Comentários Lição 05 - Busque ao Senhor e viva! (Amós) - Carlos Bitencourt

27 de Abril a 4 de Maio de 2013



A lição desta semana é a continuação e conclusão do Livro de Amós. Ele era um cidadão do Reino do Sul (Judá), chamado por Deus para ser profeta no Reino do Norte (Israel). Em vez de em Samaria, a capital, seu ministério foi no interior, na cidade de Betel.
O livro foi dividido assim: a manifestação do agravo de Deus, com consequente vinda de juízo e retribuição, e o convite para que mudassem a direção, ficando do lado de Deus e de Suas coisas. Num linguajar bem humano mesmo: “Vocês querem as bênçãos de Deus, mas não querem o Deus das bênçãos – antes que dê errado, voltem!”.
O que valorizo bastante nessas lições é o fato de Deus enviar Sua Palavra através dos profetas. Sei que algumas pessoas interpretam a palavra “disciplina” de forma muito cruel, severa e vingativa. Dão a entender que disciplinar é castigar. Não vejo assim. Para mim, “disciplina” é educação, matéria e conteúdo de sala de aula, treinamento, aprimoramento. O professor aplica “disciplina” com a intenção de preparar o aluno para as necessidades da vida, e que seja vitorioso. Ora, Deus envia Seu profeta justamente para isso! Revela o futuro, mostra os erros cometidos, esclarece os resultados, mas não abandona o errante. Lá está Ele mostrando isso, mas também declarando a solução, o meio de escape. Na relação de Deus com a humanidade, conforme Gênesis 3, sempre há um convite para o retorno, para uma mudança de atitudes, para a redenção.
Amós 4:12 diz assim: “Prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o teu Deus”. Nota você a riqueza deste verso?
No capítulo 5, por duas vezes (4 e 6) a redenção é explicitamente declarada: “Porque assim diz o SENHOR à casa de Israel: Buscai-mee vivei”. “Buscai ao SENHORe vivei…”. Maravilhoso isso, irmãos! Maravilhoso!
Então, não ignoremos os erros de Israel, de Judá e das outras nações, mas deixemos espaço para exaltar o braço de misericórdia estendido por Deus em favor deles. Que esse espaço seja o melhor.
Domingo – Odiar o Mal, Amar o Bem (28 de abril). Israel está para cair, e cai em 722 a.C., para o domínio assírio. O último profeta foi Oseias, que presenciou o fato. Em nosso caso, temos Amós um pouquinho antes de Oseias. É verdade que os israelitas não darão ouvido à Palavra de Deus, mas veja que Deus está, bem antes do acontecimento fatal, apelando em favor dos princípios divinos que eles bem conheciam, e até haviam jurado fidelidade.
A paz e a prosperidade estavam em pleno vigor. Eram ricos e de nada necessitavam. No entanto, a presença do profeta era uma declaração de que eram abastados, sim, mas cegos. Amavam o mal, odiavam o bem.
E, então, curiosamente a lição lança a sua primeira pergunta: Como se aprende a odiar o mal e amar o bem?
Por que usei a palavra “curiosamente”? Ora, no contexto do grande conflito, é natural que a minha natureza pecaminosa ame o mal. Para haver repulsa pelo mal, algo sobrenatural tem que acontecer. Caso contrário, vou continuar nesse infeliz caminho.  Então, como se aprende a odiar o mal? Resposta: Permitindo que o Plano da Redenção me esclareça a verdadeira natureza do mal e suas consequências. Eu só vou odiar o mal no dia em que eu realmente compreender o que é o mal. Eu preciso olhar para o mal e vê-lo como mal.
Irmãos, só há uma maneira de saber isso: olhando para a cruz do Calvário. É lá na cruz que vejo o que o mal faz. É na cruz que está estampado o sinal do mal, do pecado.
Graças a Deus, porém, também é na cruz que compreendo o real significado do bem, preparado por Deus antes da fundação do mundo, e a ser restaurado por Ele num futuro próximo. É olhando a cruz que meus olhos passam a ter uma nova visão: o bem foi estendido para mim. O bem vale à pena.
Um apelo: abandonar o mal apenas por medo das consequências cheira a egoísmo. O correto é o abandono por reconhecer sua natureza perversa. Da mesma forma, não devemos querer o bem apenas por sua recompensa. O bem é uma questão de “princípio”, originado em Deus.
Segunda – Religião Habitual (29 de abril). Muitas coisas deveriam e poderiam ser ditas dentro desse contexto. Resumidamente, no entanto, eu diria o seguinte: não banalize a religião, a igreja, o sábado, a oferta, o dízimo, os irmãos, os programas, os cultos, os sermões, os cânticos.
