Comentários Lição 10 – Mordomia cristã e meio ambiente (Prof. Sikberto Marks)


02 a 09 de Março de 2013

Verso para memorizar: “DEUS os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a Terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela Terra” (Gên. 1:28).

Introdução de sábado à tarde
A palavra mordomia vem do latim “major domus”; traduzindo: é o “principal”, ou seja, o administrador da casa. Aplica-se também ao administrador de um estabelecimento, por conta do próprio dono que delegou seus poderes a este administrador. Pode ainda ser aquele que dirige os bens de uma igreja ou organiza uma festa de igreja. Enfim, é sempre alguém de confiança escolhido por quem é dono, para em seu nome, gerir o que deve ser gerido.
Uma outra aplicação da palavra é bem pejorativa. Mordomia também pode ser regalia, privilégios ou benefícios obtidos sem trabalho nem esforço. Esta aplicação não nos interessa nesse estudo.
DEUS, no sexto dia da criação, deu ao casal, por meio de Adão, o direito e os poderes para o gerenciamento de tudo o que existe nesse planeta. Eles aqui eram a autoridade máxima, em nome de DEUS. Eles não eram os proprietários, mas os que dirigiam. Em lugar de DEUS administrar o planeta, Ele deu esse poder aos seres humanos, e deveriam fazê-lo conforme o princípio geral de como também DEUS faz todas as coisas: amor.
Assim sendo, nós não podemos explorar os recursos do planeta devastando-o, como hoje se vê, e sim, podemos nos valer desses recursos, para nos beneficiar, mas de maneira que o planeta não seja prejudicado. Isso desde 1992 se chama “desenvolvimento sustentável”, que quer dizer, desenvolvimento tecnológico utilizando os recursos naturais, contudo, sem que assim se degrade a natureza. O nome existe, as regras foram estabelecidas naquele ano, houve o tratado de Kioto sobre a poluição, mas na prática, quase nada foi feito. Principalmente a indústria continua poluindo onde acha que isso é imprescindível para obter ganhos e competir com os concorrentes.
Nós, adventistas do sétimo dia, de saída do planeta, bem que poderíamos pensar assim: “estamos mesmo prestes a ser resgatados daqui, e iremos para o Céu, portanto, podemos usar a abusar.” Mas não é assim, quem agir dessa maneira, não se salva; fica aqui mesmo. Até no último dia de estadia na Terra, os que se salvam, irão respeitar os restos da natureza que ainda estiverem à disposição. E assim agirão sempre, seja no Céu, seja de volta, aqui na Terra renovada. É uma questão de consciência e de obediência aos princípios da lei divina, que obedecemos porque esse é o correto modo de viver. 
 
  1. 1.      Primeiro dia: Domínio outorgado no princípio
Todos os seres têm algo para fazer. Alguns exemplos: as abelhas polinizam as flores; os cachorros e os gatos são companhia para nós; os pássaros cantam; micro-organismos trabalham dentro de nosso organismo; árvores dão flores e frutos; outras plantas brindam-nos com lindas flores, como as orquídeas. E assim por diante. O ser humano, no Éden, também tinha o que fazer, e era um trabalho racional em extremo prazeroso: cuidar de tudo isso. Era para ele guardar ou zelar pela natureza.
O que significa ser o mordomo, numa situação como a de antes do pecado? E o que significa essa situação depois do pecado?
Ellen G. White dá alguma luz sobre isso. “Estavam continuamente descobrindo algumas novas belezas e excelências de seu lar edênico, as quais enchiam seu coração de profundo amor e lhes arrancavam dos lábios expressões de gratidão e reverência a seu Criador” ( História da Redenção, 22 e 23).
“Adão foi coroado rei no Éden. Foi-lhe dado domínio sobre todos os seres viventes que Deus tinha criado. O Senhor abençoou Adão e Eva com inteligência tal que Ele não tinha dado a nenhuma outra criatura. Conferiu a Adão o poder sobre todas as obras criadas, de Suas mãos. O homem, feito à imagem divina, poderia contemplar e apreciar as obras gloriosas de Deus na natureza.
