Vivendo pelo Espírito - Comentários da Lição 12

Lição 12 - 10/dez a 16/dez de 2012
(Comentários do irmão César Pagani)


VERSO EM DESTAQUE: “Digo-lhes: andai segundo o Espírito e não gratificareis os desejos da carne.” (Gl 5:16 – English Standard Version - ESV)




Poesia original do autor (Come Thou Fount of Every Blessing)

"Vem, Tu, Fonte de toda bênção,
Modula meu coração para cantar de Tua graça;
Correntes de misericórdia que nunca cessam,
Pedem hinos do mais alto louvor.
Ensina-me um melodioso soneto,
Cantado por línguas fervorosas do alto.
Louvem no monte onde me encontro,
Monte de Teu amor redentor.

Padeço em meu espírito,
Até ser livre da carne e do pecado,
Pelo que vou herdar,
Hei de aqui mesmo Te louvar.
Ergo-Te meu “ebenezer”,
Por Tua grande ajuda aqui estou
Espero Tua alegria desfrutar.
E com segurança chegar ao lar

Quando perdido, Jesus procurou-me,
Vagando longe do regaço divino.
Para resgatar-me do perigo,
Derramou Seu precioso sangue;
Com Sua bondade, porém, comprou-me.
A língua jamais o pode descrever.
Revestido de carne, até a morte provou para libertar-me
Não tenho palavras para contar.

Á graça sou grande devedor
Diariamente, sinto-me mui grato!
Que Tua bondade, como um elo,
Liga meu errante coração a Ti.
Ele pende a desviar-se de Ti, eu o sinto.
Inclina-me a abandonar o Deus que amo;
Eis meu coração. Toma-o e prende-o,
Sela-o para as cortes celestiais."

(Há ainda a quinta estrofe, que não traduzimos aqui por razões de espaço)


Poesia atual do HÁ – Manancial de Toda Bênção
"Manancial de toda bênção, vem o canto me inspirar.
Dons de Deus que nunca cessam quero em alto som louvar.
Faz brotar-me novo canto, dos remidos lá na luz.
E Teu servo faze-o santo, pra louvar-Te, ó Jesus.

Meus louvores dar eu quero, pois Jesus me socorreu.
E por Sua graça espero transportar-me para o Céu.
Eu, perdido, procurou-me, longe, longe, já sem luz
Maculado, resgatou-me, com Seu sangue, meu Jesus.

Cada dia, cada hora, sou à graça devedor.
Não me lances nunca fora, confiarei em Teu amor.
Eis minha alma vacilante, faze-a firme em Teu amor.
Faz-me justo, bom, constante, para sempre, ó Senhor."

Assim foi traduzido para o português o exaltante hino de Robert Robinson (214 do HA). Quem é o Manancial de toda bênção? Evidentemente a resposta correta é Deus (quando falamos no Senhor aqui, referimo-nos ao Deus único, composto de Três Pessoas distintas entre Si, Oniscientes, Onipotentes e Onipresentes. Quem faz jorrar a graça sobre nós é o Espírito Santo, pois Ele torna eficaz no ser humano todos os méritos e atributos do sacrifício de Cristo.

Andar no Espírito é viver em santidade. Essa santidade ou separação diz respeito ao pecado, ao mundo e a tudo quanto no mundo há. Produz o caráter de Jesus em nós; dota-nos com a mente de Cristo e faz-nos todos de um mesmo sentimento.

Paulo põe em contraste as duas formas de vida que a livre escolha do homem pode preferir: andar no Espírito e andar na carne. Andar no Espírito produz frutos para a glória de Deus: “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio-próprio”, que são totalmente harmônicos com a glória de Deus. Andar na carne produz frutos para a glória do diabo e a ruína eterna do ser carnal: “prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e cousas semelhantes a estas.”

Ao abdicarmos, por amor a Cristo que Se entregou por nós, das satisfações carnais que combatem contra a alma, damos lugar ao governo do Espírito, e andamos como Jesus, que era cheio do Espírito, e faremos Suas obras: “O Espírito do Senhor Deus está sobre Mim, porque o Senhor Me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-Me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados...” (Is 61:1)

DOMINGO - Andando no Espírito


O divino Mestre afirmou com toda veracidade ser o Caminho. Ninguém de boa fé duvida disso. Vemos um fascinante atrativo na expressão de Paulo, de que o Espírito é também o caminho que termina em Jesus Cristo. “Digo, porém: Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne.” (Gl 5:16 - ARC) A da versão Almeida Revista e Atualizada traduz: “Andai no Espírito e jamais satisfareis a concupiscência da carne.” Vemos nesse verso dois tipos antagônicos de vida. Espírito (vida celestial) e carne (vida mundana).

