Documento: Estilo de Vida e Conduta Cristã

O que é, e qual é o propósito do Documento

Uma comissão de líderes adventistas de oito países sul-americanos votou, no final de 2012, documento intitulado Estilo de Vida e Conduta Cristã. O objetivo é reafirmar a crença bíblica defendida pela Igreja Adventista do Sétimo Dia quanto ao comportamento de um cristão diante de diferentes situações da sua vida cotidiana como recreação, mídia, vestuário, sexualidade, joias, ornamentos e saúde. A ideia do documento não é substituir a Bíblia e nem criar novas normas.

A intenção foi resumir, em uma linguagem simples mas clara e objetiva, o que Deus estabeleceu em Sua Palavra sobre esses temas no contexto da misericórdia e da graça cristãs. Trata-se de um material que reúne em um só lugar várias declarações que refletem o pensamento adventista sobre o assunto. Como o próprio documento diz, “as recomendações apresentadas neste documento não devem ser usadas como elemento de crítica ou julgamento de outros, mas como apoio para a vida pessoal”.

Segue abaixo o documento na íntegra:

Introdução

A Igreja Adventista do Sétimo Dia reconhece a importância do sacrifício de Cristo na cruz como o preço pago pela nossa salvação. Deus, em Seu infinito amor pelo mundo, “deu Seu Filho Unigênito para que todo aquele que nEle crê não pereça mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16). Ele “prova o Seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8), e nos convida a aceitar esse sacrifício de amor, a entregar-Lhe totalmente a vida e a nascermos de novo em Cristo (Jo 3:3-15).

A pessoa que passou por essa experiência com Jesus deve agora andar em “novidade de vida”, entregando-Lhe todo o seu ser e todos os aspectos de sua vida (Rm 6:1-11). “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2Co 5:17). Uma vida renovada leva o cristão a um alto padrão de comportamento através de um estilo de vida que O glorifique e que evidencie publicamente a fé e o compromisso que ele tem com Cristo Jesus. Dois ensinos bíblicos fundamentam a importância do estilo de vida para o cristão adventista: 1) a restauração da imagem de Deus no ser humano; e 2) a missão profética específica da Igreja Adventista no final dos tempos.

A restauração da imagem de Deus. Segundo as Escrituras, o ser humano foi criado à “imagem e semelhança” de Deus (Gn 1:26, 27). Essa realidade foi manchada pelo pecado (Gn 3). Desde a queda, no entanto, Deus tem trabalhado pela restauração plena dessa imagem no ser humano (Rm 8:29; 1Co 15:49; 2Co 3:18; Ef 4:22-24; Cl 3:8-10) através da redenção em Cristo Jesus e da atuação do Espírito Santo na vida e mente daqueles que respondem positivamente ao Seu convite à salvação (Jo 1:12, 13; 3:3-16). Nesse processo de restauração, Deus chama Seus filhos a um reavivamento e reforma através do compromisso com a santidade. “Sede santos porque Eu sou santo” (Lv 11:44, 45; 19:2; 20:26); “sede perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste” (Mt 5:48).

Essas exortações bíblicas são muitas vezes mal-interpretadas e usadas como base de um legalismo exigente e frio, comumente denominado de perfeccionismo. No entanto, no Sermão da Montanha (Mt 5:43-48), Cristo deixou claro que “ser santo” e “ser perfeito” como Deus, é ser um canal divino de Sua graça, amor e bondade aos seres humanos. O cristão torna-se um canal de Deus ao amar sinceramente todos os indivíduos com quem ele se relaciona, orando por eles e ajudando-os, mesmo sendo seus inimigos ou aqueles que o perseguem.

O chamado do cristão é imitar a Deus em todos os aspectos de sua vida (1Pe 1:13-16). Para que isso seja possível, Deus concede aos Seus filhos o Espírito Santo, o Consolador, que opera na mente e coração dos seres humanos, envolvendo o cultivo de atributos internos (amor, bondade, compaixão, justiça, verdade, pureza, honestidade, responsabilidade, altruísmo, etc.) e externos (modéstia, decência, temperança, boas obras, etc.). Esses atributos representam a restauração do caráter divino evidenciado pelo fruto do Espírito na vida dos filhos de Deus (Rm 12:1-13:14; Gl 5:16-26; Ef 4:17-5:21; Cl 3:1-17; 1Ts 4:1-12; 1Tm 2:8-3:13). A missão profética da Igreja Adventista.

O segundo ensino bíblico que realça a importância de um estilo de vida consagrado a Deus é a missão específica da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Desde seus primórdios, os Adventistas do Sétimo Dia se consideram um movimento profético, com a missão especial de preparar um povo para a Segunda Vinda de Jesus. Esse movimento foi profetizado em Isaías 40:1-5, como a “voz do que clama no deserto” preparando o caminho do Senhor; em Isaías 58:12, como o “reparador de brechas e restaurador de veredas” que restabeleceria verdades bíblicas esquecidas, entre as quais a santificação do sábado; em Malaquias 4:4-6, como o Elias que antecederia a vinda do Messias. Seu cumprimento foi predito em Apocalipse 14:6-12, com a tríplice mensagem angélica pregada nos últimos dias da história humana pelos “santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus”.

A missão da Igreja Adventista é a mesma de João Batista — preparar um povo para a vinda de Jesus, e ambos são objetos das profecias específicas de Isaías 40 e Malaquias 4. João Batista é, portanto, um modelo profético da Igreja Adventista, e grande ênfase é dada ao seu estilo de vida, especialmente em relação à comida, bebida e vestimenta (Mt 3:4; Mc 1:6; Lc 1:15). Isso pressupõe que um estilo de vida específico, ordenado por Deus, é um aspecto importante no cumprimento da missão do mensageiro profético que prepara a vinda do Senhor.

Recomendações

Com base nessa percepção das verdades bíblicas, a Divisão Sul-Americana da Igreja Adventista do Sétimo Dia reafirma seu compromisso com um estilo de vida cristã que represente seu chamado e sua missão diante do mundo e que seja uma resposta de coração à graça e ao amor de Deus. E, com o propósito de aconselhar e incentivar seus membros a crescerem na fé, a aprofundar sua experiência com Deus e a avançar no cumprimento da missão evangélica, faz as seguintes recomendações:

1. Vida de santificação

O cristão é chamado a consagrar a Deus todos os aspectos de sua vida. Como está escrito: “Por isso, cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que vos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo. Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância; pelo contrário, segundo é santo Aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque escrito está: Sede santos, porque Eu sou santo” (1Pe 1:13-16). Ao fazer a vontade do Mestre, “precisamos chegar ao ponto de reconhecer plenamente o poder e a autoridade da Palavra de Deus, quer ela concorde ou não com nossas opiniões preconcebidas. Temos um perfeito livro-guia. O Senhor nos falou a nós; e, sejam quais forem as consequências, devemos receber Sua Palavra e praticá-la na vida diária. De outro modo estaremos escolhendo nossa própria versão do dever e fazendo exatamente o oposto daquilo que nosso Pai celestial nos mandou fazer” (Ellen G. White, Manuscrito 148, 1902; ver Medicina e Salvação, p. 255, 256).

2. Crescimento espiritual

A santificação implica um contínuo processo de crescimento espiritual pela graça de Deus em Jesus, através da comunhão pessoal com Ele pelo estudo da Bíblia, pela prática da oração e pelo testemunho pessoal. O alvo é chegar “ao pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado ao outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo nAquele que é a cabeça, Cristo” (Ef 4:13-15). “Muitos têm a ideia de que devem fazer sozinhos parte do trabalho. Confiaram em Cristo para o perdão dos pecados, mas agora procuram por seus próprios esforços viver retamente. Mas qualquer esforço como este terá de fracassar. Diz Jesus: ‘Sem Mim nada podereis fazer’ (Jo 15:5). Nosso crescimento na graça, nossa felicidade, nossa utilidade – tudo depende de nossa união com Cristo. É pela comunhão com Ele, todo dia, toda hora – permanecendo nEle – que devemos crescer na graça” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 69).

