadistas, homens que ocupam posições de confiança e autoridade, homens e mulheres pensantes de todas as classes, têm sua atenção posta nos acontecimentos que tomam lugar ao nosso redor. Estão observando as relações que existem entre as nações. Eles examinam a intensidade que está tomando posse de cada elemento terreno, e reconhecem que algo grande e decisivo está para acontecer – que o mundo está no limiar de uma crise estupenda. PR, 537

“As calamidades em terra e mar, as condições sociais agitadas, os rumores de guerra, são portentosos. Prenunciam a proximidade de acontecimentos da maior importância. As forças do mal estão-se arregimentando e consolidando-se. Elas se estão robustecendo para a última crise. Grandes mudanças estão prestes a operar-se no mundo, e os acontecimentos finais serão rápidos. 3 TS, 280

Tempos Turbulentos que Ocorrerão em Breve

“O tempo de angústia, que há de aumentar até o fim, está muito próximo. Não temos tempo a perder. O mundo está agitado com o espírito de guerra. As profecias do capítulo onze de Daniel quase atingiram o seu cumprimento.” Review and Herald, 24 de novembro de 1904

“O tempo de angústia – angústia qual nunca houve, desde que houve nação [Daniel 12:1] – está precisamente sobre nós, e somos semelhantes às virgens adormecidas. Devemos acordar e pedir que o Senhor Jesus ponha debaixo de nós os Seus braços eternos e nos conduza durante o tempo de provações à nossa frente.” 3 MR, 305 (1906)

“O mundo está-se tornando cada vez mais iníquo. Em breve surgirá grande perturbação entre as nações – perturbação que não cessará até que Jesus venha.” Review and Herald, 11 de fevereiro de 1904

“Estamos mesmo no limiar do tempo de angústia, e acham-se diante de nós perplexidades com que dificilmente sonhamos.” 3 TS, 306

“Estamos no limiar da crise dos séculos. Em rápida sucessão os juízos de Deus se seguirão uns aos outros – fogo, inundações e terremotos, com guerras e derramamento de sangue.” PR, 278

“Há perante nós tempos tempestuosos, mas não pronunciemos uma só palavra de incredulidade ou desânimo.” SC, 136

“Uma grande crise aguarda ao povo de Deus. Uma crise aguarda ao mundo. A mais momentosa luta de todos os séculos está justamente à nossa frente... Mas estaremos prontos para o acontecimento? Temo-nos desincumbido fielmente do dever que Deus nos confiou, de dar ao povo a advertência quanto ao perigo que têm pela frente? ...Se Deus nos proporcionou luz que mostra os perigos à nossa frente, como poderemos subsistir perante Ele se negligenciarmos de envidar todos os esforços que pudermos para apresentá-la ao povo? Poderemos contentar-nos com deixá-los a ir ao encontro desse acontecimento momentoso sem os advertir? ...Nós como um povo não temos cumprido a obra que Deus nos confiou. Não estamos preparados para o desfecho ao qual nos levará a imposição da lei dominical. É nosso dever, ao vermos os sinais do perigo que se aproxima, despertar-nos para a ação... O povo deve ser despertado em relação aos perigos do tempo presente. Os atalaias estão adormecidos... Deus nos convida a despertarmo-nos, pois está perto o fim.” 2 TS, 318-323

“Devemos estudar os grandes sinaleiros da estrada que indicam os tempos em que vivemos.” Nossa Alta Vocação, 338

“Demorai-vos perante Ele em humildade de coração. Orai com o máximo fervor por compreensão dos tempos em que vivemos, por mais plena concepção de Seu desígnio”... 2 ME, 400


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