Quando Deus se torna animador de auditórios

(Pr Renato Vargens)

“Infiéis, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tiago 4:4)

Infelizmente parte dos evangélicos, ao longo dos últimos anos vem contribuindo com a política moderna de pão e circo, oferecendo para o povo sofrido desta terra, diversão e migalhas. Isto de certa forma tem se materializado mediante a promoção de mega-eventos, onde a chamada música gospel, é oferecida como entretenimento.

Pois é, neste Brasil de meu Deus é comum encontrar nas noites de sábado, shows, festas e boates evangélicas. Em concentrações como estas, jovens se reúnem com o propósito exclusivo de se divertir. Para tanto, usam do nome de Deus, fazendo do Criador um tipo de animador onde o que importa no final é a satisfação pessoal.

Caro leitor, não tenho a menor dúvida que ao agirmos desta maneira desobedecemos escancaradamente ao terceiro mandamento, que é tomar o nome do Senhor nosso Deus em vão. Isto afirmo pelo fato de que as estruturas criadas para alegria de nossos jovens não visam a glória de Deus e sim a satisfação humana. Na verdade usamos o nome de Deus de forma interesseira e egoísta, fazendo dele o protagonista de nossas diversões pessoais. Como bem disse C.H Spurgeon “em nenhum lugar das escrituras vemos Deus dizendo que a igreja tem por missão promover o entretenimento ao povo. Além disso, não vemos em nenhum momento ordens do Senhor quanto ao de promover divertimento para aqueles que não tem prazer no evangelho".

Ah! Quero lhe confessar uma coisa: Estou cansado dessa história de Gospel! Estou cansado de gente que se locupleta em nome de Deus! Estou cansado do mercantilismo evangélico, da prosperidade desprovida da ética, bem como dos profetas mercadores dessa geração.

Não suporto mais essa sandice! Chega de pops stars, de megalomaníacos da fé, de adoradores de si mesmos, de propagadores de loucuras. Ah! Que saudade da boa música, ministrada, cantada por gente que ama a Deus, cujo interesse era simplesmente engrandecer o nome do Senhor! Que saudade, do louvor apaixonado, que brotava do peito dos adoradores como um grito de paixão e amor.

Ah! meu amigo, e o que mais me chama atenção, é que a igreja evangélica brasileira diante de tantas aberrações continua advogando a causa de que estamos vivendo momentos de um genuíno avivamento. Segundos os profetas pós-modernos, as marcas do derramamento do Espirito Santo se manifesta de forma sobrenatural com grunhidos, latidos, e outras esquicitices que só de pensar me deixa envergonhado.

Por favor responda sinceramente: Que avivamento é esse, que não produz frutos de arrependimento? Que avivamento é esse que não muda o comportamento do crente? Que avivamento é esse que não converte o coração do marido a esposa e vice-versa? Que avivamento é esse que dicotomiza a relação entre pais e filhos? Que avivamento é esse que relativiza a ética? Que avivamento é esse que comercializa de modo adoecedor a glória de Deus?Alguma precisa ser feita, os valores do reino de Deus precisam ser resgatados, chega da fé mercantilista, chega da "gospelização" da vida!

Amados, mais do que nunca é imprescindível que reflitamos a luz da história sobre o significado e importância da Reforma. Acredito piamente que os conceitos pregados pelos reformadores precisam ser resgatados e proclamados a quantos pudermos, até porque, somente agindo desta forma poderemos sair deste momento preocupante e patológico da igreja evangélica brasileira.

Soli Deo Gloria.

REFLEXÃO: “Não porei coisa torpe diante dos meus olhos; aborreço as ações daqueles que se desviam; isso não se apagará a mim” (Salmos 101:3)


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