3. Pureza moral

Todo filho e filha de Deus deve conservar puros o coração e a mente (Sl 24:3, 4; 51:10), seguindo o modelo de Cristo: “E a si mesmo se purifica todo o que nEle tem esta esperança, assim como Ele é puro.” (1Jo 3:3). O cristão deve evitar e rejeitar tudo que possa poluir sua mente e sua vida, levando-o a pecar. Duas exortações de Paulo servem para nortear suas escolhas: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (1Co 10:31); “Finalmente, irmãos, tudo que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é puro, tudo que é amável, tudo que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isto que ocupe o vosso pensamento” (Fp 4:8).

4. Recreação e mídia

Seguindo o princípio da pureza moral, o cristão deve evitar livros e revistas, programas de rádio, televisão, internet ou qualquer outro tipo de mídia, jogos ou equipamentos modernos cujo conteúdo possa poluir sua mente e coração. Deve-se evitar tudo que induza ao mal e promova violência, desonestidade, desrespeito, adultério, pornografia, vícios de toda sorte, descrença, uso de palavrões e linguagem obscena, entre outras coisas. O cristão não pode conformar-se aos valores comuns de um mundo profundamente corrompido pelo pecado, mas deve ser transformado pelo Espírito, renovando sua mente a fim de experimentar “a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12:2; ver também 1Jo 2:15-17). Certos lugares públicos de diversão tais como estádios esportivos, teatros e cinemas, em sua programação habitual, são inapropriados para o cristão adventista. Vários fatores contribuem para essa avaliação negativa por parte da Igreja, dentre eles:
  • a falta de controle sobre o conteúdo que é apresentado ou o evento que está ocorrendo;
  • a psicologia de massa que muitas vezes leva alguém a seguir em uma direção que de outro modo não o faria;
  • o fato de todo o ambiente ser planejado para potencializar o impacto sobre o indivíduo e sua mente, facilitando a aceitação, geralmente imperceptível, de ideias e valores contrários à fé cristã;
  • o tempo e os recursos financeiros gastos nessas diversões que poderiam ser utilizados para outros fins mais condizentes com a fé e os propósitos de vida de um cristão;
  • o testemunho negativo que a frequência a esses lugares pode deixar na mente de membros e não membros da igreja. O conselho de Ellen White aos jovens acerca do teatro, no seu tempo, parece ainda mais pertinente hoje para todos os lugares de diversão: “Entre os mais perigosos lugares de diversões, acha-se o teatro. Em vez de ser uma escola de moralidade e virtude, como muitas vezes se pretende, é um verdadeiro foco de imoralidade. Hábitos viciosos e propensões pecaminosas são fortalecidos e confirmados por esses entretenimentos. Canções baixas, gestos, expressões e atitudes licenciosos depravam a imaginação e rebaixam a moralidade. Todo jovem que costuma assistir a essas exibições se corromperá em seus princípios. [...] O amor a essas cenas aumenta a cada condescendência, assim como o desejo das bebidas alcoólicas se fortalece com seu uso. O único caminho seguro é abster-nos de ir ao teatro, ao circo e a qualquer outro lugar de diversão duvidosa” (Ellen G. White, Mensagens aos Jovens, p. 380).
A dança e os ambientes sociais como boates e outras casas noturnas são contrários ao princípio da pureza cristã, uma vez que excitam as paixões humanas, a luxúria e sedução. A dança é ainda comumente acompanhada do estímulo ao uso de bebidas alcoólicas, de drogas, da prática de violência e comportamento desenfreado. Sua promoção e prática não se harmonizam com os princípios cristãos adventistas, nem mesmo em um contexto particular, residencial, ou em atividades espirituais e sociais realizadas pela igreja.
A recreação através da música, seja ela religiosa ou não, também deve passar pelos critérios bíblicos da glorificação a Deus e qualidade do material em questão. Uma discussão detalhada desse assunto tão importante aparece nos documentos: “Filosofia Adventista do Sétimo Dia com Relação à Música”; e “Orientações com Relação à Música para a Igreja Adventista do Sétimo Dia na América do Sul”, que você acessa clicando aqui.

5. Vestuário.

O vestuário cristão é claramente orientado nas Escrituras pelo princípio da modéstia e da beleza interior que implicam bom gosto com decoro. Os Adventistas do Sétimo Dia creem que os princípios acerca do vestuário que aparecem em 1 Timóteo 2:9 e 10 e 1 Pedro 3:3 e 4, em relação às mulheres cristãs, se aplicam tanto a homens como a mulheres. O cristão deve se vestir com modéstia, decência, bom-senso, evitando a sensualidade provocativa tão comum da moda, e sem ostentação de “ouro, pérolas ou pedras preciosas, ou vestuário dispendioso” (1Tm 2:9).

Esse princípio deve aplicar-se não apenas a roupas, mas a todas as questões que envolvem a aparência pessoal e seus enfeites. Tudo deve evidenciar a riqueza do “homem encoberto no coração; no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus” (1Pe 3:4). “O caráter de uma pessoa é julgado pelo aspecto de seu vestuário. Um gosto apurado, um espírito cultivado, revelar-se-ão na escolha de ornamentos simples e apropriados. [...] É justo amar e desejar a beleza; Deus, porém, deseja que amemos e procuremos primeiro a mais alta beleza – aquela que é imperecível. As mais seletas produções da perícia humana não possuem beleza que se possa comparar com a beleza do caráter, que à Sua vista é de grande preço” (Ellen G. White, Educação, p. 248, 249).

6. Joias e ornamentos

Os princípios bíblicos da modéstia e da beleza interior, que aparecem em 1 Timóteo 2:9 e 1 Pedro 3:3, deixam bem claro que o cristão deve abster-se do uso de joias e de outros ornamentos, como bijuterias e piercing, e de tatuagens (Lv 19:28). Segundo a exortação bíblica, o cristão deve levar uma vida simples, sem ostentação, evitar despesas desnecessárias e estar livre do espírito de competição tão comum na sociedade. Esses princípios se aplicam às joias ornamentais. As joias funcionais, usadas segundo o contexto sociocultural, também devem seguir os mesmos princípios. Para o cristão, a autoestima e a valorização social estão fundamentadas no fato de o ser humano ter sido criado à imagem de Deus (Gn 1:26, 27); de cada individuo ser dotado de dons e talentos que lhes são únicos (Mt 25:14-29); e, sobretudo, por ele ter sido resgatado do pecado pelo mais alto preço possível no Universo, o precioso sangue de Cristo (1Co 6:20).

A busca de autoestima e valorização social por meio do uso de joias ou ornamentação externa conflita com a profunda experiência cristã que Deus deseja para Seus filhos e filhas (1Tm 2:9, 10; 1Pe 3:3, 4). Apesar de vários personagens bíblicos terem usado joias, o texto bíblico deixa claro que o seu abandono caracteriza um movimento de total reavivamento e reforma espiritual do povo de Deus (Gn 35:2-4; Êx 33:5, 6). É nesse contexto de reforma e reconsagração que os apóstolos Paulo e Pedro apontam a norma a ser seguida pelos discípulos de Cristo. Para os Adventistas do Sétimo Dia, essa norma deve ser ainda mais relevante, visto que nossa missão como o Elias profético nestes últimos tempos significa também simplicidade no vestuário (Mt 11:7-10; Mc 1:6; Lc 7:24-27). “Trajar-se com simplicidade e abster-se de ostentação de joias e ornamentos de toda espécie está em harmonia com nossa fé” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 3, p. 366).

7. Sexualidade humana

A sexualidade humana é apresentada na Bíblia como parte da imagem de Deus na humanidade (Gn 1:27), e foi planejada por Deus para ser uma bênção ao gênero humano (Gn 1:28). Desde o princípio, Deus estabeleceu também o contexto em que ela deve ser exercida – o casamento entre um homem e uma mulher (Gn 2:18-25; Hb 13:4). A Bíblia deixa claro que a sexualidade deve ser exercida com respeito, fidelidade, amor e consideração pelas necessidades do cônjuge (Pv 5:15-23; Ef 5:22-33).

