Verso
para Memorizar
“Se nós, quando inimigos,
fomos reconciliados com Deus mediante a morte do Seu Filho, muito mais, estando
já reconciliados, seremos salvos pela Sua vida.” (Rm 5:10)
César L. Pagani
É inevitável que aconteçam, por vezes, alguns conflitos no seio da
igreja. Seres humanos imperfeitos são passíveis de certas hostilidades. Nem
mesmo os santos homens da igreja primitiva escaparam dessa atitude. Veja, por
exemplo, a contenda entre Paulo e Barnabé por causa de João Marcos. Lembre-se
também da reação irada dos discípulos de Jesus quando a mãe de Tiago e João foi
pedir “cargos” governamentais para os filhos. Em Atos temos a querela entre
cristãos gregos e cristãos judeus por causa da distribuição de alimento às suas
viúvas. Filemon e Onésimo, patrão e
servo, contenderam acremente. Cristãos fariseus contenderam com cristãos
gentios por causa da obrigatoriedade da circuncisão aos novos conversos.
Na
história de nossa igreja temos as disputas entre o presidente da Associação
Geral, George Butler, seu secretário, Uriah Smith, versus Ellet Waggoner e
Alonzo Jones, isso sem contar os partidários de cada lado.
O
que se precisa evitar é a continuidade dos enfrentamentos. A concórdia e o
perdão são sempre os melhores rumos. Seguidores de Cristo precisam ser
conciliáveis.
A lição desta semana explora os princípios e
procedimentos que promovem a unidade e criam ambiente para o reavivamento e a
reforma.
DOMINGO
Da ruptura à amizade
A dissensão entre Paulo e Barnabé não foi de
pequena monta. O texto de At 15:39 fala em termos de “tal contenda houve entre
eles, que se apartaram um do outro”. Aqueles que haviam sido tão unidos na obra
do Senhor acabaram perdendo de certa forma o controle e resolveram separar-se
por causa de Marcos que, numa precipitação juvenil por causa das agruras que a
vida de missionários produzia, resolveu abandonar a obra e trair a confiança de
Paulo.
Convenhamos que a
posição de Paulo parece inflexível. Ele, naquele momento, não queria dar
segunda chance ao jovem. Paulo era extremamente zeloso e não admitia que a obra
de Deus fosse prejudicada pela veleidade do moço. Barnabé, seu tio, via os
erros de Marcos de uma forma mais paternal e achava que a anterior defecção
deveria ser perdoada com amor.
“Barnabé estava pronto a ir com
Paulo, mas desejava que tomassem a Marcos, o qual se decidira de novo a
devotar-se ao ministério. Paulo fez objeção a isto. Parecia-lhe ‘razoável que não
tomassem consigo aquele que’ durante sua primeira viagem missionária tinha-os
deixado em tempo de necessidade. Ele não estava inclinado a
desculpar a fraqueza de Marcos em
desertar da obra pela segurança e conforto do lar. Insistia que alguém de tão
pouca fibra não estava habilitado para uma obra que requeria paciência,
altruísmo, bravura, devoção, fé e disposição para sacrificar, se necessário, a
própria vida. Tão forte foi a contenda, que Paulo e Barnabé se separaram, seguindo este suas convicções e tomando
consigo a Marcos. ‘Barnabé, levando consigo a Marcos, navegou para Chipre. E
Paulo, tendo escolhido a Silas, partiu, encomendado pelos irmãos, à graça de
Deus.’ At 15:38-40.” Atos dos Apóstolos, 202.
Porém, mais tarde,
Paulo mostra que não nutria ressentimentos. Ele recomendou o jovem Marcos (mais
tarde o escritor sagrado do evangelho que leva seu nome) aos irmãos da igreja
de Colossos e fez boas recomendações a seu respeito (Cl 4:10). O apóstolo
considerava Marcos agora como um de seus fiéis cooperadores juntamente com
Aristarco e Jesus, apelidado o Justo.
Escrevendo a Timóteo,
Paulo ordenou que ao se encontrar com ele Timóteo trouxesse Marcos, dizendo que
o considerava “muito útil para o ministério”. Reatava-se a amizade cristã
anterior e o “pecado” de Marcos foi perdoado e relevado. Esse é o princípio
cristão de perdoar sempre e procurar a recuperação do faltoso.