“Adão e Eva podiam divisar a habilidade e a glória de Deus em cada haste de grama, arbusto e flor. A beleza natural que os envolvia refletia-se como um espelho de sabedoria, excelência e amor do seu Pai celestial. Seus cânticos de afeição e louvor subiam ao Céu suave e reverentemente, em harmonia com os suaves cânticos dos elevados anjos, e com a passarada feliz que gorjeava despreocupadamente suas músicas. Não havia doença, decrepitude, nem morte. A vida estava em tudo em que se pudessem repousar os olhos. A atmosfera estava cheia de vida. Havia vida em cada folha, em cada flor e em cada árvore.
“O Senhor sabia que Adão não podia ser feliz sem o trabalho; portanto deu-lhe a agradável ocupação de cuidar do jardim. À medida que ele cuidava das coisas bonitas e úteis ao seu redor, podia ver a bondade e a glória de Deus nas Suas obras criadas. Adão tinha temas a contemplar nas obras de Deus no Éden, que era uma miniatura do Céu. Deus não formou o homem meramente para contemplar as Suas obras gloriosas; porém deu-lhe mãos para trabalhar, bem como mente e coração para contemplar.
“Se a felicidade do homem consistisse em não fazer nada, o Criador não teria apontado o trabalho para Adão. O homem deveria encontrar felicidade no trabalho e também na meditação. Adão deveria ter em grande estima o fato de que ele fora criado à imagem de Deus, a fim de ser semelhante a Ele em justiça e santidade. Sua mente possuía a capacidade de cultivo contínuo, expansão, refinamento e nobreza, pois Deus era seu professor, e os anjos seus companheiros” (No Deserto da Tentação, 13 e 14).
“Ele foi posto, como representante de Deus, sobre as ordens inferiores de seres. Estes não podem compreender ou reconhecer a soberania de Deus, todavia foram feitos com capacidade de amar e servir ao homem. Diz o salmista: “Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das Tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés: … os animais do campo, as aves dos céus, … e tudo o que passa pelas veredas dos mares”. Sal. 8:6-8” (Patriarcas e Profetas, 44 e 45).
Então, trabalhar na Terra sem pecado era algo um tanto parecido com estar de férias, numa praia bonita. Ali não se fica deitado todo o dia sem fazer nada. O que se faz são castelos na areia, caminhar perto da água ou banhar-se, contemplar a natureza e suas belezas, e assim por diante. Há muito para se fazer, e como isso é prazeroso! E isso também é trabalho, mas sem metas, sem compromisso, sem ordens, sem superiores, sem pensar em comprar ou vender, sem ser repreendido… O trabalho no Éden era para eles serem felizes, não para que por ele se sustentassem.
Depois do pecado tudo mudou. Então o trabalho assumiu outro objetivo, além de aprender com a natureza e contemplá-la. Depois do pecado, o trabalho passou a servir também para o sustento de nossa vida, para termos o que comer e onde morar, etc. E nesses últimos tempos o trabalho vem se tornando cada vez mais estressante, cheio de exigências e riscos de perder tudo o que fez. Sobre o que se faz há impostos, taxas, participação de outros, e temos que ter cuidado para que reste algo para nosso sustento, pois há os que estão atentos para tirar de nós o que for possível. Dias atrás, como foi complicado nos livrarmos da cobrança por serviços nunca prestados de um provedor de acesso à internet, algo que nunca solicitamos. E eles não podiam provar a solicitação, mas ligaram umas sete vezes exigindo pagamento. Da agradável ocupação, em razão do pecado, vejam só no pesadelo de vida que deu hoje aquilo que era tão bom no princípio.