O fiel adventista deve evitar também o jugo desigual, relacionando-se afetivamente e unindo-se em matrimônio somente com alguém que compartilhe sua fé (2Co 6:14, 15). As Escrituras claramente classificam como pecado as diferentes formas de sexo fora das diretrizes divinas, como:
  • o sexo pré-marital e a violência sexual (Dt 22:13-21, 23-29);
  • o adultério ou sexo extraconjugal (Êx 20:14; Lv 18:20; 20:10; Dt 22:22; 1Ts 4:3-7);
  • a prostituição, feminina ou masculina (Lv 19:29; Dt 23:17);
  • a relação com pessoas da mesma família ou crianças (Lv 18:6-17; 20:11, 12, 14, 17, 19-21);
  • a relação entre pessoas do mesmo sexo (Lv 18:22; Lv 20:13; Rm 1:26, 27);
  • o travestismo (Dt 22:5);
  • e a relação sexual com animais (Lv 18:23; Lv 20:15, 16).
As Escrituras também condenam:
  • o assédio sexual (Gn 39:7-9; 2Sm 13:11-13);
  • o exibicionismo sensual (Ez 16:16, 25; Pv 7:10, 11);
  • manter pensamentos e desejos impuros (Mt 5:27-28; Fp 4:8);
  • a impureza e os vícios secretos, como a pornografia e a masturbação (Ez 16:15-17; 1Co 6:18; Gl 5:19; Ef 4:19; 1Ts 4:7).
O argumento comum de que muitos desses comportamentos sexuais não eram aceitos na antiguidade, quando a Bíblia foi escrita, mas que hoje são socialmente aceitos e, portanto, podem ser até mesmo praticados pelos cristãos, demonstra falta de conhecimento da realidade entre os povos vizinhos do antigo Israel. O próprio texto bíblico é bem claro nessa questão. Levítico 18 diz que essas práticas eram comuns e aceitas no Egito e, mais ainda, na terra de Canaã (Lv 18:3, 24, 25, 27).

Deus condenou essas práticas, apesar de serem aceitas na antiguidade. Os israelitas deveriam viver segundo outro modelo de comportamento sexual, ou seja, o que está explícito nos mandamentos de Deus (Lv 18:4, 5, 26, 30). No entanto, para aqueles que sofrem tentações ou que têm sucumbido em qualquer área do comportamento sexual, a promessa de vitória em Deus é animadora: “Tudo posso nAquele que me fortalece” (Fp 4:13); “não por força nem por poder, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zc 4:6). “Os que põem em Cristo a confiança não devem ficar escravizados por nenhuma tendência ou hábito hereditário, ou cultivado. Em lugar de ficar subjugados em servidão à natureza inferior, devem reger todo apetite e paixão. Deus não nos deixou lutar contra o mal em nossa própria, limitada força. Sejam quais forem nossas tendências herdadas ou cultivadas para o erro, podemos vencer mediante o poder que Ele está disposto a nos comunicar” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 175, 176).

8. Saúde

O corpo humano é o templo do Espírito Santo e o cristão deve glorificar a Deus em seu corpo (1Co 3:16, 17; 6:19, 20; 10:31). O cuidado do corpo e da saúde faz parte da restauração da imagem de Deus no homem: “Deus deseja que alcancemos a norma de perfeição que o dom de Cristo nos tornou possível. Ele nos convida a fazer nossa escolha do direito, para nos ligarmos com os instrumentos celestes, adotarmos princípios que hão de restaurar em nós a imagem divina. Na Sua palavra escrita e no grande livro da natureza, Ele revelou os princípios da vida. É nossa obra obter conhecimento desses princípios e, pela obediência, cooperar com Ele na restauração da saúde do corpo bem como da alma” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 114, 115).

Em Sua Palavra, Deus deu orientações claras acerca de comida (Gn 1:29; 3:18; 7:2; 9:3, 4; Lv 11:1-47; 17:10-15; Dt 14:3-21) e bebida (Lv 10:9; Nm 6:3; Pv 20:1; 21:17; 23:20, 29-35; Ef 5:18). A dieta vegetariana é o ideal de Deus para o ser humano (Gn 1-3) e também a abstinência de qualquer tipo de bebida alcoólica e de tudo que seja prejudicial à saúde humana, como bebidas cafeinadas e drogas (Êx 20:13; 1Co 3:17; 6:19; 10:31). As boas coisas que Deus criou para o ser humano devem ser usadas com equilíbrio e sabedoria (Pv 25:16, 27). As coisas más devem ser totalmente evitadas.

Alimentação adequada e abstinência de tudo que é prejudicial à saúde são dois dos oito remédios naturais que Deus prescreveu para a manutenção de uma vida saudável e equilibrada e para a cura de muitas doenças e sofrimento: “Ar puro, luz solar, abstinência, repouso, exercício, regime conveniente, uso de água e confiança no poder divino – eis os verdadeiros remédios. Toda pessoa deve possuir conhecimentos dos meios terapêuticos naturais e da maneira de aplicá-los. [...] Aqueles que perseveram na obediência à suas leis ceifarão galardão em saúde de corpo e de alma” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 127).

Conclusão

As recomendações apresentadas neste documento são conselhos e orientações a serem seguidos com oração, como resultado de profundo relacionamento pessoal com Deus, na busca de Suas verdades e de Sua presença na primeira hora de cada dia. Elas não devem ser usadas como um elemento de crítica ou julgamento de outros, mas como apoio para a vida pessoal. A Palavra de Deus e os conselhos divinos que nos foram transmitidos pelo ministério profético de Ellen G. White nos exortam, como Adventistas do Sétimo Dia, a viver um estilo de vida que seja uma resposta de amor à bondade, à graça e ao infinito amor de Deus por nós. O fruto do Espírito deve permear todas as dimensões do nosso viver, proporcionando equilíbrio entre os aspectos interiores do ser e os exteriores do fazer. O resultado disso será nossa própria felicidade e bem-estar, e o desenvolvimento da nossa salvação em todos os aspectos desejados por Deus. E, por fim, estaremos lançando uma das bases fundamentais para o cumprimento de nossa missão profética, esperando em breve ouvir dos lábios do próprio Jesus: “Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu Senhor” (Mt 25:21).

Comentários Lição 7 - Vendo por espelho, obscuramente (Prof. Sikberto Marks)


Semana de 9 a 16 de Fevereiro de 2013

Verso para memorizar:A sabedoria deste mundo é loucura diante de DEUS; porquanto está escrito: Ele apanha os sábios na própria astúcia deles” (I Cor. 3:19).

Introdução de sábado à tarde
Comparemos o teólogo William Paley com o antropólogo Charles Darwin. Um defendendo que se pode entender DEUS por meio da natureza, e o outro defendendo que pela natureza, se DEUS existisse, Ele seria muito mau.
Analisemos esses dois casos, e tiremos lições para nós. Em primeiro lugar, o Pastor conhecia a DEUS, e o antropólogo não. Um conhecia a Bíblia, o outro a criticava, era contra. O pastor conhecia a DEUS, mas não plenamente. Ninguém neste planeta conhece a DEUS plenamente. Mas a revelação sobre DEUS, na Bíblia, é suficiente para que falemos e escrevamos sobre DEUS, sem cometer o erro que o pastor e Darwin cometeram. O pastor William disse que se pode compreender a DEUS observando a natureza. Isso é verdade, mas cuidado, a natureza não explica a origem do pecado, nem o plano da salvação. A natureza apenas testemunha sobre os efeitos do pecado e sobre o poder criador de DEUS. E foi observando estes efeitos que Darwin caiu em outro erro, achando que tudo está evoluindo por meio do conflito. O pastor não entendeu a possibilidade de observar na natureza coisas negativas; imaginava ver só coisas positivas, que existem, mas também existe a degeneração. Por sua vez, Darwin, via na natureza a história da humanidade, contada somente pela natureza. Ele via muitos problemas, defeitos, etc., e imaginava que estava ocorrendo aperfeiçoamento uma vez que não acreditava existir DEUS.
O que podemos aprender desses dois personagens? Simples: sem conhecer bem a Bíblia, de preferência com um profeta explicando, como Ellen G. White, podemos, mesmo com boa vontade, até sendo honestos como imaginamos o Pr. William, cair em erro e levar outros a também caírem em erro, e se perderem.

