Lição 10 - Comentários de Sikberto R. Marks

Lições da Escola Sabatina Mundial – Estudos do Quarto Trimestre de 2011
Tema geral do trimestre: O Evangelho em Gálatas
Estudo nº 09 – De escravos a herdeiros
Semana de 26 de novembro a 03 de dezembro
Comentário auxiliar elaborado por Sikberto Renaldo Marks, professor titular no curso de Administração de Empresas da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ (Ijuí - RS)
Este comentário é meramente complementar ao estudo da lição original
www.cristovoltara.com.br - marks@unijui.edu.br - Fone/fax: (55) 3332.4868
Ijuí – Rio Grande do Sul, Brasil

Verso para memorizar: “Mas a Jerusalém lá de cima é livre, a qual é nossa mãe” (Gal. 4:26).

Introdução de sábado à tarde

A questão hoje é relacionada à futura e próxima grande controvérsia. Milhares de igrejas proclamam o fim da necessidade de santificação do sábado com sua mudança para o domingo. A motivação seria a desvalorização do Antigo Testamento, só valendo o Novo Testamento. E dizem mais, que no Antigo Testamento a salvação era pelas obras da lei, mas que no Novo Testamento passou a ser pela graça, mediante a fé. Esse é um assunto importantíssimo, pois ele fará parte da grande controvérsia. Portanto, todos devem se pre-parar bem. E a lição dessa semana concede a oportunidade.

Vamos recordar sobre como foi dada a lei de DEUS. Vamos por etapas:

a) No Éden, para Adão e Eva

Eles receberam só o sábado, e o princípio do amor. Fez parte da semana da criação. Eles não conheciam o mal, só o bem. Isso era importante para serem completamente felizes. Como é bom não conhecer o mal, e melhor ainda é que ele não exista. E lá no Éden, ele ainda não havia entrado, embora já existisse por causa da revolta de Lúcifer. Portanto, a lei no Éden era a seguinte: um amar o outro assim como DEUS os amava. Esse amor se intensificava mais a cada semana, quando o casal se dedi-cava exclusivamente a DEUS.

No Éden não havia necessidade de desdobrar o princípio do amor em dez, como te-mos hoje. Fazer isso seria informar sobre o mal. Bastava que tivessem em seus co-rações o princípio do amor, e ao natural, jamais iriam buscar outros deuses nem ma-tar, nem mentir, etc. Assim funciona na perfeição.

b) Logo após a queda de Adão e Eva, no mesmo dia

DEUS agora acrescenta a lei cerimonial, mas de uma forma bem simples. Agora eles precisavam saber que JESUS viria, no futuro, para morrer por eles, e salvá-los da morte eterna. Com isso, a morte que viria, e a primeira foi de Abel, seria apenas temporária.

c) Logo após a saída da arca

DEUS ampliou a Noé a aliança feita com Adão e Eva. Ele garantiu que nunca mais destruiria a Terra por meio de água, e o sinal de Sua palavra foi o arco-íris. Dali em diante choveria, coisa que antes nunca aconteceu. Para que não tivessem medo de outra catástrofe global, DEUS inseriu esse ponto em Sua aliança a Noé e seus des-cendentes, e até nós. Os sacrifícios de animais, que já existiam, continuaram sem al-teração.

d) Algumas semanas após a saída do Egito

Agora DEUS fez acréscimos, tanto ao princípio universal do amor (que desde o iní-cio incluía o sábado), quanto à lei dos sacrifícios. A lei do amor Ele desdobrou em Dez Mandamentos, escritos em duas tábuas de pedra. Assim simbolizava que era uma lei permanente. Ela deveria estar escrita no coração, mas já não estava mais, portanto, foi grafada pelo próprio DEUS na pedra para deixar bem claro: ela está valendo.

Também DEUS detalhou a lei do sacrifício num cerimonialismo bastante minucioso, para assim ensinar sobre o horror do pecado e o quanto era importante e vital a necessidade de um Salvador para a humanidade, que viria morrer por todos.

Portanto, a lei do amor, da qual JESUS fala bastante, e que o profeta João também fala bastante, vem desde o Éden, e inclui o sábado. Ela foi detalhada para pessoas em outra situação, a de pecado, bem diferente da situação de Adão e Eva, na perfeição. Ou seja, DEUS manteve o sábado tal como foi dado na criação, e acrescentou algumas impor-tantes proibições, adequadas para uma raça degenerada e pecadora. Isso não era ne-cessário para gente como Adão e Eva, em estado de pureza, quando ainda desconheciam o mal.

