Comentários Lição 1 - O evangelho chega a Tessalônica (Prof. César)


30 de Junho a 07 de Julho de 2012

Verso Principal
Outra razão ainda temos nós para, incessantemente, dar graças a Deus: é que, tendo vós recebido a palavra que de nós ouvistes, que é de Deus, acolhestes não como palavra de homens, e sim como, em verdade é, a palavra de Deus, a qual, com efeito, está operando eficazmente em vós, os que credes.” ITs 2:13.

A prioridade de Paulo ao viajar para Tessalônica, que constava do itinerário planejado para sua segunda viagem missionária, era visitar as sinagogas da cidade aos sábados e pregar aos judeus. O segundo passo de seu plano evangelístico era formar centros evangelizadores (igrejas) nessa cidade, de onde o evangelismo se irradiaria para outras polis (cidades). Por três sábados trabalhou arduamente para convencer judeus e gregos de que o Salvador do mundo viera do Céu na pessoa de Cristo Jesus, o Messias prometido.
Alguns judeus se converteram e também muitos gregos piedosos. Muitas mulheres distintas da  sociedade tessalonicense uniram-se à fé (At 17:4).

Piedade prática é o tema principal da epístola, com vistas à volta do Senhor. A bem-aventurada esperança de Sua vinda é a doutrina mais proeminente nela apresentada (1:10, 2:19; 3:13; 4:13-18; 5:23). Outras doutrinas constantes dessa carta sagrada são: a morte e ressurreição de Cristo (4:14), a ressurreição dos justos mortos (versos 13:16), recompensas e punições futuras (4:17; 5:3), a existência pessoal e ativa do principal inimigo de Cristo (2:18) e a doutrina da redenção mediante eleição e santificação (1:4; 4:3-7)
Diante dos judeus o apóstolo procura desmistificar a multicentenária imagem – criada a partir do retorno do exílio babilônico – de um messias bélico, político e rei-general que tornaria Israel a primeira potência mundial, diante da qual todas as nações se curvariam. As profecias interpretadas pelos doutores e rabinos misturavam ignorantemente imagens da primeira vinda com imagens da segunda, configurando um messias irreal, não amparado no texto inspirado.
O Espírito Santo havia dado aos profetas hebreus a visão perfeita do Messias. Pobre, maltratado, sofrido, rejeitado, morto e ressurreto, vítima inocente do pecado dos homens, para que ninguém tivesse dificuldade de identificá-Lo quando viesse. 
Os desvios causados pelas interpretações fantasiosas e tendenciosas dos judeus contribuíram muito para que se concretizasse o copioso lamento de João registrado em seu evangelho, cap. 1, verso 11: “Veio para o que era Seu, e os seus não O receberam.” Entretanto, através da missão de Paulo, Deus queria dar outra oportunidade a Seu povo e também torná-Lo bem conhecido dos gentios.