  1. 1.      Primeiro dia:  A Terra é do Senhor
Poderíamos mencionar alguma coisa que não pertença a DEUS? Uma única coisa? Tudo pertence a DEUS, até alguns seres bem estranhos. Por exemplo, o próprio Lúcifer, o demônio, pertence a DEUS. Seus anjos caídos também. Até mesmo no tempo em que ele era o príncipe deste mundo, desde o dia da queda de Adão e Eva até que foi vencido na cruz, mesmo nesse tempo, ele pertencia a DEUS.
Como podemos entender melhor essa questão de propriedade? Em primeiro lugar, tudo no Universo foi criado por DEUS. Portanto, de quem mais seriam essas coisas todas, e os seres vivos, senão dEle? Em segundo lugar, tudo é mantido por DEUS, e os seres vivos dependem dEle para viverem. Não existe a menor possibilidade de alguma ordem sem que DEUS a conceda. Todas as leis que governam os sistemas existentes foram elaboradas por DEUS. E não existe outro ser capaz de fazer o que DEUS fez, seja criar, seja manter.
Mas o que passou das mãos de Adão e Eva para Lúcifer no dia da queda? A autoridade que DEUS deu ao casal. Eles deveriam administrar todos os recursos deste planeta. Foi isto que Lúcifer tomou deles: o direito de administrar os recursos do mundo. Entendamos melhor. DEUS é o Rei do Universo. Em cada lugar onde Ele cria vida, designa alguém para administrar, mas não concede o direito de propriedade. São como nós adventistas costumamos dizer: mordomos da criação, responsáveis para que tudo se mantenha em ordem e harmonia. Quando o casal desobedeceu a DEUS e obedeceu a Lúcifer, colocaram-se sob o poder e ordens dele, ficando em situação inferior ao inimigo, tornando-se assim esse inimigo a autoridade maior neste planeta, mas não o proprietário dele. DEUS ainda era o proprietário bem como o mantenedor, inclusive da vida de Lúcifer. E aqui ainda continuavam funcionando as leis científicas que DEUS estabeleceu, nada foi provido por Lúcifer, nem ele teria capacidade para definir novas leis naturais.
Na cruz do calvário, que foi uma batalha decisiva em termos do poder neste planeta, JESUS CRISTO retomou o que Adão e Eva haviam perdido, e Lúcifer deixou de ser o príncipe deste mundo, passando este poder ao Salvador. A existência de Lúcifer aqui ainda é tolerada por DEUS, mas com data marcada para ser executado e extinto. Não há mais necessidade de outra batalha para definir quem tem direitos aqui.
Um aspecto bem importante: Após a batalha na cruz, JESUS retomou o direito de governo na Terra. Repetimos, a propriedade nunca deixou de pertencer a DEUS. É como quando entra um ladrão em nossa casa e rouba algo. Mesmo estando de posse do ladrão, ainda nos pertence. Então, após a cruz, uma estranha situação se estabeleceu aqui. E isso devemos entender bem.
Apesar de tudo pertencer a DEUS, nem todos os seres humanos reconhecem esse direito de posse e nem o direito de governo. Aliás, muitos seres humanos nem mesmo admitem que DEUS exista. E isso não quer dizer que eles não pertençam a DEUS, nem que Este não possa fazer nada a estas pessoas. Tem sobre eles tantos direitos como sobre aqueles que se declaram filhos e filhas de DEUS. Ou seja, JESUS CRISTO, desde que retornou ao Céu, tem um direito especial: o de ser o defensor daqueles que preferem o arrependimento e a transformação, e o juiz daqueles que preferem dar atenção a Lúcifer, satanás, que assim permanece sendo o príncipe deles, príncipe do mundo dos perdidos, mas não dono deles.
Quando JESUS retornar pela segunda vez, irá levar consigo aqueles que retornaram a Ele. E estes viverão para sempre – só DEUS pode dar vida, seja temporária, seja eterna. E quando JESUS retornar pela terceira vez, trazendo junto os salvos, destruirá os ímpios, porque não há lugar para eles no Universo. Se Lúcifer deseja realmente ter seu império, ele que crie em algum lugar fora do Universo seu sistema de estrelas e planetas, e instale ali seu governo, e leve para lá aqueles que o preferem. Como é incapaz disso, logo deve sair do lugar que não lhe pertence, e junto com ele devem ir para a destruição os que decidiram ser seus escravos, embora, é bom repetir, mesmo rebelados, ainda assim pertençam a DEUS, porque os criou.
Resumindo tudo, para deixar bem clara essa questão de poder e autoridade. Lúcifer, no dia da queda de Adão e Eva, tornou-se como um sequestrador da humanidade. Ora, se um filho é sequestrado por maus elementos, assim não deixa de pertencer a seus pais. Porém, em estado de sequestro, os pais perderam a autoridade sobre esse filho que passou para o poder dos sequestradores, e pior ainda se ele se aliou com esses sequestradores. Eles fazem o que quiserem com aquele rapaz, embora ele não lhes pertença. Acontece que eles se apossaram dele e geraram poder sobre ele. Então, quando os pais pagam o resgate do filho, e os sequestradores o devolvem a seus pais, outra vez tiveram de volta a autoridade sobre o filho. Mas durante o sequestro o filho, ainda assim, era filho e pertencia aos pais. E se a polícia descobre o cativeiro e liberta o rapaz e prende os sequestradores, tudo assim se resolve. JESUS CRISTO fez as duas coisas, o papel da polícia e o papel do pagamento do resgate. O papel da polícia Ele fez quando estava em batalha contra Lúcifer, desde o Getsêmani, durante o falso julgamento até ser pregado na cruz e morrer. O resgate Ele pagou pelo Seu sofrimento e principalmente pelo derramamento de Seu sangue por nós. A Sua luta foi para derrotar satanás, o resgate foi para nos devolver a vida eterna, uma vez que nos tornamos mortais. Agora Ele tem de volta o direito de nos governar, pois o direito de ser nosso dono nunca havia perdido. E nós temos o direito de aceitá-Lo como nosso Rei ou permanecermos rebeldes.
Uma palavra final: Pelo derramamento de sangue e morte de JESUS na cruz, Ele retomou a autoridade que dera a Adão e Eva, confirmou ser o dono da Terra e derrotou o posseiro. Por esta confirmação Ele tornou-Se duplamente Senhor por aqui, pela criação e pela redenção.

