Comentários Lição 11 – Visões de Esperança (Zacarias) - Prof. Sikberto Marks

08 a 15 de Junho de 2013

Verso para memorizar: “Naquele dia, diz o Senhor dos Exércitos, cada um de vós convidará ao seu próximo para debaixo da vide e para debaixo da figueira” (Zac. 3:10).

Introdução de sábado à tarde
O profeta Zacarias, contemporâneo de Ageu estudado na semana passada, atuou uns anos depois da volta da primeira leva de judeus do exílio. Ele entrou em ação quando os voltaram do exílio andavam desanimados porque nada dava certo, o trabalho rendia pouco e uma seca não permitia safras, havendo pobreza na terra, muros ainda no chão e o templo estava destruído. O problema com Zacarias era o mesmo que com Ageu.
O livro que Zacarias escreveu é maior que os outros profetas menores, ele tem 14 capítulos. De início trata de 8 visões de Zacarias, em que se revelam as causas e os efeitos da situação na Judeia. Depois o livro apresenta informações sobre a restauração da cidade e da nação, castigos sobre outros povos, a vinda do Messias e o juízo contra os opressores de Jerusalém e a sua glória futura. Enfatiza fortemente sobre JESUS como futuro Rei.
Estudaremos nesta semana a situação idêntica à de Ageu. Já se havia passado cerca de 20 anos após o retorno da primeira turma do exílio. Eles a duras penas, com oposição de tribos inimigas, haviam reconstruído suas casas, e agora estavam pobres, apenas lutando pela sobrevivência, e bem desanimados. Foram necessários dois profetas para levantar o moral deles. Veremos nesta semana como atuou Zacarias.

  1. 1.      Primeiro dia: Palavras de vida
Não é fácil para nós, hoje, imaginarmos a situação real dos judeus que retornavam do exílio para a sua pátria. Quem retornava era a geração seguinte. A que foi castigada, em grande parte, havia morrido no exílio; retornavam os filhos e netos. E eles sabiam de seus pais e avôs o que havia acontecido, a terrível história da crueldade com que foram castigados pelo poderoso e tirano império babilônico. Por isso, ao voltarem estavam felizes, mas também apreensivos. Algo assim experimentaremos nós, no tempo da angústia, no tempo das pragas. Especialmente na angústia de Jacó, com o decreto de morte, como aconteceu com Jacó antes de se encontrar com seu irmão Esaú, que veio com 400 homens para o matar. Esse patriarca sofreu terrível angústia por causa da dúvida, se estava ou não estava em dia com DEUS, se havia ou não havia sido perdoado em tudo.
Os judeus temiam que os povos vizinhos, que sempre os hostilizavam até mesmo nos bons tempos de glória, se agora que estavam retornando, não seriam hostilizados outra vez, e talvez com perseguições ainda piores. Eles chegariam a uma terra desprotegida, em muitos lugares invadida por posseiros que deveriam ser expulsos. Haveria luta, certamente. E os povos vizinhos, sempre inimigos, não deixariam por menos, se o povo de DEUS tentasse reconstruir uma grande nação, reconstruir o templo, etc. Havia motivos para temerem.
Mas nesse contexto entrou em cena o profeta de DEUS, Zacarias, junto com Ageu. DEUS mandou dizer “tornai-vos para Mim, e Eu Me tornarei para vós”, assim disse o Senhor dos exércitos. O Senhor amava Seu povo, que esperava, agora, fosse fiel a Ele. DEUS queria reconstruir Jerusalém e as demais cidades, o templo, os muros das cidades, os palácios e as casas. Queria restaurar toda a economia do país. Teriam outra vez uma pátria. Bastava que, diferentemente de seus pais e avós, fossem fiéis a DEUS e seus princípios de vida. DEUS estava animando o Seu povo dizendo: não temam, pois Eu estou junto com vocês, e os defenderei dos inimigos.