Parece-nos bem claro que andar no Espírito ou em Espírito significa produzir Seu fruto completo, cujos gomos aparecem desde o verso 22 até o 24) Se você somar as divisões desse fruto terá como resultado o caráter de nosso Senhor.

O que é preciso para produzir o fruto do Espírito? Estar constantemente sob a graça de Deus. E como se faz isso? “Orando no Espírito” (Vós, porém, amados, edificando-vos na vossa fé santíssima, orando no Espírito Santo...” (Jd 1:20), permitindo que Ele aja no homem cotidianamente, sem Lhe impor nenhum obstáculo e sem resisti-Lo. É possível resistir ao Espírito (Ver At 7:51) “[Andar no Espírito] é seguir a vida do Espírito Santo (Rm 8:13, 14). Antes da conversão, o homem é carne que naturalmente satisfaz os desejos do coração dominado pelo pecado. Mas quando o Espírito entra e habita no coração, Ele luta contra esses apetites, produzindo em seu lugar o novo fruto que é, nadamais, nada menos, que as qualidades e atributos de Cristo (Gl 5: 22, 23)...” Nota de rodapé – Biblia Vida Nova.

“O Senhor tem uma obra para ser feita por mulheres tanto quanto por homens. Elas podem realizar uma boa obra para Deus se primeiro aprenderem na escola de Cristo as preciosas e importantíssimas lições de mansidão. Elas precisam não somente levar o nome de Cristo, mas possuir o Seu Espírito. Devem andar exatamente como Ele andou, purificando suas almas de tudo que polua. Então serão capazes de beneficiar a outros pela apresentação da plena suficiência de Jesus.” Manuscrito 119, 1907.

Andar no Espírito dentro do Ministério Pessoal - Necessitam-se obreiros agora. Como um povo, não estamos fazendo a quinquagésima parte do que poderíamos fazer como missionários ativos. Se tão-somente fôssemos vitalizados pelo Espírito Santo, haveria uma centena de missionários onde agora há um. Mas onde estão os missionários? Não possui a verdade para este tempo poder para inflamar as almas dos que professam nela crer? Quando há um chamado para trabalhar, por que há tantas vozes a dizerem: "Rogo-te que me hajas por escusado?" O estandarte da verdade deve ser firmado e exaltado neste país. Há grande necessidade de obreiros, e há muitas maneiras pelas quais podem eles trabalhar. Há trabalho tanto para os que se acham nas posições mais elevadas como nas mais humildes... Individualmente todos necessitam de um trabalho em seu próprio coração. Uma obra bem feita não pode ser realizada pelo instrumento humano sozinho.” CSS, 507.

Andar na Lei do Senhor é andar contrariamente ao Espírito? (Ex. 16:4; Lv 18:4) À primeira vista a segunda pergunta da lição de hoje pode sugerir um conflito entre a Lei de Deus e o Espírito de Deus. Mas não é absolutamente assim. Contudo, andar no espírito humano (carne) para ajustar-se à forma legal dos Dez Preceitos é mui diferente de andar no Espírito de Deus. Trata-se de ver quem domina o lobo frontal do cérebro do indivíduo: se a carne ou o Espírito. “Os nervos do cérebro, que comunicam com todo o organismo, são o único meio pelo qual o Céu pode comunicar-se com o homem e afetar sua vida íntima.” MCP1, 230.

Rm 8:4 assevera: “A fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.” Cremos que esse verso dirime qualquer dúvida sobre um eventual conflito entre Lei e Espírito. Quem anda no Espírito cumpre o preceito da Lei.

A graça apreende o sacrifício de Cristo; a morte vicária do Senhor produz perdão ou quitação com a Lei. O ser perdoado é apossado e selado pelo Espírito, que o capacita a andar nos preceitos, estatutos e santos juízos de Deus, conforme expostos nas Escrituras.

SEGUNDA - A guerra do cristão


“Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais, que combatem [fazem guerra - VARA] contra a alma.” (I Pe 2:11 - VARC)

Concupiscências carnais ou cobiças humanas – Agostinho entendia a concupiscência como luxúria carnal ou desejo libidinoso. Tomás de Aquino as conceituava como desejo de prazer gerado por uma realidade física.

