Comentários Lição 7 - Vida Santa (Prof. César)


11 a 18 de Agosto de 2012

Impureza, no contexto da lição desta semana, tem a ver com falta de pudor, de castidade, de comportamento sexual adequado. A impureza pode ser patente ou oculta, ocorrer dentro e fora da igreja. Os membros da igreja não se tornam assexuados ao serem convertidos, mas o trato com a sexualidade é, de sua conversão em diante,  regido pelos padrões bíblicos e não os do mundo.  Dentro do ensino bíblico, a sexualidade é mostrada como um dom de Deus criado para a felicidade de seres santos. Ela existia antes do pecado e é invenção patenteada do Criador de todas as coisas. 

O Grande Arquiteto do Universo desenhou e executou o projeto do ser sexual de modo maravilhoso, fazendo órgãos genitais humanos perfeitos, bem proporcionados, suas percepções sensoriais e psíquicas, emoções e sensações  excepcionalmente adaptadas para o sexo no contexto do conúbio conjugal.
                
 A Bíblia usa no AT um verbo que foi traduzido para o português como coabitar  ou conhecer (hb. Yada’ – conhecer por experiência, perceber, ser percebido, etc.) Há também outro verbo vertido em português da mesma forma. É shakab – deitar sobre. Outro ainda é utilizado: bow’ – vir para dentro, juntar.
                
 Infelizmente, devido à perversão que os homens fizeram com o dom divino, o sexo ficou ligado à impureza moral (vejam-se seus conceitos na conjuntura da Era Vitoriana). Por muitos anos esse foi um “assunto tabu” até nos arraiais de Israel.
                
 A santificação requerida por Deus e mostrada em Sua Palavra exige que se compreenda bem o tema, que tem muito a ver com uma vida separada vivenciada por um povo santo, nação sacerdotal e escolhida como embaixadora do Céu.

 Nenhum impuro herdará o reino do Céu, portanto, é imprescindível estudar a questão sob a ótica bíblica e ver o que o santo apóstolo Paulo nos tem a dizer de sua parte sobre isso.
               
Lemos no segmento “Estudo Adicional”, p. 87 da lição: “A sexualidade é um assunto muito pessoal; no entanto, há muito perigo para a igreja quando a imoralidade sexual não é confrontada. Igualmente importante é o tipo de igreja que o mundo vê na vizinhança e no local de trabalho. As diretrizes de Paulo nesses assuntos são tão importantes hoje como foram em seu tempo.”
                
DOMINGO
Progredir cada vez mais (1Ts 4:1, 2)

Em 1Ts 3:11-13 encontramos  o princípio do pedido oracional (não proferido dentro da forma estrutural de uma oração, mas manifestado mediante intenção espiritual) de Paulo rogando graça para chegar até os membros da igreja de Tessalônica. Sem extrapolar o sentido do texto, diríamos que os ministros precisam orar para que Deus e Jesus lhes deem a abertura necessária para estreitar laços com os crentes de seu rebanho. O segundo princípio é a petição pelo aumento numérico dos crentes e incremento do amor de uns para com os outros e também os de fora. O terceiro princípio é por confirmação de corações. Paulo sabia que o coração humano, ainda que convertido ao Senhor, precisa ser continuamente confirmado pela graça para não se desviar do caminho estreito. Atrelado a essa graça está a irrepreensibilidade de uma vida santificada e aprovável por Deus. Para que o crente seja irrepreensível diante de Deus, ele precisa ser continuamente coberto pelo sangue de Cristo, santificado pelo Espírito e em constante crescimento na graça. Essa santidade precisa alcançar o dia de Cristo totalmente íntegra e obter a aprovação final do Céu. 

Agora podemos ligar esses princípios e ver como se encaixam no contexto de 1Ts 4:1-18, onde há várias exortações e conselhos sobre a vida testemunhal do crente. Hebreus 12:14 diz que sem santificação, ninguém verá o Senhor.