Por sua vez, a lei do sacrifício foi bem detalhada para ensinar sobre a necessidade do Salvador. É bem evidente que a primeira lei, que veio do Éden, antes do pecado, teria que ter validade enquanto existisse Céu e Terra, como disse JESUS em Mateus 5:18. E que a lei cerimonial que foi dada após o pecado, desaparecesse no futuro, uma vez havendo o sacri-fício do Cordeiro de DEUS.

Ora, não fica difícil, nesse contexto de revisão da história, entender sobre a graça e a fé. Como já estudamos, e como ainda estudaremos nesta semana, pois é importante revisar esses pontos, por estes estudos só poderemos chegar a uma única conclusão: deve ser per-manente o que foi dado na perfeição e temporário o que foi dado após o pecado. E fica mais evidente ainda que a obediência é necessária para não cair em pecado e não ser con-denado pela lei de DEUS, a que foi dada antes da queda no pecado. Mas, como DEUS falou a Adão e Eva, que JESUS viria para morrer por eles, essa morte é que seria a sua salvação, e não a obediência após se tornarem pecadores. Assim, para serem salvos, precisava JESUS morrer, e para continuarem salvos, eles precisavam obedecer a lei. Portanto, a graça passou a existir desde aquele dia em que pecaram, desde o momento em que DEUS anunciou que JESUS viria morrer por eles. E existe até hoje. Não se pode dizer que ela apareceu com JESUS no Novo Testamento, e que no Antigo Testamento a salvação era pela obediência à lei. Isso nunca foi assim.

1. Primeiro dia: Princípios da aliança

Onde e em que condições ocorreu a primeira aliança? Foi no Jardim do Éden, em condições perfeitas. A base do governo de DEUS é a obediência. Nesse governo todos obe-decem, a começar pelo próprio DEUS. Ele é fiel aos Seus princípios. Tanto que Ele mesmo santifica o dia de sábado. Ele é o exemplo em tudo o que requer de nós. Assim foi JESUS quando esteve aqui na Terra, tornando-Se exemplo de obediência à lei.

No Éden havia uma aliança extremamente simples. É curioso que certas coisas DEUS faz do modo mais simples possível. Por exemplo, a sociedade humana é fundamen-tada no lar, e esse é composto por duas pessoas, um homem e uma mulher. Não pode mes-mo haver organização mais simples que essa, menos de dois não formam uma sociedade. Então, quando vierem os filhos, a organização social do lar aumenta, e apenas por um tem-po. Pois os filhos crescendo, saem para formar um novo lar, de duas pessoas. E assim por diante.

DEUS formou um sistema social simples, com uma única regra, também simples, mas infinitamente eficaz. O casal deve amar-se assim como DEUS os ama. Por isso devem amar em primeiro lugar a DEUS, e assim, também serão capazes de se amar. Havendo amor, outras leis sociais se tornam desnecessárias, pois quem ama está sempre disposto a servir, nunca a fazer o mal. É assim que funciona a perfeição, e nessas condições há perfeita liberdade, ou seja, cada um faz tudo o que deseja fazer, tudo mesmo. E todos os desejos serão bons, pois se originam do fundo do amor, assim como acontece com DEUS.

Por sua vez, o amor tem algumas condições para existir. Uma dessas condições é a intimidade. Há momentos em que aqueles que se amam, querem estar juntos, muitas vezes a sós, para se dedicarem exclusivamente um ao outro. Isso é absolutamente necessário. E DEUS também quer ter momentos de intimidade conosco. Para esse fim, estabeleceu o sá-bado, um dia em sete para parar todas as atividades seculares e dedicar-se exclusivamente a DEUS.

Mas há também outra condição vital para que o amor se mantenha. É a fidelidade. A fidelidade tem tudo a ver com obediência. Para haver amor, as pessoas devem estar sem-pre dispostas a uma servir a outra, nas necessidades que aparecerem.