Evidentemente, a abrangência do conceito é mais ampla, embora inclua os pensamentos desses teólogos medievais. O apóstolo Pedro recomendava a guerra contra os desejos ilícitos que combatem contra a alma. Em outras palavras,que criavam obstáculos à custosa salvação oferecida por Cristo.

Nosso apetite desordenado é uma dessas concupiscências. “Somos compostos do que comemos, e o comer muita carne diminuirá a atividade intelectual. Os estudantes conseguiriam muito mais em seus estudos se jamais provassem carne. Quando a parte animal do agente humano é fortalecida por comer carne, as faculdades intelectuais diminuem proporcionalmente. A vida religiosa pode ser alcançada e mantida com mais sucesso se a carne for dispensada, pois este regime dietético estimula à intensa atividade as propensões sensuais e debilita a natureza moral e espiritual." Med. Salv. pp. 277, 278. Porém, a bem da verdade, não é só o consumo de carne que está em jogo. Excessos no comer, combinações alimentares malformuladas, abusos de doces, refrigerantes, alimentos embutidos, dispensa de frutas e verduras, falta de atividade física, de exposição ao Sol, tudo entra na composição das forças combatentes contra a alma.

Podemos ainda incluir o hedonismo ou busca mórbida do prazer em todas as suas variações.

Somos carnais por natureza e temos fortes propensões à satisfação – a qualquer custo – dos desejos egocêntricos. Quando Paulo usa a expressão “vendido à escravidão do pecado”, quer se referir àquele indivíduo não convertido, que não anda no Espírito e dá lugar às péssimas escolhas que debilitam as forças do ser.

“A razão por que muitos nesta época não fazem maiores progressos na vida religiosa é interpretarem a vontade divina como sendo apenas o que eles gostariam de fazer. Presumem de estar em conformidade com a vontade de Deus, quando na verdade estão seguindo seus próprios desejos. Esses não têm conflito com o eu. Há outros que por algum tempo são bem-sucedidos na luta contra seus desejos egoístas por prazeres e comodidades. São sinceros e fervorosos, mas cansam-se do contínuo esforço, do morrer cada dia, da incessante labuta. A indolência parece convidativa, repulsiva a morte do eu; fecham os olhos sonolentos e caem sob a tentação em vez de resistir-lhe.” AA, 565.

A guerra do cristão não tem trégua. Não é aqui o lugar de seu descanso. “... Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.” (Ef 6:12)

Quando compreendemos que temos de guerrear contra Satanás e seus anjos, contra seus agentes terrenos, contra nossas próprias paixões e propensões pecaminosas, contra um coração enganoso e desesperadamente perverso, desfalece-nos o ânimo. Mas, ao considerarmos o poder de Jesus, vemo-nos como “mais que vencedores por Aquele que nos amou”. “Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar.” (I Co 10:13)

“A luta contra o próprio eu é a maior batalha que já foi ferida. A renúncia de nosso eu, sujeitando tudo à vontade de Deus, requer luta; mas a alma tem de submeter-se a Deus antes que possa ser renovada em santidade...” MM74, 311.

A fórmula dos vencedores – “Ensinam muitos que tudo quanto é necessário à salvação, é crer em Jesus; mas que diz a palavra da verdade? – ‘A fé sem obras é morta. ’ Tg 2:26. Devemos militar ‘a boa milícia da fé’, tomar ‘posse da vida eterna’, tomar a cruz, negar o próprio eu, combater contra a carne, e seguir diariamente os passos do Redentor.” MM95, 143.

Reforços em nosso favor – “Anjos da glória, que vêem sempre a face do Pai do Céu, regozijam-se em servir aos Seus pequeninos. Os anjos se acham sempre presentes onde mais necessários são, ao lado dos que têm a mais dura batalha contra o próprio eu, e cujo ambiente é o mais desanimador. Fracas e trementes almas que têm muitos objetáveis traços de caráter são seu especial encargo. Aquilo que corações egoístas considerariam como serviço humilhante - servir àqueles que se acham na miséria e são, em todos os aspectos, inferiores em caráter - eis a obra dos puros e santos seres das cortes do alto.” CBV, 105.

“Digam ao tentado que não olhe às circunstâncias, à fraqueza do próprio eu, ou ao poder da tentação, mas ao poder da Palavra de Deus. Toda a sua força nos pertence. ‘Escondi a Tua palavra no meu coração’, diz o salmista, ‘para eu não pecar contra Ti.’ Sl 119:11. ‘Pela palavra dos Teus lábios me guardei das veredas do destruidor.’ Sl 17:4.” Idem, 181.