  1. 2.      Segunda: Um mundo caído
O pecado gera consequências naturais e condenações legais (ou maldições). Entre as consequências naturais podemos ver a mudança da natureza das atitudes dos seres humanos, que descobrindo o mal, passam a se comportar de acordo com ele e o desligamento do ser humano da fonte da vida. Entre as maldições, temos que o ser humano tornou-se mortal: é a principal penalidade da infração da lei de DEUS. Outras penalidades são o sofrimento, o trabalho duro, e a maldição sobre a natureza inteira, que passou a degenerar, isto é, assim como o ser humano, passou a envelhecer.
Após o pecado, o ser humano tornou-se mortal porque desobedeceu, e esta é a penalidade máxima da lei transgredida. Mas ainda vivia por muitos séculos, passavam facilmente de 900 anos de vida. A natureza ainda deveria ser muito produtiva, se bem que apareceram os espinhos, as ervas daninhas, que dariam trabalho a mais para serem controladas. Elas são hoje um dos principais problemas da agricultura. Outro grande problema é a infertilidade da terra e as pragas dos insetos e doenças das plantas. A terra verdadeiramente não dá mais o sustento facilmente como nas condições iniciais, no Éden, nem como dava antes do dilúvio.
Quanto mais o ser humano degenera, menos a terra é produtiva. Temos o exemplo de Caim – porque derramou o sangue de seu irmão, e não se arrependeu, mas se manteve resistente diante de DEUS – o trabalho dele para obter sustento da terra, ele que era lavrador, piorou muito. Ele foi amaldiçoado pela terra, pois esta passou a ser hostil a ele. Mais tarde a terra foi terrivelmente amaldiçoada por causa da maldade humana, pelo dilúvio.
Com o dilúvio o planeta Terra sofreu muito. Devemos saber de onde veio tanta água que tornou o planeta outra vez sem forma e vazia, exceto os seres vivos que estavam dentro da Arca de Noé. A Terra ficou coberta por água como em seu estado antes da criação. Daí que vem a pergunta: de onde veio tanta água, e para onde ela foi? Ela não veio do espaço sideral nem voltou para lá. Ela veio do interior da Terra, e para lá retornou. “Jatos de água irrompiam da terra, com força indescritível, arremessando pedras maciças a muitos metros para o ar; e ao caírem, sepultavam-se profundamente no solo” (Patriarcas e Profetas, 99). Essa água que saiu do interior da Terra, levando consigo grandes pedras, danificou sua estrutura rochosa. Depois, ao retornar, a mesma água se reacomodou no interior. Há muita água debaixo da superfície da Terra, assim como temos o Aquífero Guarani aqui no Brasil. Assim se formaram as Placas Tectônicas, que resultam em vulcões e terremotos. Aliás, o próprio dilúvio certamente inaugurou a crescente sucessão de terremotos e maremotos sobre a terra. A Terra passou a envelhecer mais rapidamente. Após o dilúvio, a superfície da Terra estava revolvida e deteriorada. Teve que ser repovoada e teriam que nascer as plantas. Tudo morreu. A qualidade do substrato para as plantas degenerou. E as riquezas da Terra em ouro, prata, pedras preciosas, na maior parte, ficaram em grande profundidade. Deveria ter sido lamentável a diferença entre antes e depois do dilúvio. Uma maldição impressionante por causa da maldade dos antediluvianos.
Após o dilúvio, o ser humano passou a fazer parte da cadeia alimentar dos animais. Ele passou a comer carne, e os animais passaram a caçar seres humanos para os devorar. Uma guerra total se abateu sobre o planeta, entre animais, insetos, micro-organismos e seres humanos. O ser humano praticamente já eliminou os grandes animais que o ameaçavam, mas perde a guerra contra os micro-organismos, que formam as pragas e as doenças. A longevidade de vida caiu muito desde a queda. De mais de 900 anos dificilmente chega-se hoje a 100 anos, isso com muitos recursos científicos, caso contrário, seria bem menor. Vivemos mais, artificialmente, e sofremos ainda mais durante a vida.
Hoje estamos vendo um tipo de maldição se alastrando sobre o planeta. Os desertos avançam, o regime das chuvas torna-se cada vez mais irregular, o clima está entrando em colapso, o ar sendo poluído, há pragas e doenças nas plantas e nos animais, bem como no homem, aumentando em quantidade de tipos diferentes e de resistência a antibióticos e aos tratamentos. O homem pecador está literalmente destruindo a superfície da Terra. E quanto mais avançam os novos recursos científicos, maior se torna a ameaça do ser humano contra a natureza.

  1. 3.      Terça: O príncipe deste mundo
Lúcifer, nos diálogos com DEUS, nos tempos de Jó, se mostrava arrogante e prepotente. Quando DEUS lhe perguntava de onde ele vinha, se bem que o soubesse muito bem, a resposta era: “venho de rodear a Terra e passear por ela.” Ou seja, era como dizer, “a Terra me pertence, faço o que quero por lá, vou aonde me der vontade.” Isso é arrogância! Ele tinha o mundo como lhe pertencendo. Mas o planeta nunca deixou de pertencer a DEUS. Adão não recebeu o planeta como propriedade, mas como direito de administrá-lo. Foi esse direito que Lúcifer conquistou, e só. E esse direito ele perdeu diante de JESUS, na cruz. Ali na cruz, quando parecia que tudo estava perdido para JESUS, na verdade Ele estava vencendo, pois foi fiel à Sua lei do amor, que é Ele mesmo. Aliás, como diz a lição de hoje, a guerra é somente de Lúcifer contra CRISTO. Os demais envolvidos apenas seguem a um ou a outro, mas não decidem nada quanto a quem pode ou não pode ser o rei.
E o príncipe deste mundo, disse JESUS, “será expulso” (João 12:31), pois ele “já está julgado” e condenado (João 16:11). Agora, para satanás, o que resta fazer? Aquilo que os exércitos dos países deste planeta também fazem quando perdem uma guerra: destroem o que resta para o vencedor ter menos glória. Portanto, fiquemos espertos e atentos, porque é o que satanás está fazendo, destruindo o planeta e matando a todo aquele que se descuida.

  1. 4.      Quarta: A sabedoria deste mundo
“O aumento do conhecimento é como uma esfera dilatando-se no espaço: quanto maior a nossa compreensão, maior o nosso contato com o desconhecido” (Blaise Pascal). Afirmam que o conhecimento humano dobra a cada dois anos e meio. Isso é uma estimativa pois é bem difícil dimensionar esse aumento. Contudo, fato é que ele está se expandindo intensamente. Mas esse conhecimento contribui com o bem estar da humanidade? Ele é desenvolvido para bons propósitos? As atividades econômicas mais rentáveis do mundo são o tráfico de armas, de drogas e de gente, a fabricação de armas e assim vai. É nisso que grande parte do conhecimento é empregado. Isso é inteligência, mas não sabedoria!
Conhecimento é o saber que se possui, e que pode ser utilizado para fazer coisas, para pensar, para desenvolver mais conhecimento. Inteligência é a capacidade de desenvolver ou adquirir conhecimento e de utilizá-lo. Sabedoria é um tipo especial de inteligência, que só visa bons propósitos, que é construtiva e se dispõe a fazer o bem aos outros. Sabedoria, podemos dizer, é a disposição mental de servir, não só de ser servido. A sabedoria vem da obediência aos Dez Mandamentos e é uma outra palavra para identificar o caráter de DEUS, ou de qualquer pessoa que se assemelha a DEUS.
Se o conhecimento está aumentando de modo impressionante nesse mundo, podemos, sem medo de errar, dizer que a sabedoria está rapidamente desaparecendo. Mas ela deve estar crescendo entre aqueles que estão sendo transformados pelo ESPÍRITO SANTO, para se tornarem cidadãos do Reino de DEUS.
Para a expressão “sabedoria do mundo” podemos utilizar outra palavra, bem mais adequada e esclarecedora: “astúcia”. E o que é astúcia? Está voltada para a capacidade da sagacidade, esperteza, sutileza, de enganar sem que seja percebido. Lúcifer, por exemplo, é muito inteligente, mas não sábio, e sim, astuto. JESUS, por outro lado, também é muito inteligente, infinitamente, mas não astuto, e sim, sábio.
A sabedoria deste mundo, isto é, a astúcia, ou a inteligência para o mal, não consegue entender a ciência divina. Acha-a ingênua, típica dos mitos e utopias do passado, das invencionices sem sentido. Por sua vez, a sabedoria de DEUS, expressa na Bíblia, acha a do mundo uma loucura, sem fundamento, especulativa, voltada para o orgulho do eu. Aliás, por observações se pode dizer que há duas classes em nosso mundo muito fáceis de serem enganadas: o povo e os cientistas. O povo, porque nunca examina o que é dito, acredita em tudo; os cientistas, porque só acreditam no que eles mesmos afirmam, ou seja, no que seu grupo de pesquisadores descobre, escreve e defende. Estes só acreditam em si mesmos e em suas teorias. Portanto, nem os cientistas nem o povo serve para se classificar como sábios, embora os primeiros sejam muito inteligentes e o povo não seja. O outro grupo, estes sim, o dos sábios, que se baseia na Bíblia, e que experimenta o conhecimento dela, que passa a conhecer a DEUS, estes sabem a respeito do futuro e conseguem viver a certeza da fé bem fundamentada.
A sabedoria deste mundo é fundamentada em provas científicas e suposições ou teorias, também científicas. As provas científicas são uma boa base para se adquirir conhecimento, mas as teorias podem servir de base para erros crassos. É o que acontece, por exemplo, com a explicação sobre nossas origens, e sobre muitas outras coisas. A ciência comete muitos erros, que são desvendados mais tarde, mas em sua época, são considerados como verdades incontestáveis. Hoje a ciência acredita no Evolucionismo, pois é tido como uma explicação confiável da origem da humanidade. Mas, examinemos outra verdade científica de sua época que hoje é vista como ridícula e absurda. Saiu na revista Super Interessante, de fevereiro de 1994. “Deixa-se apodrecer o esperma de um homem durante quatro dias ou até que, enfim, comece a viver e mover-se. Nesse momento, ele já parece uma criatura humana, mas ainda é translúcido e carente de corpo. Após isso, passa-se a alimentá-lo diariamente, cautelosa e prudentemente, com o arcano do sangue humano, mantendo-o durante 40 semanas com o calor contínuo e igual de um ventre equino. Passado esse tempo, ele se transformará em um bebê vivo, como o nascido de uma mulher, só que muito menor. Trata-se do chamado homúnculo, que deve ser criado com todo cuidado e zelo, até que se desenvolva e comece a adquirir inteligência.” A fórmula, por mais absurda que seja, é de Paracelso, um dos grandes sábios da história da humanidade. Erro ou fraude? Provavelmente, nem uma coisa nem outra. Paracelso (1493-1541), médico e alquimista, acreditava não apenas na possibilidade de criar vida a partir de esperma putrefato, mas em transformar chumbo em ouro e outras ideias que hoje nos parecem ridículas, mas que eram tidas como verdades e constituíam o grande campo de investigação dos sábios de sua época. Além disso, não havia até 1541, ano em que morreu, um método científico consolidado, capaz de se contrapor às suas convicções de que: “A imaginação tem precedência sobre tudo. Por meio dela podemos chegar a resultados verdadeiros”.
Por que será que DEUS classifica a ciência dos homens como loucura? Um dia riremos de muitas afirmações dos cientistas de hoje, tal como estamos rindo de Paracelso.

