Comentários Lição 3 - Humanidade: Obra das Mãos divinas (Prof. César Pagani)



13 a 19 de Outubro de 2012

Verso para Memorizar

“Sabei que o SENHOR é Deus; foi Ele quem nos fez, e dEle somos; somos o Seu povo e rebanho do Seu pastoreio.” (Sl 100:3)  

Nota do comentarista: Os irmãos poderão achar alguma diferença nos títulos diários da lição. É que os traduzimos diretamente do original e esses podem não ser iguais aos dos impressos na lição em português.

            Quem sou? De onde vim? Para onde vou?
            O evolucionismo responde: Um primata evoluído. Milhões de anos antes de você ser alguém, surgiu uma ameba procedente da superescaldante sopa cósmica de energia e matéria, que era o Universo antes do Big Bang. Seu destino futuro é morrer e desaparecer como se jamais houvesse existido. Não há vida futura senão para os seus descendentes. Mais uns anos e “você já era”.
            A Palavra de Deus – a verdade revelada – responde: Você é filho de Deus em Jesus Cristo, por Ele criado para ser amado pelo Pai Eterno. Você é um maravilhoso ser planejado e construído pelas mais hábeis mãos do Universo. Seu destino é receber a vida eterna através de nosso Senhor e conhecer a felicidade que nunca se esgotará.
            Uma pergunta néscia ou pueril: Quem você acha que tem razão quanto às origens?
                       
DOMINGO
  
A criação e as origens da humanidade
               
                Uma das perguntas existenciais do homem é: De onde vim? Pois bem, a única revelação que tem a resposta certa é a Escritura. Ela diz que a humanidade foi criada à imagem de Deus, isto é, o Criador emprestou Seus próprios contornos externos ao ambicioso projeto de criar habitantes para o recém-criado planeta. Diz a Bíblia que Adão era filho de Deus (Lc 3:38). Ora, o filho é semelhante ao pai ou à mãe, ou a ambos. EGW ressalta que Adão tinha formas nobres. Não interviesse o pecado e hoje teríamos quatro metros de altura, cútis rosada, beleza dos pés à cabeça e mente brilhante para examinar as obras divinas e nos maravilharmos com o caráter inefável do Criador. Vestes de luz cobririam nossas formas.
            Mas o projeto divino foi muito mais amplo. Não somente a imagem, mas o homem possuiria o caráter de Deus (semelhança). Todos os atributos comunicáveis de Deus estavam presentes em Adão e Eva. E esses atributos eram passíveis de desenvolvimento contínuo, de modo que aumentariam à medida da decorrência da eternidade. Wesley escreveu que a criação partiu do menos perfeito – com referência ao projeto dos seres vivos ditos animais – para o mais perfeito, o homem. A perfeição inicial do homem deveria, em outras palavras, prosseguir até que o ideal divino para o homem fosse alcançado.
            “Nos concílios do Céu, Deus disse: ‘Façamos o homem à Nossa imagem, conforme a Nossa semelhança... Criou Deus, pois, o homem à Sua imagem, à imagem de Deus o criou.’ Gn 1:26 e 27. O Senhor criou as faculdades morais do homem e suas faculdades físicas. Tudo era uma reprodução sem pecado de Sua própria Pessoa. Deus dotou o homem de santos atributos e colocou-o num jardim feito especialmente para ele. Só o pecado podia arruinar os seres criados pela mão do Onipotente.” The Youth’s Instructor, 20 de julho de 1899. 
“Quando Adão saiu das mãos do Criador, trazia ele em sua natureza física, intelectual e espiritual, a semelhança de seu Criador. ‘E criou Deus o homem à Sua imagem’ (Gn 1:27), e era Seu intento que quanto mais o homem vivesse tanto mais plenamente revelasse esta imagem, refletindo mais completamente a glória do Criador. Todas as suas faculdades eram passíveis de desenvolvimento; sua capacidade e vigor deveriam aumentar continuamente. Vasto era o alvo oferecido a seu exercício, e glorioso o campo aberto à sua pesquisa. Os mistérios do universo visível - as ‘maravilhas dAquele que é perfeito nos conhecimentos’ (Jó 37:16) convidavam o homem ao estudo. Aquela comunhão com Seu criador, face a face e toda íntima, era o seu alto privilégio. Houvesse ele permanecido fiel a Deus, e tudo isto teria sido seu para sempre. Através dos séculos infindáveis, teria ele continuado a obter novos tesouros de conhecimentos, a descobrir novas fontes de felicidade e a alcançar concepções cada vez mais claras da sabedoria, do poder e do amor de Deus. Mais e mais amplamente teria ele cumprido o objetivo de sua criação, mais e mais teria ele refletido a glória do Criador. Ed, 15. 
            Na criação o homem recebeu o título de “rei da Terra”. Em Gn 1:26 ele recebeu a ordem de dominar sobre toda a criação divina. Isso quer dizer que todos os  seres vivos obedeceriam às suas ordens. Eva era a rainha, a soberana. A ele foi dado domínio sobre tudo que seus olhos poderiam contemplar...” PP, 44.
            “Multiplicai-vos e enchei a terra” (v. 28). Deus estabelecera um número limite para os habitantes. Quando a descendência de Adão atingisse a cifra estabelecida, cessaria a procriação e a população mundial se manteria estável. E para utilizar o chavão dos contos de fadas: “E todos viveriam felizes para sempre.”
            Muita gente acha que o relato genesíaco sobre a criação do homem é produto da mente criativa do escritor bíblico, no caso, Moisés. Entendem a narrativa como “história da carochinha”. Porém, as Santas Escrituras mencionam Adão pelo nome umas 18 vezes (Versão Almeida Revista e Atualizada), reconhecendo-o como personagem  histórico e real.  A maior autoridade que pisou este mundo reconheceu Adão e Eva como seres históricos. E Sua palavra é inquestionável.              
   