  1. 2.      Segunda: O Senhor vem
Hoje estamos esperando a segunda vinda do Senhor JESUS CRISTO. Eles aguardavam a Sua primeira vinda. Nós sabemos que Ele está prestes a voltar, os sinais proféticos o revelam. Eles não sabiam que JESUS viria somente séculos depois. Mas foi-lhes dito, por meio de profetas, que Ele viria, e estaria naquele templo que haviam reconstruído.
JESUS viria para viver entre os seres humanos. Agora Ele virá para nos levar daqui desta Terra amaldiçoada, e quase totalmente degenerada. JESUS viria para fundar a Sua igreja, que levaria o evangelho também aos pagãos, estrangeiros não judeus, que eles desprezavam. A igreja de JESUS iria cumprir o que o povo escolhido não cumpriu, e inclusive se opôs fortemente quando os primeiros evangelistas surgiram. Então apareceria um só povo, mesclado de várias origens, raças e nações. O descendente de Davi seria um rei diferente, alguém para conquistar o mundo para o Reino de DEUS. Não um reino secular, mas de amor eterno e onde se vive eternamente.
Esse Rei seria descendente de Davi, o homem segundo o coração de DEUS, não de Saul, que se entregou a satanás e morreu entregue a agentes do inimigo. Saul tornou-se o maior inimigo de Davi. Os dois representam duas linhas reais: um do inimigo e o outro de DEUS. Saul era descendente de Abraão, assim como Davi, mas um foi fiel e o outro se desviou, tendo recebido idêntica oportunidade.
Hoje a Igreja Adventista faz o trabalho que JESUS ordenou. É verdade que existem nela inimigos. Eles se encontram em todos os níveis, entre pastores e entre membros. Mas isso era previsto e bem lógico. Se esta é a igreja verdadeira, e se há uma guerra espiritual em andamento, então é de se esperar que nessa igreja se infiltrassem inimigos e aparecessem traidores determinados a manter a igreja morna e mundanizada. Mas, por outro lado, nela estão os fiéis de DEUS, dispostos a obedecer ao Senhor e manter a fé. Assim foi em toda a história. Nós não nos devemos escandalizar porque aqui e ali há maus testemunhos. Aliás, se assim não fosse, então esta nem seria a igreja verdadeiraSe satanás a combate fortemente, então isso é um indício de que é verdadeira, e essa é apenas uma das razões fortes porque eu e minha família não a abandonamos. Se sairmos dela, para onde iremos para tentar encontrar JESUS e para ali obter o conhecimento verdadeiro? Sabemos que não é a igreja que salva, mas é nela que podemos encontrar a salvação. Não é um ato inteligente sair da Igreja Adventista porque nela há muitos que dão mau testemunho e que seguem os ditames de satanás. Decisão inteligente é manter-se fiel a esta igreja e Seu Comandante até a vitória final, um tempo em que todos os inimigos de CRISTO terão sido sacudidos fora. Lembrem-se: o fato de haver inimigos dentro da igreja é uma forte razão de ela ser a igreja verdadeira, ao lado da mensagem que prega, e a existência desses inimigos como joio que JESUS disse que permaneceria nela até o final. Isso não pode ser motivo para eu ou você nos perdermos também. Nem motivo para combatermos a igreja. Mas também não pode ser motivo para assumirmos a ‘ética do canalha’, que é fazer de conta que está tudo bem.

  1. 3.      Terça: Prontidão divina para perdoar
Vamos imaginar a cena. Josué era o sumo sacerdote no tempo do retorno do exílio, e Zorobabel o governador. O sumo sacerdote estava oficiando seu trabalho, intercedendo pelo povo. Suas vestes estavam sujas de sangue, que ele aspergia diante do lugar santíssimo. Isso ele fazia pelos pecados do povo, intercedendo pelo perdão. E além disso, Josué também era um pecador.
Foi nessa situação que satanás se apresentou e acusou o sumo sacerdote. Que povo era esse, cheio de pecados? Esse era para ser o povo de DEUS? Estariam esses pecadores a formar o povo santo, escolhido, para testemunhar às demais nações, sobre a santidade de DEUS? E esse Josué, um pecador, teria alguém assim condições de interceder pelos pecados dos outros? O Senhor não possuía ninguém além de um pecador para o serviço de intercessão? Esse sumo sacerdote estava sujo diante de DEUS, pois satanás o havia sujado, e DEUS tinha um povo assim.
Mas o que fez o Senhor? Nem mesmo se importou com as acusações. Não as considerou. Ele fez o que tinha que fazer. Mandou que tirassem as vestes sujas de Josué, e as trocassem por outras, limpas. E isso quer dizer o quê? Que a intercessão de Josué foi aceita, que os pecados foram perdoados e o sumo sacerdote foi purificado, assim como o povo que ele representava. Disse o Senhor: “tirarei os pecados, a iniquidade desta terra num só dia.” Isso quer dizer que, no futuro, O Senhor JESUS iria morrer como o verdadeiro Cordeiro de DEUS, e adquiriria o direito de perdoar a quem quisesse, e se aceitassem, perdoaria a todos.
Josué apenas representava a JESUS, o sumo sacerdote eficaz. Mas o perdão definitivo viria não por meio de Josué, mas de JESUSDemonstra também que DEUS quer mesmo perdoar, e não aceita acusações sem fundamento do inimigoO fundamento incontestável do perdão vem do sacrifício de JESUS na cruz. Ninguém no Universo pode dizer que ele não foi válido para perdoar. E quem aceitar o perdão e a necessária transformação, esse será perdoado e será salvo para a vida eterna.