  1. 2.      Segunda: Cuidando de outras criaturas
Há alguma necessidade de se estudar na Bíblia sobre o cuidado com a natureza? Pelo raciocínio lógico não deveria haver. Afinal, qual é a sabedoria em se deteriorar seja o que for? Qual a racionalidade em se prejudicar as coisas? Mas os seres humanos, sem a Bíblia, tornam-se, de fato, como seres não racionais, incapazes de entender que eles mesmos e seus filhos serão prejudicados se descuidarem da natureza. Um exemplo bem prático disso é a grande cidade de São Paulo. É quando cai uma chuva forte que vemos os efeitos da falta de zelo pela própria cidade. Já estive em outros países, e também recebemos informações de fora do Brasil. Um dos motivos, embora não o único, de alagamentos dentro da cidade de São Paulo é o relaxamento do próprio povo, que joga o lixo nas ruas, principalmente sacos plásticos. Quando chove, esse lixo vai entupir as entradas de água para as tubulações, e ela se torna inoperante. E assim é todas as vezes que chove forte, as tais bocas de lobo entupiram. Depois de muitos anos sofrendo enchentes, e as tubulações subterrâneas não servirem para nada, a maioria da população não ter aprendido a lição, é sinal de que, sem uma verdadeira relação com o Criador, o ser humano não se flagra e não muda nem mesmo nos pontos mais óbvios pelos quais ele mesmo se prejudica.
O mesmo se pode dizer com relação aos animais. Dias atrás soube de um cavalo que uns rapazes fizeram correr muito em dia quente. Depois o fizeram entrar num rio. Ele teve graves consequências em seus músculos, e em alguns dias, depois de muito sofrimento, morreu. Minha esposa e eu estivemos almoçando num restaurante e sentamos ao lado de uma janela. Minha esposa me chamou a atenção para um canil bem construído, com uma casinha coberta com uma telha de Brasilit. Era bem limpo, havia água e alimento. Porém em um ponto faltou cuidado. O cachorro não sabia onde ficar devido ao imenso calor do sol naquele lugar. O animal estava sofrendo, ofegante. Assim sofrem nas mãos dos seres humanos insensíveis pássaros, gatos, cachorros, cavalos e muitos outros animais, que precisam viver em desacordo com a sua natureza, na verdade sofrendo em todos os dias de vida, apenas para dar, vez por outra, algum prazer aparente a seus donos. Como se fossem donos. E se fossem donos, ainda assim não justificariam os maus tratos. Escreveu Ellen G. White: “Aqui está uma lição para todos os que têm poder de raciocínio: o tratamento cruel dispensado mesmo aos animais irracionais é ofensivo a DEUS. Aqueles que professam amar a DEUS nem sempre consideram que o abuso aos animais, ou sofrimento a eles imposto por negligenciá-los, seja pecado. Os frutos da divina graça serão revelados pelos homens, tanto pela maneira com que tratam os animais como pelo serviço prestado na casa de DEUS. Aqueles que se permitem ser impacientes ou irados com seus animais não são cristãos. Uma pessoa que é rude, severa e soberba em relação aos animais inferiores, sendo eles a parta mais fraca, é covarde e tirana. E manifestará, quando houver oportunidade, o mesmo espírito cruel e arrogante para com o cônjuge e filhos.” (Comentários de EGW sobre a lição da Escola Sabatina dos Adultos, p. 64).
Se somos parte do povo santo, então teremos cuidado com a natureza e com tudo o que DEUS criou, não importa se em poucos dias sairmos desse planeta e ele ficar abandonado por todos os seres humanos. É uma questão de cidadania celeste, que observaremos sempre seja onde estivermos.

  1. 3.      Terça: O sábado e o meio ambiente
“Lembra-te do sábado para o santificar, porque em seis dias fez o Senhor…”. É assim que inicia o quarto mandamento. Pede que nos lembremos do sábado para o santificar porque tudo foi criado por DEUS.
