Comentários Lição 12 - O Anticristo (Prof. César)

15 a 22 de setembro de 2012

Verso para memorizar:Ninguém de nenhum modo vos engane, porque isto [a chegada do dia do Senhor, conforme no verso anterior] não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia, e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição” (2 Tes. 2:3).
 
A preocupação de Paulo era alertar, provavelmente não tanto seus contemporâneos, mas os futuros cristãos, sobre o aparecimento de um poder apóstata escatológico. Ao mencionar “apostasia” fica claro que o apóstolo profetizava acerca de um poder derivado do próprio cristianismo, porém, negador da fé evangélica.  Esse poder religioso seria a própria encarnação do pecado. Ele é chamado “homem do pecado”.  Parece evidente, também, que o sentido da expressão significa um homem que encarnaria o mal e levaria muitos à perdição.
            Esse poder atuaria antes da vinda de Jesus e seria um sinal da proximidade do grande evento. Imaginamos com que pesar Paulo encarou essa revelação. Ele se esforçava ao máximo para conservar pura a igreja. Por instrução do Espírito ele é informado que o mal já estava infiltrado na igreja e que se desenvolveria até constituir o que EGW chama de “a obra prima do poder de Satanás”.  Essa mútua transigência entre o paganismo e o cristianismo resultou no desenvolvimento do ‘homem do pecado’ (2Ts 2:3), predito na profecia como se opondo a Deus e exaltando-se sobre Ele. Aquele gigantesco sistema de religião falsa é a obra-prima do poder de Satanás - monumento de seus esforços para sentar-se sobre o trono e governar a Terra segundo a sua vontade.” HR, 327.  
“O apóstolo Paulo, em sua segunda carta aos tessalonicenses, predisse a grande apostasia que teria como resultado o estabelecimento do poder papal. Declarou que o dia de Cristo não viria "sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição; o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus". 2Ts 2:3 e 4. E, ainda mais, o apóstolo adverte os irmãos de que ‘já o mistério da injustiça opera’. 2Ts 2:7. Mesmo naqueles primeiros tempos viu ele, insinuando-se na igreja, erros que preparariam o caminho para o desenvolvimento do papado.” GC, 49.  
DOMINGO
O problema (2Ts 2:1-3)
               