Agora vem uma questão curiosa: como poderiam Adão e Eva servir a DEUS? Ele não necessita de nada. Mas deveria haver uma situação de obediência, para a demonstração de fidelidade, talvez melhor, para desenvolver a capacidade de serem fiéis. E nesse ponto é que se formou a primeira aliança, entre DEUS e o ser humano. DEUS estabeleceu algo bem simples para eles serem obedientes. Não deveriam comer do fruto de uma certa árvore que DEUS escolheu para esse fim. Era uma árvore que dava fruto bonito; dela não deveriam comer. Assim eles demonstrariam a DEUS que O amavam, e que queriam permanecer fiéis a Ele. A obediência completaria a outra parte da condição para serem felizes eternamente: a santificação do sábado, que DEUS também santificava, ou seja, passava junto com o casal momentos agradáveis e felizes.

Quando Adão e Eva quebraram essa aliança, comendo do fruto, outra aliança se fez necessária. Essa outra naturalmente teria caráter provisório, até que a situação se resolvesse. Daí em diante, não seria mais necessária. Isso estudaremos nos próximos dias.

2. Segunda: A aliança abraâmica

DEUS havia falado a Adão e prometeu a salvação. Foi no mesmo dia da queda. Fa-lou a Noé, e prometeu salvação. Depois falou a Abraão e prometeu o mesmo, mas ampliou a promessa. Ele disse a Abraão que dele faria uma grande nação, e que as demais nações se-riam abençoadas (beneficiadas) pela nação que sairia de Abraão.

Abraão creu nessa promessa. Ele estava com 75 anos quando DEUS lhe prometeu isso. A sua esposa, com 65. Há muito certamente que ela não podia mais ter filhos. Huma-namente isso era impossível, mas Abraão creu porque foi DEUS quem falou. O homem creu a ponto de obedecer, e sair da terra de seus familiares, e ir ao lugar onde DEUS cumpriria o que prometeu.

Dez anos mais tarde, Nada do filho nascer. Abraão estava agora com 85 anos, e Sara com 75. Abraão estava um pouco com receio sobre o cumprimento da promessa. Ele não perdeu a fé, mas questionou a DEUS: “que recompensa terei se ainda não tenho herdei-ro?” Na situação atual o herdeiro seria um empregado, Eliezer, não o filho. Ele teria que esperar mais 15 anos pelo filho, mas DEUS não revelou esse tempo de espera pela frente. Quando Sara estava bem distante de conceber, sem esperança alguma, DEUS cumpriu a promessa, e nasceu um filho, dela com Abraão. Era Isaque. Um único filho com Sara.

Desse filho veio Jacó e Esaú. Jacó permaneceu na promessa, e dele vieram doze fi-lhos, que se tornaram nas pedras fundamentais de uma grande nação. E um descendente deles foi JESUS, o Salvador do mundo. Abraão creu, e aqui estamos nós, crendo na mesma promessa, de sermos uma grande nação. Pela igreja que CRISTO liderou, o mundo está sendo abençoado com a pregação da promessa, e já estamos nos últimos dias.

3. Terça: Abraão, Sara e Hagar

Ismael representa o filho da carne, Isaque representa o filho da promessa. Ismael re-presenta o Monte Sinai, Isaque representa o Monte do Calvário. Porque essas representa-ções? Vamos entender essas coisas simples.

Quando DEUS prometeu ao casal um filho, Sara estava com 65 anos e Abraão com 75. Por certo Sara já estava há tempos na menopausa, além de ser estéril. Mas eles creram, pois foi a palavra de DEUS. Eles sabiam se tratar dessa palavra. Creram e tomaram as pro-vidências necessárias para a longa viagem em direção da Palestina. E certamente era grande a expectativa de logo terem o tão desejado filho.

Mas passaram-se 10 anos, e nada do filho prometido. Agora os dois estavam com 85 e 75 anos. Desde a promessa de DEUS, Ele nunca mais Se havia comunicado com Abraão. O ser humano é fraco. Dez longos anos colocaram algum ponto de dúvida na cabeça dos dois. Não sabemos o que eles conversaram naqueles dias. Uma coisa é certa, devem ter tido muitas conversas sobre esse tema ao longo desses dez anos. E essas conversas devem ter ido do entusiasmo para momentos de desânimo, talvez de desapontamento. Parece que houve condições à formação da dúvida no poder de DEUS e na Sua fidelidade ao que promete.

Sara (ainda era Sarai, depois DEUS mudou o nome deles) tomou a iniciativa. Algo assim como dar uma ajuda a DEUS. Disse a Abraão que tivesse relações íntimas com Hagar, que era uma de suas escravas. Sara propôs que Hagar se tornasse a concubina de Abraão. Naqueles tempos a cultura aceitava esse tipo de relacionamento. Mas DEUS nunca aceitou, era algo fora de Seu plano. Devemos cuidar com o que vem da cultura de nossa sociedade. Muita coisa que ali parece normal, para DEUS não é, e pode se tornar uma maneira sutil de se perder a vida eterna.