Portanto, se somos criaturas, e se o mais também foi criado por DEUS, não nos compete destruir o que outro criou. Mas sim, nos compete sempre lembrar, por meio do sábado, que tudo se originou pelo poder de DEUS; por isso, tudo merece o mesmo respeito e zelo como Aquele que criou dispensa a tudo o que existe. Como tudo o mais que existe, nós também somos criaturas, e viemos à existência por vontade e ato do Criador. E Ele estabeleceu como deveria ser o nosso relacionamento – nós seres racionais superiores neste planeta – com os seres inferiores e o restante da natureza. É pelo sábado que aprendemos isto, pois o sábado nos traz à lembrança que existe um Criador que tudo fez. E mais uma coisa importante: nós, seres racionais, temos capacidade de nos relacionarmos conscientemente com o Criador, e desse relacionamento racional depende a boa existência de tudo o mais aqui criado. Muito mais que cuidar da natureza, muito mais que não poluir ou não destruir, muito mais vale o nosso relacionamento com o Criador, santificando, por exemplo, o sábado conforme Ele determinou. E também muito mais vale o relacionamento com os nossos semelhantes, que fica definido a partir de como nos relacionamos com DEUS. No final de tudo, o bom funcionamento do planeta depende de como é o nosso relacionamento com DEUS, ou seja, como O adoramos. “O sábado devia ser um sinal entre Deus e Seu povo, para sempre. Dessa maneira devia ser um sinal. Todos os que observassem o sábado, mostrariam por tal observância serem adoradores do Deus vivo, Criador dos céus e da Terra. O sábado devia ser um sinal entre Deus e Seu povo, enquanto Ele tivesse um povo sobre a Terra para servi-Lo” (História da Redenção, 141 e 142).
Para aprendermos sobre esse relacionamento com DEUS, é bem interessante atentarmos para o que diz o livro de DEUS, a Bíblia, mas também o que diz o livro da natureza. “Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das Suas mãos. Sal. 19:1. O Criador deu abundantes evidências de que o Seu poder é ilimitado, de que Ele pode estabelecer e subverter reinos. Ele sustenta o mundo pela palavra do Seu poder. Fez a noite, enfileirando as brilhantes estrelas no firmamento. Chama-as todas pelo nome. Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das Suas mãos, mostrando aos homens que este pequeno mundo é apenas um pontinho na criação de Deus” (Exaltai-O, MM, 1992, p. 54).

  1. 4.      Quarta: Mordomos da saúde
O assunto mordomia, entre nós, precisa ser revitalizado. Há muito tempo mordomia tem conotação de arrecadação de dinheiro, e é bem fácil constatar que é isso mesmo. Se bem que os programas de mordomia nesses últimos anos vem tentando dar outro enfoque mais sistêmico e integral, mas a ênfase é sempre no dinheiro. Esses programas geralmente são bem pouco atraentes, elaborados de modo incompetente, por pessoas que não têm condições espirituais para fazê-lo. A imagem da palavra mordomia entre nós não é positiva. Uma prova disso é que muitas vezes ouvimos os pregadores falarem sobre esse assunto desculpando-se ao iniciar suas apresentações, geralmente dizendo outra vez que mordomia não é só dinheiro. Isso é verdade, mas se parece como um remendo pior que o soneto. Falta credibilidade oficial e espiritualidade em geral. Os “provai e vede” são muito parecidos com as igrejas neopentecostais, onde se diz assim: “devolva o dízimo e dê suas ofertas e serás muito abençoado, com mais dinheiro.” Enquanto não houver uma reforma entre nós nesse assunto vital, essencial e muito solene, o tema continuará sendo visto como um “patinho feio.” Fica o alerta do ponto de vista de quem observa de fora das esferas oficiais.
Desculpem, mas hoje veremos algo sobre a saúde, que faz parte da mordomia cristã, ou se preferirem, da “fidelidade cristã.” Se quisermos ter credibilidade para falar em mordomia, nossos líderes devem, sem exceção, ser homens e mulheres saudáveis, conforme o resultado esperado de nossos princípios de saúde. Ficam perdoados aquelas pessoas que têm problemas hormonais ou outros que as fazem engordar, mesmo tendo bons hábitos. Enquanto houver tantos obesos, e é uma quantidade expressiva de ministros gordos, pançudos, redondos, por falta de “mordomia”, que não se trate de algo que só os leigos devem seguir, do tipo façam o que mandamos, mas não façam o que não gostamos de fazer. É necessária uma urgente reforma, também na saúde, vindo de cima para baixo. Ou a credibilidade continuará sobre a corda bamba.