  1. 5.      Quinta: Pelos olhos da fé
Somos tão pequenos e insignificantes aos nossos olhos! Se comparados com o tamanho do Universo, quase que somos nada. Mas para DEUS somos muito, a ponto de JESUS vir a nosso planeta para morrer em nosso lugar. Isso merece reconhecimento. A maneira de reconhecer o que DEUS fez e faz por nós é principalmente através do louvor, mas também pela oração, pela meditação e reflexão, pela comunicação do que DEUS é para outras pessoas. Enfim, pela adoração.
Hoje não vemos a DEUS. Será que Ele existe? Como podemos saber? Pelo estudo da Bíblia podemos encontrar evidências da existência de DEUS. Mas a principal maneira de se ter certeza da existência de DEUS, e de Sua atuação é por meio de uma relação pessoal com Ele. Há fatos que acontecem em nossa vida que não podem ser atribuídos ao acaso, como diz a ciência evolucionista. Coisas que solicitamos a DEUS e que somos atendidos. Então devemos ser gratos a DEUS. Não como aqueles dez leprosos que e ficaram limpos no caminho para o templo. Dos dez, apenas um deu meia volta para agradecer e louvar a JESUS. Os demais, uma vez curados, encontraram outras coisas mais urgentes para fazer. Atualmente, já não temos tempo para DEUS. Em geral é assim. Levanta-se pela manhã mal tendo tempo para se lavar, tomar um lanche (quem toma) e ir ao trabalho. Ao meio dia mal dá tempo para um almoço corrido. À noite, quando algum tempo existe, a televisão o toma, acompanhando a pessoa até a exaustão, caindo na cama para dormir. Assim é todos os dias. Mas onde poderia haver tempo disponível?
Se a pessoa tiver por prioridade a DEUS e a sua própria salvação, ela se organizará para ter alguns minutos pela manhã para um culto com alguma leitura da Bíblia. Se não houver mesmo tempo para ler uma meditação e a Bíblia, nesse caso leia só a Bíblia. E estude um pouco sobre a lição. Nos finais de semana o tempo não pode ser absorvido por esportes, televisão e filmes. Alguma organização do tempo vai colocar de lado o que não é prioritário, e vai providenciar tempo para um relacionamento com DEUS. Como se pode organizar a vida de quem mora em cidade grande e pouco tempo tem durante a semana de trabalho?
Estude toda a Lição da Escola Sabatina da semana no sábado e/ou domingo. Também leia a sua bíblia, alguns capítulos. Nunca deixe de refletir sobre o que leu, principalmente se puder, também trocar ideias com alguém. Então, durante a semana, releia cada dia um pouco do que já estudou da Lição da Escola Sabatina e leia mais alguma coisa da Bíblia. Pode ser menos que um capítulo durante a semana, mas nunca se deve deixar de ler algo da Bíblia.
Ainda, nos finais de semana, quando assistir uma pregação, anote algumas coisas interessantes que foram ditas, e em casa, troque ideias com familiares sobre o assunto, isso ajuda na compreensão e aprofundamento, bem como na memorização. Assim vai adquirir mais conhecimento sobre DEUS e desenvolver mais sabedoria para a vida eterna. Comesse com pouco, mas não fique no pouco, vá aumentando a relação com DEUS.
Afinal, a vida eterna e DEUS são ou não são importantes para todos nós? Então, DEUS é ou não é prioridade? Temos que viver em coerência com a realidade de nossa salvação.

  1. 6.      Aplicação do estudo Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
Hoje vemos como que por um espelho ofuscado. Nos dias em que a Bíblia foi escrita, os espelhos eram de cobre polido. Dava para ver uma imagem, mas muito mal. Hoje temos espelhos bons, que refletem imagens perfeitas. Então devemos utilizar outra ilustração para explicar o quanto é a nossa compreensão sobre DEUS e os assuntos a Ele relacionados. Quem sabe usemos a ilustração do reflexo que se pode ter olhando para um vidro fosco. Vê-se algo, mas muito mal.
Os estudiosos de nosso tempo estão a pesquisar sobre nossas origens. E não consideram para esse fim, o que foi escrito na Bíblia. Pelo contrário, criticam com ceticismo. Mas a ciência poderia fazer um trabalho lindo e interessante se partisse da Bíblia como fonte inicial das pesquisas e norteadora em certos aspectos cruciais. Já saberia em que pontos não deveria avançar por não darem a lugar algum. Mas hoje vemos a ciência avançar já há séculos, pesquisando sobre as origens, e entendendo que tudo se iniciou com uma colossal explosão universal, e que mais tarde a vida se teria formada espontaneamente. Isso seria evitado caso a Bíblia fosse considerada. De nossa parte, nós cristãos que temos fé, sabemos que mais algum tempo a ciência vai passar grande vergonha por ter ido tão longe num caminho totalmente errado. Pois bem, cada um escolhe seu caminho.
Para estes dias finais está prevista profeticamente uma grande controvérsia. Haverá um gigantesco debate incluindo alguns assuntos vitais para a nossa salvação. É DEUS quem comandará esse debate, que chamamos “grande controvérsia”. Mas do outro lado, estará Lúcifer, ele de novo, para defender suas posições e mentiras. Terá como seus principais aliados, a religião apostatada de Babilônia, a ciência, muitos políticos e empresários e até muitos adventistas que foram sacudidos da igreja. Talvez esta seja uma segunda edição do que pode ter sido a guerra no Céu.
Quais os temas desse grande debate? O principal será sobre o dia a ser santificado. Essa parte terá como principais debatedores os adventistas e os religiosos de babilônia, mas também os políticos. O outro tema será sobre a mortalidade. Nesse tema participarão principalmente os religiosos, os espíritas, a ciência, e até os ateus. E há mais temas. Um deles será sobre nossas origens. Os religiosos terão papel importante, mas a ciência tentará provar uma origem independente de DEUS. Outro tema será sobre a salvação. Esse ocorrerá especialmente no campo religioso. E assim haverá mais temas, e em cada um deles, grupos de pessoas mais interessadas. Mas em todos os temas, o povo de DEUS estará fortemente envolvido, e os demais religiosos também. Por trás desse debate satanás tem interesses especiais: derrotar as afirmações do povo de DEUS. Isto não será possível porque este povo terá ao seu lado um poder sobrenatural.
Um grupo de pessoas, os adventistas do sétimo dia, nesse debate, defenderá a posição bíblica. Eles, isto é, nós, seremos bem sucedidos, embora a maioria da população não aceite o que for ensinado. O sucesso do povo de DEUS depende inteiramente do poder concedido pelo ESPÍRITO SANTO. Porque o povo adventista depende desse poder, é que o terceiro membro da Trindade, há algum tempo, vem sendo desacreditado por parte de alguns de nossos irmãos. E também para que tenhamos uma posição independente desse poder, que outros, especialmente muitos ministros e artistas, estão incluindo em nossos rituais formas estranhas de pregação e conquista de pessoas.

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Comentários Lição 7 - Vendo por espelho, obscuramente (Prof. César Pagani)


de 9 a 15 de fevereiro de 2013

Verso em destaque: “Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; porquanto está escrito: Ele apanha os sábios na própria astúcia deles.” 1Co 3:19.

