Lição 9 - Comentários de Sikberto R. Marks

Lições da Escola Sabatina Mundial – Estudos do Quarto Trimestre de 2011
Tema geral do trimestre: O Evangelho em Gálatas
Estudo nº 09 – Apelo pastoral de Paulo
Semana de 19 a 26 de novembro
Comentário auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular no curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ (Ijuí - RS)
Este comentário é meramente complementar ao estudo da lição original
www.cristovoltara.com.br - marks@unijui.edu.br - Fone/fax: (55) 3332.4868
Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil

Verso para memorizar: “Eu lhes suplico, irmãos, que se tornem como eu, pois eu me tornei como vocês. Em nada vocês me ofenderam” (Gal. 4:12, NVI).

Introdução de sábado à tarde

Paulo enviou uma mensagem bem dura aos Gálatas. Fez isso para impedir que caíssem em erros que viriam a levá-los à perdição eterna. Mas na mensagem, vez após outra, ele demonstrava que os amava. Foi por isso que escreveu de modo tão enfático, não queria que se perdessem. O modo de escrever dele doeu inclusive em seu coração, mas ou era isso ou eles continuariam num caminho descendente. Quando algo coloca em perigo a nossa vida espiritual, vale tudo para impedir uma derrocada. É a vida eterna que está em jogo.

Paulo talvez não imaginasse, mas hoje estamos estudando o que ele escreveu. Pessoalmente gosto de Paulo, assim como de mais dois personagens bíblicos: Elias e João Batista. Também aprecio os demais, mas estes me servem como referencial para escrever esses comentários, que são para os últimos dias. Estamos em tempos decisivos; não se deve enganar as pessoas. Porém, pode-se ver muitos tratando as pessoas de modo irresponsável, como que dizendo: continuem assim, quando há erros em andamento. Outros inclusive dão exemplo negativo, e logo têm seguidores. Refiro-me ao interior da igreja. Há liberalismo e conformação com o mundanismo. Sabíamos que seria assim, mas isso não quer dizer que devamos simplesmente cruzar os braços. Quem for líder, ou formador de opinião dentro da igreja, como Paulo, tem a responsabilidade de dar o toque de corneta correto. Milhares de vidas, especialmente jovens, estão em grave perigo. E muitos são os que estimulam a ficarem em situação de perigo. Prefiro ser impopular que enganar lisonjeando. Apesar de às vezes ter escrito com relativa dureza, de cada 100 e-mails que recebo, apenas um diz não concordar. São centenas de pessoas que dizem ter sua vida modificada por esses comentários realistas. E não poucos vieram para a igreja por esse meio. É gratificante não ter a consciência pesada por enganar multidões. Paulo é nisso um bom exemplo.

“A lisonja é uma arte pela qual Satanás fica de emboscada a fim de enganar e envaidecer o ser humano com elevados pensamentos quanto a si mesmo. ... A lisonja tem sido o alimento de que muitos de nossos jovens se têm nutrido; e os que têm louvado e lisonjeado têm suposto que estavam fazendo bem; mas têm feito mal. Elogio, lisonja e condescendência têm feito mais no sentido de induzir almas preciosas a falsos caminhos, do que qualquer outro artifício inventado por Satanás. A lisonja faz parte dos métodos do mundo, mas não dos de Cristo. Pela lisonja, pobres criaturas humanas, cheias de fragilidades e enfermidades, chegam a pensar que são eficientes e dignas, e ficam inchadas, em sua mente carnal. Intoxicam-se com a ideia de serem dotadas de talentos acima do que possuem, e sua vida religiosa se desequilibra. A menos que, pela providência de Deus, elas sejam desviadas desses enganos, e se convertam, e aprendam o a-b-c da religião na escola de Cristo, perderão a salvação” (Filhos e Filhas de DEUS, MM, 1956, 73).