A reconversão de Marcos – “Desde
os primeiros anos de sua profissão de fé, a experiência cristã de Marcos
tinha-se aprofundado. Ao estudar mais acuradamente a vida e a morte de Cristo,
tinha ele obtido mais clara visão da missão do Salvador, Suas provas e
conflitos. Lendo nas cicatrizes das mãos e pés de Cristo as marcas de Seu
serviço pela humanidade, e até aonde leva a abnegação para salvar os perdidos e
prestes a perecer, Marcos se dispusera a seguir o Mestre na senda do
sacrifício. Agora, partilhando a sorte de Paulo, o prisioneiro, ele compreendeu
melhor que nunca, que é infinito ganho ganhar a Cristo, e infinita perda ganhar
o mundo e perder a alma por cuja redenção foi o sangue de Cristo derramado. Em
face de severa adversidade e prova, Marcos continuou firme, um sábio e amado
auxiliar do apóstolo.” Atos dos
Apóstolos, 440.
SEGUNDA
Na epístola a
Filemon não há qualquer menção do motivo de Onésimo haver fugido da casa de seu
amo. Quem sabe fosse repreendido por ser
madraço ou preguiçoso, indolente, não se desempenhando bem das tarefas que lhe
eram ordenadas. Ellen White diz que Onésimo havia roubado Filemon e fugido. Então,
insurgiu-se contra Filemon e fugiu para abrigar-se sob a proteção do apóstolo
Paulo.
Certamente isso constituíra um
prejuízo para Filemon, que contava com os serviços de Onésimo.
Paulo recebeu Onésimo, mas não lhe
garantiu permanência consigo, porque isso não era lícito pelas leis romanas. O
escravo era propriedade plena de seu amo e quem o protegesse constituía-se em
apropriador de bem alheio, estando sujeito às penas da lei.
Tanto Filemon quanto Onésimo eram
frutos do trabalho missionário de Paulo. Ele os amava intensamente e queria que
tudo chegasse a bom termo.
Notemos que a intercessão de Paulo
junto a Filemon contém autoridade para ordenar e respeito para solicitar. Ele
solicita que Filemon, como líder da igreja que estava em sua casa e pastor dos
crentes que lá congregavam, receba Onésimo não mais na condição de escravo,
para reencaixá-lo no mesmo regime que antes, mas como “irmão caríssimo”
perdoado de todas as suas faltas.
Paulo pediu que, em consideração a
ele próprio, Filemon recebesse Onésimo sem hostilidades e sem exercitar seus
direitos legais de senhor. O apóstolo até se oferece para pagar eventuais
prejuízos que Filemon houvesse sofrido pela fuga do escravo.
O apelo do apóstolo foi tão tocante
que, temos certeza, Filemon seguiu à risca seus conselhos e recebeu Onésimo. O
restabelecimento da concórdia foi de grande conforto ao coração do sofrido
mensageiro de Cristo.
“Entre os que deram o coração a Deus por intermédio do trabalho de Paulo
em Roma, estava Onésimo, escravo pagão que havia lesado a seu senhor, Filemom,
crente cristão de Colosso, e havia escapado para Roma. Na bondade de seu
coração, Paulo procurou aliviar a pobreza e angústia do desventurado fugitivo,
e em seguida procurou derramar a luz da verdade em sua mente obscurecida. Onésimo ouviu as palavras da vida, confessou seus pecados e foi convertido à fé
em Cristo.
“Onésimo
tornou-se caro a Paulo por sua piedade e sinceridade, não menos que por seu
terno cuidado pelo conforto do apóstolo, e seu zelo em promover a obra do
evangelho. Paulo viu nele traços de caráter que poderiam torná-lo útil auxiliar
no labor missionário, e aconselhou-o a retornar sem delonga a Filemom,
suplicar-lhe perdão, e fazer planos para o futuro. O apóstolo prometeu
responsabilizar-se pela soma de que Filemom havia sido roubado. Estando pronto
para despachar a Tito com cartas para várias igrejas na Ásia menor, enviou com
ele Onésimo. Era uma severa prova esta para o servo, apresentar-se ao senhor a
quem havia lesado, mas havia sido convertido de verdade, e não se furtou a este
dever.