E todos nós, pastores e membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia, devemos ter credibilidade ao levarmos a mensagem ao mundo externo à igreja. Para assim fazer, devemos testemunhar a eficácia de nossos princípios de vida e de saúde. Enquanto houver, entre nós, muitos pesos pesados, é prudente ficarmos quietos perante o mundo. Em outras palavras, DEUS, que nos deu os princípios de vida saudável, jamais seria tão contraditório em conceder o poder pleno do ESPÍRITO SANTO a uma igreja com um testemunho desses. Essa questão precisa ser resolvida e bem logo!
Se continuarmos estudando lição após lição, vendo e ouvindo um Provai e Vede após outro, assistindo e/ou participando de programas pró-saúde, e não experimentando mudança alguma, DEUS não concederá o poder que necessitamos para concluir a obra. “Ninguém pode devidamente compreender suas obrigações para com Deus a menos que entenda claramente suas obrigações para consigo mesmo como propriedade de Deus. Aquele que permanece em pecaminosa ignorância das leis da vida e da saúde, ou que voluntariamente viola essas leis, peca contra Deus” (Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, 295). É necessário a liderança superior proceder uma reforma urgente e profunda no meio oficial, para que haja moral para se pregar a mesma reforma no meio leigo. Só então a saúde se tornará no braço direito da terceira mensagem angélica.
“Ao negligenciarmos fazer exercício físico, ao sobrecarregarmos a mente ou o corpo, desequilibramos o sistema nervoso. Aqueles que assim encurtam a existência, desatendendo as leis da natureza, são culpados de roubo para com Deus. Não temos nenhum direito de negligenciar ou fazer mau uso do corpo, da mente ou das energias, os quais devem ser utilizados para oferecer a Deus um devotado serviço.
“Devem todos possuir um conhecimento inteligente da estrutura humana, a fim de que possam conservar o seu corpo nas necessárias condições de fazer a obra do Senhor. Aqueles que formam hábitos que enfraquecem o poder dos nervos e diminuem o vigor da mente ou do corpo, tornam-se incapacitados para a obra que Deus lhes tem dado a fazer. Por outro lado, uma vida pura e sadia é mais propícia à perfeição do caráter cristão e ao desenvolvimento das faculdades da mente e do corpo” (Conselhos Sobre Saúde, 41).
As orientações existem, falta atitude mais firme. Com que moral uma pessoa que visivelmente descuida de sua saúde prega no púlpito? E pior, como alguém assim tem cargo de mordomia ou sobre assunto de saúde na igreja? Como alguém assim vai passar a lição desta semana para a sua classe? A não ser que faça, nesse dia, um propósito com seus alunos de mudar de atitude.

  1. 5.      Quinta: Princípios de mordomia cristã
“Lembrai-vos das palavras do apóstolo inspirado: “Não sois de vós mesmos. Porque fostes comprados por preço.” I Cor. 6:19 e 20. Fostes comprados, … mesmo que pereçais. O Senhor quer Sua propriedade. Quando nos dedicamos a Deus de alma, corpo e espírito; quando mantemos o apetite sob o domínio da consciência esclarecida, e batalhamos contra toda concupiscência, mostrando que consideramos todo órgão como propriedade de Deus, destinado para o Seu serviço; quando todas as nossas afeições atuam em harmonia com a vontade do Senhor, firmando-se nas “coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus” (Col. 3:1) – então teremos dado ao Senhor o que Lhe pertence. Ó Deus, “tudo vem de Ti, e das Tuas mãos To damos”. I Crôn. 29:14” (Este Dia com DEUS, MM, 1980, 365).
DEUS é o proprietário de tudo que existe porque Ele criou. Nem nós somos de nós mesmos. Nem o tempo nos pertence. Assim também os bens não nos pertencem e nem o terreno onde construímos a casa onde moramos. Tudo é de DEUS. Esse é o sistema celeste.
