Comentários Lição 5 - O Exemplo Apóstolico (Prof. César)


28 de Julho a 4 de Agosto de 2012

Verso para memorizar: “Visto que fomos aprovados por DEUS, a ponto de nos confiar Ele o evangelho, assim falamos, não para que agrademos a homens, e sim, a DEUS, que prova o nosso coração” (I Tess. 2:4).

A religião verdadeira tem tudo a ver com o modus vivendi. Dizer que se tem a religião bíblica quando não há evidências correspondentes na vida do indivíduo, é protagonizar perante a sociedade uma das maiores falsidades da Terra.

Pregadores têm de viver o que pregam. Líderes da igreja precisam incorporar os princípios do Evangelho para inspirar o povo de Deus. Membros da igreja precisam viver o que aprendem da lição da Escola Sabatina, o que ouvem dos púlpitos e o que estudam em casa.  

Em suas epístolas Paulo enfatiza muito que é dever do cristão viver para agradar a Deus. Ele mesmo protesta que vivia não para agradar homens ou fazer-lhes a vontade, mas para ser um cheiro suave diante do Senhor. Diz ainda que se agradasse homens, não seria servo de Cristo (Gl 1:10).

               A vida, em sua expressão, pode ser sintetizada em dimensão íntima e dimensão externa. A dimensão íntima é a devocional, comungativa. A dimensão externa é aquela vivida diante dos outros. Os fariseus, por exemplo, tinham essas duas dimensões em total desarmonia. Dizimavam o endro e o cominho, faziam longas orações, jejuavam desfigurando o rosto, davam ofertas precedidos de trombetas para chamar a atenção do povo, observavam estritamente todas as exigências da lei (dimensão externa), mas negligenciavam “os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé” (Mt 23:23) (dimensão íntima).

                Advertência contra uma vida fantasiosa e hipócrita: Diz a Testemunha Verdadeira, de uma igreja fria, 
sem vida e sem Cristo: ‘Eu sei as tuas obras, que nem és frio nem quente: oxalá foras frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da Minha boca.’ Ap 3:15 e 16. Notai as palavras seguintes: ‘Como dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu.’ Ap 3:17. Aqui está representado um povo que se orgulha na posse de conhecimento e vantagens espirituais. Não corresponderam, porém, às imerecidas bênçãos que Deus lhes tem concedido. Têm estado possuídos de rebelião, ingratidão e esquecimento de Deus, e todavia Ele os tem tratado como um pai amoroso e perdoador trata um filho ingrato e corrompido. Resistiram à Sua graça, abusaram de Seus privilégios, desprezaram Suas oportunidades, e têm-se satisfeito com descansar contentes, em lamentável ingratidão, vazio formalismo e hipócrita insinceridade. Com farisaico orgulho têm-se gloriado até que deles foi dito: ‘Dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta.’ Fé e Obras, 83. 

DOMINGO
Ousadia no sofrimento
             Dependendo de sua origem, o sofrimento pode ser até paralisante. Quem vive na Terra não está imune ao sofrer. Desde a entrada do pecado, o sofrimento passou o quinhão não só do homem, mas também das criaturas.

            Ele pode ter vários vetores: sofrimento decorrente de más escolhas; sofrimento decorrente de calamidades, sofrimento disciplinar (quando o Senhor nos corrige), sofrimento decorrente de pecados, sofrimento por causa da justiça.

            As perseguições sofridas por Paulo em razão da intolerância dos judeus são notórias em suas três viagens missionárias. A dor era física por causa das chibatadas; era moral por ter sido ele vítima de grosseira injustiça; era afetiva porque seus irmãos judeus, por quem ele preferia até ser “anátema, separado de Cristo, por amor de meus irmãos...”, (Rm 9:3), votavam-lhe ódio figadal e rejeitavam ostensivamente o Messias Jesus.

            Paulo, porém, era tenaz na perseguição de seus objetivos missiológicos. Diríamos que era difícil detê-lo em suas investidas evangelísticas. Escreveu ele: “Havendo primeiro padecido e sido ultrajados em Filipos, como sabeis, tornamo-nos ousados em nosso Deus, para vos falar o evangelho de Deus, no meio de grande combate.” (1Ts 2:2). Albert Barnes, comentarista bem utilizado por EGW, diz que a vergonha do tratamento recebido em Filipos é que ele foi totalmente imerecido e contrário às leis vigentes. Mais ainda, que o que fizeram com Paulo e Silas foi pensado para tornar a punição a mais ignominiosa possível.

            Talvez alguém pensaria que seria melhor Paulo deixar acalmar as coisas na Macedônia para mais tarde reencetar a campanha. Jesus não ensinou que Seus missionários deveriam fazer hiatos em suas pregações quando encontrassem perseguições e obstáculos. Disse que eles deveriam, se mal recebidos numa cidade, partir para outra, mas não interromper o trabalho.

            Paulo era um missionário de fé extremamente amadurecida e robusta. Ainda com as feridas ardendo por causa das chibatadas tomadas em Filipos, ele as tinha como chagas portadas por amor de Cristo, e isso o tornava ousado.