1. Primeiro dia: O coração de Paulo

“O apóstolo exortava os gálatas a deixar os falsos guias por quem haviam sido desviados, e a voltar à fé que havia sido acompanhada por inquestionáveis evidências de aprovação divina. Os homens que os haviam procurado desviar de sua fé no evangelho eram hipócritas, de coração não santificado e vida corrupta. Sua religião era feita de um acervo de cerimônias, por cujas práticas esperavam ganhar o favor de Deus. Não tinham interesse num evangelho que requeria obediência à palavra: "Aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus." João 3:3. Sentiam que uma religião baseada em tal doutrina re-queria demasiado sacrifício, e assim se apegavam a seus erros, enganando-se a si e aos ou-tros” (Atos dos Apóstolos, 387).

“A maneira como Paulo viveu entre os gálatas foi tal que ele pôde afirmar mais tarde: "Rogo-vos que sejais como eu." Gál. 4:12. Seus lábios tinham sido tocados com a brasa viva do altar, e ele foi habilitado a sobrepor-se às fraquezas do corpo e a apresentar a Jesus como a única esperança do pecador. Os que o ouviam sabiam que ele havia estado com Jesus. Assistido com o poder do alto, estava capacitado a comparar as coisas espirituais com as espirituais e a demolir as fortalezas de Satanás” (Atos dos Apóstolos, 209).

“Esta é hoje nossa grande necessidade em cada igreja de nosso país. Pois, "se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas". II Cor. 5:17. O que era objetável no caráter é expurgado da alma pelo amor de Jesus. É expelido todo egoísmo; toda inveja, toda maledicência é desarraigada, e é efetuada uma transformação radical no coração. "O fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei." Gál. 5:22 e 23. "É em paz que se semeia o fruto da justiça, para os que promovem a paz." Tia. 3:18” (E Recebereis Poder, MM, 1999, p. 289).

“Com semelhante guia - um anjo expulso do Céu - esses pretensos sábios da Terra podem inventar teorias fascinantes para obcecar a mente dos homens. Paulo disse aos gálatas: "Quem vos fascinou para não obedecerdes à verdade?" Gál. 3:1. Satanás tem uma mente superior e agentes escolhidos pelos quais opera para exaltar a homens e honrá-los acima de Deus. Mas Deus está revestido de poder; pode tomar os que estão mortos em delitos e pecados e, por meio da operação do Espírito que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, transformar o caráter humano, restituindo à alma a perdida imagem de Deus. Os que creem em Jesus Cristo são transformados de rebeldes contra a lei de Deus em servos obedientes e súditos de Seu reino. São de novo nascidos, regenerados, santificados por meio da verdade” (Fundamentos da Educação Cristã, 332).

2. Segunda: O desafio da transformação

Os gálatas, em seu erro de tornar a obediência à lei no motivo para a salvação, em lugar da fé de JESUS CRISTO, que morreu para nos salvar, estavam, na verdade, dando abertura para uma nova doutrina, e uma nova seita ou no mínimo uma dissidência. Eles estavam num caminho perigoso de afastamento da salvação. O perigo em que eles estavam era preocupante porque, errados, pensavam estar certos, e por isso se esforçavam, sem perceber, por se aprofundarem no erro. Essa é uma condição assustadora, porque a pessoa pode nem mesmo aceitar alguma orientação para entender a situação e então sentir a necessidade de ajuda.

Em nossos dias tais condições ocorrem com frequência. Assim se formam dissidências da Igreja Adventista do Sétimo Dia, e grupos se aprofundam no erro, persistem nele, e já não conseguem facilmente ser orientados para mudar de direção. Essas situações certamente ocorrerão com mais frequência quanto mais próximos do fim estivermos. É a guerra de satanás contra o povo de DEUS. E podem todos crer: estamos na iminência de entrar no calor dessa guerra, para as últimas batalhas, e para a batalha final. Faz parte dessas batalhas o anúncio do evangelho de CRISTO ao mundo inteiro, pois a guerra é espiritual. Do outro lado, todo e qualquer tipo de ação para evitar essa proclamação, e também para impedir que as pessoas entendam a mensagem será utilizada. Inclusive leis opressivas para perseguir quem leva a mensagem da salvação ao mundo. Nisso as exortações de Paulo aos gálatas são válidas para nós. Elas são um tipo de conselho do que devemos fazer.