SEGUNDA

               
             Deus criou o homem à Sua própria imagem. Não há aqui mistério. Não há lugar para a suposição de que o homem evoluiu, por meio de morosos graus de desenvolvimento, das formas inferiores da vida animal ou vegetal. Tal ensino rebaixa a grande obra do Criador ao nível das concepções estreitas e terrenas do homem. Os homens são tão persistentes em excluir a Deus da soberania do Universo, que degradam ao homem, e o despojam da dignidade de sua origem. Aquele que estabeleceu os mundos estelares nos altos céus, e com delicada perícia coloriu as flores do campo, Aquele que encheu a Terra e os céus com as maravilhas de Seu poder, vindo a coroar Sua obra gloriosa a fim de pôr em seu meio alguém para ser o governador da linda Terra, não deixou de criar um ser digno das mãos que lhe deram vida. A genealogia de nossa raça, conforme é dada pela inspiração, remonta sua origem não a uma linhagem de germes, moluscos e quadrúpedes a se desenvolverem, mas ao grande Criador. Posto que formado do pó, Adão era filho ‘de Deus’. Lc 3:38.” PP, 44.
            O hebraico tselem (imagem) refere-se claramente ao aspecto formal, isto é, da aparência exterior. Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo têm forma, e como Eles são, nós somos. Para que não nos confundíssemos quanto à forma divina, as Escrituras trazem referências a olhos, boca, ouvidos, mãos, pés, braços, cabeça, cabelos, dedos, como partes do parecer do Senhor.
            O ser que estava para ser criado deveria ter as características de seu Pai. Os laços de parentesco deveriam também estar expressos na própria forma do homem. Deus queria que o homem fosse parecido com Ele. Como o Senhor é o Ser absolutamente perfeito, planejou que a obra viva de Suas mãos fosse, como diz EGW, o “perfeito habitante de um mundo perfeito” (PE, 145) e a “reprodução sem pecado de Sua própria Pessoa” (ME3, 133). Podemos dizer com santo orgulho: “Ó Senhor, Tu és nosso Pai, nós somos o barro, e Tu, o nosso oleiro; e todos nós, obra das Tuas mãos.” (Is 64:8)
“O homem deveria ter a imagem de Deus, tanto na aparência exterior como no caráter” PP, 45).
O ser humano foi criado para “governar” e “dominar”. As insígnias de sua autoridade sobre o planeta estavam também expressas na forma exterior como o “rei do mundo” se apresentaria perante a criação. De porte nobre, ele era um “minideus” porque fora criado segundo a expressão física e moral do Imperador do Universo. Atente a este interessante verso em apoio dessa ideia: “Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus [elohyim] e de glória e de honra o coroaste.” (Sl 8:5)
             