       Barnes completa: “Mediante humilde dependência do apoio divino, foi somente por Seu poderoso auxílio que eles [Paulo e Silas] foram capacitados a perseverar com ardor e zelo em tal após aquele tratamento. O sentido aqui é que eles não foram dissuadidos de pregar o evangelho por causa do tratamento recebido, mas noutra importante cidade e na primeira oportunidade, eles proclamaram a mesma verdade, embora não houvesse garantia de que não encontrariam a mesma perseguição ali.

    “Paulo, evidentemente, apela para isso a fim de mostrar aos tessalonicenses de que eles não eram impostores e que não foram influenciados pela esperança de comodidade ou ganhos egoísticos. Homens que não fossem sinceros e ardentes em seu propósito teriam sido dissuadidos pelo tratamento recebido em Filipos.”  

            John Piper escreveu: “Deus usa o sofrimento de seus missionários para estimular outros a sair de sua sonolência de indiferença e torná-los ousados. Quando Paulo foi preso em Roma ele escreveu sobre isso para a Igreja em Filipos. "A maioria dos irmãos, estimulados no Senhor por minhas algemas, ousam falar com mais desassombro a palavra de Deus" (Fp 1.14). Se tiver de fazê-lo, Deus usará o sofrimento de seus devotos mensageiros para fazer uma Igreja sonolenta despertar e assumir riscos por Deus.”

SEGUNDA       
O caráter dos apóstolos

Paulo afirma sua sinceridade e clareza ao dirigir a mensagem aos tessalonicenses. Ele usa a palavra grega paraklesis para significar sua atitude. Esse termo traduz um discurso convincente, instrutivo e mesmo reprovador quando a isso se presta. No verso seguinte, o apóstolo diz que sua franqueza tinha como propósito agradar a Deus e não aos homens. Ele não figurava no rol dos pregadores que usavam de lisonjas, de elogios medidos para atrair simpatias, nem de persuasão para conseguir extrair vantagens dos ouvintes (verso 5). Vejam que transparência: “Não buscamos glória dos homens, nem de vós, nem de outros, ainda que podíamos, como apóstolos de Cristo, ser-vos pesados.” (verso 6)

Quando o pregador, para ser simpático à plateia, usa de eufemismos, de “enaltecimento exagerado visando à obtenção de favores, privilégios, benevolência” (Houaiss), está encenando e não transmitindo a Palavra.

Nosso Senhor Jesus Cristo, diz EGW, tinha lágrimas na voz quando proferia suas fulminantes repreensões.

O autor da lição, Pr. Dr. Jon Paulien, ex-professor de interpretação do Novo Testamento na Universidade de Andrews, afirma que Paulo usou três palavras importantes no verso em estudo: “engano”, “impureza” e “dolo”. Parece que os filósofos e oradores pagãos do mundo greco-romano se valiam desses artifícios – e de outros – para engodar o povo e atrair sua simpatia, atenção e, é claro, extrair-lhe recursos. Eram eles destituídos das virtudes antônimas, ou seja, de verdade, pureza e lealdade.

Não há nada que deponha tanto contra o trabalho dos pregadores do que o “sermão politicamente correto’. Em nossas andanças pelas igrejas nas apresentações do Coral Häendel e Edificanto, temos percebido a sede quase incontrolável que nosso povo tem por pregações sinceras e pastorais. Eles querem ouvir a Bíblia, inda que essa lhes reprove pecados, corrija comportamentos e denuncie erros. Se o pregador for mais um animador de auditório do que pregador fiel da verdade, então os resultados serão desastrosos.

Vejamos, por exemplo, a pregação fiel do Batista: O singular aspecto de João fazia a mente dos ouvintes reportar-se aos antigos videntes. Nas maneiras e no vestuário, assemelhava-se ao profeta Elias. Com o espírito e poder deste, denunciava a corrupção nacional, e repreendia os pecados dominantes. Suas palavras eram claras, incisivas, convincentes. Muitos acreditavam que fosse um dos profetas ressuscitado. Toda a nação se comoveu. Multidões afluíam ao deserto.” DTN, 104.

“O Senhor quer que Seus servos hoje em dia preguem a antiga doutrina evangélica: tristeza pelo pecado, arrependimento e confissão. Necessitamos de sermões ao estilo antigo, costumes de estilo antigo, pais e mães em Israel de estilo antigo. Deve-se trabalhar em prol do pecador, perseverante, fervorosa e sabiamente, até que veja que é um transgressor da lei de Deus, e manifeste arrependimento para com Deus e fé em nosso Senhor Jesus Cristo.” Manuscrito 111. 

Porém, quem assoma ao púlpito precisa portar um caráter que resista à prova. Isso não quer dizer que o pregador esteja isento de falhas, mas que ele deve, o mais perfeitamente possível, refletir um caráter que transmita probidade, credibilidade e autoridade em sua pregação.    