O que Paulo estava propondo aos gálatas? Que eles “se tornassem como ele se tornou.” Mas o que era Paulo? Ele uma vez já foi Saulo, em extremo zeloso, mas no erro. Ao convite de JESUS, ele mudou de atitude, e passou a ser outra pessoa, agora zelosa pelo que CRISTO orientou. Ele, aos gálatas, não estava pedindo como pediu aos de Tessalônica e aos de Corintos, que agissem como ele agia, seja para ganhar a vida, seja na obediência. Aqui a situação era diferente. Esses gálatas estavam se afastando de DEUS por uma via mui perigosa. Eles estavam criando uma nova religião. E se isso prosperasse, logo mais no mundo existiria um instrumento nas mãos de satanás para não só combater a verdadeira igreja de CRISTO como também, usando o mesmo nome de JESUS CRISTO, levar as pessoas à perdição. Na verdade foi o que aconteceu mais tarde, com o surgimento da Igreja Católica. Então, para evitar que a degeneração do evangelho de CRISTO surgisse naqueles dias, tão cedo, Paulo, um grande defensor, se levantou entre os gálatas (por uma carta, pois estava longe) e disse, parafraseando: sede tais como eu sou, mudem de atitude e sigam a CRISTO como eu resolvi seguir.

Esse apelo é muito útil para os nossos dias.

3. Terça: Eu me tornei como vocês

Paulo estava apelando aos gálatas para que eles se tornassem como ele, pois ele também era como eles. Ou seja, “sede qual eu sou, pois também sou como vocês” (Gál. 4:12). O que ele quis dizer com isso? A resposta está em I Cor. 9:23. Paulo ali disse que se fez tudo para com todos, ou seja, procurou aproximar-se o quanto era permitido (I Cor. 9:21) para alcançar para CRISTO tanto judeus como gentios. Paulo contextualizava suas atividades missionárias. Isso significa que ele vivia de tal maneira e falava e demonstrava que atraía pessoas de culturas diferentes a CRISTO, não a ele nem a qualquer outro foco.

Então, assim como Paulo se tornou atraente a eles, e por isso eles apreciaram o seu evangelho, assim também deveriam eles proceder. Isso quer dizer: esforcem-se para serem apreciados pelas pessoas em nome de CRISTO, por vosso meio, atraindo-as ao Salvador.

“O pastor não deve julgar que toda a verdade tem que ser apresentada aos incrédulos em toda e qualquer ocasião. Ele deve estudar com cuidado quando convém falar, o que dizer, e o que deixar de mencionar. Isso não é usar de engano; é trabalhar como Paulo fazia. "Porque, sendo livre para com todos," escreveu ele aos coríntios, "fiz-me servo de todos, para ganhar ainda mais. E fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivera debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei. Para os que estão sem lei, como se estivera sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei. Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para, por todos os meios, chegar a salvar alguns." I Cor. 9:19-22.

“Paulo não se aproximava dos judeus de maneira a despertar-lhes os preconceitos. Não lhes dizia, a princípio, que deviam crer em Jesus de Nazaré; mas insistia nas profecias que falavam de Cristo, Sua missão e obra. Levava seus ouvintes passo a passo, mostrando-lhes a importância de honrar a lei de Deus. Dava a devida honra à lei cerimonial, mostrando que fora Cristo que instituíra a ordem judaica e o serviço sacrifical. Levava-os, então, até ao primeiro advento do Redentor, e mostrava que, na vida e morte de Cristo, se havia cumprido tudo como estava especificado nesse serviço sacrifical.

“Dos gentios, Paulo se aproximava exaltando a Cristo, e apresentando as exigências da lei. Mostrava como a luz refletida pela cruz do Calvário dava significação e glória a toda a ordem judaica.