Nota do comentarista: Os irmãos poderão achar alguma diferença nos títulos principal e diários da lição. É que os traduzimos diretamente do original e esses podem não ser iguais aos dos impressos na lição em português.

            Teologia natural está em contraste com a Teologia revelada. Segundo o teólogo católico Thomas de Aquino, a fé (que pertence à Teologia revelada) é uma persuasão tão inflexível como a ciência, mas, ao contrário desta, não se baseia na visão racional, mas na aceitação do que foi relevado de forma transcendente, isto é, por um Ser superior. Dizia ainda ele: “As conclusões da fé não podem contradizer as da filosofia [as primeiras são da razão iluminada pela revelação, as segundas são as da razão fundamentada no elemento humano e, portanto, falível. Quantas modificações e retratações a filosofia e a ciência humana não têm feito ao longo do tempo?], mas não são derivadas da argumentação filosófica [argumentação filosófica é construída nos parâmetros da filosofia humana], nem constituem a base necessária da mesma. A fé é, contudo, um estado de espírito razoável e virtuoso porque a razão pode demonstrar a justeza da aceitação da revelação divina, ainda que não possa demonstrar [ela pode demonstrar, sim, pelas evidências] a verdade daquilo que é revelado.” O que a revelação não pode é inculcar compulsoriamente seus fatos na cabeça de quem não pretende ter outras visões além daquela bitolada no conhecimento ateísta, gnóstico e obstinadamente contrário à existência de Deus.  (As interposições postas em colchetes no texto de Aquino são do comentarista.)
            Criou Deus, porventura, as presas, as garras, os predadores, as mandíbulas que laceram e esmagam, como sugeriu Darwin?
           
DOMINGO
A Terra é do Senhor
Diz a Escritura que a Terra Deus a deu aos filhos dos homens. Trata-se, porém, de um regime de comodato, visto que eles terão de restituí-la quando o Senhor aqui instalar Seu eterno governo no pós-milênio.
Que direito tem Deus de reivindicar a Terra como Sua? Ora, é simples: Além de tê-la criado muito antes de seu povoamento, Ele, quando bem entendeu, escolheu-a para fazer dela a habitação de mais seres santos. A Terra era sem forma e vazia e Ele lhe deu formas, contornos, revestimentos, luz e vida. Então, Ele é o proprietário por criação, isto é, por tê-la originado. Dessa origem decorre também o direito de interferir em seu funcionamento (como no caso do Dilúvio, da destruição das cidades da campina; do envio se secas, fomes e pestilências, como mexer no tempo no caso do recuo temporal ocorrido na época do rei Ezequias e da dilatação do tempo em Josué 10:12). Outro direito divino é o de mantê-la em funcionamento estabelecendo leis e sistemas para isso.  Daí Deus, no dia final, sem pedir opinião dos homens, recolherá os céus como um pergaminho (Is 34:4; Ap 6:14) e fará com que os elementos ardendo se desfaçam ao Seu mando (2Pe 3:10). 
Quem pode contestar em juízo os direitos divinos? Tudo quanto está debaixo dos céus – neles e acima deles – pertence ao Senhor como direito inalienável. Ele diz: “O mundo é meu!” (Sl 50:12)
Mais um direito de Deus: A soberania ou poder supremo. Ninguém pode dizer-Lhe o que fazer, quando fazer e como fazer. O barro não pode contestar o oleiro dizendo: “Que fazes?” Quando o Senhor determinar que a história do pecado deve terminar, que todos os esforços feitos para a salvação da Terra foram empreendidos e nada mais há que fazer, Ele ajuizará e executará seu fim e ninguém poderá impedi-lo, nem impetrar recursos.
Outro aspecto a considerar é que, por ser tudo Sua propriedade, Ele teve o direito de resgatar a Terra do domínio do perverso e tirânico Lúcifer, o grande usurpador. Custou-Lhe um preço incalculavelmente alto a remissão, porém, Ele não poupou o que tinha de melhor para reaver o que, sempre por direito, era Seu. 

SEGUNDA

            Dizem os cientistas na NASA que só na Via Láctea existem bilhões de estrelas e planetas, fora asteroides e outros corpos celestes. Desse surpreendente número, só a Terra é foco de rebelião contra o governo divino.  
            A queda, de início, não pareceu tão profunda. Talvez pudéssemos contabilizar quatro maldições fundamentais como: 1) conhecimento do mal. Não apenas perceber que o mal existe, mas saber de seu poder degenerador e potencial destrutivo ou malignidade. 2) Gravidez e parto com dor que seria extensivo a Eva e todas as suas filhas. Disse alguém que se fosse o homem a parturir, ele morreria no parto por causa da intensidade da dor. 3) Terra produzindo cardos e abrolhos, sarças, ervas daninhas, ataque de pragas e opondo dificuldades para a obtenção do sustento por parte do homem. O homem se cansaria no trato com a terra. Não apenas isso. A maldição atingiu também a fauna. Surgiram presas mortais, garras, dentes afiados, ferocidade, predação... O mundo animal descambou para a degeneração. 4) Morte. O homem perderia o direito à vida voltando ao pó da terra, quando pereceriam todos os seus pensamentos, emoções, alegrias, planos, desejos e participação na sociedade.
            Em Sua grande misericórdia o Senhor houve por bem poupar o casal de sofrer um choque mortal. Ele não lhes disse a que ponto chegaria a Terra e a humanidade por causa de seu pecado aparentemente de pouca monta.
            A Natureza que apontava a glória plena do Criador agora seria tão aviltada que velaria em parte o conhecimento do Altíssimo. Folhas cadentes, árvores que apodreceriam, frutos venenosos, plantas carnívoras, terras áridas, deformações... O clima, antes ameno, transformou-se. Diz o Dr. H. Baerg: “As árvores eram altas e eretas, a vegetação abundante e o calor extremo e o frio eram desconhecidos. O clima dos trópicos deve ter sido quente, mas não excessivamente, Gradualmente as condições ideais começaram a sofrer um desequilíbrio.” Creation and Catastrophe, p. 14.
            Como as condições geoecológicas estavam ligadas à ética do homem – seu caráter -, com sua degeneração o ambiente começou a sentir a decadência. Primavera, verão, outono e inverno iriam suceder-se com todas as suas consequências. Depois do Dilúvio haveria chuvas torrenciais e devastadoras, furacões, terremotos, desmoronamentos, ciclones, tempestades elétricas, maremotos, inundações, desertos, vulcões, tsunamis, etc.
            A queda da Terra continua até hoje. Romanos 8:22 diz: “Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora.” Isaías 24:4 afirma: “A terra pranteia e se murcha; o mundo enfraquece e se murcha; enlanguescem os mais altos do povo da terra.”
            O pior de tudo é a degeneração física, moral e espiritual do homem. Jesus advertiu que nos últimos dias a iniquidade haveria de se multiplicar. O homem não está evoluindo, mas involuindo ou sofrendo tremenda queda regressiva. Quase não é possível distinguir a semelhança de Deus na humanidade.  O homem tem-se transformado na imagem e semelhança de Satanás.   
             
TERÇA
O príncipe deste mundo
            O domínio da Terra Satanás não o obteve por direito, mas por usurpação. O primeiro domínio pertencia condicionalmente a Adão, concessão essa feita pelo Criador ao homem. Satanás assaltou o território e o submeteu ao seu domínio, embora limitado pelo poder de Deus. Ele é chamado de príncipe deste mundo.
O próprio Jesus reconheceu que o maligno domina o mundo, porém não é seu proprietário. Mas disse também que ele já está julgado (Jo 16:11) e terá que entregar aquilo que tomou de assalto, com astúcia, vilania e trapaça, porquanto a propriedade pertence a Jesus por criação e redenção, duas cláusulas inalienáveis.
            Quando no cenário das tentações de Cristo durante o prolongado jejum de 40 dias e quarenta noites, o anjo decaído mentiu para Jesus dizendo: “Dar-Te-ei toda esta autoridade e a glória destes reinos, pois a mim me foi entregue e a dou a quem eu quiser.” (Lc 4:6) Mais uma fraude sua. Adão era apenas um regente credenciado por Deus para governar a Terra, mas não seu dono legítimo. O dono sempre foi o Criador.