TERÇA  
Agradar a Deus
        
            Um dos motivos do intenso desejo de Paulo em fazer a vontade de Deus era o chamado que lhe fora feito para pregar o Evangelho. Ele tinha certeza de que fora aprovado pelo Senhor, eleito para ser Seu representante perante os povos. Paulo sabia que a mensagem do Evangelho, por mais maravilhosa que seja, não apresentava particulares de popularidade. Um ilustre Profeta que padecera às mãos de judeus e romanos, fora condenado por tribunal romano à morte e ressuscitara no terceiro dia, subindo ao Céu e assumindo o ministério intercessório para perdão dos pecados.
        
         Num mundo de cultura hedonista (busca dos prazeres como finalidade da vida), com milhares de ídolos, deuses, semideuses, fábulas, filosofias, imoralidades... como é que uma mensagem dessas poderia vingar?
             
            Nada importava mais ao apóstolo do que viver e pregar, levar pecadores aos pés do Salvador e cumprir a missão que recebera. Ele fazia tudo para agradar a Deus cumprindo-Lhe a vontade expressa. 
            
           Ele se determinou a agir com a maior lisura e sinceridade ao pregar tanto a judeus quanto a gentios. Nada faria para “alisar” o ego de ninguém. Sua mensagem era poderosa e direta ao ponto, sem lisonjas para obter vantagens ou aceitação.
         
           Não quer isso dizer que ele fosse grosseiro e impertinente em sua pregação. Porém, era firme em não macular a verdade com rodeios, concessões, ocultamento de pontos conflitantes e omissão da denúncia de pecados. Paulo dava à trombeta o sonido certo. Chamava o pecado pelo seu devido nome.
        
        Ele levava consigo um moto ou lema: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus.” (1Co 10:31)

É bem oportuna a colocação que o Dr. Paulien, autor das lições deste trimestre, faz acerca do autoexame. Talvez essa não seja uma prática que tenhamos adotado. É compreensível até que não pretendamos turbar-nos com o senso de nossa pecaminosidade, de saber que não somos o que deveríamos ser. Preferimos não saber que temos enfermidades do que ir ao médico para que ele nos trate. Não queremos sabatinar-nos a nós mesmos, porque sabemos que vamos descobrir alguns “podres” e, quiçá, pecados dos quais não queremos nos desfazer. Contudo, é vital que tratemos a questão com muita honestidade íntima. A ordem da Palavra é: “Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos” (2Co 13:5) é o conselho do Senhor.  
           
          Pois bem, se aceitarmos a exortação do Senhor e fizermos uma “tomografia” de nossa alma descobrindo “tumores”, “deformações”, “obstruções”, “aneurismas” e outros danos, confessemo-los ao Senhor. “A confissão verdadeira tem sempre caráter específico e faz distinção de pecados. Estes podem ser de natureza que devam ser apresentados a Deus unicamente; podem ser faltas que devam ser confessadas a pessoas que por elas foram ofendidas; ou podem ser de caráter público, devendo então ser confessados com a mesma publicidade. Toda confissão, porém, deve ser definida e sem rodeios, reconhecendo justamente os pecados dos quais sois culpados.” CC, 38.
      
      Não temamos, entretanto. “Jesus gosta que vamos ter com Ele assim como estamos - pecaminosos, desamparados, dependentes.” 3ME, 150. 
           
QUARTA      

Afeição profunda
             Paulo foi um homem franco, meigo, firme ao repreender o pecado, mas gentil e paciente com aqueles que foram ganhos por seu ministério. Seu respeito pelas pessoas era tanto que, embora digno de ser sustentado pelas igrejas porque trabalhava no altar e deveria viver do altar, como os sacerdotes em Israel, ele evitava causar qualquer dissabor aos que considerava como filhos.

            O direito de Paulo à manutenção era legítimo, mas ele não queria melindrar seus ouvintes exigindo, como faziam os mestres do mundo greco-romano, um salário à altura da importância de seu cargo.  Porém, era totalmente desapegado das coisas seculares, inda que lícitas. Podia ter usado sua autoridade e poder de persuasão para dizer-lhes que, para poder dedicar-lhes mais tempo, suas despesas deveriam ser supridas de alguma forma. Afinal, como Jesus mesmo ensinara, “digno é o trabalhador de seu salário” (Mt 10:10). Talvez a maior parte dos tessalonicenses convertidos fosse de pessoas pobres que mal podiam sustentar-se. Resolveu ele que não lhes pediria um centavo para gastos pessoais, mas continuaria trabalhando em favor deles na certeza de que Deus supriria meios de vida.

            As necessidades de Paulo em Tessalônica eram atendidas pelos crentes de Filipos, que lhe enviavam dinheiro espontaneamente (ver Fp 4:16). Também deles Paulo nada exigia, mas a grata afeição que produzira no coração dos filipenses levava-os a cuidar do apóstolo como de um pai querido.