“Assim variava o apóstolo sua maneira de trabalhar, adaptando sua mensagem às circunstâncias em que se achava. Depois de paciente trabalho, tinha grande medida de êxito; entretanto, muitos havia que não se convenciam. Alguns há, hoje, que não se convencerão seja qual for o método de apresentar a verdade; e o obreiro de Deus deve estudar cuidadosamente métodos melhores, a fim de não despertar preconceitos nem combatividade. Eis onde alguns têm fracassado. Seguindo suas inclinações naturais, têm fechado portas pelas quais, com outra maneira de agir, poderiam ter encontrado acesso a corações e, por intermédio desses, a outros ainda.

“Os obreiros de Deus devem ser homens de múltiplas facetas; isto é, devem possuir largueza de caráter. Não devem ser homens apegados a uma só ideia, estereotipados em sua maneira de agir, incapazes de ver que sua defesa da verdade deve variar segundo a espécie de pessoas entre as quais trabalham, e as circunstâncias que se lhes deparam” (Obreiros Evangélicos, 117 a 119).

4. Quarta: Naquele tempo e agora

Pelo que a lição apresenta, há indicativos de que Paulo foi à galácia para se tratar, ou pelo menos de alguma forma se restabelecer de alguma doença. E, não perdendo tempo, aproveitou a oportunidade para também pregar ali o evangelho de CRISTO.

Se foi assim, então é de se crer que algum apego diferenciado se formou entre Paulo e aqueles irmãos, porque o teriam acolhido durante uma necessidade especial, em que ele estava fragilizado. Em troca, ele lhes anunciou a salvação. Não se pode saber se quando Paulo chegou a essa região, o teriam acolhido não sendo ainda cristãos, mas isso é possível. Fato é que Paulo e eles tinham uma afinidade especial. Logo é de se imaginar que Paulo também tivesse uma consideração especial para com eles, um carinho mais acentuado por conta dessa situação que não aconteceu em outros lugares. Isso poderia ter levado a uma preocupação mais acentuada, pois tanto ele fora favorecido em situação de necessidade quanto eles receberam a mensagem quando o poderiam ter rejeitado, por causa do preconceito cultural que existia na época, e era muito forte, sobre pessoas doentes. Especialmente em relação a pregadores, esses deviam ter moral, serem saudáveis, para que fossem aceitos, e que sua mensagem tivesse credibilidade.

Então Paulo pregou em condições difíceis a ele e eles aceitaram essa pregação, mesmo ele dando impressão de estar sob o desfavor dos deuses, como eles ainda criam. Hoje em dia o preconceito existe e é forte. Há, por exemplo, preconceito em relação a quem é diferente; preconceito racial, que leva ao racismo; preconceito aos menos favorecidos, que são pobres; preconceito aos que não são diplomados, e assim por diante. Vamos a um exemplo, uma pessoa iletrada, porém consagrada e que tenha o poder de DEUS, e que seja humilde, isto é, que tenha em parte o perfil de JESUS CRISTO. Esse não consegue pregar numa igreja grande e rica. Ao menos é bem difícil. Ou outra pessoa que pregue sobre a reforma da saúde, não é bem recebida por muitos de nosso meio. Imagina então uma pessoa que tenha adoecido por razões alheias ao seu controle, e realizar uma pregação sobre vida saudável. Ainda há preconceito, e muito, em meio ao povo de DEUS, assim como no mundo, e em todos os lugares. Ele é uma das armas de satanás para impedir, ou no mínimo frear a pregação da mensagem ao mundo. E para criar condições ao fanatismo.

