de 9 a 15 de fevereiro de 2013
Verso em destaque: “Porque a
sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; porquanto está escrito: Ele
apanha os sábios na própria astúcia deles.” 1Co 3:19.
Nota
do comentarista: Os irmãos poderão achar alguma diferença
nos títulos principal e diários da lição. É que os traduzimos diretamente do
original e esses podem não ser iguais aos dos impressos na lição em português.
Teologia
natural está em contraste com a Teologia revelada. Segundo o teólogo católico
Thomas de Aquino, a fé (que pertence à Teologia revelada) é uma persuasão
tão inflexível como a ciência, mas, ao contrário desta, não se baseia na visão
racional, mas na aceitação do que foi relevado de forma transcendente, isto é,
por um Ser superior. Dizia ainda ele: “As conclusões da fé não podem
contradizer as da filosofia [as primeiras são da razão iluminada pela
revelação, as segundas são as da razão fundamentada no elemento humano e,
portanto, falível. Quantas modificações e retratações a filosofia e a ciência
humana não têm feito ao longo do tempo?], mas não são derivadas da argumentação
filosófica [argumentação filosófica é construída nos parâmetros da filosofia
humana], nem constituem a base necessária da mesma. A fé é, contudo, um estado
de espírito razoável e virtuoso porque a razão pode demonstrar a justeza da
aceitação da revelação divina, ainda que não possa demonstrar [ela pode
demonstrar, sim, pelas evidências] a verdade daquilo que é revelado.” O que a
revelação não pode é inculcar compulsoriamente seus fatos na cabeça de quem não
pretende ter outras visões além daquela bitolada no conhecimento ateísta,
gnóstico e obstinadamente contrário à existência de Deus. (As interposições postas em colchetes no
texto de Aquino são do comentarista.)
Criou Deus, porventura, as presas,
as garras, os predadores, as mandíbulas que laceram e esmagam, como sugeriu
Darwin?
DOMINGO
A Terra é do
Senhor
Diz a Escritura que a Terra Deus a deu aos filhos
dos homens. Trata-se, porém, de um regime de comodato, visto que eles terão de
restituí-la quando o Senhor aqui instalar Seu eterno governo no pós-milênio.
Que direito tem Deus de reivindicar a Terra como
Sua? Ora, é simples: Além de tê-la criado muito antes de seu povoamento, Ele,
quando bem entendeu, escolheu-a para fazer dela a habitação de mais seres
santos. A Terra era sem forma e vazia e Ele lhe deu formas, contornos,
revestimentos, luz e vida. Então, Ele é o proprietário por criação, isto é, por
tê-la originado. Dessa origem decorre também o direito de interferir em seu
funcionamento (como no caso do Dilúvio, da destruição das cidades da campina;
do envio se secas, fomes e pestilências, como mexer no tempo no caso do recuo
temporal ocorrido na época do rei Ezequias e da dilatação do tempo em Josué
10:12). Outro direito divino é o de mantê-la em funcionamento estabelecendo
leis e sistemas para isso. Daí Deus, no
dia final, sem pedir opinião dos homens, recolherá os céus como um pergaminho
(Is 34:4; Ap 6:14) e fará com que os elementos ardendo se desfaçam ao Seu mando
(2Pe 3:10).
Quem pode contestar em juízo os direitos divinos?
Tudo quanto está debaixo dos céus – neles e acima deles – pertence ao Senhor como
direito inalienável. Ele diz: “O mundo é meu!” (Sl 50:12)
Mais um direito de Deus: A soberania ou poder
supremo. Ninguém pode dizer-Lhe o que fazer, quando fazer e como fazer. O barro
não pode contestar o oleiro dizendo: “Que fazes?” Quando o Senhor determinar
que a história do pecado deve terminar, que todos os esforços feitos para a
salvação da Terra foram empreendidos e nada mais há que fazer, Ele ajuizará e
executará seu fim e ninguém poderá impedi-lo, nem impetrar recursos.
Outro aspecto a considerar é que, por ser tudo Sua
propriedade, Ele teve o direito de resgatar a Terra do domínio do perverso e
tirânico Lúcifer, o grande usurpador. Custou-Lhe um preço incalculavelmente
alto a remissão, porém, Ele não poupou o que tinha de melhor para reaver o que,
sempre por direito, era Seu.