            Ele fazia questão de expressar seu grande amor pelos tessalonicenses. Disse que os queria muito e estava pronto até a dar a vida por eles, se necessário. EGW diz que somente onde Cristo reina é que pode haver afeição profunda, verdadeira e altruísta. 
            “Mãe que acaricia os próprios filhos” – De que imagem tocante Paulo se vale para jurar amor por suas ovelhas humanas! 
Afeição profunda e ofertas

            Como vemos em 2Co 8:1-5, as igrejas macedônicas foram extremamente liberais, “na medida de suas posses e mesmo acima delas”. Paulo diz que seus membros eram pobres, mas que, ao invés de ofertarem mediante fortes apelos, eles mesmos pediam “a graça de participar da assistência aos santos”.  Por que eles chegaram a esse ponto de desapego ao pouco dinheiro que tinham? A resposta encontra-se no verso cinco: “Deram-se, primeiramente, ao Senhor”.

             “Quase todos os crentes da Macedônia, eram pobres em bens deste mundo, mas seu coração estava transbordando com o amor a Deus e Sua verdade, e alegremente deram para o sustento do evangelho. Quando as coletas gerais foram tiradas entre as igrejas gentílicas para socorro aos crentes judeus, a liberalidade dos conversos da Macedônia foi exaltada como um exemplo para as outras igrejas. Escrevendo aos crentes coríntios, o apóstolo chamou-lhes a atenção para ‘a graça de Deus dada às igrejas da Macedônia; como em muita prova de tribulação houve abundância do seu gozo, e como a sua profunda pobreza abundou em riquezas da sua generosidade. Porque, segundo o seu poder... e ainda acima do seu poder, deram voluntariamente, pedindo-nos com muitos rogos a graça e a comunicação deste serviço, que se fazia para com os santos’. 2Co 8:1-4. 

            “A voluntariedade em sacrificar da parte dos crentes macedônios era consequência de sua inteira consagração. Movidos pelo Espírito de Deus, "se deram primeiramente ao Senhor" (II Cor. 8:5), daí estarem dispostos a dar voluntariamente de seus meios para o sustento do evangelho. Não era necessário constrangê-los para que dessem; antes se rejubilavam pelo privilégio de negarem a si mesmos até coisas necessárias a fim de suprir as necessidades de outros. Quando o apóstolo quis restringi-los, insistiram com ele para que aceitasse suas ofertas. Em sua simplicidade e integridade, e em seu amor pelos   irmãos, renunciaram alegremente, e assim abundaram no fruto da beneficência.” AA, 343-344.



QUIN TA        
Para não ser um fardo

Ao estudarmos os versos propostos para hoje, descobrimos um Paulo com cansativo expediente de trabalho. Ele era um pregador self-supporting (por conta própria), que voluntariamente abriu mão de seus direitos de mestre e pregador com relação a assalariamento. As palavras do apóstolo deixam claro que seus dias eram estafantes. Segundo Barnes, ele pregava de dia e trabalhava à noite para conseguir recursos de sustentação própria. Clarke concorda com essa colocação.

As tendas da época provavelmente eram feitas de tecido grosso e impermeável. Crê-se que eram muito usadas pelos exércitos romanos em campanha. Além de preparar a estrutura (de ferro), Paulo costurava o tecido de molde a deixá-lo bem resistente. Acreditamos que as tendas que saíam de seu ateliê eram de qualidade superior.

Ele era um “advogado de mãos calejadas” que, ao ir dormir, sentia provavelmente dores no corpo de tanto trabalhar. E por quê? Porque não queria que os irmãos tivessem qualquer ônus com ele. Em todo o tempo em que passou pregando, trabalhando e morando em Tessalônica, não dependeu da irmandade. Ele por certo preferia que o dinheiro dos irmãos fosse empregado em subvencionar a expansão do Evangelho na região e mesmo em outros países.

Os tessalonicenses eram testemunhas de todo o sacrifício que o abnegado servo de Deus fazia para prover alegria e paz aos seus conversos, e poupá-los de ansiedades e preocupações.

Ele protesta que sempre viveu “piedosa, justa e irrepreensivelmente” perante os irmãos. Dava-lhes exemplo de vida cristã impoluta e de laboriosidade.

Em meio a seu experiente, Paulo ainda encontrava tempo para escrever epístolas e enviar mensagens às igrejas que fundara. O Dr. Vitor Galdino Feller explica que mesmo a ação de escrever não era muito confortável naqueles idos. Diaz ele: “Naquele tempo, escrever não era tarefa fácil. Usava-se pergaminho, isto é, couro de ovelha curtido e preparado para a escrita. Escrevia-se com estilete de ferro banhado em tinta. Tudo isso era muito caro. Mas Paulo não media esforços nem poupava recursos para anunciar o Evangelho.”

Presumimos que Paulo tinha as mãos doloridas por causa do esforço repetitivo. Porém, nada lhe importava senão pregar e exaltar Jesus.

     

Comentários Lição 5 - O Exemplo Apostólico (Prof. Sikberto)



28 de Julho a 4 de Agosto de 2012

Verso para memorizar: “Visto que fomos aprovados por DEUS, a ponto de nos confiar Ele o evangelho, assim falamos, não para que agrademos a homens, e sim, a DEUS, que prova o nosso coração” (I Tess. 2:4).

