Amor em silêncio

(adaptado do texto de Diogo Cavalcanti)

“O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (I Coríntios 13:4-7)

"Precisamos expressar afeto pelas pessoas enquanto há vida"

Assim como na história de Romeu e Julieta, eles se amavam, queriam construir uma vida juntos, mas suas famílias eram contra. Enfrentando tudo pelo sentimento que os unia, os jovens Abdullah e Kubra decidiram fugir para alguma outra cidade do seu país, a Turquia. Casaram-se em 1945, viveram felizes por 37 anos e decidiram adotar um sobrinho, pois não tinham filhos. Naquele ano, porém, tiveram uma forte discussão, depois da qual deixaram de conversar um com o outro por longos 27 anos.

O Romeu desta história passou a viver num quarto do porão da casa. Apesar de os dois se encontrarem várias vezes por dia, nem se cumprimentavam. Familiares, então a favor do casamento, procuraram uni-los com planos mais criativos, mas em vão. A teimosia de ambos parecia maior, apesar de todos perceberem que ainda havia um forte sentimento entre eles. Continuaram brigados até que a morte chegou em 2009. Kubra faleceu aos 82 anos, sem dizer adeus. Duas horas depois, Abdullah teve o mesmo destino quando recebeu a notícia. Tragédia moderna.

Após o duplo funeral, o filho adotivo disse à imprensa que os pais se gostavam, mas não queriam dar o braço a torcer, pedir desculpas e revelar o sentimento que mantinham por baixo da casca da insensibilidade.

Essa história é um caso extremo de uma realidade comum. Grandes relações de amor e de amizade se rompem por causa de discussões banais. Em vez de fazermos algo para restaurar as coisas, resistimos ao amor e teimamos em esperar que o outro dê o primeiro passo. Preferimos abrigar sentimentos de amargura que só nos prejudicam e afloram em doenças físicas e psicológicas.

Apesar de guardarmos lembranças de um bom relacionamento familiar ou de amizade, silenciamos bons sentimentos com a mordaça do orgulho.

Uma vez que se resista a reconciliação, com o passar do tempo, ela se torna cada vez mais difícil de alcançar, e a mágoa perdura por anos, ou até a morte. Por isso, devemos praticar o bom conselho do apóstolo Paulo: "Não se ponha o Sol sobre a vossa ira" (Efésios 4:26). Em outras palavras, se tivermos um problema com alguém, precisamos resolvê-lo antes que o Sol se ponha. Seja para pedir desculpas, ou perdoar, devemos fazê-lo o quanto antes. O amor não pode ficar calado.

O silêncio do amor também afeta relações diárias de forma muito sutil, na negligência das pessoas amadas. Temos ao redor pessoas muito importantes, mas elas nunca saberão disso se não o declararmos.

Filhos, pais, cônjuge, irmãos, amigos, colegas especiais de trabalho ou de estudos dividem conosco bons e maus momentos. Conhecem nosso temperamento, aplaudem nossas vitórias, reprovam nossos erros, e nos amam ou gostam de nós mesmo assim. Essas pessoas merecem elogios sinceros, cartões, flores, palavras de gratidão, abraços, passeios, depoimentos na página da internet, presentes, enfim, pequenos gestos que demonstrem o quanto são valiosos. Talvez seja isso que elas mais estejam precisando. Não podemos esperar para homenageá-las com uma coroa de flores a qual não poderão cheirar ou agradecer. Devemos expressar nosso amor enquanto há tempo, pois amor silencioso é amor que não pode ser sentido.

REFLEXÃO: “Porque este é o amor de Deus, que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são penosos.” (I João 5:3)

Fonte: Vida e Saúde

Jogando Até o Último Minuto

(adaptado do texto de Jim Mathis)

“Vocês não sabem que de todos os que correm no estádio, apenas um ganha o prêmio? Corram de tal modo que alcancem o prêmio” (I Coríntios 9.24)

Enquanto assistia a um evento esportivo num final de semana, uma coisa se tornou evidente para mim: é preciso jogar a partida inteira, quer isto signifique quatro quartos, como no futebol americano e no basquete; dois tempos como no futebol; três períodos no hóquei; nove “entradas” (ou mais) no basebol, ou 18 buracos no caso do golfe. É bom construir boa vantagem no início, mas ainda assim é preciso jogar a partida inteira.

Com frequência os períodos finais de uma competição são cruciais. Na partida a que me referi, entre dois grandes rivais, o resultado só ficou definido a apenas dois segundos do final. Ao alcançar uma vitória quando a derrota parece certa, torna-se claro que mesmo os últimos segundos da disputa podem ser de extrema importância.

Eu já entrei nos 60 anos de idade. Seja qual for o modo de olhar é exato afirmar que estou no último “tempo”, seguramente o último de meus anos produtivos. Tudo o que passar dos 80 será “excedente”. Mas aos 61 estou definitivamente começando a jogar meu “último tempo”. Entretanto, deixar o tempo correr, fazendo jogadas de pouco risco, como às vezes ocorre no futebol, não me parece prático ou digno de um atleta a esta altura de minha vida, mesmo que tivesse, digamos, boa “vantagem” a meu favor.

Muitos na minha idade já estão de olho no relógio, raciocinando que podem deslizar facilmente para o encerramento. Ou seja, já desistiram ou se encaminham para o chuveiro. O curioso é que eu me sinto bem como nunca. Não estou cansado. Sinto-me mais criativo e conheço mais do que conhecia antes. Seria apropriado revisar o meu “plano de jogo”, fazer escolhas melhores ou jogar como se o resultado ainda fosse incerto. Ou será que eu deveria apenas deixar o relógio correr? Penso que não! O apóstolo Paulo faz uma analogia entre a vida e a corrida esportiva, enfatizando a importância de se completar todo o percurso até ao final, conforme lemos no verso áureo acima.

Aparentemente achamos que, como ao dirigir um carro, a certa altura da vida podemos "desengatar a marcha" e deslizar até a linha de chegada em ponto morto e, ainda, vencer a corrida. Esta é uma ideia relativamente nova, dos séculos XIX e XX. A Alemanha foi o primeiro país a introduzir a ideia de aposentadoria em 1880. Hoje muitas pessoas (senão não a maioria) nos países industrializados, consideram a aposentadoria como um direito básico. Continuar ou não trabalhando depois de certa idade é uma decisão pessoal. Deveríamos, contudo, nos empenhar em servir a Deus e aos outros de forma produtiva, enquanto formos capazes de fazê-lo.

Filipenses 3.14 afirma: “Prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus”. Paulo compreendeu que, àquela altura da vida, a corrida ainda não tinha acabado. Assim, ele estava determinado a prosseguir até que ela – sua vida na terra – terminasse.

Quanto a mim, pretendo jogar com todo o empenho até o tiro final, apito, buzina, trombeta de Gabriel ou seja lá o que for que sinalizar o encerramento. Devemos isso ao nosso Treinador, nossa equipe e a nós mesmos. À nossa família, amigos, colegas de trabalho e quantos confiam em nós.

Para isso estamos aqui: PARA JOGAR A PARTIDA ATÉ O FINAL!

REFLEXÃO: “Ele dá força ao cansado, e aumenta as forças ao que não tem nenhum vigor. Os jovens se cansarão e se fatigarão, e os mancebos cairão, mas os que esperam no Senhor renovarão as suas forças; subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; andarão, e não se fatigarão” (Isaías 40:29-31)
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