            O homem do pecado, o filho da perdição, o chefe humano da apostasia iria ser revelado antes da volta de Jesus. Mas não era muito cedo para falar de um cumprimento profético que estaria muito distante? Na verdade, não demoraria tanto tempo assim para esse poder começar sua obra destruidora. Paulo afirmou que o “mistério da iniquidade” já estava operando.
“Pouco a pouco, a princípio furtiva e silenciosamente, e depois mais às claras, à medida que crescia em força e conquistava o domínio da mente das pessoas, o mistério da iniquidade levou avante sua obra de engano e blasfêmia. Quase imperceptivelmente os costumes do paganismo tiveram ingresso na igreja cristã. O espírito de transigência e conformidade fora restringido durante algum tempo pelas terríveis perseguições que a igreja suportou sob o paganismo. Mas, em cessando a perseguição e entrando o cristianismo nas cortes e palácios dos reis, pôs ela de lado a humilde simplicidade de Cristo e Seus apóstolos, em troca da pompa e orgulho dos sacerdotes e governadores pagãos; e em lugar das ordenanças de Deus colocou teorias e tradições humanas.” GC, 49.
“O apóstolo Paulo advertiu a igreja a não esperar a vinda de Cristo em seu tempo. ‘Porque não será assim’, diz ele, ‘sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado.’ 2Ts 2:3. Não poderemos esperar pelo advento de nosso Senhor senão depois da grande apostasia e do longo período do domínio do ‘homem do pecado’. Este ‘homem do pecado’, que também é denominado ‘mistério da injustiça’, ‘filho da perdição’, e ‘o iníquo’, representa o papado, que, conforme foi anunciado pelos profetas, deveria manter sua supremacia durante 1.260 anos. Este período terminou em 1798. A vinda de Cristo não poderia ocorrer antes daquele tempo. Paulo, com a sua advertência, abrange toda a dispensação cristã até ao ano de 1798. É depois dessa data que a mensagem da segunda vinda de Cristo deve ser proclamada.” Idem, 356.
“A Igreja de Roma apresenta hoje ao mundo uma fronte serena, cobrindo de justificações o registro de suas horríveis crueldades. Vestiu-se com roupagens de aspecto cristão; não mudou, porém. Todos os princípios formulados pelo papado em épocas passadas, existem ainda hoje. As doutrinas inventadas nas tenebrosas eras ainda são mantidas. Ninguém se deve iludir. O papado que os protestantes hoje se acham tão prontos para honrar é o mesmo que governou o mundo nos dias da Reforma, quando homens de Deus se levantavam, com perigo de vida, a fim de denunciar sua iniquidade. Possui o mesmo orgulho e arrogante presunção que dele fizeram senhor sobre reis e príncipes, e reclamaram as prerrogativas de Deus. Seu espírito não é menos cruel e despótico hoje do que quando arruinou a liberdade humana e matou os santos do Altíssimo. 
            “O papado é exatamente o que a profecia declarou que havia de ser: a apostasia dos últimos tempos (2Ts 2:3 e 4). Faz parte de sua política assumir o caráter que melhor cumpra o seu propósito; mas sob a aparência variável do camaleão, oculta o invariável veneno da serpente. ‘Não se deve manter a palavra empenhada aos hereges, nem com pessoas suspeitas de heresias’, declara Roma. - História do Concílio de Constança, de Lenfant. Deverá esta potência, cujo registro milenar se acha escrito com o sangue dos santos, ser hoje reconhecida como parte da igreja de Cristo? 
            “Não é sem motivo que se tem feito nos países protestantes a alegação de que o catolicismo difere hoje menos do protestantismo do que nos tempos passados. Houve uma mudança; mas esta não se verificou no papado. O catolicismo na verdade em muito se assemelha ao protestantismo que hoje existe; pois o protestantismo moderno muito se distancia daquele dos dias da Reforma.” Idem, 571.
 Esse poder retomará o controle religioso do mundo com o auxílio do protestantismo e o apoio político dos Estados Unidos da América. O monstro perseguidor da Idade Média ressurgirá. Porém, desta vez ele terá de se haver com Cristo, perseguido implacavelmente na pessoa de Seus seguidores. Há uma praga final reservada para a besta do Apocalipse.     
SEGUNDA
A breve resposta de Paulo (2Ts 2:3, 4)
               