Em nome do cumprimento da promessa de DEUS, deve ter parecido como uma providência aceitável ao casal. Hagar era uma mulher bem mais nova, não era estéril, e es-tava disponível, não tinha marido. DEUS não aprovou a ajuda dada a Ele. Aliás, essa pro-vidência trouxe problemas imediatos para Sara, perturbou o relacionamento dela com seu marido, e chegou ao clímax de ter de expulsar de casa Hagar com seu filho. Isso aconteceu após o nascimento de Isaque, pois Ismael brigava com ele. Na verdade não havia lugar para os dois na mesma família. Essa situação acabou se repetindo com os gêmeos Jacó e Esaú. Hoje a briga ainda continua, entre o povo palestino e os judeus.

Ismael veio por providência de uma decisão tomada entre Abraão e Sara. Ele não foi o filho da promessa porque não veio por meio de um milagre que DEUS deveria operar em Sara para que ela concebesse. Ismael nasceu naturalmente, como todas as crianças nascem, não houve um milagre divino. Por isso ele é o filho da carne.

Por sua vez, Isaque nasceu porque DEUS havia prometido. Quando o menino nasceu, se haviam passado 25 anos da primeira vez que DEUS o havia prometido. Sara não só sempre foi estéril como há muito tempo não mais menstruava. Portanto, não só era o filho prometido que haveria de nascer do casal, como era um milagre de DEUS. Por isso era o filho da promessa.

De um descendente de Isaque viria um futuro rei, Davi. E descendente de Davi, viria José, e JESUS seria Filho de José com a jovem Maria, entenda-se assim. Esse JESUS seria o Salvador do mundo, prometido por DEUS. JESUS também viria a ser o Filho da promessa, e Ele enfrentaria a cruz do calvário, para morrer por toda a humanidade. Portanto, Isaque também representava o Monte do Calvário, mas Ismael o Monte Sinai. O Monte do Calvário significava a salvação daquilo que a lei, detalhada no Monte do Sinai exigia. A lei do Sinai exigia a morte do pecador, e essa morte ocorreu no Monte do Calvário.

4. Quarta: Hagar e o Monte Sinai (Gal. 4:21-31)

O que Hagar tem a ver com o Monte Sinai? É uma ilustração de Paulo para explicar melhor sobre a salvação pela graça mediante a fé.

Voltemos outra vez à linha da história. A Adão DEUS prometeu resgate do pecado pela luta entre JESUS e satanás que sairia ferido mortalmente na cabeça. Na cruz, JESUS saiu ferido e satanás também. Só que JESUS ressuscitou da morte eterna, mas satanás saiu condenado para a morte eterna, porque ele perdeu a batalha.

No tempo de Adão DEUS instituiu o sacrifício de animais. Depois DEUS fez outra aliança com Noé. Ele teve que salvar algumas pessoas da maldade dos antediluvianos. E Noé e sua família Ele salvou por meio de um barco. Mais tarde, Ele fez outra aliança com Abraão. E agora, refaz essa mesma aliança de um Salvador, e de uma nação, com o povo de DEUS tirando-o do Egito.

Na verdade todas essas alianças eram sempre as mesmas, porém, com conotações diferentes ou também com acréscimos. Aquilo que DEUS prometeu a Adão e Eva era tam-bém o que prometia a Noé, a Abraão e ao povo de DEUS no Sinai. As conotações diferen-tes foram a violência dos antediluvianos, a incompatibilidade entre Abraão e seus parentes e a escravidão do povo no Egito. Em todas essas situações havia influências específicas sobre as pessoas que seguiam a DEUS. Mas a parte essencial da aliança sempre foi a mesma, ou seja, JESUS viria morrer por eles, lhes presentearia com a salvação, e lhes daria a fé que deveriam ter para crerem e serem salvos. Assim foi com Adão, com Noé, com Abraão e com o povo que saía do Egito. Em nenhum caso haveria algo que fizessem para ajudar DEUS a cumprir Suas promessas. Mas Abraão e Sara tentaram ajudar DEUS providenciando uma mulher para que nascesse um filho de Abraão, que seria adotado por Sara. Essa ajuda significa as obras que os seres humanos muitas vezes acham que devem realizar para que se salvem. Contudo, obras não salvam ninguém, mas servem para manter salvo o que foi perdoado pela graça de DEUS. Ou seja, o que nos salva é o ato de JESUS ao morrer por nós. O pecado tem que ser pago com morte.

