09 a 15 de Março de 2013
Verso
em destaque: “Porque o Filho do Homem
é senhor do sábado.” Mt 12:8.
Nota
do comentarista: Os irmãos poderão achar alguma diferença
nos títulos principal e diários da lição. É que os traduzimos diretamente do
original e esses podem não ser iguais aos dos impressos na lição em português.
Desde
o início o sábado não foi feito simplesmente para ser um dia de descanso
físico. Ora, o homem edênico não padecia fadigas. Por certo nem precisaria
dormir, visto que o sono é um processo restaurador de energias e o Adão
perfeito não produzia resíduos metabólicos que precisassem ser eliminados, e
nem necessitava diminuir seus ritmos cardíaco e respiratório para relaxar
músculos, liberar melatonina, GH (hormônio de crescimento), leptina, revigorar
os sistemas orgânicos, etc. Ele não estaria, portanto, cansado no final do
sexto dia, necessitando ansiosamente umas horas de relax físico e psíquico.
Todos
os dias edênicos, entendemos, começavam com cultos matutinos. Vozes humanas e
de animais louvavam ao benigno Criador por trazer-lhes a vida, cuidar deles e
produzir-lhes felicidade contínua. Mas o sábado era um dia de culto todo
especial. Deus vinha encontrar-Se com Sua criação nos trajes de gala de Sua
esplendorosa glória. O louvor deve ter sido muito mais intenso nesse dia, muito
mais jubiloso; as emoções fluiriam com mais pujança.
O
sábado era o aniversário semanal da magnífica obra de Deus. Como esse dia foi feito
por causa do homem, isto é, para trazer-lhe a maior soma de benefícios, era
também a coroa da semana. Nenhuma
atividade comum era realizada no santo período. Os trabalhos, os estudos, os
cuidados com o Jardim, tudo era posto de lado para desfrute total do dia
especial de Deus.
Deus
não apenas descansou, santificou e abençoou o dia de sábado; Ele o transformou
em mandamento moral para todas as gerações. Como estatuto perpétuo, enquanto
durar a eternidade perdurará o sábado como memorial da criação.
DOMINGO
A criação e o
sábado do sétimo dia
O santo mandamento ordena que
se ponha de lado para uso especial o tempo do sétimo dia. O sábado, desde o
início, era para ser um manifesto distintivo da grandeza criadora de Elohyim, um sinal de sua soberania e
governo, um tempo de graça especial onde o desejo divino de tornar os seres
humanos felizes seria mais completamente satisfeito.
Cada sábado é uma réplica ostensiva
às teorias ateias sobre a origem do Universo e da Terra. Cada sábado diz:
“Escutem, homens de dura cerviz ou obstinados, Deus fez tudo quanto existe e
criou a Terra e tudo quanto nela há em seis dias literais e no sétimo instituiu
o sábado como tempo distinto para colóquio com a humanidade.”
Em Gn 2:2 está escrito que Deus
terminou no sétimo dia a obra criadora. E o que Ele fez no sétimo dia? Tudo
quanto era necessário à vida na Terra foi concluído em seis dias. Mas a
afirmação do texto sagrado é que o Criador não considerou Sua obra pronta
enquanto não criasse o dia exclusivo. O próprio Deus não fez nenhuma obra no
sétimo dia. Ora, se tudo quanto fora
criado era vital para seres humanos e animais, Ele considerou impostergável a
medida que tomou no sábado: criar o tempo de comunhão, o dia de alegria, de
revigoramento, de prazer.
A razão para a criação do sábado é
dada no próprio texto do mandamento: “[...] porque em seis dias fez o Senhor os
céus e a terra, o mar e tudo o que neles há, mas ao sétimo dia descansou [ou
cessou de criar].” Então, segue-se que se você quiser honrar ao seu Criador
como originador de todas as coisas, deve consagrar-se no tempo santo e não
cuidar de nada que seja contrário ao espírito do sábado. “Nesse dia [sábado] Deus Se propõe abençoar de
maneira especial todos os que se consagram a Seu serviço.” CI, 332.
Há bênçãos especiais no sétimo dia.
A Escritura as chama de “cavalgada sobre as alturas da Terra” e “herança de
nosso pai Jacó” (Is 58:14). Isto é, os
fieis guardadores do sábado, que o observam segundo o Espírito de Jesus, um dia
serão elevados sobre as alturas da Terra para encontrar-se com seu Senhor nos
ares e estarão para sempre com Ele. A herança de Jacó, que é a herança de
Abraão, é a cidade que tem fundamentos, a qual o Senhor fundou e não o homem.
