"Portanto, ninguém será declarado justo diante dEle baseando-se na obediência à lei, pois é mediante a lei que nos tornamos plenamente conscientes do pecado. Romanos 3:20, NVI
Nem tudo que Bates ensinava era irrepreensível. Embora seja impossível ter dúvidas quanto a sua devoção ao sábado a partir de 1846 até o fim de sua vida, seu entendimento sobre a relação entre o sétimo dia e o plano da salvação não era tão clara.
Às vezes, o capitão soava extremamente legalista: “A guarda desses mandamentos salva a alma.” “A observância do sábado de Deus santifica e salva a alma! Entretanto, a guarda de um ou de todos os outros nove sem ele não o faz.” “Devemos guardar toda a [lei] para sermos salvos.” “Os filhos de Deus só serão salvos se cumprirem ou guardarem os mandamentos.”
Embora Bates também fizesse declarações sensatas sobre o evangelho, não há dúvida de que ele tinha um tom de legalismo que o acompanhou ao longo de toda a vida.
Uma de suas passagens bíblicas preferidas para apoiar sua abordagem legalista à guarda do sábado é a história do jovem rico, em Mateus 19. Várias vezes, Bates se referiu a ela para defender sua opinião. “E eis que, aproximando-se dEle um jovem, disse-Lhe: Bom Mestre, que bem farei, para conseguir a vida eterna? E Ele disse-lhe: […] Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos” (v. 16, 17, ARC). Bates entendia que esse ensino significava que “o único caminho para entrar na vida é guardar os mandamentos”. Além do mais, acrescentava, caso Jesus não tivesse a intenção de dizer o que disse, “então haveria enganado o jovem rico”.
Vinte anos depois de expressar tais pensamentos, Bates continuava repetindo a mesma história do jovem rico e concluía: “Se você realmente deseja ter a vida eterna quando Jesus voltar, tenha a certeza, oh, sim, tenha a certeza de que guarda todos os Dez Mandamentos de Deus.”
Infelizmente, em 1888, Uriah Smith e George Butler ainda aplicavam Mateus 19 da mesma forma. Aliás, eu me lembro de muitos estudos bíblicos publicados que usavam essa passagem como prova para a guarda dos mandamentos durante a década de 1960. Para alguns, guardar os mandamentos ainda era o caminho para a vida eterna. É exatamente essa ideia que Paulo ataca no versículo de hoje (Rm 3:20).
Como é triste perceber que cristãos sinceros podem acabar usando bons textos da Bíblia de forma errada.
Ajuda-nos, ó Senhor, em nossa luta para compreender o verdadeiro sentido das Escrituras.
George Knight - "Para não esquecer"
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