O domínio temporal do maligno

            Vejam o que disse João: “Sabemos... que o mundo inteiro jaz no maligno.” (1Jo 5:19) Em outras palavras, o mundo inteiro está sob o poder do usurpador, mais especificamente, os “filhos da desobediência” (Ef 2:2). Ele tem poder sobre a esmagadora maioria dos habitantes da Terra, excetuando-se os servos de Deus. Certa vez, comentando a questão do domínio de Satanás sobre o mundo, o saudoso Pr. Vianna, pregando na Central Paulistana, disse que há pessoas que são 90% possuídas pelo inimigo, outras 70, 60, 30, 20%, mas ele trabalha para mantê-las escravizadas à sua vontade. Quando acontecer o alto clamor do terceiro anjo e a Terra for iluminada com sua glória, a chuva serôdia descerá sobre os fiéis de Deus e eles darão a última mensagem de salvação. Quem rejeitar passará a ter sua mente totalmente dominada pelo demônio, assim com ocorreu com os endemoninhados gadarenos, só que não haverá mais um Jesus Nazareno para libertá-los, porque não quiseram. 
            Porém, enquanto a graça vige há esperança para cada habitante deste planeta. A graça libertadora anula o poder sedutor de Satanás e faz com os homens lhe resistam na cara. “É a graça que Cristo implanta na alma, que cria no homem a inimizade contra Satanás. Sem esta graça que converte, e este poder renovador, o homem continuaria cativo de Satanás, como servo sempre pronto a executar-lhe as ordens. Mas o novo princípio na alma cria o conflito onde até então houvera paz. O poder que Cristo comunica, habilita o homem a resistir ao tirano e usurpador. Quem quer que se ache a aborrecer o pecado em lugar de o amar, que resista a essas paixões que têm dominado interiormente e as vença, evidencia a operação de um princípio inteiramente de cima.” GC, 506. 

QUARTA
A “sabedoria” do mundo
            Sabedoria pode ser definida lexicamente como grande conhecimento acumulado, ciência, erudição. Em nosso mundo conflitam as duas sabedorias.  O papa Júlio III (1487-1555) disse certa vez: “Não sabes, meu filho, quão pouca é a sabedoria com que o mundo é governado.”
            Rabelais, escritor francês, num rasgo de discernimento, afirmou: “Porque, segundo o sábio Salomão, sabedoria não entra em alma malvada e ciência sem consciência não passa de ruína da alma.” Pantagruel, 11.8.
            Muita gente confunde inteligência com sabedoria. Ninguém nega que os mentores do III Reich eram homens de grande inteligência. Eles quase dominaram o mundo, porém, não eram sábios. Houvessem estudado a profecia de Daniel e veriam que jamais haveria um quinto império universal e que a Europa jamais seria unificada.
Um fato interessante é que, embora haja inteligência na sabedoria, a sabedoria não é privilégio exclusivo dos inteligentes. Os amigos de Jó eram inteligentes, mas sua sabedoria estrábica não foi de nenhum proveito ao pobre patriarca, e ainda recebeu severa reprimenda do Senhor.
            Note, por exemplo, o acúmulo de conhecimento que o evolucionismo granjeou nos últimos dois séculos. Só que esse conhecimento alicerçou-se e girou em torno de filosofia agnóstica e não da verdadeira ciência. Aparentemente são sábios, mas segundo o mundo, os homens, os falíveis e errantes seres humanos.
            As Escrituras deixam claro que há duas sabedorias: A do alto e a de baixo. “A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento.” (Tg 3:17) E a sabedoria de baixo? “Esta não é a sabedoria que desce lá do alto; antes, é terrena, animal e demoníaca.” (Tg 3:15)
            Salomão conta uma história curta e interessante sobre sabedoria: “Também vi este exemplo de sabedoria debaixo do sol, que foi para mim grande. Houve uma pequena cidade em que havia poucos homens; veio contra ela um grande rei, sitiou-a e levantou contra ela grandes baluartes. Encontrou-se nela um homem pobre, porém sábio, que a livrou pela sua sabedoria; contudo, ninguém se lembrou mais daquele pobre.” (Ec 9:13-15) O pobre homem por certo não tinha inteligência suficiente para ganhar dinheiro e ficar rico, porém, ele era sábio. Considerava aquilo que era de muito mais valor para a vida do que coisas palpáveis, efêmeras.
A “sabedoria” do homem e a “loucura” de Deus
 “Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus. Pois está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a inteligência dos instruídos. Onde está o sábio? Onde, o escriba? Onde, o inquiridor deste século? Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria do mundo? Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que creem pela loucura da pregação.” (1Co 18-21)
“A oportunidade de aprender a ciência da salvação é posta ao alcance de todos. Mediante o permanecer em Cristo, fazer Sua vontade e exercer fé simples em Sua Palavra, mesmo os não instruídos na sabedoria do mundo podem adquirir esse conhecimento. À alma humilde e confiante, o Senhor revela que todo verdadeiro conhecimento conduz em direção ao Céu.” CPPE, 19.  
                Os que se ufanam de possuir sabedoria superior aos ensinos da Palavra de Deus, necessitam de maiores goles da fonte do conhecimento a fim de que se tornem cientes de sua verdadeira ignorância. Há uma pretensa sabedoria de homens que é loucura à vista de Deus. ‘Ninguém se engane a si mesmo: se alguém dentre vós se tem por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio. Porque a sabedoria  deste mundo é loucura diante de Deus; pois está escrito: Ele apanha os sábios na sua própria astúcia.’ I Cor. 3:18 e 19. Os que têm apenas esta sabedoria precisam tornar-se estultos em sua própria opinião. A maior ignorância que agora aflige a humanidade é a respeito da obrigatoriedade da lei de Deus; e essa ignorância é o resultado da negligência de estudar a Palavra do Senhor. É um decidido plano de Satanás cativar e absorver de tal maneira a mente, que o grande Livro-guia de origem divina não seja o Livro dos livros e que o pecador não seja conduzido da senda da transgressão para a senda da obediência.” FEC, 130, 131.
             
Através dos olhos da fé
           
            10.000.000.000.000.000.000.000.000.00 ou 10 bilhões de anos-luz. Esses 10 bilhões podem ser multiplicados por 10 trilhões de quilômetros, que é a distância percorrida pela luz em um ano, para se saber qual é a extensão do Universo. Bem, esses são os cálculos dos cientistas. Pode ser que além dessa vertiginosa e estonteante cifra haja muita coisa mais. Se pudéssemos viajar até suas fronteiras, veríamos lá a assinatura do Infinito e Maravilhoso Criador. E quanta coisa maravilhosa veríamos pelo caminho!
            Para nos maravilharmos de nosso Criador, não precisamos sair da Terra. Aqui há abundantes provas e sinais de Sua mão.  Cordilheiras, vales, rios, lagos, oceanos, florestas, bosques, planaltos e planícies, cataratas, savanas, enfim, a paisagem pintada pela mão do Artista-mor é deslumbrante e revela, ainda que mareada pelo pecado, a sensibilidade criativa de Jeová. Não apenas isso. Observemos a interdependência entre as espécies animais. Uma vida serve outra. Veja este texto: Não há nada, a não ser o coração egoísta do homem, que viva para si. Nenhum pássaro que fende os ares, nenhum animal que se move sobre a terra, deixa de servir a qualquer outra vida. Folha alguma da floresta, nem humilde haste de erva é sem utilidade. Toda árvore, arbusto e folha exalam aquele elemento de vida sem o qual nenhum homem ou animal poderia existir; e animal e homem servem, por sua vez, à vida da folha, do arbusto e da árvore.” DTN, 20.   
            Através dos olhos da fé vemos a mão de Deus também nas células. Basta uma célula para glorificar o nome do Criador. Sua complexidade é fascinante. Ali está o berço da vida. Concentre-se por alguns instantes na contemplação do interior de uma célula humana. Quanta sabedoria o Criador colocou nela. Todos os seus elementos têm funções complexas: núcleo, ribossomos, mitocôndrias, retículos, complexos de Golgi, concorrem harmonicamente para o processo da vida. 


             
              Diante dessa pequena demonstração da infinita grandeza do Criador, ergamos como Davi a voz, dizendo: “Graças Te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as Tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem.” (Sl 139:14) 
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