DOMINGO
Os pregadores pagam um preço
Os primeiros pregadores do evangelho não sabiam muito do que os esperava no trabalho de divulgar pelo mundo greco-romano uma doutrina anticultural, sem os princípios da lógica grega, sem a influência da cultura romana e das tradições populares. Jesus os advertira de que seriam perseguidos por causa de Seu nome, que seriam afligidos, açoitados e muitos morreriam.
Paulo não temia o homem e nem o que esse podia fazer com ele. Porém, era movido pelo agudo desejo de pregar, pregar, pregar. Em Filipos, uma mulher possuída de espírito de adivinhação foi enviada por Satanás para o lugar onde Paulo e seus companheiros procuravam tranquilidade para orar. Essa maga estava sujeita a um grupo de homens que explorava seu dom demoníaco para obter dinheiro. Depois de muitos dias, incomodou-se com a persistência do demônio que a controlava e o expulsou em nome de Jesus Cristo.
Quando os senhores da mulher viram que seu “comércio” falira, deram voz de prisão a Paulo e Silas e os levaram a um fórum de justiça. Os missionários foram acusados caluniosamente de agitadores e detratores ou desvalorizadores da cultura romana. “Essa mulher era um instrumento especial de Satanás, e por meio de adivinhação dava muito lucro a seus senhores. Sua influência auxiliara o fortalecimento da idolatria. Satanás sabia que seu domínio estava sendo invadido, e recorreu a este meio de opor-se à causa de Deus, esperando misturar seus sofismas com as verdades ensinadas pelos que proclamavam a mensagem evangélica. As palavras de recomendação proferidas por essa mulher representavam um dano à causa da verdade, distraíam o espírito do povo dos ensinos dos apóstolos e traziam má reputação para o evangelho, e, por meio delas, muitos foram levados a crer que esses homens que falavam no Espírito e poder de Deus, eram impelidos pelo mesmo espírito dessa emissária de Satanás.” AA, 212.
Como sempre ocorreu em tempos de perseguição, o poder judiciário foi parcial, tendencioso e infrator das normas do direito que permitiam a faculdade de defesa por parte dos acusados. Paulo e Silas não tiveram uma só oportunidade de se defenderem na demanda. Mediante rito sumário as autoridades submeteram os apóstolos à injúria pública rasgando-lhes as vestes, punindo-os com açoites de varas e depois detenção por tempo indeterminado. Cumpria-se a palavra de Jesus: “Estai vós de sobreaviso, porque vos entregarão aos tribunais e às sinagogas; sereis açoitados e vos farão comparecer à presença de governadores e reis, por minha causa, para lhes servir de testemunho.” (Mc 13:9) 
O princípio que ressalta dessa história de Paulo e Silas é que os servos de Cristo testemunham sob qualquer condição. Os apóstolos pregaram livremente em público e também na masmorra. Seja adversa ou não a situação, o servo de Jesus é inspirado a pregar o evangelho e testemunhar sempre.
Deus, porém, estava encaminhando a situação para salvar o carcereiro da prisão, sua família e outras pessoas na cidade. A que custo os apóstolos ganharam essas almas? Perseguição, humilhação pública, punições físicas, injustiças, etc. Se pudéssemos perguntar a Paulo se valeu a pena, estou certo de que ele, com um largo sorriso, diria que sim.
Jesus dissera que Seu evangelho era de paz, paz com Deus. Porém, seria pedra de tropeço para os homens ímpios. “Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada.” (Mt 10:34) O verdadeiro evangelho não é popular. Ele requer fé, negação própria, sacrifício, amor ao próximo, justiça social, afastamento do mundo, vida sóbria e outras virtudes mais. E quem dos homens está disposto a abrir mão de toda a “riqueza” que o mundo oferece?
Por mais otimistas e fervorosos que sejamos, nunca devemos esperar que nossos esforços missionários deem cem por cento de resultado. A oposição não ficará dormente enquanto invadimos seus terrenos e arrancamos de suas mãos as pobres almas em nome de Cristo. Os agentes de Satanás repudiam o evangelho de Jesus e procurarão por todos os meios manter seus escravos até que não haja mais meios de salvação.