            Depois de exortar com veemência a igreja, para que não se deixe enganar por nenhuma “mídia” que lhes fosse apresentada, ele apresenta a revelação da profecia. Dotado de espírito profético pelo Espírito Santo, Paulo vaticinou que o retorno de Cristo não aconteceria sem antes ocorrer uma espantosa apostasia no seio do cristianismo.  Essa defecção se corporificaria na pessoa do “homem do pecado”.  Que é uma individualidade poderosa, isso se pode ver em suas ações: 1) Ele se opõe a Deus.  Como alguém pode fazer oposição a Deus? Combatendo Seu governo. Como o governo de Deus se baseia na Constituição Universal da Santa Lei, a estratégia e tentar anulá-la.  Outra forma é atacar o adversário, nesse caso Deus. “Proferirá palavras contra o Altíssimo”. Esse poder falava “grandes palavras” contra Deus, “falava com vanglória” (Dn 7:8, 11, 20) 2) Quer mexer com Deus? Então ataque Seu povo. Esse apóstata destruiria “os santos do Altíssimo” (Dn 7:25) Ele faria outra coisa terrível: Procuraria mudar os tempos (períodos determinados; hb. zaman). Que tempos determinados? É o sábado um tempo determinado? Sim ou não? Sim, evidentemente. O Criador o determinou logo na primeira semana deste mundo como mnemônico (memorizador) de que o mundo tem sua origem no poder do Eterno. O que o poder apóstata pretenderia? Mudar a Lei. Como, historicamente, ele fez isso? Implantando um dia de adoração espúrio no lugar do sábado da Santa Lei.
            Paulo diz mais. Que o homem do pecado se assentaria no templo de Deus. Ora, esse iníquo não se assentou literalmente em nenhum templo de Deus.  Os templos dedicados ao Senhor foram destruídos.  Mas há um templo remanescente. O do Céu. Como o homem do pecado destronou a Deus e procurou pôr-se em Seu lugar? Ele “substituiu a Deus”.  Criou deuses inúmeros para desbancar o Senhor. Há mais de dez mil santos e beatos católicos.  Todos são intercessores e beneficiadores dos humanos. Vejam este texto: “A Igreja não tem dúvida quanto à intercessão da Virgem Maria e dos outros santos junto a Jesus. Eles não realizam milagres por si sós, por isso não possuem ‘poderes’. Eles pedem a Jesus que atenda aos seus pedidos. Nós não os adoramos, pois a adoração só é devida a Deus, mas os amamos como discípulos e imitadores do Senhor durante sua vida terrena e por sua incomparável devoção pelo Mestre.” (Catecismo Católico, parágrafos 956, 957).
Há muitas maneiras desse poder desviar a atenção do Deus supremo. Peregrinações, mitos, adoração de relíquias, missas, santuários edificados a santos canonizados. Ensinos como Inferno, Purgatório, Limbo ensinam um Deus perverso que se compraz no sofrimento eterno de pobres criaturas pecadoras.
Querem ver outro “desvio de rota”?  Há 911 igrejas e 267 santuários dedicados a Fátima em todo mundo. Só dentro de Roma existem 50 igrejas dedicadas a Virgem Maria. E mais templos nominados a:   Nossa Senhora d'Ablon, Nossa Senhora da Abadia, Nossa Senhora de Absam, Nossa Senhora da Abundância, Nossa Senhora da Ajuda, Nossa Senhora de Akita, Nossa Senhora de Almudena, Nossa Senhora do Amparo (título de Maria), Nossa Senhora dos Anjos, Nossa Senhora da Apresentação, Nossa Senhora da Apresentação de Natal, Nossa Senhora da Arábia, Nossa Senhora da Assunção, Nossa Senhora Auxiliadora, Nossa Senhora de Lourdes, Virgem de Guadalupe (México),   Minha mãe, que era católica, falava muito em “Santa Maria Maggiore”, um dos títulos da virgem. E as igrejas dedicadas aos santos?  O espaço restrito não nos permite alongar as identificações. Teríamos muita coisa a apresentar. Seria preciso um tratado para detalhar as obras do poder identificado por Paulo.
           
TERÇA  
O detentor (2Ts 2:5-7)
                 