Dentro do escopo desta lição, a santificação é envolvida no uso do corpo voltado às finalidades sexuais.  O sexo pode ser praticado em perfeito contexto de santificação ou pode conspirar contra ela. No verso três Paulo recomenda afastarem-se da prostituição ou relações sexuais ilícitas. A religião do mundo gentílico de então tinha práticas sexuais nos próprios templos. Crossan e Reed, em sua obra Em busca de Paulo: Como o apóstolo de Jesus opôs o reino de Deus ao Império Romano, sintetizam o clima de sexualidade reinante no império: “O comportamento sexual normativo em Roma desenrolava-se segundo as relações de poder baseados em gênero, idade e status. Entre os romanos, a violência da conquista da guerra misturava-se com a violência da conquista sexual do mais fraco, geralmente a mulher, a escrava, a jovem. O homossexualismo era uma prática comum entre senhores e escravos; dessa forma o escravo era subjugado sexualmente por seu senhor. O poder masculino se sobrepunha ao poder feminino na questão da religião e da sexualidade. Havia entre os romanos as virgens vestais, sacerdotisas que serviam no templo; os galli, sacerdotes castrados ou eunucos, tidos pelos romanos como seres inferiores e incapazes de manter os critérios masculinos de sexualidade marcados pela penetração e pelo controle. Era comum a representação de falos diante de templos, mansões e casas mais modestas, porque estes simbolizavam o poder, a proteção e a fecundidade. Os homens subiam de status ao exercer poder e ao subordinar outros, na cama ou no campo de batalha.” Num clima desses, não admira ser o apóstolo tão veemente.  Os cristãos tessalonicenses estavam cercados de prostituição por todos os lados.

                No verso quatro, conforme a versão NVI, Paulo recomenda que o corpo agora consagrado como instrumento de santidade, seja mantido impoluto e isento de baixas paixões. No verso cinco ele condena a lascívia ou libido descontrolada (sensualidade exacerbada), porque os gentios usavam livremente dela e se corrompiam. 

                Mas a exortação de Paulo não se limita à esfera sexual. Ele avança o ensino reafirmando que Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santificação. Um elemento vital manifesto na santificação é o amor fraternal. O amor fraternal não é só beijinhos, tapinhas nas costas, abraços e cumprimentos. É serviço de levar as cargas uns dos outros, de preferir uns aos outros em honra. O ponto é tão importante que Paulo reforça sua alocução recomendando que os tessalonicenses crescessem em amor fraternal mais e mais. 

                Outro desenvolvimento no campo da santificação é a vida quieta e mansa. Cada um cuidando de sua própria vida e negócios, trabalhando honestamente e dando bom testemunho para os de fora.

“A obra de transformação da impiedade para a santidade é contínua. Dia a dia Deus opera para a santificação do homem, e o homem deve cooperar com Ele, desenvolvendo perseverantes esforços para o cultivo de hábitos corretos. Deve acrescentar graça à graça; e assim procedendo num plano de adição, Deus opera por ele num plano de multiplicação. Nosso Salvador está sempre pronto a ouvir e responder à oração do coração contrito, e graça e paz são multiplicadas a Seus fiéis seguidores. Alegremente lhes concede as bênçãos de que necessitam em sua luta contra os males que os cercam.” AA,  532.  

                        SEGUNDA  
A vontade de Deus: a santificação (1Ts 4:3)
               
Por ser da vontade de Deus que todos alcancem o grau de santificação que lhes permita viver na presença do Altíssimo, é certo que todos os recursos do Céu estão disponíveis para atingir esse objetivo. Há um chamado divino convidando-nos à santificação. O vocábulo “santificação” tem também o sentido de “engrandecimento”. Esse engrandecimento é um processo de absorção do caráter de Cristo Jesus mediante a concessão de Sua justiça imputada ao pecador. O pináculo desse processo é o atingimento da “estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4:13), a “perfeita varonilidade” ou da meta que Deus tem em mente para o homem remido.  No verso em estudo, Paulo utilizou o substantivo grego hagiasmos que significa purificação ou estado de pureza, em total contraste com porneia ou prostituição, que vemos no fim da sentença.  

Paulo defende a ideia da santificação completa do corpo, que é o templo do Espírito Santo, recomendando aos tessalonicenses que entendam que Deus os quer puros sexualmente. 

Sendo que uma das três grandes manifestações pecaminosas da carne é a concupiscência ou desejo libidinoso dos olhos (ver 1Jo 2:16) (as outras são os desejos da carne e o orgulho da vida), segue-se que há ingente necessidade de vigiar sobre aquilo que vemos. Davi entendeu perfeitamente o que isso significava após seu pecado com Bate-Seba e escreveu: “Não porei coisa má diante dos meus olhos” (Sl 101:3). Foi por demorar seus olhos no corpo de uma mulher desnuda - que não era a sua, naturalmente - que ele cometeu grande pecado contra Deus. Aquele homem que se estava santificando pelo temor de Deus, deu oportunidade à luxúria e decaiu do patamar espiritual em que estava. Em decorrência, adulterou, matou, mentiu e atraiu sobre si o desagrado divino.