SEGUNDA  
A estratégia de pregação de Paulo

A primeira epístola aos tessalonicenses foi escrita entre 49 e 54 a.D. Acredita-se que essa foi a primeira das 14 epístolas do apóstolo. Ele a redigiu provavelmente em Corinto.
Um trunfo importante para a pregação em Tessalônica: “Deixando Filipos, Paulo e Silas viajaram para Tessalônica. Aqui lhes foi dado o privilégio de se dirigirem a grandes congregações na sinagoga judaica. Sua aparência deixava à mostra o vergonhoso tratamento que haviam recebido recentemente, e era necessário dar uma explicação do que acontecera. Isto fizeram eles sem se exaltar, mas exaltando Aquele que operara seu livramento.” AA, 221.  
A pergunta da lição propõe três linhas de investigação da estratégia paulina: onde, quando e como.
Em busca do onde, descobrimos pela revelação de At 17:1 que o primeiro campo de Paulo em sua segunda viagem missionária foi a cidade de Tessalônica, na antiga província romana da Macedônia, hoje Grécia.   E por quê? Não haviam eles passado antes por Anfípolis e Apolônia? Não havia ali campo de trabalho? Talvez porque Anfípolis fosse muito próxima de Filipos (53km) e os opositores de Paulo podiam estorvar-lhes a obra ali. Já Apolônia distava 48km da cidade dos filipenses e pode ter apresentado o mesmo risco. Não sabemos se havia sinagogas judaicas nessas duas cidades. Entendemos que Paulo possa ter visto uma seara mais promissora em Tessalônica. O Dr. Lucas diz que nessa cidade havia uma sinagoga de judeus, quer dizer, um potencial de colheita maior.
O quando foi o dia mais propício para abordar os judeus – o sábado de repouso. Nas sinagogas costumava-se dar a palavra a quem quisesse transmitir alguma mensagem aos frequentadores. Paulo se valeria da oportunidade e pregaria Cristo por três sábados. “Por três sábados sucessivos Paulo pregou aos tessalonicenses, disputando com eles sobre as Escrituras referentes à vida, morte, ressurreição, obra intercessória e glória futura de Cristo, ‘o Cordeiro morto desde a fundação do mundo’. Ap 13:8. Ele exaltava a Cristo, de cujo ministério a compreensão exata é a chave que abre as Escrituras do Antigo Testamento, dando acesso a seus ricos tesouros.”  AA, 229.
O como é mostrado pelos discursos de Paulo amparados totalmente nas Escrituras Proféticas e provando aos judeus que o Messias viria para padecer, morrer e ressurgir dentre os mortos, interceder por eles a fim de salvar o povo de seus próprios pecados. Identificou Cristo como o Messias bíblico tão aguardado.
O efeito foi em cascata. “Ao serem as verdades do evangelho assim proclamadas em Tessalônica com forte poder, foi atraída a atenção de grandes congregações. ‘E alguns deles creram, e ajuntaram-se com Paulo e Silas; e também uma grande multidão de gregos religiosos, e não poucas mulheres principais.’ At 17:4.” Ibidem. Notem o composto dos que creram: “alguns” judeus, “grande multidão” de gregos religiosos e “não poucas”, isto é, “muitas” socialites. O evangelho é universal em sua meta. Todas as classes sociais estão inclusas em seu raio de ação. Deus quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade.
Por que só “alguns judeus”? O verso 5 de At 17 diz que os que não aceitaram eram “movidos de inveja”. A “Seita do Nazareno” estava fazendo adeptos em todo o mundo greco-romano e se tornando poderosa. Os judeus temiam a perda de influência do judaísmo tradicional com suas pomposas cerimônias e exclusivismo nacionalista. De certo modo, aceitar a Cristo era admitir um crime nacional, pois os judeus, com a ajuda dos romanos, O haviam maltratado e crucificado.

TERÇA
Duas visões do Messias

         Um século antes da encarnação do Verbo divino, Jesus Cristo, os essênios da cidade de Qumran – onde foram achados os rolos do Mar Morto - defendiam a tese de que as Escrituras revelavam dois Messias, 1) O filho de Judá e 2) o filho de Aarão. O Regulamento de Damasco, um texto encontrado em Qumran, apresenta o conceito de que o reino de Deus estaria sob governo do Messias, filho de Aarão, e do Messias, filho de Israel. "O rei-messias", segundo Geza Vermes, "seria o Príncipe da Congregação, e o Ungido Sacerdotal, e o Messias de Aarão e Israel, seria o Intérprete da Lei". Vermes arrazoa que "o príncipe davidiano" conduziria o povo ao triunfo contra as nações e implantaria o reino de Deus. Ele se guiaria pela doutrina dos sacerdotes.
O “Comentário de Isaías” declara expressamente que "assim como eles o ensinam, assim julgará ele. Esse Messias seria submisso aos sacerdotes. O Messias de Aarão, por outro lado, é representado como o Sumo Sacerdote do Reino. Ele se encarregaria das lides litúrgicas durante a batalha contra o último inimigo, e como o intérprete maior da Lei ele revelaria o significado das Escrituras e sua relevância em relação à era messiânica.   
            Atendemos para as características do Messias de Jeremias 23:1-6. Ele procede da descendência de Davi, portanto, de linhagem real e não sacerdotal. Ele não seria governado por sacerdotes, mas estaria muito acima deles. Tal ancestralidade não deixa dúvida de que seria um rei humano. O contexto dos versos estudados mostra que o Messias estabeleceria um reino totalmente oposto ao dos pastores apóstatas de Israel, que arruinaram o rebanho por seu desleixo e pecaminosidade. Sobre eles se levanta um ai do Senhor. Porém, Deus mesmo arrebanharia as ovelhas que eles dispersaram e o rei vindouro seria designado por Ele pessoalmente e chamado de “Renovo de Davi” para assumir o governo de Israel. Isaías, Jeremias, Ezequiel e Zacarias usam a termo “renovo” relacionando-a ao Messias.
            A profecia messiânica de Isaías (cap. 9:1-7) indica que o Enviado visitaria as terras de Zebulom e Naftali, no extremo norte do território de Israel, com ênfase na Galileia (onde Jesus realizou grande parte de Seu ministério). A divindade do Messias de Isaías é expressa ao se revelar o Enviado de Deus como a própria personificação da luz. Jesus declarou ser a Luz do Mundo. A encarnação da Divindade é mostrada no verso 6. Um menino nascido (Ele viria como um bebê). A epifania (manifestação da Divindade) ocorreria em forma humana. O Messias seria divino-humano. Seus títulos nobres o equiparam ao Pai: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Seu reino seria de paz sem fim (reino da glória).
                Até a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (Zc 9:9) foi antecipada pela profecia. Ele adentraria a cidade montado, ao estilo dos reis davidianos, num jumento. Nesse verso Jesus é cognominado o Rei de Jerusalém. Destaque-se que Ele a adentraria como Salvador Justo e humilde, o que é conflitante com a figura real que os judeus tinham em seu imaginário. Rei humilde? Não é isso que queremos! Salvador? Só se Ele nos liderar contra os poderosos exércitos romanos e os esmagar como mosquitos.
                Sempre há dois modos de olhar o Messias Salvador. O primeiro é pelo prisma bíblico, perfeito, divino, inequívoco, incontestável. O segundo é pela ótica humana, estrábica, tradicional, fantasiosa, subjetiva e incerta.