TERÇA

A imagem de Deus – parte 2
       
Há um ditado italiano que diz: “Chi si assomiglia, si piglia”, que traduzido significa: “Quem se assemelha, se une.” Agostinho de Hipona assim se expressou: “Fomos criados para Ti, ó Deus, e nosso coração não tem paz até que a encontre em Ti." Esses dois provérbios transmitem a verdade de que fomos feitos: 1) Para o relacionamento com o Criador. 2) Para o relacionamento com as outras criaturas de Deus, mormente o ser humano.
Li num trabalho teológico que houve um tempo em que Deus estava sozinho, isto é, antes da criação de anjos, mundos, cosmos e de tudo quando procedeu de Sua mão. Mas Ele não queria ficar assim. E isso valia para as três Pessoas divinas que compõem a Divindade. Deus é amor e o amor é altruísta por essência. Acredito que o Senhor tem necessidade intensa de dar amor a tudo quanto criou. E Sua própria natureza.
“Desde os séculos eternos era o desígnio de Deus que todos os seres criados, desde os luminosos e santos serafins até ao homem, fossem um templo para morada do Criador.” DTN,  161.
O objetivo de amor do Senhor era e é morar em todos os seres pensantes que criou. Imaginamos, porventura, um relacionamento mais íntimo que esse? Não apenas morar conosco, mas em nós. É simplesmente assombroso!
Feito à imagem e semelhança do Criador, Adão recebeu de Deus a autoridade para governar. Segundo o caráter que recebera do Senhor, ele  presidiria sobre a humanidade em geral e também sobre a natureza, obedecendo às leis que o Altíssimo implantara em seu coração.
A primeira tarefa do rei Adão no mundo recém-criado foi nomear toda a fauna então existente. Embora não saibamos qual o idioma que Adão falava – quem sabe a língua dos anjos – o importante é que sua capacidade criativa logo descobriu nomes para todos os seres vivos (Gn 2:19). Até a esposa recebeu nome de sua autoria. O primeiro nome foi Ishshah que significa varoa/virago. O segundo nome, que a marcou até hoje, foi Eva (Chavvah – vivente ou origem da vida) (Gn 3:20).
Assim como a Divindade é íntima de Si mesma, concedeu ao homem que formasse a “bindade”, isto é, uma unidade de duas pessoas em relacionamento estreito.
Eva também possuía a imagem e semelhança de Deus, diferindo de Adão apenas anatomicamente. Ela, ao lado do esposo, governaria a humanidade e a natureza como rainha-mãe.
O vínculo entre os dois componentes do casal era indissolúvel e Jesus deixou isso muito bem claro para a geração de seu tempo e as posteriores. De modo nenhum essa intimidade deve ser desfeita. Porém, o homem – duro de coração – preferiu outros caminhos.
Quanto mais vivessem, mais estreitariam os laços entre si e com Deus, estabelecendo um santo triângulo amoroso. A despeito de o pecado haver frustrado temporariamente esse projeto divino, quando Jesus voltar e a santidade perfeita for restabelecida, tudo se cumprirá conforme o desejo do Altíssimo.


A imagem poluída
                 
            A causa prima da poluição - Deus criou o homem perfeitamente santo e feliz; e a formosa Terra, ao sair das mãos do Criador, não apresentava nenhum vestígio de decadência ou sombra de maldição. Foi a transgressão da lei de Deus - a lei do amor - que trouxe sofrimento e morte. Contudo, mesmo em meio dos sofrimentos que resultam do pecado, revela-se ainda o amor de Deus. Está escrito que Deus amaldiçoou a Terra por causa do homem. Gn. 3:17.” CC, 9.
            Poluição progressiva - “Adão foi transportado através de sucessivas gerações e viu o incremento do crime, da culpa e degradação, porque o homem render-se-ia às suas fortes inclinações naturais para transgredir a santa lei de Deus. Foi-lhe mostrada a maldição de Deus caindo cada vez mais pesadamente sobre a raça humana, sobre os animais e sobre a Terra, por causa da contínua transgressão do homem. Viu que a iniquidade e a violência aumentariam constantemente; contudo em meio a toda maré da miséria e infortúnio humanos, existiram sempre uns poucos que preservariam o conhecimento de Deus e permaneceriam imaculados em meio à degeneração moral prevalecente. Adão foi levado a compreender o que o pecado é: transgressão da lei. Foi-lhe mostrado que a degenerescência moral, mental e física seria para a raça o resultado da transgressão, até que o mundo se enchesse com de toda espécie de miséria humana.” HR, 49.
            Poluição física, mental e moral - “O pecado fez por séculos suas terríveis marcas sobre a humanidade; e a degeneração física, mental e moral prevaleceu em toda a família humana.” No Deserto da Tentação, 38.
              Satanás comanda o processo de degeneração - “Ele  causou a ruína de nossos primeiros pais e trouxe o pecado e a morte ao mundo, arruinou multidões em todas as eras, países e classes. Pelo seu poder tem controlado cidades e nações até que seus pecados provocassem a ira de Deus para destruí-los pelo fogo, água, terremotos, fome, espada, e pestilência. Por sua sutileza e infatigáveis esforços tem ele controlado o apetite, despertado e reforçado as paixões a um ponto tão temerário que tem desfigurado e quase obliterado a imagem de Deus no homem. Sua dignidade física e moral foi destruída a tal ponto que apresentava uma pálida semelhança de caráter e nobre perfeição da dignidade de Adão no Éden. Idem, 42.
            Continua a poluição de corpos e mentes - “Nossos antepassados legaram-nos costumes e apetites que estão enchendo o mundo de doenças. Os pecados dos pais, através de desejos pervertidos, são, com poder assustador, visitados sobre os filhos até a terceira e quarta geração. A maneira incorreta de alimentar-se, de muitas gerações, a glutonaria e os hábitos de condescendência própria das pessoas, estão enchendo as casas de misericórdia, as prisões e os hospícios. A intemperança, a ingestão de chá, café, vinho, cerveja, rum e conhaque, e o uso do fumo, ópio e outros narcóticos têm resultado em grande degeneração física e mental, e esta degenerescência está em constante crescimento.” CSS, 49. 