  1. 4.      Quarta: Não pela força humana
Uma visão de Zacarias foi realmente especial: ele viu o candelabro aceso e de cada lado uma oliveira, e de cada uma delas saía um delicado tubo que conduzia azeite para o candelabro. Essas duas oliveiras representavam os dois líderes da cidade, o líder espiritual Josué, que era sumo sacerdote, e o líder político que era Zorobabel. Os dois atuavam em harmonia para a reconstrução do lugar de adoração e de sacrifícios a DEUS, lugar onde encontrariam o perdão e a salvação. A atuação deles era no sentido de que o templo funcionasse, que estivesse disponível aos adoradores para o encontro com DEUS.
Mas para isto o templo teria que ser reconstruído. E havia oposição de povos vizinhos, povos inimigos. Foram estes povos que induziram Israel e Judá à idolatria e aos costumes pagãos da época, que resultaram na dispersão pela Assíria e Babilônia. Agora que eles estavam buscando ser leais a DEUS, tais povos se mobilizaram para impedir que reconstruíssem o símbolo da fé dos judeus, o templo. Mas DEUS lhes disse que o templo seria reconstruído não pelo poder humano, mas pelo poder do ESPÍRITO SANTO (Zac. 4:6). Isto quer dizer que não haveria guerra contra os inimigos, mas que a proteção de DEUS estaria amparando a obra, e impediria a ação dos inimigos. De fato, não houve confronto, como era de se esperar, para essa obra.
Hoje também devemos seguir essa diretriz de DEUS. A conclusão da pregação do evangelho pelo mundo não será nem pela força do braço humano, nem pela violência, como fazem os radicais fundamentalistas. Somos um povo de paz, que busca apenas salvar pessoas para a vida eterna. Temos que cultivar a paz em nossos lares para que haja harmonia na igreja, e que o nosso trabalho tenha efeito poderoso.
“Cumpre-nos remediar os defeitos de caráter, purificar de toda a contaminação o templo da alma. Então a chuva serôdia cairá sobre nós, como caiu a temporã sobre os discípulos no dia de Pentecoste” (Testemunhos Seletos, vol. 2, 69).
“Não há coisa alguma que Satanás tema tanto como que o povo de Deus desimpeça o caminho mediante a remoção de todo impedimento, de modo que o Senhor derrame Seu Espírito sobre uma enfraquecida igreja. … Toda tentação, toda influência contrária seja ela franca ou oculta, será resistida com êxito, “não por força, nem por violência, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos exércitos”. Zac. 4:6” (Mensagens Escolhidas, vol. 1, 124).
“A chuva serôdia virá, e a bênção de Deus encherá toda alma que estiver purificada de toda contaminação. É nossa obra hoje entregar nossa alma a Cristo, para estarmos preparados para o tempo de refrigério pela presença do Senhor – preparados para o batismo do Espírito Santo” (Mensagens Escolhidas, vol. 1, 191).

  1. 5.      Quinta: Além do jejum
Muito mais nós, do que os judeus do tempo de Zorobabel, devemos considerar o passado e deter-nos sobre as consequências da infidelidade a DEUS. Eles tiveram a experiência dramática de serem conquistados por Babilônia, para meditar e aprender o quanto é perigoso separar-se de DEUS. Nós temos toda a história para nos ensinar sobre esse assunto. Eles retornaram de onde séculos antes Abraão recebeu a ordem de sair. Não eram para retornar a Babilônia, mas infelizmente isso aconteceu. Foi um retrocesso.
A região da Mesopotâmia foi povoada pelos semitas, o descendente bom de Noé. Ali Ninrode, descendente de Cam, construiu a torre de Babel, quando ainda estavam todos num só lugar. Depois da confusão das línguas, a terra foi repartida (Gên. 10:25) conforme as línguas (Gên. 10:5; 20; que ocorreu nos dias de Héber. Na região da Mesopotâmia ficaram os semitas. Abraão era para sair de Babilônia, que seus parentes estavam desenvolvendo (ele era semita, descendente de Sem).
Hoje, logo virá o alto clamor para que os filhos de DEUS saiam de Babilônia espiritual, para não serem cúmplices de seus pecados. Esses que devem sair pertencem a Babilônia, mas devem abandoná-la. Então, por ironia da história e da infidelidade, os judeus, do povo de DEUS, retornaram para o lugar de onde Abraão saiu, e ali ficaram por décadas, para se curar da vontade de adorar ídolos. Foi a geração seguinte que retornou como fez Abraão.
Agora a exortação de Zacarias era: lembrem-se daquele cativeiro, em que foram pessoas sem pátria, onde a sua adoração era estranha e onde havia dificuldades de toda sorte para que desejasse ser fiel a DEUS. Como que dizia: não cometam outra vez esse erro da adoração estranha para que isso não aconteça pela segunda vez.
Temos diante de nós idêntica advertência. Estamos no mundo, misturados em meio aos costumes de Babilônia. Há coisas para nos cativar de todo tipo. Aproxima-se o dia da volta de JESUS, em que Ele irá reunir o Seu povo espalhado em todos os lugares do mundo, sejam mortos, sejam vivos. Ele os reunirá como um só povo, gente vindo de todas as nações, para formar o Seu reino eterno. O alerta de Zacarias nos vale a vida eterna. Seria como dizer: vivam conforme as orientações bíblicas, não se deixem afetar pelo mundanismo de todo tipo, para que, como foi no passado, não fiquem espalhados pela superfície do mundo quando JESUS retornar.