Vale a pena ser fiel.
Ellen White diz que “santificar o sábado ao
Senhor importa em salvação eterna” Testemunhos
Para Igreja, vol. 6, p. 356.
SEGUNDA-FEIRA
O profundo significadodo descanso sabático
No corpo dos
Dez Mandamentos, mais especificamente no texto do sábado, Deus dá a razão por
que deseja que Seu povo observe o descanso do sétimo dia: A criação do mundo em
seis dias e o descanso divino no sétimo, com as bênçãos do Senhor no
sétimo. O que diferencia Elohyim
dos outros deuses é que Ele é o Deus vivo, autoexistente e Criador de todas as coisas, enquanto os
deuses dos homens são feitos por eles mesmos e revestidos de suas próprias características
pecaminosas.
Em Dt 5:12-15,
os mandamentos são repetidos 40 anos depois de dados no Sinai. Há uma diferença
no texto referente ao sábado, dando agora como razão para a guarda o fato de
Deus ter livrado Israel do Egito. Isso não quer de forma alguma significar a
revogação do texto original do mandamento escrito em tábuas de pedra (ele não
foi reescrito noutras tábuas que retificassem o texto sinaítico). Moisés
repetiu oralmente os Dez Mandamentos e acrescentou o livramento da terra do
Egito como outro motivo para a observância do dia sagrado. Note-se que também
houve pequena modificação na repetição oral do quinto mandamento, com acréscimo
de algumas palavras.
Sábado: distintivo do povo de Deus – O sábado é o
brasão de armas do povo de Deus. Ezequiel 20:12 diz que o sétimo dia é o sinal
de que o povo que o observa pertence a Deus e é sinal de santificação ou
separação entre ele e os outros povos.
O que é preciso
salientar que não basta uma observância meramente tradicional ou formal do
sábado. Ele deve ser vivido cada semana em toda a sua plenitude. Há que haver
uma reforma da guarda do sábado entre o povo de Deus. “Nem todos quantos pertencem ao
nosso povo são tão escrupulosos, no tocante à observância do sábado, quanto
deveriam sê-lo. Ajude-os Deus a reformarem-se. Convém ao chefe de cada família
assentar os pés firmemente na plataforma da obediência.” Testemunhos Seletos, vol. 3, págs.
129-131.
Amplos objetivos: saúde espiritual e
física: “Quando foram
colocados os fundamentos da Terra, foi colocado também o fundamento do sábado.
Quando as estrelas da alva cantaram juntas e todos os filhos de Deus se
rejubilaram, Deus viu que o sábado era essencial para Adão e Eva, mesmo no
Paraíso. Ao dar-lhes o
sábado, Deus levou em consideração a sua saúde espiritual e física. “ Cristo
Triunfante, 14.
“Ao observamos o sábado, demonstramos
reconhecer a Deus como o Deus vivo, Criador do céu e da Terra.” Carta 31, 1898.
Jesus não foi somente ensinador do
sábado, mas observador do sétimo dia. Ele ensinou que o sábado foi feito por
causa do homem. Segue-se que enquanto
existir o homem, existirá o sábado. Quando, no milênio, a Terra ficar sem nenhum
habitante, não haverá sábados aqui a guardar. Mas ele será observado no Céu
porquanto os remidos lá estarão.
Outro ponto ensinado por Cristo, que
é muito mais uma reivindicação de Sua Divindade, diz que Ele é o Senhor do
sábado. Então, aí nosso Senhor deixou claro que o dia do Senh0r é o sábado.
Tão zeloso era Cristo do sábado, que
procurou desvencilhá-lo das tradições, doutrinas humanas e acréscimos.
Encontramos no Talmude havia 39 restrições para o sábado. Três delas
proibiam nadar, dançar e saltar. Também era vedado prestar assistência médica e
humanitária, a menos que a situação do assistido implicasse em risco de morte. Se você sofresse uma fratura no dia sagrado,
os líderes religiosos não permitiam que tivesse qualquer socorro. A vítima era
obrigada a esperar até o pôr do sol. As mesmas disposições valiam para a
aplicação de cataplasmas ou ataduras. Veja essa atitude exemplificada em Mt
12:9-13. “De preferência a violar suas
tradições, deixariam um homem sofrer, ao passo que socorreriam um animal por
causa do prejuízo para o possuidor, caso fosse o mesmo negligenciado. Assim,
maior era o cuidado que manifestavam por um animal, que por um homem, criado à
imagem divina. Isso ilustra a operação de todas as religiões falsas.” DTN, 286.