Introdução de sábado à tarde
A recomendação é que os membros da igreja se espelhem em CRISTO. É o mais prudente. No entanto, na prática sabemos que as pessoas olham para os seus líderes. Por isso, esses líderes têm responsabilidade de servirem de exemplo.
Para todos aqueles que têm algum poder na formação de opiniões, a orientação de Paulo é sábia: antes agradar a DEUS que aos homens. Ou seja, agradando a DEUS por certo desagradará a muitos homens; contudo, esses também não aprovariam JESUS, se estivesse aqui, como um homem, entre nós. O verdadeiro líder procura influenciar segundo os critérios de DEUS, jamais segundo o que é mais popular. Essas lições, muitas vezes um tanto duras, têm provocado reclamações por parte de algumas pessoas; porém, não abrimos mão de seguir as recomendações daquilo que está escrito, em primeiro lugar na Bíblia, e em segundo, nos livros do Espírito de Profecia. Paulo se desdobrou para alcançar pessoas, mudou de estratégia e se adaptou, porém, o que ele não fez, jamais, foi abrir mão de seus princípios cristãos. Diferente de muitos hoje, em nossa igreja, ele jamais compactuou com alguma coisa repreensível do mundo para converter alguém.
E o que é ser agradável a DEUS? É isso que estudaremos nessa semana.

1.      Primeiro dia: Ousadia no sofrimento (I Tess 2:1-2)
Paulo e Silas foram maltratados, primeiro em Filipos e depois em Tessalônica. Sofreram muito na primeira cidade, e iriam sofrer na outra. A lógica humana era de desistir, para não correrem os mesmos riscos, ou coisa pior. Mas eles foram ousados.
Há dois tipos de pessoas ousadas: as fanáticas e as convictas. E é fácil distinguir uma da outra. As fanáticas têm um pensamento vindo de dentro; o convicto tem fundamentação sólida. Paulo e Silas eram ousados porque tinha a convicção de cima, do poder de DEUS.
Diante do mal que sofreram em Filipos, poderiam ter tido três atitudes diferentes: 1ª) desistir; 2ª) falar sem convicção, ou seja, só superficialmente; 3ª) continuar ousados mesmo assim.
Em Filipos foram maltratados, porém, lá ficaram novos conversos bem firmes na fé. Esses continuaram o trabalho, apesar de tudo. Não era só oposição, também havia adeptos, e essa era uma das fortes motivações de continuarem ousados. No final da história, quando se fechar a porta da graça, então sim, é tempo de se parar de pregar. Até esse dia, a pregação terá que ser cada vez mais ousada. Nesses últimos dias a ousadia será tão forte que se chama “Alto Clamor”: divulgação da mensagem com impressionante poder do ESPÍRITO SANTO, por pessoas realmente convictas do que estão fazendo. Elas, como Paulo e Silas, sabem que estão realizando um trabalho vital com repercussões eternas.
Conforme a lição, hoje muito bem elaborada, a ousadia dos discípulos resultou em efeito positivo nos ouvintes. Eles também puderam discernir entre o pregador convicto e o fanático, bem como do superficial. Perceberam que se tratava de uma mensagem sólida, importante, e na qual se poderia crer. Por isso aceitaram, e esse era também o motivo porque Paulo e os demais pregadores se sujeitavam a serem maltratados. A lógica aqui é a seguinte: como estamos em guerra espiritual, todo aquele que se dispuser a ensinar sobre a verdade em relação à vida e ao futuro, este sofrerá oposição nesse planeta. Portanto, desconfie daqueles que pregam dizendo ser a verdade, mas não são perseguidos, ou cuja mensagem não sofre oposição. A mensagem das Bíblia sempre teve fortes inimigos ao longo dos séculos. E será muito intensa a oposição no final de nossa missão. Outra vez, muitos ficarão curiosos porque pessoas boas, de bom testemunho estão sendo perseguidos, e se sentirão atraídos pelo que essas pessoas ensinam.