5. Quinta: Falando a verdade

Temos no estudo de hoje a necessidade de falar sobre uma prática que popularmente se chama “lei do canalha”. É as ela que Paulo se refere em seu livro, embora não mencione esse nome. A lei do canalha, em geral, funciona assim: “eu faço de conta que estou ensinando e você faz de conta que está aprendendo, e assim prosseguimos.” Ou, havendo um problema sério: “eu faço de conta que não vi nada e você faz de conta que está à vontade com a situação.” Ou, nos ambientes de ensino: “eu faço de conta que ensino e o aluno faz de conta que está aprendendo.” Ela se aplica a todas as situações. Caracteriza-se por “fazer de conta”, ou seja, todos estão se enganando, e ninguém se importa com isso. No caso de Paulo, ele não se valeu dessa lei. Evidentemente ele não era um canalha.

Paulo precisava salvar os gálatas da tendência de retorno ao passado. Eles não estavam retornando ao paganismo anterior, mas indo a práticas que os levariam para a escravidão da lei. E não foi para escravizar que a lei de DEUS foi concedida, mas para libertar. “Mas aquele que considera, atentamente, na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar” (Tiago 1:25 ). No entanto, se tornarmos a lei de DEUS como um conjunto de regras burocráticas que precisam ser cumpridas sem que o nosso caráter seja transformado, isto é, uma lei externa, que não esteja no coração, tornamo-nos escravos de formalidades, não libertos para a vida feliz. E era essa a tendência dos gálatas: virem a se tornar escravos de algo que era exatamente para os libertar.

Alguns judeus cristãos, mas ainda ligados às formalidades de uma obediência cega e não inteligente, ligados a procedimentos que se não bem entendidos se tornam meras ordens sem sentido, estavam querendo levar os gálatas ao ponto onde eles se encontravam quando obedeciam as suas regras e dogmas pagãos. Eles faziam aquelas coisas, tipo rituais pagãos, por meio de uma obediência cega, que não sabiam bem porque deviam ser seguidas. Em geral, era para satisfazer os seus deuses, mas quais as razões? Se aqueles judeus entendessem bem qual era o sentido dos Dez Mandamentos, e das leis cerimoniais, pensariam e agiriam bem diferente do que era a sua prática de apego a regras, não a transformação.

E aqueles judeus (veja bem, não eram todos os judeus cristãos que agiam assim, pois o próprio Paulo era judeu cristão), o faziam com sutilezas, lisonjas e fala sedutora. Nisso aplicavam a tal lei do canalha, ou seja, se faziam de amigos, mas, percebendo ou não, eram traidores. E o seu objetivo era separar os gálatas de Paulo, pois ele era a principal fonte de sabedoria para os libertar daqueles formalismos que essa classe de judeus valorizava acima de tudo.

6. Aplicação do estudo – Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:

O texto selecionado de Ellen G. White para o estudo de hoje não poderia ser melhor. É esclarecedor e nos deixa felizes. Os gálatas corriam perigo dramático, como estudamos. Mas eles aceitaram as exortações de Paulo, sentiram os sentimentos dele, de como os amava. Temos coisas a aprender desse episódio.

a) Por pior que seja uma situação, sempre é possível, com o poder de DEUS, e muitas vezes por meio de outras pessoas utilizadas por DEUS, sair dela e voltar para o caminho bom.

b) É preciso saber falar ou escrever com o coração quando somos requeridos a exortar, repreender, admoestar ou contestar alguém.

c) Não se pode cair na lei do canalha, em nome da amizade aparente, ficar quietos se alguém está correndo perigo. É preciso agir com sabedoria e de forma planejada, e ajudar a pessoa.

d) Ao se dar um conselho, muitas vezes cabe a nós mesmos tomar conselho com outra pessoa para agir de maneira mais sábia e ponderada, e acertar como Paulo, que conseguiu resolver a situação revertendo para o lugar certo e cortando a tendência.

e) Quem recebe um conselho precisa ser humilde para refletir sobre o que lhe falaram ou escreveram, assim como é mais importante ainda que seja humilde quem exorta. Tem-se visto em publicações, hoje, exortações arrogantes e prepotentes contra pessoas ou movimentos perigosos na igreja. O resultado sempre foi a radicalização em ambos os lados, e o problema só tem aumentado.

f) Em tudo, como fez Paulo, tem que se envolver uma dose maior de amor que as doses dos outros ingredientes.