TERÇA - As obras da carne


Eis a identificação precisa do que são as obras da carne que combate contra o Espírito: “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição [relações sexuais ilícitas como adultério e fornicação, homossexualidade, lesbianismo, relações incestuosas], impureza [vida devassa e descuido higiênico], lascívia [licenciosidade, excessos, libertinagem], idolatria [adoração a deuses falsos, adoração a si mesmo, a bens, possessões, fama, vaidade], feitiçarias [uso e administração de drogas, envenenamento, artes mágicas, práticas de magia negra, umbanda, candomblé, quimbanda], inimizades [ódio ao próximo], porfias [disputas, contendas, discussões], emulações [ciúmes ou rivalidades invejosas], iras [raiva, fúria, ira descontrolada e inapropriada], pelejas [partidarismos, “panelinhas”, conspirações], dissensões [divisionismo, desunião], heresias [doutrinas falsas, fanatismo, pregações de mentiras] invejas [desejo incontido de possuir o que é do próximo ou desgosto por seu bem-estar], homicídios [não só perpetrados, mas intentados no coração. ‘Aquele que odeia seu irmão é homicida’], bebedices [intoxicação, embriaguez], glutonarias [farras, abuso na alimentação] e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus.”

É bom ter presente que as obras da carne se manifestam dentro dos átrios sagrados. Jeremias 7:9-11 denuncia as práticas carnais do povo de Judá e sua mescla abominável com a religião santa. Nos tempos do profeta Oséias (± 730 a.C.) a situação não era melhor. Os crimes descritos em Os 4:2 são chocantes. Você se pergunta: Como pôde acontecer isso entre o povo de Deus? A resposta está no verso 6 do mesmo capítulo: “O Meu povo está sendo destruído por falta de conhecimento.” Quando não há obras do Espírito, certamente aparecem as abjetas obras da carne.

Jesus disse que os frutos da natureza depravada vêm de dentro do coração humano. Ora, sendo assim, depreende-se que coisas deploráveis foram ali armazenadas e não a Palavra de Cristo. A boca fala e as mãos praticam aquilo de que o coração está cheio. Paulo deixa claro em I Tm 3:2, 3 que o líder da igreja não pode, em hipótese alguma, apresentar um comportamento ligado às propensões da carne.

Pedro exorta os crentes a não viverem de acordo com as paixões dos homens, mas segundo a vontade de Deus (I Pe 4:3) Em Patmos, João escreveu que quem é carnal jamais entrará no Céu de luz (Ap 21:8).

Que fazer? “E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências.” (Gl 5:24) “As inspiradas advertências de Paulo contra a condescendência própria soam desde então até o nosso tempo... Apresenta ele para o nosso encorajamento a liberdade desfrutada pelo verdadeiramente santificado: ‘Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.’ Rm 8:1. Ele exorta os gálatas: ‘Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne.’ Gl 5:16 e 17. Menciona algumas formas de concupiscências carnais - a idolatria, bebedices e coisas semelhantes. Depois de mencionar os frutos do Espírito, entre os quais está a temperança, acrescenta: "E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências.’ Gl 5:24.” CSS, 69.

“Muitos há cuja religião consiste em teoria. Para eles, uma emoção feliz é piedade. Dizem: ‘Vinde a Jesus, e crede nEle. Não faz diferença em que acreditais, contanto que sejais sinceros em vossa crença.’ Não procuram fazer o pecador compreender o verdadeiro caráter do pecado...” Ev, 589.

Já pensou? Estar na igreja, receber as copiosas bênçãos dos céus, ouvir a Palavra, cantar louvores, trabalhar no ministério pessoal e, no fim de tudo, estar perdido por ter vida dupla. Crucificar a carne é obra que só o Espírito do Senhor pode fazer em nós. Basta apenas que Lhe estendamos as mãos e pés para que Ele faça isso.

QUARTA - O fruto do Espírito (Gl 5:22-24)


Não se fala em “frutos”, mas fruto. O contraste é diametralmente oposto em relação às obras da carne. Por que Paulo não falou das “obras do Espírito” e sim de “fruto do Espírito”? As obras da carne não possuem nenhum poder sobrenatural, mas são resultado do inteiro domínio do arquiinimigo de Cristo sobre a mente humana. O fruto do Espírito é produzido ao longo de uma vida de renúncia, entrega e conversão ao Deus do Céu. O homem busca o Espírito e o Espírito busca o homem. Esse entrosamento maravilhoso não pode acontecer sem que o mesmo poder que criou todas as coisas atue no indivíduo.