2.      Segunda: O caráter dos apóstolos (I Tess 2:3)
“O caráter formado pela circunstância é volúvel e discordante - um conjunto de contrariedades. Seus possuidores não têm alvo elevado, nem propósito na vida. Não exercem influência enobrecedora sobre o caráter de outros. São destituídos de propósito e de poder” (MCP, 548). O que distingue o povo santo, os pregadores verdadeiros, os autênticos seguidores de JESUS é o seu caráter.
Há três centros de inteligência na mente humana. Há a inteligência racional, que funciona na base do conhecimento científico, ou profissional (as coisas que temos que saber para o nosso trabalho de ganhar a vida). Há a inteligência emocional, que é a capacidade rara de administrar as emoções diante dos desafios diários. E há a sabedoria, que funciona com base nos princípios de caráter. Esta inteligência serve para guiar as outras duas, e sempre está direcionada ao bem das pessoas. Aproveitamos para dizer que, em lugar da sabedoria, as pessoas do mundo cada vez mais desenvolvem a astúcia, que é um conjunto de interesses voltados para o bem próprio ou dos amigos, que participam do mesmo esquema.
Os apóstolos, naqueles dias, eram motivados pela sabedoria embasada em princípios cujo princípio mais elevado é o amor. Nesses casos, domina o desejo de fazer o bem ao próximo, de ser honesto e verdadeiro, de não enganar e é muito maior a propensão em servir do que ser servido. Essa é a mente de JESUS, aliás, assim são as mentes dos seres não caídos. E assim era a mente de Paulo e Silas.
A mente humana funciona assim: ela pensa de acordo com princípios e valores que policiam o raciocínio. Se esses princípios são alicerçados no amor, que é o princípio geral para tudo na vida, então essa mente só valorizará o que for favorável a todos, verdadeiro e coerente com o amor. Mas se uma mente, em lugar do princípio geral do amor se tornar dependente do interesse geral da ganância, então a tal mente trabalhará por interesse próprio, incluindo só as pessoas que fazem parte de seu seleto grupo. Os demais servirão para serem exploradas, enganadas e aviltadas, em benefício daquele grupo.
Assim trabalhavam os filósofos da época, embora nem todos, e assim trabalham os empresários de hoje, embora nem todos. O mundo atualmente está caminhando cada vez mais em direção da disputa de interesses próprios. Basta ver o que acontece no legislativo do Brasil, e basta ver o resultado disso: o país inteiro torna-se cada vez mais corrupto e violento, cada um (com raras exceções) brigando para ter mais.
O evangelho não pode ser pregado assim. Nenhuma disputa deve haver na pregação do evangelho, nem mesmo pelo alcance de alvos de batismo, quando há orgulho da parte de quem alcançou sobre quem não alcançou (isso existe).
É como diz Paulo, em outras palavras: ‘trabalho para agradar somente a DEUS, não aos homens.’ Ou seja, trabalhando conforme DEUS orienta, agradando-O, é evidente, irá agradar a todos os homens que têm o mesmo modo de pensar, que agem com sabedoria, mas desagradará aqueles que agem por astúcia.

3.      Terça: Agradar a DEUS (I Tess 2:4-6)
A lição de hoje está muito bem escrita. O autor foi feliz em expor o tema de modo objetivo e profundo. E o assunto é de vital importância; enfim, sobre agradar a DEUS.
Podemos tentar agradar a DEUS, a nós mesmos, ou aos homens. Geralmente o agradar a nós mesmos está aliado com agradar aos homens. O apelo da mídia hoje é esse tipo de agrado. Mas Paulo fala em agradar somente a DEUS.
E qual seria a razão? O assunto pode ser um tanto complexo, porém, é bem fácil explicar porque agradar somente a DEUS. Sendo Ele amor, está o tempo todo propenso a somente fazer o bem aos seres humanos. Ele nunca tem um pensamento sequer de nos prejudicar. É o que Ele diz em Jeremias 29:11 “Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que desejais.”
Então, porque DEUS castiga? Porque O desagradamos, ou seja, porque nossa conduta é prejudicial a nós mesmos. Por exemplo, se descuidamos de nosso corpo, isso criará problemas futuros, e DEUS não fica indiferente, Ele fica triste, ou, Se desagrada com tal procedimento.
Resumindo, ao agradarmos a DEUS, quem se beneficia com isso somos nós mesmos, uma vez que da parte de DEUS somente virão coisas boas. Por essa via não perdemos liberdade, pelo contrário, ganhamos liberdade. Ou por ventura é livre quem está com sua vida cheia de problemas e restrições por ter vivido dissolutamente?
“Mas, minha querida irmã, estamos nos aproximando do fim do tempo, e o que precisamos agora é não nos ajustarmos aos gostos e práticas do mundo, mas à mente de Deus; é ver o que dizem as Escrituras, e então andar segundo a luz que Deus nos deu. Nossas inclinações, nossos costumes e práticas não devem ter a preferência. A Palavra de Deus é nossa norma. (Conselhos Sobre Educação, 110)
“Caso nos vestíssemos com trajes simples, modestos, sem atenção pelas modas; caso nossa mesa fosse em todo tempo provida com alimento simples e saudável, evitando-se todos os luxos, toda extravagância; caso construíssemos nossa casa com apropriada singeleza, e da mesma maneira fosse ela mobiliada, isto mostraria o santificante poder da verdade e exerceria notável influência sobre os incrédulos. Mas enquanto nos conformamos com os mundanos nestas coisas, parece que procurando às vezes até excedê-los em fantasiosos arranjos, a pregação da verdade não terá senão pouco ou nenhum efeito. Quem acreditará na solene verdade para este tempo, quando os que já professam nela crer contradizem pelas obras sua fé? Não foi Deus que nos fechou as janelas do Céu, mas nossa própria conformidade com os costumes e práticas do mundo. (Conselhos Sobre o Regime Alimentar, 90)