Dizem os cientistas na NASA que só
na Via Láctea existem bilhões de estrelas e planetas, fora asteroides e outros
corpos celestes. Desse surpreendente número, só a Terra é foco de rebelião
contra o governo divino.
A queda, de início, não pareceu tão
profunda. Talvez pudéssemos contabilizar quatro maldições fundamentais como: 1)
conhecimento do mal. Não apenas perceber que o mal existe, mas saber de seu
poder degenerador e potencial destrutivo ou malignidade. 2) Gravidez e parto
com dor que seria extensivo a Eva e todas as suas filhas. Disse alguém que se
fosse o homem a parturir, ele morreria no parto por causa da intensidade da
dor. 3) Terra produzindo cardos e abrolhos, sarças, ervas daninhas, ataque de
pragas e opondo dificuldades para a obtenção do sustento por parte do homem. O
homem se cansaria no trato com a terra. Não apenas isso. A maldição atingiu
também a fauna. Surgiram presas mortais, garras, dentes afiados, ferocidade,
predação... O mundo animal descambou para a degeneração. 4) Morte. O homem
perderia o direito à vida voltando ao pó da terra, quando pereceriam todos os
seus pensamentos, emoções, alegrias, planos, desejos e participação na
sociedade.
Em Sua grande misericórdia o Senhor
houve por bem poupar o casal de sofrer um choque mortal. Ele não lhes disse a
que ponto chegaria a Terra e a humanidade por causa de seu pecado aparentemente
de pouca monta.
A Natureza que apontava a glória
plena do Criador agora seria tão aviltada que velaria em parte o conhecimento
do Altíssimo. Folhas cadentes, árvores que apodreceriam, frutos venenosos,
plantas carnívoras, terras áridas, deformações... O clima, antes ameno,
transformou-se. Diz o Dr. H. Baerg: “As árvores eram altas e eretas, a
vegetação abundante e o calor extremo e o frio eram desconhecidos. O clima dos
trópicos deve ter sido quente, mas não excessivamente, Gradualmente as
condições ideais começaram a sofrer um desequilíbrio.” Creation and Catastrophe, p. 14.
Como as condições geoecológicas
estavam ligadas à ética do homem – seu caráter -, com sua degeneração o ambiente
começou a sentir a decadência. Primavera, verão, outono e inverno iriam
suceder-se com todas as suas consequências. Depois do Dilúvio haveria chuvas
torrenciais e devastadoras, furacões, terremotos, desmoronamentos, ciclones,
tempestades elétricas, maremotos, inundações, desertos, vulcões, tsunamis, etc.
A queda da Terra continua até hoje. Romanos 8:22 diz: “Porque sabemos que toda a criação, a um
só tempo, geme e suporta angústias até agora.” Isaías
24:4 afirma: “A terra pranteia e se murcha; o mundo enfraquece e se murcha; enlanguescem os mais altos do povo
da terra.”
O pior de tudo é a degeneração
física, moral e espiritual do homem. Jesus advertiu que nos últimos dias a
iniquidade haveria de se multiplicar. O homem não está evoluindo, mas
involuindo ou sofrendo tremenda queda regressiva. Quase não é possível
distinguir a semelhança de Deus na humanidade. O homem tem-se transformado na imagem e
semelhança de Satanás.
TERÇA
O príncipe deste mundo
O domínio da Terra Satanás não o
obteve por direito, mas por usurpação. O primeiro domínio pertencia condicionalmente
a Adão, concessão essa feita pelo Criador ao homem. Satanás assaltou o
território e o submeteu ao seu domínio, embora limitado pelo poder de Deus. Ele
é chamado de príncipe deste mundo.
O próprio Jesus reconheceu que o
maligno domina o mundo, porém não é seu proprietário. Mas disse também que ele
já está julgado (Jo 16:11) e terá que entregar aquilo que tomou de assalto, com
astúcia, vilania e trapaça, porquanto a propriedade pertence a Jesus por
criação e redenção, duas cláusulas inalienáveis.
Quando no cenário das tentações de
Cristo durante o prolongado jejum de 40 dias e quarenta noites, o anjo decaído
mentiu para Jesus dizendo: “Dar-Te-ei toda esta autoridade e a glória destes
reinos, pois a mim me foi entregue e a dou a quem eu quiser.” (Lc 4:6) Mais uma
fraude sua. Adão era apenas um regente credenciado por Deus para governar a
Terra, mas não seu dono legítimo. O dono sempre foi o Criador.