       Algo estava detendo a manifestação precoce do poder iníquo ao qual Paulo estava se referindo. Logicamente esse algo era entrave às pretensões de poder do homem do pecado. Paulo diz que os tessalonicenses tinham conhecimento do empecilho. Comentando o verso 6, o SDABC, vol. 7, p. 241 diz: “Os estudantes posteriores de suas palavras têm a desvantagem de não saber o pleno conteúdo de sua [de Paulo] citação oral.” Isto é, não há possibilidade de saber exatamente a que Paulo se referia.
      E o SDABC prossegue: “Os comentaristas reconhecem grandes dificuldades nos versos 6-12, e as ligam ao fato de Paulo estar se dirigindo aos tessalonicenses num contexto de informações previamente partilhadas, as quais nós não possuímos. Assim, qualquer explanação da passagem proposta contém um elemento conjectural, e deve ser cuidadosamente pesado no contexto da mensagem de Paulo aos tessalonicenses.” Pp.241-242.
      Porém, é clara a conclusão de que o poder que detinha o progresso do iníquo vinha da parte de Deus, embora não lhe conheçamos o meio.
      “O mistério da iniquidade já opera...” – Havia anticristos contemporâneos de Paulo? Por certo que sim. Ler 1Jo 2:18. O inimigo nunca deu trégua à oposição a Jesus. O poder perseguidor do povo de Deus que reinaria por 1.260 anos já estava em fase fetal. Um curso de terrível apostasia estava tomando forma.
            Já na época dos reformadores, esse poder estava bem estabelecido. Dele disse Calvino: “Algumas pessoas pensam que somos demasiadamente severos e censuradores quando chamamos de Anticristo o pontífice romano. Mas aqueles que são desta opinião não consideram que eles trazem a mesma carga de presunção contra o próprio Paulo, de quem falamos, e cuja linguagem adotamos… vou brevemente mostrar que as (palavras de Paulo em II Tessalonicenses 2) não são capazes de qualquer interpretação diferente do que a aplicação ao papado.” Institutes of the Christian Religion.
            Roger Williams, primeiro pastor batista dos EUA, afirmou: “O pretenso vigário de Cristo na Terra, que se assenta como Deus sobre o Templo de Deus, exaltando-se não só acima de tudo o que é chamado de Deus, mas sobre as almas e as consciências de todos os seus vassalos, sim, sobre o Espírito de Cristo, sobre o Espírito Santo, sim, e do próprio Deus … fala como o Deus do céu, pensando em mudar os tempos e as leis, mas ele é o filho da perdição (2 Tessalonicenses 2).” The Prophetic Faith of Our Fathers,vol. 3, p. 52.
 John Wesley, fundado do metodismo, expôs: “Ele está em um sentido enfático, o homem do pecado, como que aumentando todos os tipos de pecado acima da medida. E ele é, também, devidamente intitulado como ‘o Filho da Perdição’, como ele tem causado a morte de inumeráveis multidões, tanto de seus opositores como seguidores… Ele é o que… se levanta contra tudo que se chama Deus, ou que é adorado… reivindicando maior poder, e maior honra… reivindicando as prerrogativas que pertencem somente a Deus.” Antichrist and His Ten Kingdoms, p. 110.
Wycliffe, Tyndale, Lutero, Calvino, Cranmer, no século XVII, Bunyan, os tradutores da Bíblia King James e os homens que publicaram as confissões de fé batistas e de
Westminster, Sir Isaac Newton, Wesley, Whitfield, Jonathan Edwards, Spurgeon e, mais recentemente, o bispo JC Ryle e o Dr. Martin Lloyd-Jones; estes homens, entre inúmeros outros, todos viram o papado como o anticristo”. All Roads Lead to Rome, Michael de Semlyen. p. 205.
Hoje há fatores de detenção que impedem esse poder de retomar o controle religioso do mundo. Pouco a pouco, contudo, eles vão sendo removidos para que se prepare o caminho do erguimento da imagem da besta, que dará vida à primeira besta e oprimirá a consciência. Porém, “os protestantes dos Estados Unidos, serão os primeiros a estender as mãos através da voragem para apanhar a mão do espiritismo; estender-se-ão por sobre o abismo para dar mãos ao poder romano; e, sob a influência desta tríplice união, este país seguirá as pegadas de Roma, desprezando os direitos da consciência.” GC, 588. 
QUARTA               

O anticristo revelado (2Ts 28-10)
                 
                O advérbio “então” coloca no texto uma relação de tempo. Quando ocorrerá esse “então”? Quando for “afastado aquele que agora o detém”. Segundo a interpretação historicista, o mistério da iniquidade alcançou reconhecimento e apoio de Clóvis, imperador dos francos em 508, embora desde Justiniano o papa ter sido considerado pelo imperador como o cabeça de todas as igrejas. O catolicismo tornou-se a religião oficial do Sacro Império Romano. O historiador Victor Duruy atestou: “Clóvis foi o primeiro a unir todos os elementos dos quais a nova ordem social seria formada,a saber, os bárbaros, aos quais ele colocou no poder; a civilização romana, à qual ele rendeu homenagem ao receber a insígnia de patriarca e cônsul da parte do Imperador Anastácio; e a Igreja Católica, com a qual ele estabeleceu a frutífera aliança que foi continuada pelos seus sucessores. O Concílio de Orleans havia sancionado essa aliança, reconhecendo a Clóvis como o protetor da Igreja, cujas isenções ele confirmou nesse mesmo concílio. O papa já havia escrito a ele: ‘O Senhor proveu as necessidades da Igreja por lhe conceder como defensor um príncipe armado com o capacete da salvação: sejas sempre para ela uma coroa de ferro, e ela te concederá a vitória sobre os teus inimigos’”.
            Clóvis entendeu que politicamente seria um grande lance obter o apoio da Igreja Católica, que já se constituía um poder religioso forte. Como havia se casado com Clotilde, uma princesa católica, ele até abriu mão de sua antiga religião para abraçar convenientemente a da esposa. Sua luta contra os inimigos arianos da igreja romana é notória nos anais históricos.
            É verdade que muitos eventos históricos concorrentes para o estabelecimento do papado tiveram lugar nos anos antecedentes a 538 a.D. e que contribuíram para a inegável hegemonia político-religiosa de Roma papal, fazendo dela a controladora tanto da religião quanto da política da Idade Média. O Imperador Justiniano já reconhecera oficialmente a proeminência do papa, faltava à igreja autonomia política para dominar.  Segundo os historiadores, desde a queda do império romano em 476 a.D., Roma sempre esteve sob controle de um rei ariano e, portanto, inimigo do papado.
            Depois de ser livrada do domínio dos hérulos e dos vândalos, ainda faltava um inimigo a ser vencido: os ostrogodos. “A pesada derrota dos ostrogodos no cerco de Roma... em 538 a.D., foi um golpe mortal para a independência do poder ariano que governava a Itália, e constituiu, portanto, uma data notável no desenvolvimento da supremacia papal. Com o período de 533-538, pois, começam os mil, duzentos e sessenta anos desta profecia, que se estenderiam até ao período de 1793-1798. O ano de 1793 foi o ano do Reinado do Terror na Revolução Francesa, e o ano em que a religião católica romana foi abandonada na França, e em seu lugar instituído o culto da razão. Como resultado direto da revolta contra a autoridade papal na Revolução Francesa, o exército francês, sob o comando de Berthier, entrou em Roma e, a 10 de fevereiro de 1798, o papa foi aprisionado, morrendo no exílio na cidade francesa de Valença, no ano seguinte. Este ano, 1798, no qual foi infligido ao papado o golpe de morte, clara e adequadamente assinala o término do longo período profético mencionado nesta profecia.” Estudos Bíblicos, terc. ed., 22o milheiro, p. 195.  