Vamos raciocinar um pouco comparando o sistema celeste, onde nada temos que seja nosso, e o sistema terrestre, onde é costume registrar bens em nosso nome e dizer: “isto é meu”.
Parece mais interessante a vida no sistema terrestre. Numa primeira vista sim, pois podemos ter muitas coisas que sejam nossas. Podemos registrar bens que assim passam a ser nossos, e podemos ter a nota fiscal para provar que a televisão nos pertence por exemplo. Aqui na Terra é assim que funciona, e nos parece normal.
No Céu não teremos nada no nome. Nada nos pertencerá. Nada teremos para registrar, aliás, nem haverá lugar para fazer registros. Tudo pertencerá a DEUS.
E qual é a grande diferença entre o sistema terrestre e o celeste? Os registros terrestres de posse na verdade não tem valor, senão perante os homens, e mesmo assim, podem perder a validade. Aqui um ladrão pode nos tomar as coisas, e ele nem se importa com os documentos de posse. Aqui as pessoas podem falir, e a justiça tomar em nome dos credores, o fogo pode consumir, um terremoto, vendaval ou inundação podem consumir com tudo. A doença pode requerer que vendamos os bens para pagar tratamentos. Aqui os bens envelhecem e perdem o valor, ou por causa do mercado, o que valia 100 passa a valer bem menos, por exemplo 5, como foi o caso das ações de um grande banco que quebrou. Quem tinha essas ações em seu nome, simplesmente perdeu 95, em poucas horas! Aqui é ilusão ter as coisas no nome, porque, ou nos tomam, ou perdemos por diversas razões, e ainda por cima, se nada disso acontece, um dia desses morremos, e as posses de nada servirão depois da morte.
E como é no sistema celeste. Lá, nada teremos no nome, porém, usaremos os bens sem que ninguém nos impeça ou cause transtornos. Nunca pagaremos impostos prediais ou territoriais, nunca as coisas se desvalorizarão, nunca tomarão o que estaremos utilizando.
Afinal, o que é mesmo importante? Ter bens ou utilizar bens? É evidente, é bem melhor utilizar os bens, e não ser molestado por isso. Aqui muitos têm coisas de alto valor, mas não podem sair na rua com elas, pois se tornam alvo da ganância de maus elementos. Lá, mesmo nada nos pertencendo, seremos felizes, pois poderemos usar o que existir, em qualquer lugar, sem ameaças. Tente imaginar o seguinte, como se fosse aqui na Terra. Você não tem absolutamente nada. Portanto, pelos critérios terrestres, está na pobreza absoluta. Mas, você trabalha para um patrão muito rico, que não lhe paga salário, porém, você pode usar a conta dele e comprar tudo o que necessita para seu consumo. Também ele lhe emprestou uma linda casa que pode usar à vontade. Ele tem muitos automóveis, que também estão à sua disposição o tempo todo. Nas férias, pode viajar a qualquer lugar do mundo, por conta dele. Os filhos podem fazer os cursos que desejarem, ele paga tudo. E assim por diante. Se isso fosse realidade, do que iria reclamar? O que desejaria mais? Pois tudo o mais que desejasse para viver, teria à vontade. Curioso não é? Pois assim é na Nova Terra.
O que podemos deduzir desse raciocínio? Que aqui mesmo, devemos ensaiar o sistema celeste. Esse é o sistema de mordomia, quando nada nos pertence, mas tudo nos é alcançado para utilizarmos para o nosso bem. É um sistema em que teremos tudo para usar, embora nada para ser nosso. É um sistema em que DEUS supre tudo, sempre, eternamente. Nem mesmo se torna necessário trabalhar para comprar e ter, pois o que tivermos necessidade nos será concedido gratuitamente, sempre como presentes, para o uso quando for o desejo. Convenhamos, esse sistema é absolutamente superior, e permite a verdadeira felicidade. Ninguém será mais importante que o outro por ter mais, pois nem mesmo há possibilidade desse tipo de comparação. Mas o importante é que lá, na Nova Terra, teremos muito mais que o necessário, eternamente à nossa disposição, sem falta de nada, embora não sejamos proprietários do que poderemos usar. É mais importante poder usar à vontade do que ser dono.