O domínio temporal do maligno
Vejam o que disse João: “Sabemos... que o mundo inteiro jaz no maligno.” (1Jo 5:19) Em outras palavras, o mundo inteiro está sob
o poder do usurpador, mais especificamente, os “filhos da desobediência” (Ef
2:2). Ele tem poder sobre a esmagadora maioria dos habitantes da Terra,
excetuando-se os servos de Deus. Certa vez, comentando a questão do domínio de
Satanás sobre o mundo, o saudoso Pr. Vianna, pregando na Central Paulistana,
disse que há pessoas que são 90% possuídas pelo inimigo, outras 70, 60, 30,
20%, mas ele trabalha para mantê-las escravizadas à sua vontade. Quando
acontecer o alto clamor do terceiro anjo e a Terra for iluminada com sua
glória, a chuva serôdia descerá sobre os fiéis de Deus e eles darão a última
mensagem de salvação. Quem rejeitar passará a ter sua mente totalmente dominada
pelo demônio, assim com ocorreu com os endemoninhados gadarenos, só que não
haverá mais um Jesus Nazareno para libertá-los, porque não quiseram.
Porém, enquanto a
graça vige há esperança para cada habitante deste planeta. A graça libertadora
anula o poder sedutor de Satanás e faz com os homens lhe resistam na cara. “É a graça que Cristo implanta na alma, que cria no homem a inimizade
contra Satanás. Sem esta graça que converte, e este poder renovador, o homem
continuaria cativo de Satanás, como servo sempre pronto a executar-lhe as
ordens. Mas o novo princípio na alma cria o conflito onde até então houvera
paz. O poder que Cristo comunica, habilita o homem a resistir ao tirano e usurpador.
Quem quer que se ache a aborrecer o pecado em lugar de o amar, que resista a
essas paixões que têm dominado interiormente e as vença, evidencia a operação
de um princípio inteiramente de cima.” GC, 506.
QUARTA
A “sabedoria” do mundo
Sabedoria
pode ser definida lexicamente como grande conhecimento acumulado, ciência,
erudição. Em nosso mundo conflitam as duas sabedorias. O papa Júlio III (1487-1555) disse certa vez:
“Não sabes, meu filho, quão pouca é a sabedoria com que o mundo é governado.”
Rabelais, escritor
francês, num rasgo de discernimento, afirmou: “Porque, segundo o sábio Salomão,
sabedoria não entra em alma malvada e ciência sem consciência não passa de
ruína da alma.” Pantagruel, 11.8.
Muita gente confunde
inteligência com sabedoria. Ninguém nega que os mentores do III Reich eram
homens de grande inteligência. Eles quase dominaram o mundo, porém, não eram
sábios. Houvessem estudado a profecia de Daniel e veriam que jamais haveria um
quinto império universal e que a Europa jamais seria unificada.
Um fato interessante é que, embora haja
inteligência na sabedoria, a sabedoria não é privilégio exclusivo dos
inteligentes. Os amigos de Jó eram inteligentes, mas sua sabedoria estrábica
não foi de nenhum proveito ao pobre patriarca, e ainda recebeu severa
reprimenda do Senhor.
Note, por exemplo, o
acúmulo de conhecimento que o evolucionismo granjeou nos últimos dois séculos.
Só que esse conhecimento alicerçou-se e girou em torno de filosofia agnóstica e
não da verdadeira ciência. Aparentemente são sábios, mas segundo o mundo, os
homens, os falíveis e errantes seres humanos.
As
Escrituras deixam claro que há duas sabedorias: A do alto e a de baixo. “A sabedoria,
porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica, indulgente,
tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento.” (Tg
3:17) E a sabedoria de baixo? “Esta não é a sabedoria que desce lá do alto;
antes, é terrena, animal e demoníaca.” (Tg 3:15)
Salomão conta uma
história curta e interessante sobre sabedoria: “Também vi este exemplo de
sabedoria debaixo do sol, que foi para mim grande. Houve uma pequena cidade em
que havia poucos homens; veio contra ela um grande rei, sitiou-a e levantou
contra ela grandes baluartes. Encontrou-se nela um homem pobre, porém sábio,
que a livrou pela sua sabedoria; contudo, ninguém se lembrou mais daquele
pobre.” (Ec 9:13-15) O pobre homem por certo não tinha inteligência suficiente
para ganhar dinheiro e ficar rico, porém, ele era sábio. Considerava aquilo que
era de muito mais valor para a vida do que coisas palpáveis, efêmeras.