  Jesus ensinou o controle dos olhos e seu resultado: “Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso.” (Mt 6:22) Jó protestou: “Fiz aliança com meus olhos; como, pois, os fixaria eu numa donzela?” (Jó 31:1) Portanto, há vital importância para a santificação na seleção do que vemos.

  No verso sete de 1Ts 4, Paulo afirma que Deus fez um chamado. Chamado é sinônimo de vocação no NT. Em outras palavras, fomos vocacionados por Deus para atingir a santificação completa. Isso significa um modo de vida semelhante ao de Cristo Jesus. Consideremos o que diz o apóstolo João em 1Jo 2:6: “Aquele que diz que permanece nEle, esse deve também andar assim como Ele andou.” Ou devemos nos comportar tão santamente como Cristo Se comportou. Esse comportamento tem de ser produzido pela presença do Espírito Santo na vida do crente. É o Espírito que gera o fruto da santidade. “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito.” (Gl 5:22-25)

“O caráter do cristão é manifesto em sua vida diária. Disse Cristo: ‘Toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz frutos maus.’ Mt 7:17. Nosso Salvador Se compara a uma videira, da qual Seus seguidores são os ramos. Ele declara positivamente que todos aqueles que desejam ser Seus discípulos precisam produzir frutos; e então mostra como podem tornar-se ramos frutíferos. ‘Estai em Mim, e Eu, em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em Mim.’ Jo 15:4. 

 “O apóstolo Paulo descreve o fruto que o cristão deve produzir. Diz ele que ‘está em toda bondade, e justiça e verdade’. Ef 5:9. E outra vez: ‘O fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio." Gl 5:22 e 23. Estas preciosas graças são apenas os princípios da lei de Deus, demonstrados na vida. 

 “A lei de Deus é a única norma verdadeira de perfeição moral. Essa lei foi praticamente exemplificada na vida de Cristo. Ele diz de Si mesmo: ‘Tenho guardado os mandamentos de Meu Pai.’ Jo 15:10. Nada menos que esta obediência satisfará às exigências da Palavra de Deus. ‘Aquele que diz que está nEle também deve andar como Ele andou.’ 1Jo 2:6. Nós não podemos alegar que somos impotentes para fazer isso, porque temos a afirmativa: ‘A Minha graça te basta.’ 2Co 12:9. Ao olharmos no espelho divino - a lei de Deus - vemos a excessiva malignidade do pecado e nossa própria condição de perdidos, como transgressores. Mas, pelo arrependimento e fé, somos justificados perante Deus, e, mediante a graça divina, habilitados a prestar obediência aos Seus mandamentos.” Santificação, 80, 81.
                 
   TERÇA      
Não como fazem os gentios (1Ts 4:4, 5)
                 
         A sociedade secular determina seus padrões sexuais. O Dr. Flávio Gicovate escreveu: “A primeira revolução sexual aconteceu nos anos 1960, ativada pelo surgimento da pílula anticoncepcional (que abriu as portas para os movimentos de emancipação feminina) e pela ideia de H. Marcuse, entre outros, de que a livre expressão da sexualidade humana traria desdobramentos políticos, igualitários e libertários.” Antes desse movimento preconizava-se a manutenção da virgindade para as mulheres até o casamento, embora se contemplasse a plena liberdade dos homens solteiros de praticarem sexo pré-marital. A moral do pós-guerra já havia decaído. O mundo saíra da época vitoriana no século dezenove e passara por duas guerras mundiais no século vinte, mais a Guerra da Coréia, alterando os costumes morais globais. Porém, a liberação tomou maior expressão a partir de 1960 e 1970.

No primeiro momento parecia que as coisas iriam ser diferentes, pois no fim dos anos 60 e início dos 70 os homens deixaram os cabelos crescerem, passaram a usar bolsas a tiracolo, sandálias etc. Parecia que eles haviam se tornado mais doces, mais próximos do modelo feminino tradicional. As moças pareciam mais disponíveis para o sexo sem compromisso (ainda que tivessem que recorrer à maconha para se sentirem mais livres) e houve várias tentativas de vida em comunidade.

“Tudo isso durou muito pouco, de modo que rapidamente os ciúmes prevaleceram sobre a liberdade sentimental e sexual, o jogo de poder entre os sexos se tornou a regra, a maconha foi substituída pela cocaína, as mulheres é que passaram a se vestir com gravatas e outros acessórios masculinos e os hippies viraram yuppies. A ânsia por poder econômico e sucesso profissional se tornou enorme e a ideia era a de conseguir mais sucesso a qualquer preço - e logo. Trabalhavam muito durante o dia e queriam se divertir loucamente durante a noite. Usavam a cocaína para conseguir tal feito.” Autor citado.
       