Quando
um judeu alimentasse suas galinhas, precisava estar atento para que as
bicharocas comessem tudo, pois se ficasse um grão de sobra, isso seria
considerado como um tipo de semeadura. Arre!
O absurdo do
tradicionalismo combatido por Jesus chegou a seu cúmulo nesta declaração
encontrada na literatura sagrada judaica: “Os pecados de todo aquele que
observar estritamente toda lei do sábado, embora seja ele adorador de idosos,
ser-lhe-ão perdoados.”
A obtusidade do tradicionalismo é visto na acerba crítica
que os fariseus fizeram aos discípulos de Jesus, quando esses entraram numa
seara para se alimentar de espigas de trigo.
“Por que fazem no sábado o que não é lícito?” Mas esses hipócritas, para
burlar a lei que estabelecia que ninguém poderia caminhar por mais de 1.260
metros no sábado, eles iam até Jericó na sexta-feira, por exemplo, cidade que distava uns 15 km de Jerusalém, e lá deixavam
um tipo de marmita com o almoço de sábado. No dia de guarda, eles justificavam
a ida a Jericó na hora do almoço para poderem comer sua refeição, extrapolando
assim a “distância lícita”.
Jesus deixou claro que o sábado não
é um dia de fardos religiosos e opressões, mas de alegria, renovo espiritual,
progresso de alma e dedicação a Deus e ao próximo necessitado.
“É lícito, ou seja, está de acordo com a lei. Cristo jamais reprovou os
judeus por guardarem a lei de Deus ou por honrarem o sábado. Ao contrário, Ele
sempre exaltou a lei em toda sua plenitude.
“Declarou
Isaías a respeito de Jesus: ‘Foi do agrado do Senhor, por amor da sua própria
justiça, engrandecer a lei e fazê-la gloriosa.’ Is 42:21. Engrandecer significa
exaltar, elevar a uma posição de destaque.
“Cristo engrandeceu a lei
demonstrando o maravilhoso significado de cada um de seus preceitos. Mostrou
que a obediência não consiste apenas de atos externos que podem ser vistos
pelos homens, mas envolve também os pensamentos que podem ser sondados por
Deus.” VJ, 70.
QUARTA-FEIRA
O sábado e os últimos dias
“Vivemos no tempo do fim.
Os sinais dos tempos, que se cumprem rapidamente, declaram que a vinda de
Cristo está próxima, às portas. Os dias em que vivemos são solenes e
importantes. O Espírito de Deus está gradual, mas seguramente, sendo retirado
da Terra. Pragas e juízos já estão caindo sobre os que desprezam a graça de
Deus.
“As calamidades em terra e
mar, as condições sociais agitadas, os rumores de guerra, são assombrosos.
Prenunciam a proximidade de acontecimentos da maior importância.
As forças do mal estão se
arregimentando e se consolidando. Elas estão se robustecendo para a última
grande crise. Grandes mudanças estão prestes a ocorrer no mundo, e os
acontecimentos finais serão rápidos.
“As condições do mundo
mostram que estão iminentes tempos angustiosos. Os jornais estão repletos de
indícios de um terrível conflito em futuro próximo. Roubos ousados são
ocorrência frequente. As greves são comuns. Cometem-se por toda parte furtos e
assassinatos. Homens possuídos de demônios tiram a vida de homens, mulheres e
crianças. Os homens têm-se enchido de vícios, e estão generalizados todos os
tipos de males. O inimigo tem conseguido
perverter a justiça e
encher do desejo de ganho egoísta o coração das pessoas. ‘A justiça se pôs
longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, e a equidade não pode
entrar’. Is 59:14. Nas cidades grandes
há multidões vivendo em pobreza e miséria, quase privadas de alimento, abrigo e
vestuário; ao passo que nas mesmas cidades há os que têm mais do que o coração
poderia desejar, que vivem no luxo, gastando o dinheiro com casas ricamente mobiliadas,
com adornos pessoais, ou
pior ainda, com a satisfação das paixões carnais, com bebidas alcoólicas, fumo
e outros artigos que destroem as faculdades do cérebro, desequilibram a mente e
degradam a vida.