QUIN TA

Restauração

            Use um pouco de lógica: Como é possível haver restauração ao estado impecável original, se estamos corrompidos por 6.000 anos de pecado? O que sabemos é que o homem continua se degenerando de modo assombro, a despeito de todos os avanços das ciências. A perversão atingiu limites absurdos.
Veja como EGW descreve o cenário mundial: “Terrível quadro da condição do mundo :foi apresentado diante de mim. A imoralidade abunda por toda parte. A licenciosidade é o pecado especial deste século. Jamais o vício levantou sua deformada cabeça com tamanha ousadia. O povo parece insensibilizado, e os amantes da virtude e da verdadeira piedade quase. se sentem desencorajar por sua ousadia, força e predomínio. A superabundante iniquidade não está confinada meramente ao incrédulo e escarnecedor. Oxalá fosse este o caso, mas não é. Muitos homens e mulheres que professam a religião de Cristo são culpados. Mesmo alguns que professam estar esperando o Seu aparecimento não estão melhor preparados para este evento que o próprio Satanás. Não se estão purificando de toda poluição. Por tanto tempo têm eles estado a servir a seus desejos sensuais que lhes parece natural ter pensamentos impuros e imaginação cor- rompida. É lhes tão impossível levar os pensamentos a demorar-se em coisas santas e puras como seria mudar o curso do Niágara e fazer que suas águas subam em direção oposta às quedas... Todo cristão devia aprender a conter suas paixões e a deixar-se controlar pelo princípio...” Maranata, 24. Perguntamos: Com base nesse relato profético, você alimentaria alguma esperança de restauração?
A verdade é que Jesus acredita nela. Nosso Salvador sabe muito bem o que pode realizar o poder de Sua graça restauradora. Em Sua Palavra temos fartos exemplos de transformação de homens e mulheres decaídos em santos. Alguns deles: O trapaceiro Jacó, o altivo Nabucodonosor, o perversíssimo rei  Manassés (2Cr 33:12-19), o idólatra Salomão (na segunda parte de seu reinado), a prostituta Madalena, o infiel Sansão, a meretriz Raabe, que se tornou antepassada de Cristo, os encrenqueiros Tiago e João e muitos outros.
Aquele que fechou a boca aos leões na cova, e andou com Seus fiéis por entre as chamas da fornalha, está igualmente disposto a trabalhar em nosso favor, a subjugar todo mal em nossa natureza. Hoje, está Ele ao altar da misericórdia, apresentando perante Deus as súplicas dos que Lhe desejam o auxílio. Não repele nenhuma criatura chorosa e arrependida. Perdoa abundantemente a todos quantos vão ter com Ele em busca de perdão e restauração. Ele não conta a ninguém tudo quanto poderia revelar, mas manda a toda alma tremente que tenha ânimo. Quem quiser pode apoderar-se da força de Deus, e fazer paz com Ele, e Ele fará paz.” CBV, 90.
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