4.      Quarta: Afeição profunda (I Tess 2:7, 8)
Ontem estudamos sobre a principal motivação de Paulo, para trabalhar arduamente, de cidade em cidade, em favor da vida eterna das pessoas. A principal motivação é agradar a DEUS. Em síntese, isso significa realizar uma obra que tem a ver com a recriação do ser humano, que faz parte da salvação da vida das pessoas para a vida eterna. E também tem a ver com fazer a vontade de alguém que ao mesmo tempo é o Todo Poderoso como é o Todo Amor, portanto, quer o bem de Suas criaturas, e tem capacidade de prover o que quer. DEUS é um ser incrível, Ele só pensa no que é bom, pela felicidade nossa, e é infinitamente capaz para realizar o que pensa. Portanto, fazer a vontade dEle só nos traz vantagens.
Hoje estudaremos uma segunda motivação para o trabalho evangelístico, que geralmente enfrenta forte oposição. É a mesma motivação que levou JESUS à cruz: é o amor pelas pessoas. Assim se completa a motivação: fazer a vontade de DEUS é agir pela salvação das pessoas, o que só se pode fazer por amor. Sem amor, há muito mais coisas a fazer, que dão lucro mais rapidamente, e causam uma satisfação secular no tempo presente, mas que evidentemente não são tão dignas quanto salvar vidas, e que não tem repercussão eterna. Portanto, quem é inteligente, abre mão do presente, e de seus benefícios, para se dedicar ao que é eterno, e infinitamente mais abundante e prazeroso.
Paulo, pelo seu modo de ser, amar as pessoas, era geralmente bem recebido, com algumas exceções, como foi em Atenas. Entre Paulo e as pessoas que ele beneficiava com seus ensinamentos formava-se uma identidade com afetividade. Isso acontece quando o amor é correspondido. E nesses casos, o apego entre as pessoas só tende a aumentar. É assim que o amor funciona, ou seja, pessoas que se amam tendem a terem sentimentos bons uns com as outras, cada vez mais intensos. Apegam-se cada vez mais. Assim o amor se fortalece, e a vida fica cada vez melhor. Sabem disso os casais que se uniram há algumas décadas e que se amam. Não se separam porque o amor já se desenvolveu tanto, que a vida é muito boa, e sabem que será cada vez melhor. Foi isso que aconteceu entre Paulo e os membros das igrejas por onde passava. Aliás, na Nova Terra essa experiência se repetirá. Portanto, tente imaginar como será a felicidade lá, após um convívio de um milhão de anos! É evidente que isso é inimaginável, como diz a Bíblia em I Cor. 2:9.
E esse é o sistema de DEUS. É um sistema poderoso, que tem por base a humildade, pelo que todos devem estar sempre dispostos a servir aos outros. Só nessa base o amor funciona. Havendo um mínimo de orgulho, por exemplo, já não há mais condições plenas para o amor funcionar, e o prejuízo é impressionante. Se ainda houver desejo de poder, de supremacia, não haverá mais condição alguma do amor manifestar-se.
Em nossos dias, as nossas igrejas ainda têm muito a aprender, e a modificar, para que haja condições da plena manifestação do amor. Ou seja, teremos que subir muito em busca de humildade, assim como fizeram os discípulos naqueles dez dias que sucederam a assunção de JESUS, e que precederam o Pentecostes com sua chuva temporã. Antes de recebermos em grande intensidade a chuva serôdia, outra vez na igreja haverá um forte reavivamento (que já se iniciou) e uma movimentação em direção a uma atitude humilde, condição para que o amor se desenvolva entre os servos de DEUS.
Por fim, atente bem para o que escrevemos a seguir: o amor não pode se formar numa pessoa que não se relaciona com ninguém. Para que haja amor, é necessário que pelo menos duas pessoas se unam. Se houver colaboração humilde entre mais pessoas, mais o amor crescerá. Tente então imaginar, por exemplo, 190 milhões de pessoas, isto é, a população do Brasil, todas unidas pelo amor. Hoje impossível imaginar como isso seria bom.

5.      Quinta: Para não ser um fardo (I Tess 2:9-12)
Naqueles tempos iniciais do cristianismo não havia uma estrutura de financiamento para os evangelistas. Eles viviam de donativos oferecidos por pessoas piedosas, felizes pelo que aprenderam. Havia comunidades não tão prósperas para darem bons donativos. Muitos pregadores por vezes viviam com poucos recursos. Paulo também recebia esses donativos, mas ele era um homem interessante. Em Corinto, encontrando uma família de mesma profissão, Priscila e Áquila, uniu-se a eles e resolveu trabalhar pelo seu sustento. “E, posto que eram do mesmo ofício, passou a morar com eles e ali trabalhava, pois a profissão deles era fazer tendas” (Atos 18:03). Ficou em Corinto por uns 18 meses, pregando e fabricando tendas, conseguindo um certo capital para continuar na pregação e para seus dias finais. Ele viveria ainda por 15 anos. Possuía uma profissão bem rentável, fabricador de tendas. Isso não era fácil de fazer, dependia de bons panos e de uma estrutura bem planejada e forte. Devia ser desmontável; eram parecidas com as dos ciganos de nossos dias. Tendas eram muito utilizadas naqueles tempos, principalmente por negociantes nômades, pastores de animais, famílias ou tribos que não se fixavam e por exércitos, em especial, as tendas dos comandantes e líderes dos altos postos. Havia demanda por tendas, o que se fabricasse, vendia. E naqueles tempos ainda não havia surgido a ideia da divisão do trabalho, que é recente. Portanto, a fabricação de uma tenda envolvia praticamente todo o processo, desde a fabricação do pano e pelos de cabrito e a preparação do couro, para a cobertura e tiras, até a derrubada de árvores para o preparo do madeiramento, as tiras de fixação, espeques, e tudo o mais que vai dentro da tenda. Tratava-se de uma atividade rentável. Paulo decidiu trabalhar pelo seu sustento para não necessitar dos donativos dos irmãos, que não eram muitos. Assim foi em Corinto e em Tessalônica. "Nem jamais comemos pão à custa de outrem; pelo contrário, em labor e fadiga, de noite e de dia, trabalhamos, a fim de não sermos pesados a nenhum de vós" (2 Tes. 3:08).
Paulo amava aqueles membros de Tessalônica. Ele dedicou-se a eles como sendo seus filhos. Ele os conquistou para si, pelo que eles o seguiram, observando o seu exemplo de vida. É disso que necessitamos hoje, em nossas igrejas: menos ênfase em burocracia, mais ênfase em relacionamento.