“Sobem para Deus os
clamores da humanidade que perece de fome, ao mesmo tempo em que, por toda
sorte de opressões e extorsões, os homens acumulam fortunas colossais.” Conselhos Para a Igreja, 36.
Nesse caos infernal em que
vivemos, o sábado é o refrigerante oásis de nossa alma. O dia do Senhor é a catarse que fazemos
semanalmente; é a desintoxicação da contaminação do mundo. Precisamos
apegar-nos hoje com mais zelo ao desfrute do sábado, isto é, observá-lo
conforme o mandamento. Ele nos será um
precioso lenitivo para contrabalançar os males que o mundo nos impõe durante
seis dias.
“Grandes bênçãos estão
incluídas na observância do sábado, e a vontade divina é que ele seja um dia de
alegria para nós. Houve júbilo na instituição do sábado. Contemplando com
satisfação as coisas que criara, Deus declarou ‘muito bom’ tudo quanto fizera.
Gn 1:31. O Céu e a Terra vibravam então de alegria. ‘As estrelas da alva juntas
alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam’. Jó
38:7. Embora o pecado tenha entrado no mundo e
manchado a perfeita obra divina, o Senhor ainda nos dá o sábado como testemunho
de que um Ser onipotente, infinito em misericórdia e bondade, criou todas as
coisas. É intuito do Pai celestial preservar entre os homens, mediante a
observância do sábado, o conhecimento de Si mesmo. Seu desejo é que o sábado
nos aponte a Ele como o único Deus vivo e verdadeiro, e pelo conhecimento dEle
possamos ter vida e paz.” Obra citada, 266.
Um salmo para o
sábado
O título do Sl 92 é, em
hebraico, “Um cântico para o dia de sábado”. Bom é render graças a Deus a cada
dia, mas principalmente quando em colóquio com o Senhor em Seu templo no dia
sagrado.
Dois versos pinçados do Sl 92 deixam evidente que o
salmista exultava nas obras de Deus. O texto revela que ele avaliava em meditação os grandes feitos do
Senhor Criador. Sentia alegria ao contemplar os testemunhos da Natureza em
favor dAquele que tudo fizera. “Pois me alegraste, Senhor, com os Teus feitos; exultarei nas obras
das Tuas mãos. Quão grandes, Senhor ,
são as Tuas obras! Os Teus pensamentos, que profundos!” (vv. 4 e 5)
Não há dia mais propício para contemplação e
meditação nas grandezas criadoras de Jeová senão o sábado. Nesse dia temos 24 horas para pensar
livremente no infinito talento criador de Elohyim.
Registra a história que o sábio italiano Galileu
Galilei estava preso pela Inquisição por ter cometido o “crime” de afirmar que a Terra girava em torno do Sol, pensamento
esse que não era admitido pela igreja.
Um amigo do cientista foi visitá-lo um dia na prisão e lhe fez uma
pergunta: “Crede voi nella divinitá?” (Você crê na divindade?). Ao que Galileu respondeu apontando para uma
palhinha que estava no chão da cela: “Esta hastezinha basta para me provar à
saciedade a existência de Deus!”
O grande cientista
naturalista sueco Lineu disse, certa vez: “Segui as pegadas do Eterno,
contemplando Suas obras.”
Observemos, meus irmãos, que o verso 13 fala que o
justo é “plantado na casa do Senhor” e ali floresce. Perguntamos: Qual é o dia
especial em que ficamos “plantados” na casa de Deus senão o sábado?” Nos outros
dias de culto, passamos tão somente cerca de uma hora no templo, ao passo que
no sábado, mais de um terço das horas claras é despendido na igreja, em
adoração.
Ali as
obras do Senhor nos são mostradas através de hinos, orações, pregações,
cânticos especiais. Ali vemos a maravilhosa Palavra de Deus, por cujo poder tem
atravessado séculos e séculos, mesmo entre perseguições e ataques ferozes de
Satã e seus confederados. Ali vemos jovens
entusiasmados no serviço do Senhor, velhos que, do alto de seus 80 e até 90
anos se reúnem para a adoração. Parece
que no sábado Deus Se manifesta de modo muito especial através de tudo quanto
nos cerca no templo. Ali Ele nos diz que
é nosso Senhor, Criador, Pastor, Redentor e Amante, e nós Lhe dizemos que Ele é
nosso Deus a quem amamos e servimos.
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