Nove divisões compõem o fruto do Espírito: “Caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.” São virtudes não encontradas num coração carnal.

“Há muitos hoje em dia tão ignorantes da obra do Espírito Santo sobre o coração quanto o eram os crentes de Éfeso; não há, entretanto, verdade mais claramente ensinada na Palavra de Deus. Profetas e apóstolos têm-se demorado sobre este tema. Cristo mesmo chama nossa atenção para o crescimento do mundo vegetal, como uma ilustração da operação de Seu Espírito no suster a vida espiritual. A seiva da vinha, subindo da raiz, é difundida para os ramos, promovendo o crescimento e produzindo flores e frutos. Assim o poder vitalizante do Espírito Santo, que emana do Salvador, permeia a alma, renova os motivos e afeições e leva os próprios pensamentos à obediência da vontade de Deus, capacitando o que recebe a produzir os preciosos frutos de obras santas.” AA, 284.

Faça uma comparação do fruto do Espírito com a Lei de Deus. Há alguma contenda entre eles? Não! Há, sim, perfeita harmonia. O Espírito que deu a Lei fornece poder para santificar o homem e pô-lo em consonância com os mandamentos de Deus. Erra crassamente quem interpreta a liberdade do Espírito como isenção de estar sob o domínio da lei. “Porventura, ignorais, irmãos (pois falo aos que conhecem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem toda a sua vida?” (Rm 7:1)

“Vosso compassivo Redentor vos está vigiando em amor e simpatia, pronto para ouvir vossas orações e prestar-vos a assistência que necessitais em vossa vida. Amor, alegria, paz, longanimidade, bondade, fé e caridade são os elementos do caráter cristão. Essas preciosas graças são frutos do Espírito. São a coroa e o escudo do cristão. Os mais altos sonhos e as mais supremas aspirações não podem almejar nada mais elevado. Nada pode proporcionar mais perfeito contentamento e satisfação. Essas realizações celestiais não dependem de circunstâncias nem da vontade ou do imperfeito discernimento humano. O precioso Salvador, que compreende as lutas de nosso coração e as fraquezas de nossa natureza, tem piedade de nós e perdoa os nossos erros e nos outorga as graças que ardentemente desejamos.” The Health Reformer, agosto de 1877.

“Os que se tornaram novas criaturas em Cristo Jesus, produzirão os frutos do Espírito - "amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio". Gl 5:22 e 23. Não se conformarão por mais tempo com as concupiscências anteriores, mas pela fé do Filho de Deus seguirão as Suas pisadas, refletir-Lhe-ão o caráter e se purificarão, assim como Ele é puro. As coisas que outrora aborreciam, agora amam; e aquilo que outrora amavam, aborrecem agora. O orgulhoso e presunçoso torna-se manso e humilde de coração. O vanglorioso e arrogante torna-se circunspecto e moderado. O bêbado torna-se sóbrio e o viciado, puro. Os vãos costumes e modas do mundo são renunciados. O cristão buscará, não o ‘enfeite... exterior’, mas ‘o homem encoberto no coração, no incorruptível trajo de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus’. I Pe 3:3 e 4.” CC, 58, 59.

“Os que em seu coração experimentam os efeitos da legítima conversão, hão de em sua vida revelar os frutos do Espírito. Oxalá se persuadissem todos os que têm vida espiritual tão diminuta, de que a vida eterna só será concedida aos que participam da natureza divina, fugindo às corrupções e concupiscências deste século!” CSS, 129.

“A fim de produzir muito fruto, temos de aproveitar ao máximo nossos privilégios e oportunidades, tornando-nos cada vez mais inclinados para as coisas espirituais. Devemos deixar de lado toda vulgaridade, todo orgulho, toda mundanidade, e receber diariamente auxílio divino. Para crescer espiritualmente, deveis empregar todos os meios providos pelo evangelho e estar preparados para avançar em piedade pela influência do Espírito Santo; pois a semente se desenvolve da erva para o grão cheio por meios invisíveis e sobrenaturais.” E Recebereis Poder, p. 71.