“Paulo tornou Onésimo portador de uma carta a
Filemom, na qual, com seu usual tato e bondade, o apóstolo pleiteava a causa do
servo arrependido, e manifestava o desejo de retê-lo para seu serviço no futuro...
“Quão apropriadamente isto
ilustra o amor de Cristo pelo pecador arrependido! O servo que defraudara a seu
senhor não tinha com que fazer a restituição. O pecador que tem roubado a Deus
de anos de serviço não tem meios de cancelar o débito. Jesus Se interpõe entre
o pecador e Deus, dizendo: Eu pagarei o débito. Poupa o pecador; Eu sofrerei em
seu lugar.” Atos dos Apóstolos, 456,
458.
TERÇA
A igreja de Corinto era um celeiro de
problemas espirituais. Dissensões por motivos políticos internos, imaturidade
espiritual, ciúmes, disputas, rixas, preferências pastorais, imoralidade,
desunião...
Como
é que uma igreja assim poderia ser representante de Jesus no mundo
greco-romano?
Jesus
veemente e constantemente recomendara que eles fossem unidos a Ele como Ele era
unido ao Pai. Nosso Salvador queria formar uma unidade contínua entre família
terrena e família celeste. Ensinou que aquele que quisesse ser o maior na
igreja, fosse seu maior servidor. O próprio Paulo se apresenta na epístola como
um servo de Cristo.
Apolo,
pastor substituto de Paulo para cuidar da igreja de Corinto, ficou tão
desanimado com as dissensões e divisões internas, mesmo com as preferências
demonstradas pela sua pessoa, que deixou a cidade e jamais voltou a trabalhar
lá, a despeito de reiterados convites de Paulo.
“Dentre os mais sérios males que se haviam desenvolvido entre os
crentes coríntios, estava o de haverem retornado a muitos degradantes costumes
do paganismo. A apostasia de um converso tinha sido tal que sua atitude de
licenciosidade constituía uma violação até do mais baixo padrão de moralidade
adotado pelo mundo gentio. O apóstolo insta com a igreja para que afaste de seu
seio ‘o que cometeu tal ação’. ‘Não sabeis’, admoestou ele, ‘que um pouco de
fermento faz levedar toda a massa? Alimpai-vos pois do fermento velho, para que
sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento.’ 1Co 5:6 e 7.
“Outro grave mal que
havia na igreja era o de ir um irmão contra outro perante tribunais. Haviam
sido tomadas suficientes medidas para a solução de dificuldades entre crentes.
O próprio Cristo havia dado claras instruções sobre a maneira de solucionar
tais questões. ‘Ora, se teu irmão pecar contra ti’, aconselhara o Salvador, ‘vai,
e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir ganhaste a teu irmão; mas se não
te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três
testemunhas toda a palavra seja confirmada. E, se não as escutar, dize-o à
igreja; e, se também não escutar à igreja, considera-o como um gentio e
publicano. Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na Terra será ligado no
Céu.’ Mt 18:15-18.
“Satanás está
constantemente procurando introduzir desconfiança, alienação e malícia entre o
povo de Deus. Somos muitas vezes tentados a sentir que nossos direitos estão
sendo usurpados mesmo quando não há causa real para tais sentimentos. Aqueles
cujo amor por si mesmos é mais forte que por Cristo e Sua causa, colocarão seus
próprios interesses em primeiro lugar, e valer-se-ão de quase qualquer
expediente a fim de guardá-los e mantê-los. Mesmo muitos que parecem ser
cristãos conscienciosos são, pelo orgulho e estima própria, impedidos de ir
particularmente àquele a quem consideram em erro, a fim de falar-lhe no
espírito de Cristo e juntos orarem um pelo outro. Quando se consideram
ofendidos pelo irmão, alguns vão até aos tribunais, em vez de seguirem a regra
dada pelo Salvador.” Atos dos Apóstolos, 303
a 305.
Qual foi a solução
proposta Paulo para colocar a igreja nos eixos? União, recepção e exercício dos
dons do Espírito, amor de uns pelos outros, tolerância cristã, trabalho
conjunto na missão de Cristo, uniformidade de pensamento doutrinário, firme
apego aos princípios da igreja.
O caminho para a
equalização da igreja hoje passa pelos mesmos canais. Precisamos deixar de lado
nossos classismos sociais e étnicos, partidos políticos locais, indiferença,
impaciência, intolerância e orgulho, e rogar que Jesus nos faça um como Ele é
com o Pai.