QUARTA 

Sofrimento antes da glória
                 “A harmonia da criação depende da perfeita conformidade de todos os seres, de todas as coisas, animadas e inanimadas, com a lei do Criador.” PP, 59. O pecado alterou a ordem cósmica, desarticulou a perfeição da criação divina na Terra, mexeu com o clima, o solo, o ar, as águas, a vegetação, a fauna; corrompeu a estrutura física, moral, espiritual e psíquica do homem e trouxe sofrimento a todos os que habitam o mundo.
                À medida que o pecado progredia em seu caminho devastador, o sofrimento aumentava proporcionalmente. Quando Jesus veio à Terra a humanidade já estava sendo assolada e corrompida por cerca de 4.000 anos de pecado. Por isso Cristo teve tanto trabalho em lidar com o sofrimento de homens, mulheres e crianças. Repasse por um pouco o currículo de curas e milagres de Cristo, e note a tremenda maré de sofrimento que Ele aliviou.
                As Escrituras, ao se referirem ao Messias, diziam que Ele seria “um Homem de dores e que sabe o que é padecer” (Is 53:3) E por quê? Porque o Messias Sofredor arcaria com as culpas de todos os pecados da humanidade, desde Adão até o último humano do tempo do fim, com seu consequente fardo de agonias. “Jesus era trabalhador fervoroso e constante. Jamais existiu entre os homens alguém tão carregado de responsabilidades. Jamais outro conduziu tão pesado fardo das dores e pecados do mundo.” CBV, 51. Não pensemos, portanto, que foi só na cruz que o pecado produziu indizível sofrimento a nosso Senhor. A vida inteira Cristo padeceu. Sendo sem pecado como era, o convívio diário com as transgressões dos homens era-Lhe indescritível tortura para o espírito imaculado.
                Agitação no mundo religioso judeu por causa do Messias – O Dr. Israel Knohl, professor da Universidade Hebraica está agitando uma tese que tem provocado certa comoção nos meios religiosos judaicos, ao defender a noção distinta da vinda do Messias para morrer como "servo sofredor", como expiação dos pecados e redenção de Israel, para depois ressuscitar da morte ao terceiro dia! Com base em seus longos anos de estudo e pesquisa, e nas evidências arqueológicas, que incluem um rolo do Mar Morto ainda não  estudado pelos eruditos judeus, o Dr. Knohl alega que sua noção de o Messias ressuscitar ao terceiro dia é um conceito pré-cristão que data de um período anterior ao nascimento de Jesus.
                O artigo publicado em 2008 na revista Times, encabeçado pelo título "Tábua Antiga desperta debate sobre o Messias e a Ressurreição", ressalta: "Uma tábua de 90cm, com 87 linhas em hebraico, que peritos acreditam datar de décadas antes do nascimento de Jesus, está causando uma silenciosa agitação nos círculos bíblicos e arqueológicos, especialmente porque pode estar a falar acerca de um messias que se erguerá dos mortos após três dias."
                Onde o autor ou autores desse documento arqueológico foi/foram buscar tal ideia? Não teria sido, porventura, no estudo das profecias messiânicas constantes das Escrituras (entre elas Is 53, Sls 22 e 69, e Dn 9:26), em contraposição às invencionices rabínicas e tradições espúrias? Que outras fontes reveladoras, se é que existem e são confiáveis, poderiam fornecer tal acervo profético?
                                               