Vamos raciocinar um pouco mais profundo. Afinal, nós, pecadores, podemos ou não podemos pagar a conta de nossos pecados? Sim, claro, podemos. Basta, para isso, morrer-mos eternamente, e a conta estará paga. Então, é evidente que podemos pagar a conta, MAS, pagando-a, com isso, não escapamos da morte eterna. Deixamos de existir, e é exa-tamente a morte eterna que DEUS quer evitar! Portanto, JESUS morreu por nós, aquela morte que deveríamos sofrer. Essa é a diferença, pois agora, podemos viver eternamente, sem pagar a conta, e isso é a graça.

E as obras, onde ficam? Ora, depois de termos sido perdoados, por isso estamos sal-vos, então importa que não pequemos mais, para continuarmos salvos. No entanto, se outra vez pecarmos, outra vez careceremos do perdão.

E Hagar e o Monte Sinai, onde entram nessa história? Bem simples de entender. Hagar representa a providência do ser humano para que a promessa de DEUS se cumpra. Representa as obras. Abraão e Sara tentaram ajudar DEUS a cumprir a Sua pro-messa de um filho. Isso resultou em inúmeros problemas, conflitos, guerras, mortes, tristeza, que se estendem até hoje. E não ajudou em nada para que de Abraão e Sara se formasse uma grande nação.

No Sinai, os israelitas agiram tal como Abraão por meio de Hagar. Eles disseram: “nós faremos tudo...” o que o Senhor mandou. A cabeça deles fora educada na escravidão, em trabalhar de modo forçado para os seus senhores. Assim entenderam a DEUS, como um outro senhor para o qual deveriam trabalhar, como escravos. Parecia a eles que deveriam fazer alguma coisa para contentar o Senhor. E isso perdurou durante toda a existência do povo de Israel. No tempo de JESUS eles enfatizavam nas obras, e o problema estourou mais uma vez lá entre os gálatas. Entre nós também não é diferente. Quantas vezes houve-se alguém dizer: quantas almas já conduziu para CRISTO? Há pessoas que contabilizam o número. Ou, o que você está fazendo para salvar almas para o reino de DEUS? Essas per-guntas são feitas em lugar de: você está deixando DEUS transformar a sua vida? Ou, DEUS o está usando como instrumento para salvar almas? As obras vêm com a transfor-mação que DEUS opera em nossa vida. Mas parece que nós, como os gálatas, como o povo de Israel, temos que “fazer alguma coisa”, para contentar superiores e ao Senhor. Aos superiores, para que alcancem seus alvos, ao Senhor, para apressar a Sua vinda. Ou seja, achamos que nós precisamos fazer alguma coisa pelo Senhor, e esquecemos que é o Senhor que deve fazer grandes coisas em nós e por nós. Nunca esquecer que, quando os apóstolos se tornaram humildes, então veio o ESPÍRITO SANTO, e eles saíram ao mundo fazendo não alguma coisa, mas grandes coisas.

5. Quinta: Ismael e Isaque hoje

Resumindo a polêmica de hoje. Havia naqueles dias quatro grupos de crentes ligados a uma mesma fé. Os judeus não cristãos, que não aceitavam CRISTO, mas que eram descendentes de Abraão por serem filhos de Isaque; os judeus cristãos que aceitaram a CRISTO, mas continuaram vinculados ao cerimonialismo; os judeus cristãos que também aceitaram CRISTO e se haviam desvinculados do cerimonialismo (por certo, bem poucos); e os gentios cristãos, que se converteram a CRISTO. A polêmica que estava ocorrendo vi-nha da parte dos judeus cristãos em relação aos gentios cristãos. Os judeus diziam que esses gentios não eram verdadeiros descendentes de Abraão, porque não eram judeus e porque não passaram pelo ritual da circuncisão.

Paulo deu uma resposta bem dura àqueles judeus. A sua argumentação está em Gá-latas 4: 21 a 31. Trata das duas mães, Hagar e Sara, como vimos ontem. Os judeus eram filhos de Sara com Abraão, isso é certo. Mas, espiritualmente, se tornaram como os filhos de Hagar com Abraão. E os gentios, naturalmente, não eram filhos nem de uma nem de outra, mas espiritualmente se tornaram como filhos de Sara com Abraão. Como pode isso?