QUARTA
Do atrito ao perdão
Há várias palavras hebraicas e gregas para o termo perdão. Sua ideia comum é libertar um
ofensor da culpa de seu procedimento e restaurar a relação pessoal existente
antes da ofensa. Os dois verbos mais utilizados para “perdoar” são nâsâ'
(literalmente "erguer ou tirar a culpa e sâlaj. Também é usado o
verbo kâfar, com o significado de cobrir, ocultar ou expiar. Já os verbos
gregos são jarízomai (literalmente "dar com graça, como
favor", "remitir, absolver ou indultar, cancelar o débito”.
Perdão e renunciar ao ressentimento e anseio de vendeta ou
vingança contra quem nos ofendeu. A Bíblia ensina que há condições obtenção de
perdão. Lucas 17:3 registra as palavras do Mestre: “Se teu irmão pecar contra
ti, repreende-o; se ele se arrepender,
perdoa-lhe.” E se ele não se arrepender? Ainda assim devemos desistir de nosso
direito de retribuição e orar por ele, deixando com Deus tratá-lo como Ele
julgar conveniente e justo. Foi o que Estevão fez ao ser apedrejado. Foi o que
Jesus fez suspenso na cruz em face aos Seus inimigos.
O
perdão incondicional de Deus foi-nos concedido quanto ainda éramos pecadores,
não Lhe havíamos confessado nada e nem nos arrependido da afronta que Lhe
fizemos. Isso provou o amor infinito do Senhor oferecendo Ele a Cristo na cruz.
Isso, contudo, não é indulgência plenária ou perdão antecipado de todos os
pecados, a despeito de nossa violação voluntária da Lei. É ato santo de justiça
de Deus punir o pecado. E se o pecador se apega cega e firmemente a ele, terá
de sofrer a penalidade. Deus nos perdoou antecipadamente em Cristo, mas temos
de seguir as orientações dEle nos passos da confissão, arrependimento e
abandono.
“Todos os homens pecam contra Deus (Rm. 3:23) e
estão condenados à morte eterna (Rm 6:23), a menos que se arrependam de seus pecados
(Lc. 13:3, 5; At 3:19) e dEle obtenham perdão (1Jo 1:9), restaurando com Ele
uma relação correta (Rm. 5:1). Deus não é obrigado a perdoar o pecador culpado,
porém Seu caráter bondoso O impele cada vez que se deseja ou se pede perdão (Ex
34:6, 7; Lm. 3:42). O pedido de perdão deve ser feito, porém, com toda a
sinceridade e com a intenção de não se aproveitar da graça livremente
outorgada. Quando Deus perdoa o faz completamente e sem reservar, restaura o
pecador ao mesmo estado de favor que antes desfrutava e elimina toda alienação
e separação.” Dicionário Bíblico
Adventista do Sétimo Dia, verbete “perdão”.
O perdão deve ser amplo, sem reservas para com
nossos ofensores. Lembremo-nos da parábola do credor incompassivo. É verdade
que o perdão não justifica a atitude ofensiva. Ele tão somente não a
revida. Setenta vezes sete um mesmo
pecado contra nós deve ser perdoado. Jesus disse que se meu irmão pecar contra
mim sete vezes num só dia e vier pedir o perdão, devo perdoá-lo sob essas
condições.
“É privilégio de todos os que
cumprem as condições, saber por si mesmos que o perdão é oferecido amplamente para todo pecado. Abandonem a suspeita de que as
promessas de Deus não se referem a vocês. Elas são para todo transgressor
arrependido. Força e graça foram providas por meio de Cristo, sendo levadas
pelos anjos ministradores a toda alma crente.” Caminho a Cristo, 52 e 53.
“As condições para obter
misericórdia de Deus são simples, justas e razoáveis. O Senhor não requer de
nós atos penosos a fim de que alcancemos o perdão dos pecados. Não precisamos empreender longas e cansativas peregrinações,
nem praticar duras penitências a fim de recomendar nossa alma ao Deus do Céu ou
expiar nossas transgressões; mas o que confessa os seus pecados e os deixa,
alcançará misericórdia.