A “sabedoria” do homem e a
“loucura” de Deus
“Certamente, a palavra da
cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de
Deus. Pois está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a
inteligência dos instruídos. Onde está o sábio? Onde, o escriba? Onde, o
inquiridor deste século? Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria do
mundo? Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria
sabedoria, aprouve a Deus salvar os que creem pela loucura da pregação.” (1Co
18-21)
“A oportunidade de aprender a ciência da salvação é
posta ao alcance de todos. Mediante o permanecer em Cristo, fazer Sua vontade e
exercer fé simples em Sua Palavra, mesmo os não instruídos na sabedoria do
mundo podem adquirir esse conhecimento. À alma humilde e confiante, o Senhor
revela que todo verdadeiro conhecimento conduz em direção ao Céu.” CPPE, 19.
“Os que se ufanam de possuir sabedoria superior aos ensinos da Palavra de
Deus, necessitam de maiores goles da fonte do conhecimento a fim de que se
tornem cientes de sua verdadeira ignorância. Há uma pretensa sabedoria de
homens que é loucura à vista de Deus. ‘Ninguém se engane a si mesmo: se alguém
dentre vós se tem por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio. Porque a
sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; pois está escrito: Ele
apanha os sábios na sua própria astúcia.’ I Cor. 3:18 e 19. Os que têm apenas
esta sabedoria precisam tornar-se estultos em sua própria opinião. A maior
ignorância que agora aflige a humanidade é a respeito da obrigatoriedade da lei
de Deus; e essa ignorância é o resultado da negligência de estudar a Palavra do
Senhor. É um decidido plano de Satanás cativar e absorver de tal maneira a
mente, que o grande Livro-guia de origem divina não seja o Livro dos livros e
que o pecador não seja conduzido da senda da transgressão para a senda da
obediência.” FEC, 130, 131.
Através dos olhos
da fé
10.000.000.000.000.000.000.000.000.00
ou 10 bilhões de anos-luz. Esses 10 bilhões podem ser multiplicados por 10
trilhões de quilômetros, que é a distância percorrida pela luz em um ano, para
se saber qual é a extensão do Universo. Bem, esses são os cálculos dos
cientistas. Pode ser que além dessa vertiginosa e estonteante cifra haja muita
coisa mais. Se pudéssemos viajar até suas fronteiras, veríamos lá a assinatura
do Infinito e Maravilhoso Criador. E quanta coisa maravilhosa veríamos pelo
caminho!
Para nos maravilharmos de nosso Criador,
não precisamos sair da Terra. Aqui há abundantes provas e sinais de Sua
mão. Cordilheiras, vales, rios, lagos, oceanos,
florestas, bosques, planaltos e planícies, cataratas, savanas, enfim, a
paisagem pintada pela mão do Artista-mor é deslumbrante e revela, ainda que
mareada pelo pecado, a sensibilidade criativa de Jeová. Não apenas isso.
Observemos a interdependência entre as espécies animais. Uma vida serve outra.
Veja este texto: “Não há nada, a não ser o coração egoísta do homem, que viva para si. Nenhum pássaro que fende os
ares, nenhum animal que se move sobre a terra, deixa de servir a qualquer outra
vida. Folha alguma da floresta, nem humilde haste de erva é sem
utilidade. Toda árvore, arbusto e folha exalam aquele elemento de vida sem o
qual nenhum homem ou animal poderia existir; e animal e homem servem, por sua
vez, à vida da folha, do arbusto e da árvore.” DTN, 20.
Através dos olhos da fé vemos a mão
de Deus também nas células. Basta uma célula para glorificar o nome do Criador.
Sua complexidade é fascinante. Ali está o berço da vida. Concentre-se por
alguns instantes na contemplação do interior de uma célula humana. Quanta
sabedoria o Criador colocou nela. Todos os seus elementos têm funções
complexas: núcleo, ribossomos, mitocôndrias, retículos, complexos de Golgi,
concorrem harmonicamente para o processo da vida.
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