  1. 6.      Resumo e aplicação – Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
a)      Síntese dos principais pontos da lição
  • Qual o foco principal?
JESUS nos defende do acusador que é satanás, que quer impedir que DEUS realize Sua obra por nosso intermédio, nos acusando de que somos indignos de realizar essa obra pelos muitos pecados que temos. Foi isso que aconteceu a Josué, o sumo-sacerdote, sendo Zorobabel o governador da cidade. Havia a necessidade da reconstrução do templo, para que DEUS tivesse um lugar entre o Seu povo. Na iminência dessa reconstrução satanás entrou em ação e fortemente se opôs, denunciando os pecados do povo, pelos quais o sumo-sacerdote Josué intercedia. Seria algo como: com esse povo cheio de pecados queres reconstruir o templo? É assim que DEUS terá Sua casa entre os seres humanos? Que miséria que se tornou o Reino de DEUS! Eu (satanás) é que sou vencedor, pois para reconstruir e para oficiar Sua casa DEUS só possui pecadores sujos.
  • Quais os tópicos relevantes?
O profeta Zacarias atuou nos mesmos anos de Ageu, enfrentou o mesmo problema. Os dois agiram em concordância, mas o enfoque da mensagem deles era diferente, se bem que o objetivo era o mesmo: a reconstrução do templo.
Um tópico muito relevante foi o perdão de DEUS, mandando trocar as vestes sujas de pecado do intercessor Josué por outras limpas. Isso quer dizer que DEUS perdoou, e que tem prazer em perdoar. Também quer dizer que houve arrependimento, e que o povo queria mudar de estilo de vida.
Outro tópico importante é a renovação do ânimo para empenhar-se pela obra de DEUS. Logo, quando satanás oferece forte resistência, então é que provavelmente estamos fazendo a coisa certa, pois se estamos rebeldes ele não nos incomodará. Também, se há oposição por parte de satanás, DEUS estará conosco para nos dar a força que necessitamos. E mais: a parte importante da obra é Ele quem fará. Naqueles dias foi Ele quem atuou para que aquela gente reconstruísse tudo. Hoje é Ele quem atua para que concluamos a pregação do evangelho.
  • Você descobriu outros pontos a acrescentar?
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b)      Que coisas importantes podemos aprender desse estudo?
Temos defesa diante do acusador. Não devemos temer, mas temos que ter fé. Quando nos empenhamos na obra de DEUS sempre satanás se oporá e sempre DEUS nos dará força e orientação.
  • Que aspectos posso acrescentar a partir do meu estudo?
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c)   Que providências devemos tomar a partir desse estudo?
Fazer como eles fizeram. Hoje, de imediato, tomar uma atitude de ação para concluir a obra da pregação. Hoje essa é a grande prioridade. Tudo o mais é secundário. A parte que nos cabe é aquela que mais se encaixa em nossos dons, e em que nos sentimos bem.
  • O que me proponho a reforçar, se for bom, ou mudar se for mau, em minha vida?
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d)     Comentário de Ellen G. White
“Servos de Deus, dotados de poder do alto, com rosto iluminado e resplandecendo com santa consagração, saíram para proclamar a mensagem provinda do Céu. Almas que estavam espalhadas por todas as corporações religiosas responderam à chamada, e os que eram preciosos retiraram-se apressadamente das igrejas condenadas, assim como fora Ló retirado às pressas de Sodomaantes da sua destruição.” (Primeiros Escritos, 278-279, grifos acrescentados).
e)      Conclusão geral
É hoje, agora, o tempo de tomar uma decisão definitiva quanto a nossa utilidade na igreja.Não basta ser membro apenas, assistir aos cultos e tudo o mais. Temos que ser servos úteis, que contribuam decisivamente, de uma ou de outra maneira, para que pessoas sejam salvas.
  • Qual é o ponto mais relevante a que cheguei com este estudo?
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