“Diz o apóstolo: ‘Confessai
as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para que sareis.’ Tg
5:16. Confessai vossos pecados a Deus, que é o único que os pode perdoar, e
vossas faltas uns aos outros. Se ofendestes a vosso amigo ou vizinho, deveis
reconhecer vossa culpa, e é seu dever perdoar-vos plenamente. Deveis buscar
então o perdão de Deus, porque o irmão a quem feristes é
propriedade de Deus e, ofendendo-o, pecastes contra seu Criador e Redentor. O
caso será levado perante o único Mediador verdadeiro, nosso grande Sumo
Sacerdote, que ‘como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado’, e que Se
compadece ‘das nossas fraquezas’ (Hb 4:15), sendo apto para purificar-nos de
toda mancha de iniquidade.” Idem, 37.
Do rancor para a restauração
Rancor,
ódio, raiva, ira, aversão, são a mesma coisa e, segundo o apóstolo Paulo, obras
da carne (Gl 5:20) e os que o nutrem com frequência serão excluídos do reino de
Deus (v. 21). O rancor pode ser gerado por vários motivos: ser alvo de
desprezo, humilhações, agressões físicas ou verbais, inveja, ciúmes, ou mesmo
antipatia gratuita, indiferença, segregação e daí por diante.
Ele é um sentimento
minador de forças tanto físicas quanto psíquicas, produtor de adrenalina
excessiva , combatente da natureza espiritual, autodestrutivo, bloqueador de
boas emoções, etc.
Já o perdão, segundo
o Dr. Fred Luskin, da Escola de Medicina da Universidade de Stanford
e criador do Projeto Stanford de Perdão (instituição que estuda os efeitos do
perdão no ser humano ), garante que perdoar é uma ação libertadora que permite um vivência
de plenitude e saúde mental, física e espiritual. Diz Luskin que quando uma
pessoa perdoa a ofensa de alguém contra si, acaba melhorando sua vitalidade
geral, o apetite, a conciliação e usufruto do sono e do repouso e aumenta os
níveis de energia. Até a pressão arterial se normaliza.
Deus, por
Seu maravilhoso exemplo, nos ensina a perdoar sempre, embora jamais tenha o
culpado por inocente. Seu trato com os israelitas é prova do constante desejo
divino de perdoar sempre. Isso, contudo,
não quer dizer enterrar a transgressão na impunidade e permitir que o faltoso
continue em seu curso maldoso.
Jesus
ensinou que se meu irmão pecar contra mim, a primeira coisa a fazer não é
esperar que ele me peça perdão, mas ir-lhe ao encontro e travar um conversa
honesta, respeitosa e sincera, procurando persuadi-lo de seu erro. O Senhor
também outorgou à parte inocente o direito de repreensão. Isto é, o inocente
pode chamar a atenção do ofensor e denunciar o erro perpetrado. A vítima deve
lembrar-se, antes do encontro com o culpado, de que deve orar e pedir palavras
sábias para dizer-lhe. Que Deus lhe ponha um guarda à porta dos lábios para que
nenhuma palavra inadequada seja dita.
Como sempre
existem pessoas turronas e a congregação de cristãos não está livre delas, se o
ofensor se fechar em seu orgulho e recusar-se a confessar seu erro e pedir
perdão, o ofendido fica livre para trazer de uma a três testemunhas para que o
fato se estabeleça. Como tantas vezes o
ofensor acha que estava certo em agravar o ofendido, talvez a argumentação de
mais pessoas possa despertar-lhe a consciência.
Persistindo
ainda a atitude erradia, o caso deve ser levado aos líderes da igreja para
exame e, quiçá, novas tentativas de persuasão, quem sabe com a intervenção do
próprio pastor local.
Agora, se o
indivíduo resistir às admoestações da igreja, que é a estância final, depois de
todos os recursos esgotados, o caso é até motivo para desligamento do quadro de
membros.
Mas a
esperança do ofendido é que o agressor seja convencido pela bondosa e
perdoadora atitude do primeiro. Assim, a reconciliação se proverá um poderoso
lenitivo para dissipar os últimos traços de animosidade e restaurar uma amizade
até mais robusta do que antes.
Uma coisa é certa: a
atitude de perdão deve sempre remanescer no coração da vítima, ainda que a
parte contrária não arrede de jeito nenhum.
Perdoar é divino.