      Acontece que, sorrateiramente, algumas decorrências desse movimento passaram pelo filtro grave da igreja e se imiscuíram nos arraiais de Israel. Foi nesse ínterim que as mulheres cristãs começaram a usar calças compridas, a cobrir as unhas com esmalte-base, depois rosado e depois cores mais consistentes, a usar cabelos mais curtos e depois maquiagem mais pesada. Os homens aderiram a roupas mais justas e à informalidade no vestuário, passando a vir aos cultos com calças jeans e camisetas.
     
     Hoje se vê em boa parte das igrejas protestantes o impacto da cultura sexual mundana, fazendo com que muitas mulheres religiosas passassem a usar saias mais curtas, mais justas, decotes mais provocantes deixando à mostra o sulco intermamário, colos mais à mostra, cosmética mais acentuada, adereços e “otras cositas mas”.
      
    Era isso o que Paulo temia. Que os crentes se deixassem levar pelos costumes gentios. A igreja de Corinto deixou-se penetrar por imoralidade tal que o apóstolo teve de ser extremamente severo em sua condenação emitida por carta.

O “desejo de lascívia”
              Que cada um saiba viver com a sua esposa de um modo que agrade a Deus, com todo o respeito e  não com paixões sexuais baixas, como fazem os incrédulos, que não conhecem a Deus.” (1Ts 4:4, 5 – NTLH)
                
               Em nossos dias, a estabilidade do matrimônio adventista foi afetada pela cultura “gentílica”. Já há algum tempo, preocupada com a desestabilização que muitos lares adventistas vinham sofrendo, a Igreja tomou a sábia iniciativa de promover Encontros de Casais, prestando aconselhamento, orientações, educação sexual e regras cristãs de um lar feliz. Bendita iniciativa!
               
               A Igreja faz ingentes esforços para preservar a castidade de sua juventude e dos adultos também, em meio à podridão asquerosa em que o mundo vive. Paulo exorta o povo de Deus a não permitir que o mundo o comprima em seus próprios moldes. Uma igreja sem mácula, nem ruga, nem coisa alguma que contamine é que receberá os imortais vestidos brancos e o toque da imortalidade.

                                                  QUARTA 

De acordo com o plano de Deus (1Ts 4:6-8)
                Os homens têm tentado de todas as formas possíveis e imagináveis descobrir novos caminhos para a prática sexual, o que os leva cada vez mais distante do plano original do Senhor. As mais pervertidas e abomináveis práticas que o diabo e os humanos possam inventar, não lhes traz completude (estado de completo). Então eles prosseguem numa desvairada corrida hedonista (de hedonismo – busca do prazer como bem supremo).  Crescem desbragadamente o homossexualismo e o lesbianismo e outras invenções que fariam sodomitas e gomorritas corar de vergonha.

                A situação anda tão calamitosa, que se levantam grupos e organizações para tentar moralizar um pouco a sociedade. Surgiram, por exemplo, nos EUA, os ditos "Movimentos de Pureza". O primeiro deles surgiu faz pouco mais de uma década. Atualmente existem dois movimentos internacionais reconhecidos: “Silver Ring Thing” e “One Love One Wathing”. Os dois grupos ganharam notoriedade pela identificação do uso de um anel de prata, popularmente conhecido como anel de pureza, usado por aqueles que assumem o compromisso de se guardarem para o casamento. No Brasil, existem alguns movimentos (ligados a algumas igrejas protestantes evangélicas) que se mobilizaram com vários nomes: Anel de Pureza, Anel de Castidade, Aliança de Compromisso, Anel de Prata, Aliança de Pureza, entre outros.

Paulo adverte

“[...] e que, nesta matéria [de santidade sexual], ninguém ofenda nem defraude a seu irmão; porque o Senhor, contra todas estas coisas, como antes vos avisamos e testificamos claramente, é o vingador, porquanto Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação. Dessarte, quem rejeita estas coisas não rejeita o homem, e sim a Deus, que também vos dá o seu Espírito Santo.” (1Ts 4:6-8)

                O que Paulo recomenda aqui é que ninguém explore sexualmente seu irmão ou irmã, porquanto Deus é terrível vingador dos profanadores de corpos alheios. O corpo é sagrado para Deus, porque Ele o fez para morada da Divindade. John Wesley comentou: “’Nesta matéria’ – Por violar seu leito. As coisas proibidas aqui são três: fornicação, verso 3; a paixão do desejo ou desordenada afeição no estado matrimonial, verso 5; e o rompimento do contrato matrimonial.”