QUINTA    
Nasce uma igreja

As igrejas que Paulo fundava tinham um composto étnico variado: judeus convertidos e mais gregos ou gentios, isto é, gente de variadas faixas etárias, nacionalidades e culturas. A universalidade do Evangelho se mostrava também no composto das congregações. O que se poderia esperar de uma congregação de mix tão complexo seria confusão e conflitos, mas o poder do amor de Cristo e a regência do Espírito a tornava coesa, harmônica, pujante e evangelizadora.
Um ponto que nos chamou a atenção foi a maneira expositiva de Paulo apresentar o Evangelho de Cristo. Primeiro ele arrazoou (gr. dialegomai ou expôs razões, argumentos, fazer perguntas, fazer refletir, mostrar provas e evidências). Depois  expôs (Gr. diagonoi ou ação de abrir a mente de alguém; despertar em outrem a faculdade do entendimento) e demonstrou  (gr. paratithemi ou explicar como alguém que ensina). Na formação doutrinária e, portanto, da fé da igreja, é importante deixar a verdade bem clara na mente dos membros. Congregações mal preparadas na Palavra são presa fácil dos enganos dos últimos dias. Disso se aproveitam os desertores da igreja de Jesus para enganar os incautos.
O tema apresentado por Paulo, então, é o fulcro ou parte essencial do Evangelho de Cristo: Sua morte e ressurreição. Uma igreja que não tenha presente, sempre, Cristo e Esse crucificado mal poderá subsistir.
Com poder convincente Paulo demonstrava, baseado nas Escrituras do Antigo Testamento, ‘que convinha que o Cristo padecesse e ressuscitasse dos mortos’. At 17:3. Não havia Miquéias profetizado: ‘Ferirão com a vara no queixo ao Juiz de Israel?’ Mq 5:1. E não havia o Prometido profetizado de Si próprio por intermédio de Isaías: ‘As Minhas costas dou aos que Me ferem, e as Minhas faces aos que Me arrancam os cabelos; não escondo a Minha face dos que Me afrontam e Me cospem’? Is 50:6. Por intermédio do salmista, Cristo havia predito o tratamento que receberia dos homens: ‘Mas Eu sou... opróbrio dos homens e desprezado do povo. Todos os que Me veem zombam de Mim, estendem os beiços e meneiam a cabeça, dizendo: Confiou no Senhor, que O livre; livre-O, pois nEle tem prazer.’ ‘Poderia contar todos os Meus ossos; eles veem e Me contemplam. Repartem entre si os Meus vestidos, e lançam sortes sobre a Minha túnica.’ Sl 22:6-8, 17 e 18. ‘Tenho-Me tornado como um estranho para com Meus irmãos, e um desconhecido para com os filhos de Minha mãe. Pois o zelo da Tua casa Me devorou, e as afrontas dos que Te afrontam caíram sobre Mim.’ ‘Afrontas Me quebrantaram o coração, e estou fraquíssimo. Esperei por alguém que tivesse compaixão, mas não houve nenhum; e por consoladores, mas não os achei.’ Sl 69:8, 9 e 20.” AA, 225.  
Ainda assim, “alguns [dos judeus] foram persuadidos”. Não a maioria. A mentira arraigada lançou tão profundas raízes que nem mesmo a abalizada palavra de Paulo conseguiu removê-la. Os gregos, que não tinham tradições tão determinantes e respeitavam a lógica e a razão, aceitaram em maior número.
Esse episódio nos ensina que devemos pregar com zelo, lançar o pão do Evangelho sobre as águas e deixar os resultados com Deus. Talvez nem todos a quem pregarmos aceitarão. Como cristãos otimistas esperamos que os frutos sejam imediatos e que tenhamos de construir igrejas em caráter emergencial para abrigar o transbordante contingente de novos irmãos. Pode ser que isso não aconteça por enquanto. O que importa é que preguemos e deixemos os efeitos com o Espírito do Senhor.
Muitas igrejas ainda nascerão, como aconteceu com a de Tessalônica. Contudo, sabemos pelo Espírito de Profecia que quando do derramamento do Espírito Santo em Chuva Serôdia, milhões se converterão num só dia e se juntarão aos perseguidos guardadores do sábado para enfrentar juntos o tempo de angústia. Por certo não teremos tempo e nem condições de construir igrejas nessa ocasião. Glorioso será, porém,  esse ajuntamento final de santos. Dali só restará um passo para que a igreja de Cristo na Terra seja transferida para o Terceiro Céu. 


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