Por isso que aqui na Terra é tão importante aprender como administrar os recursos que pertencem a DEUS. Esses recursos celestiais são, pelo menos: (1) os bens, como casas que usaremos ali, terrenos, plantas, etc.; (2) nós mesmos, com vida para toda eternidade; (3) o tempo, a ser utilizado para usufruir tudo o mais que existe; (4) DEUS, nosso Criador, para O amarmos e dEle aprendermos temas maravilhosos; (5) os outros seres criados, para nos relacionarmos; (6) a natureza, para estudarmos, cuidarmos  e contemplarmos; (7) outros planetas, para fazermos viagens de turismo espacial; (8) nossas capacidades de aprender, ter conhecimento e realizar, e assim por diante.
Aqui na Terra a mordomia, como sabemos, se limita aos bens, o corpo, o tempo e os talentos ou capacidades. Mas na Nova Terra, teremos muitas coisas mais para administrar, e para sermos felizes. Temos que aprender com o pouco para sabermos usar corretamente o muito, que foi prometido, e bem logo se tornará, para nós, realidade.

  1. 6.      Aplicação do estudo Sexta-feira, dia da preparação para o santo sábado:
Vamos olhar a nossa situação na Terra de um modo positivo. Se há algum lugar no Universo em que existe necessidade e possibilidade de servir, esse lugar é o nosso planeta. Aqui, mais que em qualquer outra civilização de DEUS, há pessoas necessitando de auxílio, de socorro, de ajuda de todo tipo. Por exemplo, no momento em que estou escrevendo essa parte do comentário, hoje é dia 28 de janeiro, em nossa região estão velando mais de 230 mortos que perderam suas vidas numa boate incendiada. Nós, adventistas, sabemos que quem entra ali, os anjos de DEUS não os acompanham, vão por conta e risco, geralmente um lugar cheio de irregularidades, que as autoridades não querem perceber porque elas mesmas vão para ali se divertir. Por se tratar de negócio muito rentável, envolve interesses econômicos e políticos de pessoas poderosas. Então as leis não são devidamente aplicadas. Além disso, é uma contravenção divina. Mas as famílias desses mortos, quase todos jovens, necessitam de auxílio, e como! Desde uma palavra de conforto a auxílios diversos para as providências do sepultamento. Outras famílias estão necessitando de auxílio no tratamento de seus feridos. A principal ajuda que essas pessoas necessitam é da nossa mensagem de salvação e da demonstração viva de um estilo de vida alternativo saudável e que gere verdadeira felicidade. Isso mesmo, felicidade autêntica, que esse pessoal procura nas boates e outros tipos de ilusões. Essas pessoas estão sendo enganadas pelo demônio, que lhes convence da necessidade de se divertir daquela maneira, pulando toda madrugada em um ambiente fechado, poluído com som em volume altíssimo. Quão importante é nesses dias a nossa mensagem do futuro que aguardamos e de saúde que já devemos estar vivendo!
No Éden, antes do pecado, Adão e Eva cuidavam do jardim. Mas depois do pecado, surgiu a necessidade de trabalhar pelo sustento da vida, além de cuidar da natureza. Servir o semelhante no Éden era fácil e simples, não havia necessidades como as que apareceram depois do pecado. Hoje todos nós dependemos de muita ajuda, e somos convidados a ajudar. Hoje não conseguimos mais viver sem o socorro de outras pessoas. Quantas vezes a mão de um amigo nos acode levando rapidamente para o hospital em razão de alguma emergência.
O grande exemplo de ajuda, de servir, foi JESUS, que veio para nos servir no escape da morte eterna. Portanto, se há algum lugar onde podemos treinar a cidadania celeste de se importar pelo próximo, esse lugar é o nosso planeta, principalmente nesses últimos dias.

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