                Essa exploração pode expandir-se a um amplo quadro de práticas condenáveis como: abusos sexuais, pedofilia, promiscuidade, troca de casais, homossexualismo, lesbianismo, meretrício e outras que seria indecoroso mencionar. Entre os casados, quando o homem nega à sua mulher o que lhe devido pelos privilégios sexuais conjugais, ou quando a mulher nega ao marido o direito das relações íntimas, como tem acontecido em muitos matrimônios (ver 1Co 7:4), estão pecando contra o Senhor. “Não vos priveis um ao outro, salvo talvez por mútuo consentimento, por algum tempo, para vos dedicardes à oração e, novamente, vos ajuntardes, para que Satanás não vos tente por causa da incontinência.” (1Co 7:5)  

                Paulo deixa claro que, dentro do contexto de santificação, é importante ter uma vida matrimonial sadia, secundada de oração e respeito mútuo.            
                                               
QUIN TA    
Cuidar do próprio negócio (1Ts 4:9-12)

                Mantenham-se calmos; preocupam-se com seu próprio negócio; façam seu trabalho. Vocês já ouviram tudo isso antes de nós, mas um lembrete nunca é demais. Queremos que você vivam de maneira a  conquistar o respeito das pessoas de fora, não dependendo dos amigos.” (1Ts 4:11-1 - The  Message)

                Paulo repisa o que já havia dito sobre a prática do amor entre os membros da igreja. Só para lembrá-los de não deixar que o amor mútuo se esfriasse. Os tessalonicenses já estavam praticando o que ele aconselhara anteriormente (1Ts 4:11-13). Sua afeição fraternal era conhecida em toda a Macedônia. Porém o apóstolo propõe-lhes um desafio: aumentar sua oferta de amor. Ele recomendara a mesma coisa aos filipenses (Fp 1:9). O amor agape precisa crescer e imitar o amor de Cristo. Evidentemente, o amor de Jesus é infinito e os crentes finitos. Mas o alvo é reproduzir o amor prático de nosso Salvador.

                Tratar dos próprios negócios – Cada um devia trabalhar diligentemente e desenvolver seu serviço de forma honesta, leal e veraz. Paulo sabia que o trabalho é uma bênção e um escudo contra os prejuízos da ociosidade. “Na criação, o trabalho foi designado como uma bênção. Significava desenvolvimento, poder, felicidade. A mudada condição da Terra em virtude da maldição do pecado, acarretou uma mudança nas condições de trabalho; contudo, apesar de efetuado hoje com ansiedade, cansaço e dor, é ainda uma fonte de felicidade e desenvolvimento. Outrossim, é uma salvaguarda contra a tentação. Sua disciplina opõe uma barreira à condescendência própria, e promove indústria, pureza e firmeza. Assim, torna-se parte do grande plano de Deus para que sejamos recuperados da queda.” Ed, 214.  

                Outra recomendação sua é: “Procurai viver quietos.” Ou “viver tranquilamente”. O que quereria o apóstolo dizer com isso? O Comentário de Geneva diz que Paulo está aqui repreendendo a ociosidade e a preguiça. Quem quer que fosse inclinado para esses vícios caía em impiedade para grande desonra da igreja. “O trabalho é uma bênção, não maldição. Um espírito de indolência destrói a piedade e ofende o Espírito de Deus. Um lago estagnado é repulsivo, mas uma fonte pura e corrente espalha saúde e alegria sobre a Terra.” AA, 352.

  O Pr. Paulien explica muito bem a razão de Paulo insistir com eles para que trabalhassem de maneira ordeira e diligente. Diz ele que alguns em Tessalônica, em vista da proximidade da vida de Cristo, resolveram dar-se ao ócio. E quem não tem nada para fazer, vai ficar ocupando o seu tempo em cuidar da vida alheia, causando perturbação. O jornalista e editor da Casa Publicadora, Michelson Borges, sintetizou a questão: “Parece também que alguns tessalonicenses haviam parado de trabalhar (4:11; 2Ts 3:6, 7, 11), viviam às custas de outros (2Ts 3:6, 7) e haviam se tornado intrometidos e indisciplinados (1Ts 5:14; 2Ts 3:6, 7, 11), perdendo o respeito até mesmo dos vizinhos não cristãos. Paulo respondeu a esse problema enfatizando que os cristãos devem cuidar de seus próprios negócios (1Ts 4:11, 12) e sustentar a si mesmos enquanto aguardam o retorno de Jesus (2Ts 3:6-9).”

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