O filho de Hagar, Ismael, veio ao mundo por uma providência humana. Ele, portan-to, não era o filho da promessa. Ele era filho que envolvia obras humanas.

O filho de Sara, Isaque, veio ao mundo por uma providência divina. Jamais teria nascido se DEUS não operasse um milagre. Sara, além de estéril já havia passado da época de ter filhos.

O filho de Hagar passou a caçoar de Ismael. Parece que havia desentendimentos. Ismael era bem mais velho que Isaque, e se envolveu no que se poderia chamar hoje de bulling. Pode-se acreditar que, se Ismael não tivesse feito isso, teria tido alguma recompensa também. Mas seu comportamento se tornou inconveniente, uma ameaça a Isaque, e talvez à promessa. Ismael representa aquelas pessoas que fazem parte da família de cristãos, da mesma fé, mas que perseguem outros membros da família. O problema é a perseguição, e disso Paulo entendia bem, ele já fora um perseguidor.

A conclusão aqui é bem óbvia. Os judeus cristãos que exigiam que os gentios cris-tãos fizessem a circuncisão para se tornarem filhos de Abraão estavam fazendo o papel de Sara ao oferecer Hagar a Abraão para ter um filho. Essa era uma providência humana, por-tanto, um tipo de obra, no intuito de se providenciar o descendente do pai da fé. Pelo fato desses judeus agirem assim, eles se tornaram como Ismael, ou seja, espiritualmente não mais descendentes de Abraão, do pai da fé. Isso pelo fato de confiarem nas obras, nas pro-vidências humanas em vez de terem fé em DEUS.

Por sua vez, aqueles gentios cristãos, que ao natural não eram descendentes de Abraão, esses se tornaram seus descendentes porque confiaram no milagre da adoção por CRISTO, porque confiaram no Salvador. Assim como Isaque veio ao mundo por um mila-gre divino, assim também eles, filhos de pagãos, pela fé se tornaram descendentes de Abra-ão, o pai da fé, isto é, pai de todos os que creem.

Isaque, o filho da promessa, veio ao mundo por um milagre de DEUS. JESUS, o fi-lho da promessa para ser Salvador do mundo, veio ao mundo por um milagre ainda maior. Ele veio por meio de uma mulher que não tinha relações com homem. Um Ser especial se gerou em seu ventre, e assim veio ao mundo. Nada Maria fez para isto, nem José, nem ser humano algum. Ele veio por Sua iniciativa, por que nos amava e nos ama.

6. Aplicação do estudo – Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:

A questão de reflexão hoje é: porque DEUS fez outro concerto com Seu povo, no Sinai?

Na verdade Ele não fez outro concerto, ele ratificou o concerto feito com Adão, com Noé e com Abraão. Ele também tornou esse concerto mais firme pelo detalhamento.

O concerto com Adão e Eva, feito antes do pecado, era de todos se amarem. Nisso entra o sábado como o dia especial para dedicação exclusiva ao amor. Mas quando eles pecaram, então, para que o amor não fosse interrompido, DEUS fez outro concerto com eles, da morte substituta de JESUS pela morte eterna deles. Isso fez para que a felicidade do ambiente perfeito do amor pudesse um dia ser restaurado.

O que DEUS fez no Sinai foi tornar mais enfático os dois concertos. Ele detalhou os Dez Mandamentos e os escreveu em tábuas de pedra, colocando-os dentro de uma arca. Nisso Ele dava a entender que acima de todas as leis, aquela era a mais importante. Ampliou também o concerto do sacrifício de JESUS na cruz, introduzindo o ritual do santuário, que antes não existia, senão, um ritual bem simples de sacrifício de cordeiros. Logo, não foi outro concerto, porém, a confirmação solene do que já existia. E também, o segundo con-certo, dos sacrifícios, era para que tudo pudesse retornar outra vez às condições do primeiro concerto, o de amor entre DEUS e a humanidade.

Por esse raciocínio, fica evidente que o concerto de amor, que no Sinai foi detalhado em Dez Mandamentos para nossas condições de pecadores em ambiente que só incentiva à transgressão, é eterno, pois foi dado em contexto de perfeição, e o outro concerto, dos sacri-fícios é temporário, pois foi dado em ambiente de pecado, e sua função é salvar a todos para retorno àquele ambiente de perfeição.

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