6.      Aplicação do estudo Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
Faremos agora, com base na lição de hoje, no seu primeiro parágrafo, uma afirmação radical: uma pessoa pode ter no Céu uma constelação de estrelas em sua coroa, se ela não conquistou essas pessoas para o reino de DEUS para agradar a DEUS e por amor, mas por qualquer outro motivo, essas pessoas estarão salvas, mas quem as trouxe para a salvação, não usará a sua coroa porque não estará lá. É evidente que pessoas serão salvas por outras que se perderão. Não há nada de estranho nisso.
Isso está a nos dizer que devemos ser humildes para agir por amor, e assim agradar a DEUS, e nunca aos nossos desejos. Aliás, até podemos agradar aos nossos desejos, se eles forem tais como os de DEUS. Mas, como somos pecadores, isso é uma improbabilidade. O problema aqui na Terra, enquanto não formos transformados, é que os nossos desejos e inclinações são problemáticos para nós mesmos. Um pecador, mesmo sem querer, é um grande traidor de si mesmo. Muitas vezes não percebe que a vida é assim, nem mesmo quando, por causa da vida desregrada, estiver à espera da morte, num leito de onde sairá para a pequena casa que só podem abrir por fora. Ele e seus amigos estarão convencidos de que ele aproveitou bem a vida, fez o que gostava. Já vi muito disso na morte de artistas e celebridades.
Mas a lição traz outro ponto interessante, já visto no estudo de ontem. É o caso de Paulo ter trabalhado pelo seu sustento, fabricando tendas. Que lições podemos aprender disso?
A primeira é uma opinião pessoal. Creio que os nossos pastores deviam ter uma segunda profissão. Certamente não para depender dela, pois hoje a situação da obra é bem diferente. Mas, uma pessoa que tem tal possibilidade certamente teria mais liberdade para ser autêntico e não temer ameaças de ser transferido como castigo, por um chamado que não é de DEUS. Vejo os pastores distritais muito presos à vontade de presidentes e departamentais que dominam sobre eles, que devem submeter-se à vontade de outro homem, muitas vezes conflitante com a vontade de DEUS. Além disso, uma mente capacitada em outra atividade tem visão bem mais ampla sobre todas as coisas, e no caso particular, poderá mais facilmente entender as lutas dos membros, que geralmente dependem bem mais de seus empregos, cujos patrões muitas vezes não aceitam sua opção religiosa, e outros problemas. JESUS também trabalhou como carpinteiro, antes de ser Salvador, e Ele fez isso para, como ser humano que se havia tornado, entender melhor a quem viera salvar.
Outra lição que podemos tirar do trabalho secular de Paulo, é que ele eera um profissional de primeira categoria. Ou seja, tudo ele fazia bem feito, seja na pregação, seja no ensino, seja na fabricação de tendas. Isso quer nos dizer que, sendo adventistas, temos que ser os melhores em tudo, assim na igreja, no lar e na atividade profissional. Temos que dar um testemunho coerente.
Também podemos aprender que como povo de DEUS, sendo lícito segundo os nossos princípios, podemos nos envolver com atividades altamente rentáveis, e podemos enriquecer. O que não devemos é, depois de ter patrimônio, esquecer de quem veio. Paulo não enriqueceu, porque dedicava ao fabrico pouco tempo. Era só para se sustentar, ganhar um dinheiro, e depois gastar na pregação. E assim ele também proveu para seus dias de velhice. Ou seja, ele foi previdente, sem exagerar na capitalização.
Essa lição foi muito prática. Podemos, por ela, obter conhecimentos importantes para a vida profissional, de pregação do evangelho, na vida com os amigos quanto ao relacionamento, e principalmente como deve ser nossa relação com DEUS. Em suma, fazer tudo com amor, com muito capricho, agradando a DEUS e pelo bem de nossos semelhantes.

O comentário em vídeo tem ênfase evangelística.
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