QUINTA
Verdade e mentiras (2Ts 2:10-12)

            “[...] e com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos. É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira, a fim de serem julgados todos quantos não deram crédito à verdade; antes, pelo contrário, deleitaram-se com a injustiça.” (2Ts 2:10-12)
            A pergunta número 7 da lição é intrigante. “Por que Deus permite que tantas pessoas sejam enganadas?” Em verdade, o Senhor não permite que as pessoas sejam enganadas. O que Ele permite é que os que quiserem ser enganados, rejeitando frequente e audazmente a luz da verdade, se envolvam no erro que tanto acariciam. Segundo Paulo, a causa fulcral ou fundamental no problema do engano permitido é que os rejeitadores “não acolheram o amor da verdade para serem salvos”.
            Em Sua extrema misericórdia, o Espírito do Senhor Se empenha em levar luz ao pecador, para que veja seus descaminhos e chegue ao arrependimento. A bondade do Senhor é que leva o homem ao arrependimento (Rm 2:4). Porém, está escrito: “Não permanecerá o Meu Espírito para sempre com o homem...” (Gn 6:3). Há um limite o qual o homem não pode ultrapassar sem consequências mortais. Mesmo com o povo de Deus, o Senhor pode permitir que, se ele escolher endurecer-se contra os apelos divinos, seja deixado a errar por ter escolhido a operação erro. Isso é comprovado pelos versos 11 e 12 do Sl 81: “Mas o Meu povo não quis ouvir a Minha voz; Israel não Me quis. Pelo que Eu os entreguei aos desejos dos seus corações e andaram segundo os seus próprios conselhos.”
            Vejam o que escreveu EGW sobre o que ocorrerá com os ímpios por causa de sua obstinada oposição ao Espírito do Senhor: “Deixando Ele o santuário, as trevas cobrem os habitantes da Terra. Naquele tempo terrível os justos devem viver à vista de um Deus santo, sem intercessor. Removeu-se a restrição que estivera sobre os ímpios, e Satanás tem domínio completo sobre os que finalmente se encontram impenitentes. Terminou a longanimidade de Deus. O mundo rejeitou a Sua misericórdia, desprezou-Lhe o amor, pisando Sua lei. Os ímpios passaram os limites de seu tempo de graça; o Espírito de Deus, persistentemente resistido, foi, por fim, retirado.” GC, 613 e 614.
            A “operação-erro” não é de criação divina. Erro é oposto à verdade e tem como seu criador Satanás. Quando Deus retira Sua mão guardadora, o inimigo está livre para fazer o que bem entende com seus súditos. A imunização contra o erro dá-se pela recepção amorosa da luz da verdade que Deus envia. Quem rejeita a verdade firma-se no terreno da mentira, que é território satânico. Então, fica totalmente à mercê do grande enganador.   
 
 
 

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