g) No final da experiência, mesmo tendo havido uma tendência perigosa e fulminante, todos saíram fortalecidos, tanto os gálatas, como Paulo, e outras comunidades que puderam se beneficiar dos fatos bem solucionados, e até nós, nesses últimos dias, que temos um referencial de como se solucionam casos e tendências de alto risco.

h) No que aconteceu, vimos a mão de DEUS agindo por meio de Paulo. Importante é ressaltar que ele agiu de modo humilde, por isso não houve resistência suficiente para rechaçar seus argumentos que foram visivelmente bem duros e incisivos.

Nós vivemos em dias de dissidências, de iniciativas oficiais questionáveis, de mundanismo inundando a igreja, de práticas detestáveis que deixaria horrorizada Ellen G. White. E em muitos desses casos a tendência avança e nada oficialmente é feito. Parece que a lei do canalha está em vigor. Se é feita alguma coisa, ela é tão suave e lerda, que até Paulo ficaria impressionado e preocupado, e entraria logo em ação. E vê-se, em especial, muitos jovens se perdendo dentro da igreja, a olhos vistos, com pais apavorados sem saber o que fazer, pois, enfim, aos olhos de muitos líderes é melhor eles praticarem mundanismo dentro do que fora da igreja. E assim como atinge os jovens, não deixa de fora os adultos. Via de regra, me refiro a jovens porque sou professor dessa faixa etária, dos 20 anos em diante, quando concluem o curso de Administração. Tenho me preocupado intensamente com essa faixa etária. Vejo e sinto a apreensão deles na busca por vencer na vida. Como são receptivos a conselhos! Como desejam acertar! E como erram facilmente! Agora me refiro aos do mundo, então, imagine-se os da igreja. Como são presa fácil dos poderes que os querem controlar para interesses econômicos sedutores nada positivos. Quando nos intervalos das aulas, lá vem eles, para trocar ideias, e querem conhecimento seguro para seus empreendimentos. São poucas as vezes que posso ir ao banheiro ou sair da sala de aula. Eles vêm e querem falar e ouvir. Eles querem vencer, querem muitas vezes iniciar uma empresa, e fazem isso, têm ideias, são criativos, têm energia. Mas também lhes falta a experiência, e essa eles buscam onde puderem. Eles não querem errar, detestam errar, mas querem acertar desde a primeira tentativa em sua vida. Detestam errar, mas são tão vulneráveis! Como são carentes de mentes compreensíveis para lhes dar conselhos e repassar experiência! Como eles necessitam de Paulos, como este que estudamos, para lhes orientar, principalmente antes de cometerem erros às vezes destruidores da sua felicidade!

Um exemplo emocionante é o de uma moça, que tem uns 25 anos. Mora numa cidade pequena. Já controla em suas mãos quatro empresas de ramos diferentes. A última é o jornal da cidade. Ela é inteligente, e tem iniciativa. É uma líder. Frequentemente ela interfere nas aulas para inserir nos debates algo que possa ter proveito para os desafios que enfrenta, ou que surgiram naquele dia. Outros se agregam ao que ela expõe. E assim, a aula se enriquece, ela aprende muito, e outros também. Assim que vem o intervalo da aula noturna, lá vem ela, para continuar a troca de ideias, sempre com perguntas e relatos de elevado nível. Como é agradável lidar com jovens!

De minha parte, como me vejo pequeno diante da situação alarmante que se forma com a Nova Ordem Mundial e a Globalização, essa a principal ingrediente da Nova Ordem! E como faltam pessoas sinceras e sábias para interagir com esses jovens, da igreja ou de fora, onde possam se amparar para obter experiência! Enfim, como é difícil ser jovem hoje em dia. Lisonjeadores tem à vontade. Mas conselheiros sinceros e seguros, ao estilo de Paulo, bem poucos.

escrito entre 19 e 25/10/2011

revisado em 26/10/2011

corrigido por Jair Bezerra

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