O mundo está levando as pessoas a banalizarem a fé e o convívio em sociedade de crentes. Cuidado! Junto com isso acaba acontecendo uma perversa cultura religiosa, vivida e testemunhada aos outros, até mesmo dentro da própria igreja. Poderíamos dizer que é um “falso moralismo”. Cuidado.
Jesus disse ser isso uma sepultura pintada por fora (Ele disse para mim!).
Por outro lado, não quero aqui deixar a impressão que a nossa vida religiosa seja “apenas” uma vida de condutas. As condutas existem. As obras, ações e frutos devem aparecer, mas é muito mais do que isso. Entendem?
Terça – Chamado Para Ser Profeta (30 de abril). No caso de Amós, ele era do sul, chamando a atenção no norte (ou seja, um estrangeiro). Era uma pessoa de origem simples. Recebeu fortes e duras críticas e, inclusive, um convite para se retirar. No entanto, era bem ciente de que cumpria os propósitos dAquele que o chamara, e nisso estava a sua capacitação para a obra. Não temeu.
Em relação a oposição, lembremos: a verdade dói, e não porque batemos com ela na cabeça dos outros, mas porque a verdade fere a vontade, os gostos, as preferências (fere significaincomoda).
Porque a verdade é a verdade, nós a rejeitamos. Assim foi; assim continua sendo.
Quarta – O Pior Tipo de Fome (1º de maio). “Eis que vêm dias, diz o Senhor DEUS, em que enviarei fome sobre a terranão fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do SENHOR. E irão errantes de um mar até outro mar, e do norte até ao oriente; correrão por toda a parte, buscando a palavra do SENHOR, mas não a acharão (Amós 8:11-12).
Já parou para pensar como seria ficar sem Deus por um dia? Sem a lição, sem a Bíblia, sem o hinário, sem a convicção, sem a fé, sem a esperança. Já imaginou como seria viver sem a esperança? Credo! Ficar sem algo relacionado a Deus seria como viver como um zumbi, vagando por aí, sem uma compreensão da origem e do destino da raça humana.
Ah, irmãos! Será que temos valorizado o conhecimento espiritual, lembrando que ele só ocorre porque Deus ainda está Se manifestando a nós? Como será quando Deus não mais Se revelar?
A pergunta 6 da lição é cruel: Quais são os efeitos terríveis do silêncio de Deus?
A notinha abaixo da pergunta faz outra pergunta: “De que forma é possível silenciar a voz de Deus em nossa vida?”.
Quinta – A Restauração de Judá (2 de maio). O profeta se voltou da imagem obscura do pecado do povo e juízos resultantes para as promessas gloriosas da futura restauração (9:11-15). O dia do Senhor, anteriormente descrito como dia do castigo (5:18), agora é um dia de salvação, porque salvação, não punição, é a última palavra de Deus para Seu povo. No entanto, a salvação virá depois da punição, não em lugar dela.
Em meio a toda escuridão e destruição, Amós encerrou seu livro com uma mensagem de esperança. Diante da perspectiva de um exílio imediato, a dinastia de Davi havia caído tão fundo que já não podia ser chamada de casa, mas de cabana. Porém, o reino de Davi seria renovado e unido sob um único governante. Para além das fronteiras de Israel, outras nações invocariam o nome de Deus e desfrutariam de Suas bênçãos, juntamente com Israel. O livro termina com essa nota feliz e esperançosa.
Os profetas bíblicos não ensinaram que a punição divina existia por causa da punição em si.Por trás de todas as advertências estava o chamado para salvação. Embora a ameaça de exílio fosse iminente, o Senhor encorajou o remanescente com a promessa de restauração para a Terra. O remanescente desfrutaria da renovação da aliança. Os que experimentassem o juízo veriam Deus agindo para salvar e restaurar.
Sexta Conclusão (3 de maio). “Nossa posição diante de Deus depende, não da quantidade de luz que temos recebido, mas do uso que fazemos da que possuímos. Assim, mesmo o pagão que prefere o direito, na proporção em que lhe é possível distingui-lo, acha-se em condições mais favoráveis do que os que têm grande luz e professam servir a Deus, mas desatendem a essa luz e, por sua vida diária, contradizem sua profissão de fé” (O Desejado de Todas as Nações, p. 239).
Senhor, agradecemos porque os Seus braços estão abertos, prontos a nos receber, repletos de carinho e amor. Obrigado, Senhor!

Nenhum comentário:

Related Posts with Thumbnails