QUIN TA - O caminho para a vitória


Ele nasceu em 1913, filho de um arrendatário de terras cultiváveis e neto de escravos. Já no ensino médio, esse moço destacou-se no atletismo. Em 1933 ele venceu três provas de atletismo nos Campeonatos Nacionais Interescolares. Em 1935, competindo pela Universidade do Estado de Ohio, ele igualou um recorde mundial e quebrou outros três. Nos Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936, conquistou quarto medalhes de ouro. Em 1976, recebeu a Medalha Presidencial da Liberdade.

Sua performance nesses Jogos foi tão estupenda, que fez o ditador nazista Hitler retirar-se às pressas do estádio, porque não admitia que um negro pudesse superar seus campeões arianos. Afinal, dizia ele que os arianos eram superiores a todas as outras raças existentes na Terra.

Jesse Owens sabia fixar-se nos objetivos e treinava duro, abstendo-se de tudo o que lhe era prejudicial para atingir melhores performances.

Em nosso caso, Jesus já conquistou a vitória por nós. Já colocou a medalha de ouro da salvação em nosso peito, mas adverte: “Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa.” (Ap 3:11)

Temos muita luta pela frente. Cada dia somos crivados de tentações internas e externas. Por vezes, desanimamos como Asafe (diretor de música sacra nos reinados de Davi e Salomão): “Quanto a mim, porém, quase me resvalaram os pés; pouco faltou para que se desviassem os meus passos.” (Sl 73:2) Porém, Jesus faz conosco o mesmo que fez com Pedro: “Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça.” (Lc 22:32)

O Espírito do Senhor é nosso personal trainer e nos prepara todos os dias para os embates da vida. Se permitirmos, Ele de tal modo mudará nosso coração que a carne perderá totalmente sua força ao longo do tempo. A experiência é diária e precisa ser solicitada ao Pai que, mediante Sua graça e misericórdia, aperfeiçoará nossa vida em Cristo Jesus.

Não é possível andar no Espírito sem renunciarmos às concupiscências e desvirtudes do eu.

“Há os que professam ser seguidores de Jesus Cristo, jamais tendo morrido para o próprio eu. Nunca caíram sobre a rocha, ficando em pedaços. Até que isto se dê, viverão para si mesmos, e se morrerem como estão, será para sempre demasiado tarde para endireitarem os seus erros. Eu amo suas almas, Jesus ama suas almas e realizará uma boa obra por eles, se eles se humilharem sob Sua poderosa mão, arrependerem-se e se converterem, entregando-se cada dia a Deus. Deve ser uma entrega constante, diária. Precisamos ser homens e mulheres expeditos, sempre vigilantes sobre o próprio eu e procurando aproveitar toda oportunidade para fazer o bem, e somente o bem, às almas pelas quais Cristo deu Sua vida para torná-las Sua propriedade. Quando os instrumentos humanos lidam com essas almas em tom severo, magoam o coração de Cristo e O expõem à ignomínia, pois representam mal o caráter de Cristo em seu caráter. Disse alguém: "Pela Tua brandura me vieste engrandecer." II Sam. 22:36. Suplico a nosso Pai celestial que todos quantos se acham relacionados com nossas escolas permaneçam em Cristo como o ramo está unido à videira viva.” MS, 1893.

“Mediante o devido exercício da vontade, uma completa mudança pode ser operada na vida. Entregando a vontade a Cristo, aliamo-nos com o divino poder. Recebemos força do alto para nos manter firmes. Uma vida nobre e pura, uma vida vitoriosa sobre o apetite e a concupiscência, é possível a todo aquele que quiser unir sua vontade humana, fraca e vacilante, à onipotente e inabalável vontade de Deus.” CBV, 176. “Os espíritos celestes estão esperando para cooperar com os instrumentos humanos, para revelar ao mundo o que se podem tornar os homens, mediante a união com o Divino, e o que pode ser realizado em favor da salvação das almas prestes a perecer. Não pode haver limite à utilidade de uma pessoa que, pondo de parte o eu, oferece margem à operação do Espírito Santo em seu coração, e vive uma vida inteiramente consagrada a Deus. Todos quantos consagram corpo, alma e espírito a Seu serviço estarão constantemente recebendo nova provisão de poder físico, mental e espiritual. Os inesgotáveis abastecimentos celestes se acham a sua disposição. Cristo lhes dá o alento de Seu próprio espírito, a vida de Sua vida. O Espírito Santo desenvolve suas mais altas energias para operar na mente e no coração. Mediante a graça a nós dada podemos conseguir vitórias que, devido a nossas opiniões errôneas e preconcebidas, nossos defeitos de caráter, nossa pouca fé, têm-se-nos afigurado impossíveis.” CBV, 159.

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