Indo Jesus para os lados de Cesareia de Filipe, perguntou a Seus discípulos: Quem diz o povo ser o Filho do Homem? (Mateus 16:13)
Jesus é, sem dúvida, a figura mais controversa da História. Se perguntássemos ao povo, hoje, “quem foi Jesus?”, obteríamos uma variedade de respostas: “Um celibatário”, “um pacifista”, “um líder guerrilheiro”, “um político ingênuo”, “um líder carismático”, “um mágico”, “um grande mestre”.
Ele realmente foi um homem notável, para ser visto de tantas maneiras diferentes. Mesmo em Seu tempo, as opiniões a Seu respeito divergiam muito. Quando Cristo perguntou aos discípulos: “Quem diz o povo ser o Filho do Homem”, eles responderam: “Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas” (Mt 16:14). O próprio Cristo disse que alguns O consideravam “um glutão e bebedor de vinho” (Lc 7:34).
Jesus abriu a discussão a Seu respeito porque o Seu tempo estava se esgotando. Logo Ele deveria “seguir para Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, ser morto e ressuscitado no terceiro dia” (Mt 16:21). Será que eles haviam entendido quem Ele era e qual Sua missão? Estavam os doze preparados para continuar a obra após Sua morte? Se ninguém houvesse entendido essas questões, a fé cristã não sobreviveria à Sua ausência.
Se Ele fosse considerado apenas um “Mestre vindo da parte de Deus” (Jo 3:2), ou um dos profetas ressuscitado dos mortos, Sua morte não teria maior significado do que a de qualquer outro grande homem.
Para que alguém encontrasse salvação na cruz do Calvário seria preciso, primeiramente, reconhecer que Aquele que estava pendurado na cruz não era outro senão o Filho de Deus, o Salvador do mundo, o Messias, o Cristo.
“Jesus, obviamente, sabia muito bem o que o povo pensava dEle. A razão dessa pergunta feita aos discípulos foi a de preparar-lhes a mente para a pergunta seguinte: o que eles próprios pensavam dEle” (SDA Bible Commentary, v. 5, p. 429).
O que pensa você de Jesus? A resposta é essencial, porque dela depende seu destino eterno.
Analisemos, primeiramente, as respostas dos discípulos quanto à opinião do povo sobre a identidade de Jesus, o que não foi senão uma triste constatação de que, apesar das evidências, “os Seus” não O haviam reconhecido como o Messias anunciado nas profecias.
Uns diziam que Ele era João Batista, que havia ressuscitado dos mortos. Não era só Herodes que pensava assim (ver Mt 14:1, 2), mas muitos dentre o povo.
Outros diziam que Jesus era Elias. Ao considerá-Lo assim, o povo pensava estar enaltecendo Jesus, pois Elias era tido como o “príncipe dos profetas”. E isto significava também que O consideravam como o precursor do Messias. Barclay diz que até o dia de hoje os judeus esperam o retorno de Elias antes da vinda do Messias, e ao celebrarem a Páscoa, mantêm uma cadeira vazia, pois quando Elias vier, o Messias não irá demorar.
E outros, ainda, afirmavam que Jesus era Jeremias. Várias lendas circulavam acerca de Jeremias. Acreditava-se que, antes de o povo ser levado para o exílio, Jeremias havia escondido a arca do concerto e o altar do incenso numa caverna do Monte Nebo, e que, antes da vinda do Messias ele retornaria, mostraria a arca, e a glória de Deus voltaria ao povo de Deus novamente (2 Macabeus 2:1-12). Ao considerar Jesus como Jeremias, o povo Lhe estava atribuindo a elevada posição de precursor do Messias.
Todas essas opiniões, no entanto, eram inadequadas, pois Jesus era o próprio Messias, e não o Seu precursor. Mateus apresenta uma sequência progressiva na compreensão que os discípulos e as multidões tiveram de Jesus, passando da admiração à adoração: “E maravilharam-se os homens, dizendo: Quem é este que até os ventos e o mar Lhe obedecem?” (Mt 8:27). “E as multidões se admiravam, dizendo:
Jamais se viu tal coisa em Israel” (9:33). “E toda a multidão se admirava e dizia: É este, porventura, o Filho de Davi?” (12:23). “E chegando à Sua terra, ensinava-os na sinagoga, de tal sorte que se maravilhavam e diziam: Donde Lhe vêm esta sabedoria e estes poderes miraculosos?” (13:54). “E os que estavam no barco O adoraram, dizendo: Verdadeiramente és Filho de Deus!” (14:33).
“Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (16:16).
Admirar Jesus não é suficiente. É preciso adorá-Lo na beleza da Sua santidade. E reconhecê-Lo como “Senhor meu e Deus meu” (Jo 20:28). Só assim estaremos no caminho da salvação.
REFLEXÃO: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai” (João 1:1, 14)
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Fonte: Meditações Matinais 2010
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